domingo, 22 de dezembro de 2013

A logística e a economia nos próximos anos - Parte II

A logística e a economia nos próximos anos.

Parte II

No mundo, como comentamos na postagem anterior (16/12/2013), as pesquisas junto aos principais executivos de logística das empresas, indicam que não ocorrerão grandes mudanças em 2014.
Ainda segundo o mesmo relatório elaborado pela Gartner (www.gartner.com), as propostas para a área da logística para 2014, estão direcionadas para as melhorias das organizações focadas na cadeia de suprimentos e o projeto de redes que apresentem um aumento no desempenho nas estratégias para as cadeias de suprimentos globais.
Este sentido, um dos setores que será grandemente impactado é o setor de alta tecnologia, muito especialmente em função da volatilidade de seus produtos que rapidamente desaparecem do mercado em face do curto ciclo de vida.
Dentre as melhorias previstas, a serem realizadas principalmente nas empresas de alta tecnologia, estão: redução nos prazos de entrega, aumento da satisfação dos clientes e melhorias na capacidade de atendimentos nos serviços de pós-vendas.
No setor de alta tecnologia, 80% das empresas norte-americanas estão desenvolvendo estratégias mais agressivas destinadas a expansão de seus mercados nos países emergentes (um grande filão!), assim como projetando mudanças estratégias em seus modelos de cadeia de suprimentos objetivando: permitir maior foco no cliente, entender os padrões de demanda de seus produtos e capturar novas oportunidades de crescimento.
Os resultados das pesquisas da Gartner indicam também que cerca de 40% dos executivos da área de logística, informaram que as suas cadeias de abastecimento serão construídas tendo como foco principal os seus clientes. Nesse direcionamento estratégico, essas empresas projetam um crescimento de 44% nos próximos dois anos, muito especialmente, no que se refere a maior presença nos mercados emergentes.
Adicionalmente e, fazendo parte de uma estratégia mais completa, essas empresas estão alinhando as estratégias de transporte e de abastecimento aos objetivos de seus negócios, bem como reunindo esforços para a construção de competências na gestão de todas as etapas do ciclo de vida dos produtos.
Entretanto, é importante registrar que uma das maiores preocupações dos executivos da área de logística para 2014 está relacionada retenção de talentos, assim com a capacidade de compreender e absorver a cultura local em face de uma logística cada vez mais globalizada.
No conjunto de previsões elaboradas pelos especialistas, vale registrar:
  • crescimento dos EUA vai ser lento e gradual;
  • A recuperação da Europa continuará, porém em um ritmo muito lento;
  • A China procurará manter uma taxa de crescimento sustentável;
  • As taxas de desemprego nos países desenvolvidos continuará altas;
  • O dólar americano vai se fortalecer contra a maioria das moedas;
  • Os preços das commodities permanecerão estáveis.

·     A inflação, embora persista, será uma ameaça de risco muito baixo.
Nesse contexto, é importante registrar que as perspectivas de recuperação global em 2014 são bastante modestas. Segundo estudos do IHS Top 10 Economic Predictions (www.ihs.com), o crescimento previsto para 2014 é da ordem de 3,5 % contra 2,5% em 2013, ressaltando que em muitas economias emergentes esse crescimento será um pouco maior.
Aguardemos então o desenrolar da economia e os avanços da logística nos próximos anos!

Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro e M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ.
Autor das seguintes obras didáticas:
Administração de EstoquesTeoria e Prática em coautoria com E. Shwember – Ed. Interciência.
Administração de Materiais – 4ª. Edição – Ed. Campus/Elsevier
Logística e Cadeias de SuprimentosO Essencial – Ed. Manole.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A logística e a economia nos próximos anos - Parte I

A logística e a economia nos próximos anos.

Parte I

No Brasil, a previsão de investimentos no período 2014/2017 em projetos logísticos atinge R$ 240 bilhões. Nas ferrovias estão previstos investimentos de R$ 59 bilhões que deverão resultar num aumento na malha ferroviária em 11 mil km; no modal rodoviário estão previstos investimentos no montante de R$ 62 bilhões com a construção de 7 mil km de novas rodovias, no modal aeroportuário os investimentos projetados envolvem R$ 8 bilhões, enquanto que no setor portuário esses valores atingem R$ 34 bilhões.
Se os projetos realmente andarem conforme as previsões, teremos um avanço considerável em um dos setores mais crítico: a infraestrutura que hoje está impactado negativamente o desempenho das nossas de exportações e a economia brasileira.
Na área portuária a previsão é de investimentos de R$ 34 bilhões (2014/17) valendo registrar que as maiores inversões serão destinadas aos portos de Itaqui (MA), Suape (PE), Vila do Conde (PA), Vitória (ES) e Paranaguá (PR).
No modal ferroviário os investimentos serão concentrados na construção de novas ferrovias, e na expansão das existentes, tais como: Ferrovia Norte-Sul, a Transnordestina Logística e a de integração Oeste Leste, além da de Carajás, ampliando assim a oferta desse modal no transporte de carga. O problema aqui está na formatação criada pelo governo para a operação do negócio: a Valec (controlada pela União) terá a responsabilidade de realizar a intermediação do uso das ferrovias. Ela comprará toda a capacidade da infraestrutura e então venderá a concessão ao capital privado que passaria a explorar os serviços! Como esse processo realmente vai operar na prática e com que segurança jurídica para os investidores ainda é uma grande incógnita!
Ao lado dos investimentos em infraestrutura, não poderíamos deixar de anotar os aportes de recursos em vários setores da economia que impulsionarão a demanda por serviços logísticos. Por exemplo, na indústria do petróleo e gás os investimentos previstos para o quadriênio 2014/2017 estão estimados em R$ 458 bilhões.
No setor automobilístico cujas estimativas de investimentos são da ordem de R$ 74 bilhões (2014/17) a maior parte deles destinados a ampliação da capacidade produtiva, vale destacar: a Honda ( R$ 1 bilhão), a BMW (600 milhões) com sua fábrica em Araquari (SC)e a Fiat ( R$ 4 bilhões) com ampliação da sua fábrica de Betim (MG) e a construção da sua segunda fábrica em Goiana (PE). Também podemos citar a Foton Aumark do Brasil que está trazendo uma das maiores montadoras de caminhões da China com investimento de R$ 250 milhões.
Na indústria extrativa mineral estão previstos investimentos da ordem de R$ 48 bilhões, cabendo destacar o projeto de expansão de Carajás – Sena Sul que adicionará 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, o que é uma excelente notícia se levarmos em conta que o minério de ferro representa 80% da nossa pauta de exportação de bens minerais.
No mundo, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Gartner (www.gartner.com) o impacto macroeconômico nas cadeias de suprimentos não produzirá grandes mudanças em 2014.

...continua na próxima postagem.

Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro e mestre em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e autor das seguintes obras didáticas:
Administração de Estoques – Teoria e Prática em coautoria com E. Shwember – Editora Interciência.
Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier.
Logística e Cadeias de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

INOVAÇÃO E LOGÍSTICA – Estratégias do Google.

INOVAÇÃO E LOGÍSTICA – Estratégias do Google

De um lado é inquestionável o volume de informações que o Google dispõe a respeito do tráfego nas redes e seus algoritmos robóticos que, explorando e minerando os mais diversos serviços online, tais como: redes sociais, youtube, e-mails etc., acabam perfilando usuários e elaborando seus perfis com objetivos comerciais, é claro. Não há almoço grátis!
De outro, em 2010 o Google fez nascer secretamente uma nova ramificação denominada de Google X (veja detalhes no link: http://www.youtube.com/watch?v=4i3oKEg6o9g) com objetivo de criar projetos inovadores, objetivando trazer para o mercado tecnologias radicais: tais como o Google Glass (veja uma demonstração no link: http://www.youtube.com/watch?v=JSnB06um5r4), o carro inteligente do Google (veja uma demonstração no link http://www.youtube.com/watch?v=3plGzxnrnJk), Project Loon, Space Elevators, entre tantos outros . Todos supersecretos até chegar ao mercado!
Os projetos criados no Google X, são inspirados em grandes centros de inovação tais com o Laboratório da Bell (http://www.alcatel-lucent.com/bell-labs ) e o centro de pesquisa da Xerox em Palo Alto, denominado de Xerox PARC (Xerox Palo Alto Research Center - http://www.parc.com/ ).
Esses projetos receberam um apelido muito interessante: moonshots que, numa tradução literal, significa “um tiro na direção da lua!”. Ou seja, querem sair da mesmice e criar uma revolução na inovação. Como diz o seu cientista chefe Astro Teller: “ quanto mais as ideias parecer terem saído de um filme de  ficção científica, melhor!”
Para este ano de 2013, os investimentos em inovação deverão superar sete bilhões de dólares americanos e não é sem razão que o Google é considerado um caso notório de obsessão pela inovação.  O mantra do Google X é estar sempre à frente na corrida tecnológica!
A motivação é muito clara: sem inovação as empresas tende ao declínio e, em se tratando de áreas vinculadas a tecnologia de ponta, seguramente o ciclo de vida desses produtos no mercado é curtíssimo! A preocupação nesse sentido é grande em todas as empresas. Para termos uma ideia, uma pesquisa realizada pela PwC (PricewaterhouseCoopers) divulgada em setembro desse ano, mostrou que 93% das empresas consultadas em 25 países (foram consultadas 1.800 empresas em 30 segmentos de mercado) consideram que a inovação é a principal fonte para o aumento das receitas dessa empresas nos próximos anos.
Mergulhado de cabeça em projetos inovadores O Google também se preocupa com a logística de suprimento para seus projetos. Nesse sentido vem adquirindo diversas empresas com, por exemplo, empresas especializadas na fabricação de lentes que se comportam como olhos humanos, fabricante de braços robóticos de alta sensibilidade, capazes de produzir movimentos sofisticados e sutis; fabricante de rodas para equipamentos pesados etc.
 Toda essa estratégia de suprimentos tem um fim bem específico: garantir a continuidade no fornecimento dos componentes e insumos que farão parte de seus projetos inovadores e acima de tudo, manter o domínio exclusivo das tecnologias de produção desses componentes.
Como essa estratégia de suprimentos o Google pretende vencer todos os entraves unindo inovação tecnológica à logística de suprimentos, garantido assim produtos inovadores e, praticamente, tal qual a Apple quando lançou seus equipamentos com a tecnologia de “tela de retina”, oferecer produtos inovadores e singulares ao mercado!
Paulo Sérgio Gonçalves é MsC em engenharia de produção e autor de três obras didáticas:
Gestão de Estoques - Teoria e Prática - Ed. Interciência - em coautoria com E. Shwember.
Administração de Materiais - 4a. Edição - Editora Campus/Elsevier.
Logística e Cadeia de Suprimentos - O Essencial - Ed. Manole.

domingo, 8 de dezembro de 2013

BIG DATA na Logística.

BIG DATA na Logística.


Para mostramos a aplicação do Big Data na logística, embora de forma bem simplificada, imaginemos uma situação bastante corriqueira nesse período de festas natalinas: você compra um presente ou vários presentes para seus amigos. O faz via internet como normalmente vem acontecendo. No Brasil  42,2 milhões de pessoas (fonte: e-commerce News) fizeram, ao menos, uma compra online em 2012, com um faturamento estimando em R$ 49,7 bilhões de reais, nesse valor incluído R$ 22,5 bilhões faturados pelo varejo virtual em bens de consumo!
Em verdade, um simples click para a escolha de um produto mostrado na tela do seu computador, notebook ou tablet, desencadeia uma verdadeira avalanche de ações operacionais, objetivando entregar o produto no endereço que você indicou no pedido que realizou!
O processo, para encurtar os caminhos, tem início com a escolha do produto e a sua inserção do “carrinho de compras virtual”. Logo após, fechada a transação de compras e indicado a modalidade de pagamento (normalmente via cartão de crédito), a ação seguinte é o link que o site faz junto a empresa da bandeira do cartão para validar o crédito e por via de consequência liberar o pedido.
Após esse processo inicial, que é totalmente virtual, o pedido é então encaminhado via eletrônica para o setor responsável pela sua separação, embalagem, etiquetagem e expedição da sua encomenda. Normalmente o processo físico de separação dos produtos (picking), acontece em uma central de armazenagem de produtos (Centro de Distribuição).  A operação de picking pode ser realizada com o uso de diversas tecnologias, como a recentemente mostrada pela Amazon que utilizou um Drone para fazer a entrega da encomenda na casa do cliente!
Para quem tiver a curiosidade em ver essa tecnologia funcionando, basta acessar o endereço: http://www.youtube.com/watch?v=E1zjyY4O9BU,
O outro lado da operação está vinculado à gestão e controle.  Focalizemos aqui, por exemplo, as questões relacionadas à manutenção de estoques dos produtos destinados a atender as solicitações dos clientes etc. Ou seja, como calcular de forma mais adequada a demanda de cada item oferecido aos clientes para que não tenha excessos nem faltas?
Para manter os estoques haverá necessidade da sua reposição através de pedidos efetuados junto aos fornecedores. De seu lado, os fornecedores terão que produzir o bem e transportá-los até o centro de distribuição do cliente corporativo, assim como adquirir matérias primas insumos e componentes para a sua fabricação.
Como podemos observar, o ciclo de fornecimento é longo e flui através de uma rede que tem início com a compra do produto pelo cliente e termina no fornecedor dos insumos, componentes etc. destinados a fabricação do produto. Essa rede é normalmente conhecida como Cadeia de Suprimentos.
Dentro das operações descritas, embora de forma simplificada, inúmeros dados são gerados tais como: volume de compras, itens adquiridos, pedidos processados, pedido em processo de separação (picking), expedição de encomendas, aquisições de produtos para a renovação dos estoques nos Centros de Distribuição, ordens de produção nas fábricas, despacho de insumos e componentes para as fábricas, movimentação dos modais no transporte das mercadorias etc. etc. Uma avalanche de informações são produzidas e processadas em toda a cadeia logística, desde o ponto de consumo (cliente) até o ponto de fornecimento (fornecedores das fábricas).
Agora, imaginemos que o volume de dados gerados em cada transação como descrevemos nos parágrafos anteriores, sejam  disponibilizados em um grande banco de dados que permita o seu acesso, computação e mineração. Segundo a revista época (06/12/2013) o tráfego gerado em todo o ano de 2011, foi de 369 "exabytes" (um "exabyte" equivale a um quintilhão de bytes) e as estimativas indicam que em 2016 esse volume será quatro vezes maior!
Ora, a geração e armazenamento desses dados não estão somente para registro! O acesso a esses dados permitirá obter informações valiosíssimas para o gerenciamento de toda a cadeia logística.
Por exemplo, através de uma convergência de mídias (processo que permite que as informações capturadas nessa massa de dados tenham possibilidades de serem disponibilizadas em qualquer dispositivo:  tablets, smartphones, notebooks etc.) será possível então saber em cada fase do processo, como anda a sua encomenda, se o fornecedor entregou a matéria-prima de um produto que foi encomendado porém se encontrava em falta temporária, se a entrega está programada, se o caminhão de entrega ou outro meio utilizado (motocicletas, correios etc.) está em processo de execução etc.
Dentro desse contexto será muito mais fácil para os executivos da área de logística planejar as operações, estimar a demanda dos diversos produtos com maior precisão, gerenciar os pedidos, acompanhar o ciclo de fornecimento etc. e, responder a todas as solicitações de informações relacionadas ao processo logístico da cadeia de suprimentos até o consumidor final, melhorando assim os níveis de serviços das operações logísticas, reduzindo custos, aumentando a produtividade e a competitividade.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PRISÃO DOS MENSALEIROS - Uma logística com ação pedagógica!

PRISÃO DOS MENSALEIROS
Uma logística com ação pedagógica!


Embora muitos advogados julguem que o Presidente do Supremo Tribunal Federal tenha cometido uma exacerbação de poder ao solicitar a Policia Federal (PF) que levasse todos os mensaleiros condenados para o sistema prisional da Papuda, esse ato foi acima de tudo de caráter pedagógico!
Ele mostrou, sem qualquer ressalva de melhor juízo, como costumam tratar os causídicos, que ninguém fica acima da lei!
Muito embora muitos desejassem que essas prisões tivessem um caráter diferenciado dependendo do tipo e classe dos indivíduos condenados, como se o caráter dos condenados variasse em função da classe social ou da articulação política com que convivem, a ação se desenrolou absolutamente dentro da lei!
Apesar de a operação ter produzido um custo, haja vista o deslocamento via modal rodoviário (carros da PF) e posteriormente utilização do modal aereoviário (avião da PF) dos apenados que se encontravam em diversas localidades do território brasileiro, especialmente em Minas Gerais, com destino em Brasília (Transit Point), numa operação logística denominada de coleta (poderíamos denominá-la  de “picking around”  ou para os mais rigorosos:  roteiro do caixeiro viajante – bem sugestivo afinal !), esse custo ficou a anos luzes da roubalheira praticada com o locupletamento do dinheiro público no famoso  esquema do “caixa dois” para o partido e destinado à compra de votos!
A ação pedagógica impetrada pelo Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal deve ser aplaudida de pé!
Sua logística foi perfeita, pois além de satisfazer os anseios da sociedade, deu uma demonstração exemplar de justiça!
Paulo Sérgio Gonçalves é mestre em engenharia de produção e professor de Logística e Operações.

Autor das seguintes obras didáticas:
Administração de Estoques - Teoria e Prática - em coautoria com E.Shwember - Ed. Interciência.
Administração de Materiais - 4a. Edição - Editora Elseiver
Logística e Cadeias de Suprimentos - O Essencial - Ed. Manole.




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A revolução da Logística com a exploração do gás de Xisto.

A revolução da Logística com a exploração do gás de Xisto.

A descoberta de uma fonte de gás de xisto nos EUA está impactando diversos setores na indústria e na logística. Há benefícios, porém temos muitos custos!
Embora tenhamos que olhar o outro lado da equação, qual seja, a extração desse gás  pode contaminar os lençóis aquíferos, o que tornará a água imprópria para o consumo em um planeta cada dia mais dependente desse insumo básico para a nossa sobrevivência; a fonte energética gerada pelo xisto está produzindo efeitos consideráveis de redução dos custos logísticos, além do seu impacto na logística de suprimentos de insumos essenciais para a extração do gás e retirada dos resíduos produzidos na operação.
De acordo com relatório elaborado pela PwC (A PwC se originou da fusão das firmas Price e Waterhouse com a Coopers&Lybrand, em 1998), o crescimento da utilização do gás de xisto está criando enormes oportunidades para todos os modais: ferroviário, rodoviário, marítimo e aeroviário.
No modal ferroviário, o intenso fluxo usado no transporte de insumos para a produção do gás de xisto e a transferência dos resíduos oriundo da sua extração, está impulsionando a indústria ferroviária e a necessidade da construção de novas bases de infraestrutura para suportar o aumento na demanda de serviços para esse modal de transporte.
O modal rodoviário que utiliza em grande escala o óleo diesel, está partindo para um ataque direto motivado pelo baixo custo do GNL (gás natural liquefeito) o que resulta em uma ação proativa dos operadores logísticos no estudo para a conversão dos seus veículos para o uso do gás GNL. É claro que, para que essas estratégias de redução de custos possam funcionar, será necessária, em contrapartida, criar uma rede de postos de abastecimento ao longo das rodovias para dar suporte operacional e logístico ao fluxo de veículos que passarão a utilizar o GNL como combustível.
Um caso dramático aconteceu no Brasil com a implantação do programa de uso do Etanol (fonte verde) ocasião na qual os usuários impetuosos desse combustível renovável ficaram à deriva por falta de uma estratégia logística que permitisse o abastecimento do produto em todo o território nacional!
No que se refere ao modal marítimo, a sua impulsão deve justamente a necessidade de novos terminais para a exportação do gás. Nesse ritmo alucinante, segundo o Departamento de Energia dos EUA, existem propostas para a construção de novos terminais que projetam a possibilidade de processar milhões de metros cúbicos de gás por dia, além de promover, segundo estimativas de especialistas, a construção de 3.600 novos petroleiros destinados ao transporte do produto.
No modal aéreo a revolução está sendo gerada pelo elevado custo do combustível de aviação que é o principal componente na matriz de custos das companhias aéreas. Embora o uso de gás combustível na aviação ainda esteja muito distante da sua aplicação comercial, estudos estão sendo realizados na busca de alternativas energéticas mais baratas. Os benefícios mais imediatos, a exemplo do que vem ocorrendo no Brasil com o uso de helicópteros, está no fluxo de passageiros nas áreas de exploração.
Aliado a tudo isso está o fluxo de bens e serviços gerados para o suprimento, extração e transporte do gás, a exemplo do que vem acontecendo em Macaé (Rio de Janeiro) com o boom em todas as áreas, em face da extração do petróleo no mar.
Os exemplos são diversos e as oportunidades são enormes, como veremos com a exploração do pré-sal na costa brasileira e em toda a infraestrutura logística gerada a partir dessa exploração.
Departamento de Energia dos EUA: http://energy.gov/ - acesso 18/11/2013
SupplyChain247 - http://www.supplychain247.com/ - acesso 15/11/2013

sábado, 9 de novembro de 2013

Visibilidade da Cadeia de Suprimentos ?


Visibilidade da Cadeia de Suprimentos ?


Uma cadeia de suprimentos dever ser ágil e ter capacidade de resposta rápida, operando de forma sincronizada envolvendo o suprimentos de matérias primas, insumos e componentes para produção, a manufatura e o atendimento as exigências de demandas de produtos por parte dos clientes.
Se de um lado é exigido que as empresas tenham habilidades para agir em mercados altamente globalizado, de outro torna-se indispensável que essas mesmas empresas tenham capacidade e flexibilidade para gerenciar e operar com fontes de suprimentos, produção, distribuição a nível global.
O gerenciamento de uma cadeia de suprimentos global requer um talento especial de seus executivos em função da complexidade de suas operações e do aumento consideravelmente da rede de fornecedores que passa a operar em uma escala mundial.
A complexidade das operações a nível internacional (logística de operações globais) impõe a necessidade de um sistema de informações bem estruturado que permita controlar os pedidos dos clientes, o suprimentos dos materiais, os embarques, o transporte e todas as atividades envolvidas, bem como o status dos eventos que ocorrem na rede logística com objetivo de permitir ações rápidas para promover os ajustes necessários, quando possível, para garantir a desempenho total da rede.
Nesse particular, em artigo postado neste blog que levou o título de Logística em Tempo Real, comentamos sobre essa viabilidade operacional, através da utilização de diversos dispositivos destinados à troca de informações em tempo real como Tablet, Notebooks, Smartphones etc., objetivando a convergência de informações para permitir a operação de uma rede logística com total visibilidade.
Neste sentido, uma pesquisa realizada pelo AberdeenGroup junto a 149 empresas que atuam em cadeias de suprimento a nível global, indicou que a visibilidade da cadeia de suprimentos é uma das maiores preocupações dos executivos da área de operações e logística e uma das maiores prioridade das empresas que buscam melhorar as suas performances operacionais e reduzir os custos de suas operações.
Em outro um estudo, realizado pela Consultoria Reslinc Corp. especializada em soluções logísticas para gerenciamento dos riscos de cadeias de suprimentos, ficou evidenciado que as principais cadeias de suprimentos globalizadas estão atualmente fortemente dependentes de subfornecedores o que é um fato muito preocupante pela grande probabilidade de uma possível ruptura no fluxo de suprimento às grandes manufaturas.
Embora essa pesquisa tenha se concentrado no ramo da alta tecnologia e no setor automobilístico, ela retrata bem o modus operandi de muitas cadeias de suprimentos que operam com um conjunto de fornecedores em diversas camadas.
Segundo a análise elaborada pela Reslinc Corp. no citado estudo, o risco de ruptura do suprimentos concentra-se nos subfornecedores, o que coloca em cheque a operação de grandes empresas.
O fato preocupante nesse contexto é que, embora os executivos das áreas de logística e operações manifestem grande preocupação com a integração das redes logísticas, em uma pesquisa realizada pela Zurich Insurance Group com 500 profissionais em 71 países, 75% dos executivos entrevistados relataram que não têm visibilidade total de suas cadeias de suprimentos!
Com comentamos nesse blog, é importante que os gerentes de logística e demais executivos invistam em estratégia que permitam obter uma boa visibilidade de suas redes logísticas, muito especialmente através da aplicação massiva de tecnologia da informação que possibilite uma integração de processos entre os parceiros. Essa ação coletiva na busca da integração dos parceiros de negócios, resultará em significativas melhorias na performance das empresas e em sensíveis redução de custos !
Fontes:
- Heaney, B, in Supply Chain Visibility – A Critical Strategy to Optimize Cost and Service – AberdeenGroup – May 2013.
·     - SupplyChain247 – Global Supply Chain Risk – 28/08/2013.
·     - Butner, K – in Blueprint for supply chain visibility – IBM Global Services (2007).

sábado, 2 de novembro de 2013

Projetando redes logísticas

Projetando redes logísticas


De um lado, o sucesso de muitas empresas depende consideravelmente da eficiência da sua rede logística. De outro as redes logísticas estão ficando cada vez mais complexas, muito especialmente em face da globalização dos mercados e das facilidades de aquisição de insumos, matérias-primas e produtos em todos os pontos do nosso planeta.
Para que essa coordenação funcione adequadamente é necessário o projeto de uma rede logística de altíssimo desempenho.
Partindo do princípio de que nenhuma rede logística é perfeita, o que devemos esperar é a construção de uma rede que funcione com um desempenho aceitável. Intercorrência, riscos, eventos inesperados poderão criar restrições ao fluxo de bens e serviços (ver artigo sobre riscos logístico neste blog) colocando em cheque a qualidade dos serviços logísticos e o desempenho da própria rede.
Nesse sentido, objetivando criar condições para uma rápida análise dos processos logísticos, o uso de softwares de simulação é uma prática que permite sofisticadas análises dos fluxos de bens e serviços, através da modelagem e simulação dessas redes.
A modelagem e a simulação envolvem as mais diversas atividades, como por exemplo: a operação de um terminal portuário, a atracação de embarcações levando em conta o fluxo das marés e a capacidade operacional de carga e descarga do terminal portuário, o estudo do transit time em um sistema logístico que opere com diversos modais (rodoviário, ferroviário e marítimo), o projeto de uma malha de transporte etc.
A utilização de softwares de simulação é uma nova abordagem de análise que vem sendo utilizada pelas empresas.
Essas nova abordagem resulta na simulação de situações e eventos, permitido assim, em curto espaço de tempo, fazer uma avalição do uso de novas estratégias, além de identificar pontos nevrálgicos que deverão ser ajustados objetivando uma considerável melhoria no desempenho do fluxo logístico.
Essas simulações no projeto de redes logísticas podem ser realizadas através de diversos softwares existentes no mercado tais com o Arena (http://www.erlang.com.br/arena.asp), o Promodel (http://www.promodel.com/products/promodel/), o oferecido pela InControl Simulation Solution (http://www.incontrolsim.com/ ),  entre outros e visam simular alternativas para melhorias em muitas operações, com por exemplo:

·         Reduzir de custos e serviços nas operações de transporte, nas estratégias de curto prazo;
·         Identificar melhorias nas estratégias de longo prazo mediante a simulação de alternativas para a rede logística levando em conta um repertório de hipótese estratégias, restrições na rede e riscos operacionais da cadeia de suprimento.

O elenco de benefícios resultantes dessas simulações passa por diversos aspectos, entre eles: reengenharia da rede, redução dos custos logísticos, melhorias no transit-time e nas janelas de tempo (como por exemplo, nas operações de carga e descargas), redes logísticas mais focadas na sustentabilidade, estudo da evolução da cadeia de suprimento, determinação de novos pontos de coleta e  ou distribuição de produtos (novos centros de distribuições regionais, instalação de novas fábricas) etc..

As redes logísticas vêm operando ao longo da história da humanidade e precisam ser ajustadas as novas realidades! A modelagem e a simulação entraram para auxiliar as empresas diante dos novos desafios.
Nesse sentido é bom ter em mente uma frase de Heráclito (500 a.C.): “Nada é permanente, exceto a mudança! “

Fontes:
http://www.incontrolsim.com/ - acesso: 02/11/2013
LLamasoft – Designing Full Potetial Transportation Networks – White Paper (2013)

domingo, 27 de outubro de 2013

LOGÍSTICA EM OPERAÇÕES GLOBAIS - NOVOS DESAFIOS NO MERCADO INTERNACIONAL

LOGÍSTICA EM OPERAÇÕES GLOBAIS

NOVOS DESAFIOS NO MERCADO INTERNACIONAL

Em um estudo realizado pelo Professor Robert Handfiel da Universidade da Carolina do Norte, apresentado em agosto desse ano sob os auspícios da BVL Internacional, foram identificados novas tendências e desafios no mundo globalizado que mostram que as operações logísticas serão muito mais complexas! Esse estudo foi produzido através da análise de uma pesquisa junto a 1758 executivos internacionais que trabalham na área de logística e operações globais e resultou em um elenco de fatores que precisam ser examinados para a elaboração de novas estratégias para as operações logísticas:
Expectativa dos clientes – essa é uma tendência fortíssima que vem se configurando como prioritária. Em razão disso, a logística e a cadeia de suprimentos deverá permitir atender de forma rápida e precisa as necessidades dos clientes dentro de um processo inovador, visto que esses clientes, em face do grande volume de informações disponibilizadas nas mais diversas mídias, tomaram-se cada vez mais exigente e críticos. Portanto, não dá para “pisar na bola” sob o risco de se defenestrado do mercado em curtíssimo espaço de tempo.
Ações em rede – não é mais possível trabalhar de forma individual, onde empresas procuram operar de forma independente, sem levar em conta que o mercado hoje é uma rede totalmente globalizada e integrada. A colaboração em rede tornou-se vetor essencial ao crescimento, ao desenvolvimento de uma operação vertical e horizontal com todos os parceiros, mediante a integração de processos, sistemas de informação e métodos de gestão.
Pressão para redução de custos – com a economia globalizada e uma logística atuante em escala mundial, clientes têm expectativas de reduções consideráveis nos custos dos produtos ofertados ao consumidor final. A logística eficiente é uma poderosa ferramenta operacional que poderá viabilizar essas expectativas, muito especialmente porque os custos logísticos desempenham papel crucial na redução dos custos totais.
Efeitos da própria globalização – Uma operação logística internacional acaba aumentando as possibilidades de redução da eficiência operacional motivada especialmente pela grande volatilidade dos mercados, por problemas gerados por infraestruturas deficientes em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, comunicações etc. (o “caso Brasil” é emblemático como comentamos nesse blog) e pela crescente exigência dos clientes.
Turbulência dos mercados – a crise econômica que ecoou em todo o planeta produziu um estrago ainda não mensurado. Em razão disso, os mercados tornaram-se por demais voláteis e a turbulência e o “efeito manada” surgiram com todos os danos que podem produzir. O resultado de tudo isso se reflete em uma oscilação considerável na oferta e demanda de produtos com danos colaterais em todas as frentes.
Aliados a esses eventos tornou-se indispensável que as empresas adotem estratégias de gestão (ver matéria nesse blog que trata dos riscos logísticos) objetivando mitigar os riscos internos e externos, muito especialmente no que se refere ao atendimento à demanda e ao planejamento das operações. 
Sustentabilidade – a preocupação com a sustentabilidade e a mitigação dos riscos ambientais tomou corpo sensibilizando as populações mundiais e obrigando as empresas a uma nova postura. As empresas hoje necessariamente devem trabalhar com foco na responsabilidade social, integrando-se aos anseios da sociedade e buscando operar numa logística verde. Pensar em sustentabilidade e responsabilidade social não é mais uma mera campanha de marketing para as empresas, mas um tema sério quem vem tomado destaque em todos os campos empresariais.
Carência de talentos – esse é um vetor crucial nas operações logísticas. A escassez de pessoal especializado na área da logística é uma realidade! O grande desafio para os próximos anos é desenvolver mão de obra qualificada tanto a nível operacional, técnico e executivo que permitam operar sistemas logísticos de forma adequada e com alta eficiência operacional. Isso somente ocorrerá a partir do momento em que sejam desenvolvidos programas colaborativos entre as universidades e a iniciativa privada objetivando estabelecer uma estratégia destinada ao treinamento e capacitação dos profissionais na área da logística, operações, tanto na manufatura quanto na área de serviços.
Evolução tecnológica – é indiscutível o assombroso avanço da tecnologia em todas as frentes. Recentemente publicamos um artigo neste blog (Logística em Tempo Real) no qual tratamos do uso do Big Data nas operações logísticas. Ora, o crescimento vertiginoso da tecnologia, muito especialmente da tecnologia da informação (TI) vem obrigado as empresas a reconhecerem que é essencial realizar investimentos de porte em novas tecnologias como ferramentas indispensáveis a análise de dados, implantação de algoritmos de captura de informações nas redes logísticas, uso de conexões avançadas conjugadas com algoritmos de busca altamente sofisticados (o caso do google é um exemplo marcante!) , com a primordial finalidade de aumentar a capacidade de planejamento e controle das operações e permitir aumentar a flexibilidade operacional em toda a rede logística.
Com bem explicitou Dr. Handfield, no citado seminário e em seu blog: “as principais estratégias a serem adotadas pelas empresas nos próximos anos incluem a integração entre parceiros, investimentos em tecnologia, gestão de talentos e padrões globais de processo.”
Fontes:
SupplyChai247 in Globalization & The Supply Chain  (acesso 25/10/2013)
Blog do Professor Robert Handfield - http://scm.ncsu.edu/blog/ (acesso 26/10/2013)
  

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Logística em tempo real.

Logística em tempo real.
A volumosa quantidade de equipamentos eletrônicos oferecidos pelo mercado e o tsumani de softwares existentes para as mais diversas aplicações, estão transformando a logística em uma atividade em tempo real!
A disponibilidade de recursos destinados à montagem de uma infraestrutura de tecnologia da informação permite hoje, subsidiar os executivos e profissionais da área com um volume, sem precedentes, de dados sobre clientes, operações e rede de parceiros de negócios.
Esse volume de dados transacionados através de uma rede logística levou a criação de uma nova modalidade de tratamento das informações com o uso do denominado Big Data que está obrigando às empresas a uma nova abordagem no gerenciamento dos processos e transformou-se no denominado uso do Big Data das operações logísticas.
A razão disso é simples: o volume de dados é tão significativo que é impossível de ser analisado sem o uso de algoritmos especiais que permitam a seleção e a filtragem das informações de acordo com as necessidades de cada área ou executivo. O uso do Big Data  leva a um gerenciamento muito mais eficiente, permitindo um controle bastante apurado dos eventos de uma cadeia logística, facilitando aos parceiros dos negócios a terem uma visibilidade muito maior do fluxo logístico em toda a cadeia de suprimentos
De um lado, essa montanha de dados gerados, coletados e disponibilizados para serem pesquisados e operados pelas mais diversas modalidades de acesso através de algoritmos especiais, vai transformar o gerenciamento dos processos logísticos e envolverá: fabricantes, atacadistas, varejistas, prestadores de serviços logísticos intermediários, modais de transporte: ferroviário, rodoviário e marítimo, embarcadores, portos, terminais portuários e as autoridades governamentais tais como: Anvisa, Receita Federal, Ministério da Agricultura etc.
De outro lado, uma elevada performance no gerenciamento da cadeia de suprimentos e a possibilidade de uma tomada de decisão em tempo real se tornaram viáveis a partir do momento em que equipamentos de comunicação e controle, passaram a fazer parte das nossas vidas. Sem esquecer de considerar a novo foco das comunicações que se voltam para a convergência de mídias permitindo assim o acesso às informações de qualquer dispositivo tais como desktop, smartphones, tablets, notes etc.
É evidente que todo esse aparato tecnológico migrando para as atividades logísticas tem um objetivo primordial que é a reduzir os custos logísticos, além de promover maior agilidade no fluxo de bens que circulam nas redes logísticas e aumentar a vantagem competitiva daqueles que a utilizam.
Entre os mais variados benefícios da utilização dessa nova forma de gerenciar uma rede logística, podemos citar:
·         Monitoramento dos eventos de uma rede logística;
·         Monitoramento do embarque de produtos;
·         Determinação da localização dos estoques;
·         Identificação dos custos logísticos e em que ponto da rede ocorre;
·         Determinação dos níveis adequados de estoques;
·         Identificação dos gargalos logísticos.
·         Etc.
O uso de sistemas de RFID, transponders  e uma variedade de tecnologias embarcadas nas redes logísticas permitem, por exemplo, acompanhar o trânsito de contêineres,  o tempo de espera, as variações de temperatura, a integridade da carga, objetivando aumentar o desempenho da rede logística, afinado os processos, melhorando a qualidade e reduzindo custos.
Indiscutivelmente, a visibilidade de uma rede logística é o ponto central da logística. Ter possibilidades de acompanhar, até mesmo de um smartphone, os processos logísticos em todos os elos, como por exemplo: os centros de distribuição, linhas de produção, docas de embarques, embarques, distribuidores, varejistas e outros pontos  críticos, permitirá aos gestores das redes logísticas a um gerenciamento em real time, objetivando afinar os processos, evitar gargalos, aumentar a eficiência e gerar maiores lucros para as empresas.



sexta-feira, 26 de abril de 2013

A difícil logística no combate ao terrorismo.

A difícil logística no combate ao terrorismo.

Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol,
nem é preciso ter ouvidos para ouvir o trovão.
Para ser vitorioso você precisa ver o que não é visível”.
Sun Tzu in A arte da Guerra.

Depois do fatídico evento de 11 de setembro de 2001 o nosso planeta sofreu uma grande reviravolta no que se refere às preocupações com a segurança do Estado em todas as suas dimensões.
Naquela data surgiu uma expressão que virou jargão internacionalmente conhecido: “Guerra contra o terrorismo”.
Sob a ótica militar, a “guerra contra o terrorismo” envolve operações complexas que circundam todos os meios tecnológicos existentes no campo militar. O terrorismo pode ser definido como o uso sistemático de violência não legitimada, por motivações sociais, políticas, religiosas ou ideológicas contra alvos civis e não combatentes, com objetivo de disseminar o pânico, o medo e o terror.
Nesse contexto, o campo de batalha tornou-se complexo em sua geografia e em sua abordagem não convencional. Nesse sentido traçam veios para a denominada guerra não convencional em que as táticas utilizadas são as mais variadas, onde um arsenal de possibilidades, em larga escala, passa a ser utilizado dentro de processos operacionais caóticos tendo como objetivo primordial atingir a infraestrutura básica de um país, causar danos à população ou mesmo produzir efeitos midiáticos de alto impacto na mídia internacional. Essa guerra se lastra por todos os lados incluindo o cyberespaço que tratamos em artigo anterior quando cotejamos o cyber crime e o cyber terrorismo.
O objetivo desse processo caótico no modo de agir revela-se operando para maximizar vantagens em um mundo de alta tecnologia, fortemente globalizado e conectado na mídia do “aqui e agora”. A veiculação de qualquer ação terrorista através de qualquer meio de comunicação já resulta em uma aparente vantagem para quem a praticasse muito especialmente porque tal veiculação poderá ensejar pânico e medo generalizado na comunidade civil que circunscreve o pátio da operação realizada.
Assim, é importante que a mídia, em toda a sua extensão midiática e globalizada tenha cuidados adicionais no que se refere à veiculação do evento e forma de levar os fatos ao conhecimento de todos. Não como um sistema de censura prévia, mas numa ação preventiva de caráter de segurança ao veicular as informações. O objetivo aqui é de não permitir que um grupo ou núcleo terrorista passe a se vangloriar dos efeitos midiáticos produzidos por suas ações o que, de certa forma, poderá estimular outras ações predatórias dentro do mesmo objetivo.
O recente caso de Boston envolve uma reflexão adicional, comparativamente aos já conhecidos “homens bombas” que se imolam, por motivos religiosos ou ideológicos, num ritual de sacrifício atentando contra sua própria vida e produzindo efeitos danosos nas vidas de outros! A ação dos irmãos Tsarnaev rompe um ciclo no sistema de ações destruidoras e causadoras de grande impacto na mídia internacional: afinal de contas, a operação ocorreu de forma a atingir civis absolutamente desprotegidos que jamais poderiam imaginar a ocorrência de evento tão desastroso!
Não importa muito, nesse primeiro momento, a motivação do fato em si, mas as consequências do evento produzido. E ai reside uma pergunta básica: como evitar a ocorrência de semelhantes eventos daqui para frente?
É uma logística complexa! Isso porque não estamos lidando com uma ação passível de ser previamente auscultada, nem tampouco de se planejar ações preventivas. Como dizia Érico Veríssimo em sua obra intitulada “O prisioneiro”: “O inimigo é como o vento, a gente não vê, mas sente!
Especialistas em segurança, tal qual o presidente da AZ Internacional Associates, sugerem o rastreamento utilizando-se da alta tecnologia existente. Nesse sentido, sistemas de controle de entradas de pessoas nas instalações civis, como ocorre hoje em muitas empresas, onde as pessoas são obrigadas a se identificar e recebem um cartão de permissão de ingresso no recinto, seriam utilizados em todas as áreas sujeitas a alvos estratégicos desses indivíduos mal intencionados.
Da mesma forma preconizam o uso de uma varredura corporal em todas as pessoas que venham a adentra em recintos de grande aglomeração tais como teatros, comícios etc. Igualmente propõem a utilização de sistemas de reconhecimento de face, permitindo assim identificar suspeitos e promover uma rápida ação de averiguação e controle.
Operações semelhantes já são realizadas em aeroportos, mediante a varredura corporal e facial, portos e terminais portuários nos sistemas de carga e descarga e mesmo através do escaneamento de contêineres, que passou a ser uma exigência do governo americano, logo após a queda das torres gêmeas, para todos os países que exportassem produtos para os Estados Unidos.
É evidente que uma varredura integral, por exemplo, em todos os contêineres que circulam nos principais portos e aeroportos que destinam produtos para os países mais visados pelos terroristas é uma tarefa logisticamente impossível, não só pela sua complexidade operacional, como também pela sua funcionalidade que resultará seguramente em atrasos na liberação de cargas que precisam chegar aos seus destinos o mais rápido possível.
Nesse aspecto entra em campo a estatística e a probabilidade de forma a pactuar um processo aleatório de varredura que permita dar segurança probabilística a operação. Probabilística porque não se realizará num escaneamento de 100% dos volumes transacionados!
Essa tarefa de certa forma busca a minimizar efeitos danosos de possíveis ações projetadas objetivando causar danos materiais ou letais em certas regiões do nosso planeta, muito especialmente nos países mais visados por grupos e células terroristas.
O problema mais delicado é no teatro das operações em que uma população reside em aparente tranquilidade sem ter a mínima noção de que alguém, bem conceituado na comunidade, possa a vir a provocar eventos tão desastrosos como o recente acontecimento em Boston.
Como traduzir um efetivo controle diante da situação descrita? E, como operacionalizar uma logística de tamanha envergadura? Não existe resposta fácil! Talvez nunca encontremos uma resposta!
Primeiro deverá ser dissipado qualquer ideia paranoica de que “todos a princípio são suspeitos”! Isso levaria a um caos absoluto e um verdadeiro surto generalizado de delações das mais estapafúrdias possíveis!
Segundo, o bom senso deverá prevalecer buscando sempre minimizar o impacto das ações preventivas eventualmente realizadas.
Terceiro o uso de um poderoso sistema amparado por banco de dados (Big Data) que permita via complexos algoritmos e redes de pesquisa, encontrar correlações entre ações e movimentos que possam identificar possíveis suspeitos. Um exemplo foi o rastreamento realizado pelo FBI, em 2011 de Tarmerlan Tsarnaev (um lobo solitário?) que infelizmente não produziu resultado ou foi deliberadamente arquivado. Essa suspeita poderia ter produzido uma investigação silenciosa e discreta que de certa forma resultaria no efeito de impedir o trágico evento de Boston.
Voltamos então, a máxima já veiculada neste Blog: “o preço da liberdade é a eterna vigilância!”