sábado, 27 de novembro de 2021
A ética no uso de drones e nas guerras sujas
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
Segurança das Redes WiFi domésticas.
SEGURANÇA DE REDES WIFI DOMÉSTICAS
A tecnologia de redes sem fio,
hoje disponível praticamente em todas as residências, permite conectar vários
dispositivos à internet. Essas redes, popularmente conhecidas como redes “wifi”,
abrem um leque de oportunidades e flexibilidade, permitindo que vários
dispositivos troquem informações entre si.
Por exemplo, suponha que você
tenha redigido um texto em seu tablet e queira imprimi-lo. Basta que você tenha
um aplicativo que conecte seu tablet de forma remota a uma impressora que,
imediatamente, você transfere o seu texto, via wifi, diretamente para a
impressora.
As possibilidades de uso desses
sistemas são infinitas, ainda mais quando estiver disponível e em operação, a
denominada Internet das Coisas (IoT) aliada a tecnologia 5G, facilitando assim
uma vasta rede de conexão, onde praticamente todos os seus equipamentos
(tablet, lâmpadas, geladeira inteligente etc.) estarão interligados!
O problema que reside nessa
estrutura de comunicação sem fio está justamente relacionado à segurança cibernética.
Isso porque, usando uma rede fraca em segurança, há grandes riscos de que ela
seja facilmente hackeada, deixando assim, o domínio do sistema como um todo, em
mãos de um cibercriminoso ou mesmo de um jovem curioso que queira “brincar” de
hacker!
Paralelamente a evolução dos
sistemas de internet, das redes de conexão e da interconectividade entre dispositivos
dos mais diversos, que acabaram flexibilizando as operações; ocorreu uma
verdadeira cobiça de pessoas maliciosas, que procuram vasculhar essas redes em
busca de falhas de segurança levando, de alguma forma, à procura de algum ganho
financeiro ou mesmo objetivando promover a exposição da intimidade do usuário
da rede. Não é incomum encontrarmos notícias nas mídias de artistas famosos que
tiveram as suas privacidades expostas, da forma bastante íntima!
Se de um lado ocorreu uma grande
expansão nas redes, especialmente das redes sem fio; de outro lado, também evoluiu
a criação de aplicativos destinados a quebrar senhas criptografadas. Nesse
sentido, uma forma de se proteger de eventuais ataques, é procurar detectar e
explorar vulnerabilidades existentes.
Existem diversos aplicativos que
executam a tarefa de verificação da segurança das redes, mediante a simulação
de uma operação executada por um hacker, como por exemplo, o Pentest (Penetration
Test), destinados a testar e validar as redes. Seu objetivo primordial é
avaliar as consequências de eventuais falhas de segurança, mediante a detecção
de forma rápida, onde o sistema é mais vulnerável.
Imaginemos agora um indivíduo mal-intencionado,
acessando a sua rede doméstica, ávido para furtar de dados confidenciais,
senhas dos dispositivos, senhas que você utiliza nas transações financeiras,
fotos intimas etc. Como sempre afirmo: “caiu na rede, virá peixe e é fácil de pescar!”.
Na verdade, quanto mais as tecnologias sem fio avançam numa escala exponencial,
mais e mais, os seus usuários necessitam de ter consciência da exposição e
riscos que podem estar submetidos!
Assim, para os interessados,
segue a sugestão de um curso totalmente gratuito, cuja inscrição pode ser
efetuada através do link abaixo e destinado a Introdução ao Hacking Ético
(atividades que procuram simular o comprometimento de dispositivos digitais como computadores,
smartphones, tablets e até mesmo redes inteiras, objetivando aumentar a segurança dessas redes) e Pintest (software
citado).
Link: https://solyd.com.br/treinamentos.
Obs: Especial agradecimento a Wanderkoke. C.E.
sábado, 20 de novembro de 2021
ARMAS BIOLÓGICA SELETIVAS - Quando a coleta do DNA pode ser uma ameaça!
ARMAS
BIOLÓGICA SELETIVAS
Quando
a coleta do DNA pode ser uma ameaça!
Armas
biológicas não são novidades! Desde a antiguidade elas foram empregadas. Por
exemplo, exércitos utilizavam corpos em decomposição que eram atirados com uso
de catapultas para dentro das fortalezas ou mesmo lançados nos sistemas de
abastecimento de água das cidades, com o objetivo de contaminar e mesmo
exterminar grande parte dos habitantes das cidades sitiadas!
Gengis
Khan, fundador do império Mogol é considerado o pai da guerra biológica que
continuou a prosperar, muito especialmente em função dos avanços tecnológicos
ocorridos após a segunda guerra mundial.
Atualmente
essas armas são conhecidas como bioarmas e, atrelado a elas encontra-se o
denominado bioterrorismo.
A
título de curiosidade, vale registar que, antes do ataque às torres gêmeas, os
terroristas da Al Qaeda tinham entre os projetos, segundo relatos da mídia à
época do atentado, a utilização de um avião destinado a pulverização agrícola,
para lançar sobre Nova York esporos de Antraz (bactéria bacillus anthracis).
Em geral, a contaminação por Antraz (Figura 2) ocorre através da pele, por adentrando nos pulmões e através da ingestão atingindo o sistema gastrointestinal.
Figura 2 – Contaminação
por Antraz.
Fonte: Guia para compreender o Antraz – CDC – Portuguese –May
2016.
Com
o acelerado avanço da engenharia genética, a produção de armas biológicas tomou
um novo impulso.
A ONU, através de sua Unidade de Desarmamento, já conhece a sequência genética completa, de pelo menos 30 microrganismos; porém nada impede que seja produzido hoje, em laboratório, um super vírus ou uma superbactéria.
Nesse contexto, tomo a liberdade de recomendar aos leitores a assistirem o filme “12 Macacos” (Figura 3) dirigido por Terry Gilliam, cujo enredo se desenvolve em torno de uma tentativa de decifrar o mistério envolvendo um vírus mortal que acabou do dizimar grande parte da população do planeta.
Figura 3 – Filme 12 Macacos
– Direção Terry Gilliam.
Fonte: Google Imagens
(2021).
Como temos comentados em nossos artigos,
os avanços tecnológicos podem refletir uma dualidade: trazer grandes benefícios
para a humanidade ou servir de arma para psicopatas em busca de poder ou
presença na mídia.
Aqui vale o registro do
famoso caso do professor de matemática pura Theodore Kaczysnski, mundialmente
conhecido pelo codinome de Unabomber. Após abandonar sua brilhante carreira
acadêmica em 1969, acabou tornando-se o homem mais procurado dos Estados Unidos,
por se tornado um terrorista doméstico, cujo método de ação era a fabricação e
instalação de bombas de sua fabricação. Ele também escreveu um manifesto, hoje
disponível na internet, denominado A Sociedade Industrial e seu Futuro.
No campo da biologia,
algo semelhante pode, infelizmente, acontecer! Como escreve Grisolia (2013): “..
a difusão do conhecimento atende ao objetivo de franquear a toda a humanidade o
acesso a novas tecnologias.”
Um exemplo bem marcante
desse processo foi provocado durante a pandemia do SARS-CoV-2, quando todos os
periódicos científicos do mundo abriram suas páginas para acesso livre para
todos os interessados, cujo objetivo maior era estudar profundamente o vírus
causador da pandemia em busca de vacinas e medicamentos que debelassem a ação
desse vírus!
E Grisolia continua: “...
Genes que codificam toxinas podem ser sintetizados em laboratórios e então
inserimos em plasmídeos bacterianos (moléculas extra cromossômicas circulares de
DNA bacteriano), como o exemplo mostrado na figura 4.
Figura 4 – Plasmídeos
bacterianos.
Fonte: Comunidade.net.
E mais, “... os
insumos para se fazer a clonagem de um gene estão disponíveis na internet e
podem ser comprados por catálogos! (Griosolia -2013 – os grifos são meus.)
Para o sequenciamento do
DNA humano, também conhecido como Projeto Genoma Humano, foi desenvolvido um
esforço mundial para mapear o genoma humano. Esse projeto foi concluído em
2013.
A decodificação do DNA
diante os avanços consideráveis da biologia molecular, uso de algoritmos de
inteligência artificial e tecnologias das mais diversas no campo da biologia, vários
novos experimentos tiveram início, sendo que muitos deles acabaram por
atravessar fóruns de bioética, dado que muitos cientistas estavam desenvolvendo
pesquisas em vários campos.
Em face desse movimento a
comunidade científica mostrou-se extremamente preocupada e acabou por cunhar o
termo de que esses cientistas estavam “brincando de Deus”!
A sofisticação na área da
biologia molecular chegou a tal ponto que em março de 2012, a revista Atlantic
apresentou uma matéria mostrando os avanços dos estudos do DNA humano. A
reportagem, escrita por Hessel, Goodman e Kotler (2012) trata de uma análise
especulativa sobre o uso de armas biológicas personalizadas.
Como mostra a reportagem,
os avanços na biologia também impulsionaram a competição, como o desafio
lançado pela GE, que acenou com um prêmio de U$ 100 milhões para as pesquisas
sobre o câncer de mama.
Do mesmo modo, em 2015
surgiram janelas de oportunidades, com a aplicação das denominadas terapias
genéticas personalizadas, especialmente para os casos de câncer em estágio
terminal, cujas pesquisas, além de se tornar uma vanguarda na área da medicina,
abriu espaço para o design de vírus. Como esse tsunami não foi freado à época
ou mesmo foi criado um organismo internacional para regulamentar essas
pesquisas, virou uma “terra de ninguém”, pois não se sabia exatamente, conforme
relatam os articulistas, “o que as pessoas faziam com esses bio-design”!
Vale registrar que uma
das teorias vigentes sobre a origem do SARCS-CoV-2 é justamente o seu “vazamento”
do laboratório de Wuhan (China); principalmente porque eclodiu um escândalo
internacional dado que o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças
Infecciosas (NIAID), doutor Anthony Fauci, quando uma série de emails seus
foram hackeados e disponibilizados na internet, mostrando a sua participação
nas pesquisas em Wuhan relacionadas ao denominado “ganho de função” –
“experimento destinado a antecipar possíveis pandemias, através de técnicas de
manipulação genética para melhorar a capacidade de vírus perigosos infectarem
humanos e, com isso, ser viável a produção de vacinas” (Mendes 2021).
Uma falha de segurança
poderia levar ao escape de um vírus modificado, com novo potencial patogênico e
de transmissão!
E, dentro do processo especulativo desenvolvido pelos autores do artigo da revista The Atlantic, eles destacam que : “armas biológicas personalizadas são uma ameaça mais sutil e menos catastrófica do que pragas acidentais”.
Considere a possibilidade de coletar o DNA dos líderes
mundiais, como destacado pela mídia, quando comentou o vazamento
realizado pelo WikiLeaks em 2010 que mostrava documentos da Secretária de
Estado Hillary Clinton com instruções para que as embaixadas americanas
passassem a coletar sub-repticiamente amostras de DNA de chefes de estado
estrangeiros e altos funcionários das Nações Unidas.
Ora, para essa
recomendação ter sido emitida, alguma vantagem estratégica era esperada considerando
que os Estados Unidos se mostravam interessado em conhecer a biologia
específica dos líderes mundiais. Como diz a gíria popular: “onde há fumaça, há
fogo!”.
Embora haja muita
especulação em torno do tema, vale citar o professor George Church, geneticista
de Harvard, ao explicar os últimos avanços na denominada medicina
personalizada. “Os campos das terapias genéticas, entrega viral e outras
terapias personalizadas estão progredindo rapidamente” ... “muitos desses
tratamentos têm como alvo células que diferem em apenas uma rara variação
genética em relação às células ou indivíduos circundantes.” Hessel, Goodman, Kotler 2012 – em tradução
livre e grifos meus).
Diante de tudo que foi
exposto aqui, uma pergunta fica no ar para a reflexão do leitor:
Qual o motivo de a
China estar coletando, faz tempo, dezenas de milhões de amostras de DNA no mundo
inteiro? Como
denuncia o advogado sino-americano Gordon Chang, autor do livro “The Coming
Collapse of China” .
Em entrevista na Fox News
a Chang alertou que a China planeja usar essas informações para criar bioarmas
destinadas a grupos étnicos específicos. advertindo que essas motivações sinistras do país devem
ser uma grande preocupação para todos as países!
Fonte:
Grisolia, C. K. in Bioterrorismo e a fatalidade
de acesso à biotecnologia e seus insumos. – Revista Bioética 2013,21(2) – pags.
359/364.
Mendes, I.C. in Pesquisas de ganho de
função: entenda a polêmica envolvida na origem do SARS-CoV-2 – PebMed –
agosto/2021 – disponível em pebmed.com – acesso: 19/11/2021
Hessel, A. ; Goodman, M.; Kotler, S.
in Hacking the President’s DNA – revista The Atlantic – November 2021.
Chang, G. in China is collecting the world’s DNA and the
reason is sinistre. Entrevista concedida à Fox News em 04/21/2020.
Sahakian, T. in China is collecting the world’s DNA and the reason is sinister: Gordon Chang – disponível em foxnew.com dez.04/2020 – acesso em 19/1
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL A soma de todos os medos.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A soma de todos os medos.
O Diretor do Instituto para o Futuro da Humanidade e autor da
polêmica obra: Superinteligência, Nick Bostrom manifesta grandes preocupações
com os avanços da inteligência artificial: “... me concentro mais nos riscos do
que nos benefícios potenciais” (op.cit. - Posfácio).
Para esse autor e professor da Universidade de Oxford, “nós
humanos somos como crianças pequenas brincando com uma bomba, tamanho é o
descompasso entre o poder do nosso brinquedo e a imaturidade da nossa conduta.
A superinteligência é um desafio para o qual não estamos preparados atualmente
e assim continuaremos por um longo período. Sabemos pouco a respeito do momento
em que a detonação ocorrerá, embora seja possível ouvir um fraco tique-taque
quando aproximamos o dispositivo dos nossos ouvidos.” (op.cit. Cap.15).
Do mesmo modo, em março de 2020, Elon Musk, em uma
conferência em Austin (Texas), afirmava: “Guardem minhas palavras, a
inteligência artificial é muito mais perigosa do que uma bomba nuclear”.
Vários outros pesquisadores vêm manifestando grandes
preocupações quando ao uso não controlado da inteligência artificial. Alguns
chegam mesmo a afirmar que ela poderia se tornar tão perigosa à ponto de
extinguir a raça humana!
Há riscos elevados, muito especialmente porque os algoritmos
dessas máquinas podem processarem um sistema de ‘melhoria contínua”, mediante
aperfeiçoamentos recursivos, atingindo o que os cientistas denominando de
“singularidade tecnológica” (Kurzweel - 2007) o que significa, no caso da
inteligência artificial, um avanço tão elevado que a Ai poderá enganar-nos numa
disputa por recursos e autopreservação; e isso não é uma visão de ficção
científica! Quem afirma isso é Gary Marcus cientista cognitivo.
Por um lado, aliados a essas graves preocupações, estão as
causas recentes de preconceitos gerados por seus algoritmos que muito bem foram
descritos na obra de O’Niel (2021), onde relata um caso famoso de algoritmos
de inteligência artificial criado para o sistema judiciários do Estado
americano do Wisconsin, cujo objetivo é determinar o grau de periculosidade e
reincidência de criminosos, subsidiando assim, a decisão de um juiz criminal.
Ocorre que esse algoritmo foi “alimentado” com dados das fichas criminais da
polícia que, em sua maioria, registrava com maior incidência os delitos
cometidos por afrodescendentes e latino-americanos.
De outro lado, sofisticados algoritmos também vêm sendo
utilizados por criminosos que atuam nos mais diversos campos, como por exemplo
a tecnologia do deep-fake que permite com grande precisão (lembrar que
esses algoritmos aprendem cada vez mais, na medida que são utilizados) imitar
um certo indivíduo, na sua forma de vestir, comportar e falar e isso pode ser
utilizados para fins criminosos, como por exemplo: utilizando um sistema de
processamento de linguagem natural, mediante aplicação desses algoritmos será
possível, usando um clipe de áudio de qualquer político manipulara sua voz e
seus gestos, com objetivo de fazer
parecer que ele expôs, por exemplo, pontos de vista racistas, sexistas,
religiosos etc.
O risco imediato, que perpassa por todos os setores da
economia é a automação, que vem subtraindo cada vez mais a força de trabalho.
Exemplos são incontáveis como supermercados sem atendentes, onde, mediante
reconhecimento facial e visão computacional, o sistema de AI consegue
identificar o cliente e todos os produtos que ele retira das prateleiras. O
mesmo acontece no campo da assistência jurídica, onde um sistema de AI consegue
ser muito mais eficiente na análise de processos do que advogados renomados.
Na área médica então, especialmente no campo na imagiologia,
análise do corpo humano através de imagens, os sistemas de AI são imbatíveis,
não só na detecção de certos tipos de doenças, como também nas análises de
anatomia patológica na detenção de câncer, com um índice de assertividade bem
superior ao melhor patologista do mercado!
Vale registrar que em artigo que publiquei no meu blog em
2017, trato do tema. O artigo leva o título de O Futuro do Trabalho e o seu
link está disponível, para os interessados ao final desse artigo, no campo das
fontes de consultas.
Tudo isso não é um “milagre”, mas o resultado do uso
intensivo da alta tecnologia aliada a captura e análise de dados de bilhões de
informações disponíveis, através dos denominados Big Data. Aliás, para a AI e
mesmo para a automação e demais processos com o uso de algoritmos de
inteligência artificial, há uma frase bem conhecida: “os dados são o novo
petróleo!”. Isso porque a inteligência artificial para funcionar necessita de
um massivo volume de dados, sem o qual sua atuação poderá ser comparada a uma
criança de dois anos diante de uma placa mãe de um computador!
De outro lado, considerando os algoritmos de aprendizado
máquina que estão cada vez mais sofisticados, a inteligência embarcada em
sistemas robóticos vai subtraindo novas forças de trabalho.
Outro registro importante e muito preocupante é a violação da
privacidade, muito especialmente devido as Big Tech que, através de aplicativos
“gratuitos” e suas páginas nas redes sociais, capturam dados dos mais diversos
sobre todos nós; a ponto de “saberem mais sobre nos do que nos mesmos”. E
agora, com a aplicação da tecnologia do 5G e integração de sistemas via
internet de tudo (IoT), aliada aos algoritmos de reconhecimento facial, vamos
entrar um processo preocupante e tão sério que a professora da Harvard Business
School. Shoshoma Zuboff, que cunhou o termo “capitalismo de vigilância”.
Em sua obra Zuboff (2019) ela descreve: “o capitalismo de
vigilância reivindica de maneira unilateral experiência humana como
matéria-prima gratuita para a tradução em dados comportamentais ... aplicados para o aprimoramento de produtos e
serviços”, porém vai mais além: “alimentando avançados processo de fabricação
conhecidos como “inteligência de máquina” e os utilizando como produto para
predição, são capazes de saber “o que um determinado indivíduo faria agora,
daqui a pouco e mais tarde”
A questão nesse ambiente é tão séria que muitos pesquisadores
e economistas, como grandes preocupações com a massa de desempregados que,
fatalmente, vai crescer consideravelmente, pensam na hipótese de ser criada uma
renda mínima universal, com objetivo de permitir uma vida digna para aqueles
que perderam o emprego em função dos avanços da AI e mesmo, um imposto sobre o
uso da inteligência artificial.
No campo bélico, os perigos já estão por ai! Além dos
conhecidos drones assassinos, cuja magnífica abordagem pode ser encontrada na
obra Chamayou (2015) que descreve: “veículos aéreos, não tripulados,
controlados à distância, com câmeras de alta definição e armados de mísseis”
são utilizados como estratégia de controle territorial e de guerra
contemporâneos; cujo objetivo radical é: “projetar poder sem projetar
vulnerabilidade”; sem falar dos novos jatos autônomos com inteligência
artificial embarcada, com poder de tomada de decisão sem a interferência
humana!
Finalizo esse artigo com uma frase do falecido físico, Stephen Hawking, autor de diversas obras, dentre elas
a mais conhecida: “Uma Breve História do Tempo”: “A menos que aprendamos como
nos preparar e evitar os riscos potenciais”, explicou ele, “a IA pode ser o
pior evento da história de nossa civilização”.
Nota: Esse artigo também foi publicado no Linkedin, na página do autor
Fonte:
Bostron, N.
in Superinteligência – Caminhos, perigos e estratégias para um novo mundo – Editora
DarkSide (2014).
Kurzweil, R.
in Era das Máquinas Espirituais – Editora Aleph – 2007.
O´Niel, K in
Algoritmos de Destruição em Massa – Editora Rua do Sabão (2021).
Zuboff, S –
in A Era do Capitalismo de Vigilância – A luta por um futuro humano na nova
fronteira do poder – Editora Intrínseca (2019).
Gonçalves,
P. S. in O futuro do Trabalho – Blog do autor – link de acesso: https://professorgoncalves.blogspot.com/2017/07/o-futuro-do-trabalho.html.
Chamayou, G – in A Teoria do Drone – Editora Cosac & Naify (2015).
Hawking, S –
in Uma Breve História do Tempo – Editora Intrínseca (2015)
Kurzweil, R. in A Singularidade está próxima: quando os humanos transcendem a biologia - Editora Itaú Cultural Iluminuras (2019).
Tegmark, M. in Vida 3.0 - O ser humano na era da inteligência artificial - Editora Benvirá (2020).
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
TRANSAÇÕES FINANCEIRAS
O setor financeiro precisa ter um
olhar diferenciado para os idosos!
Não restam dúvidas que a transformação digital trouxe enormes
benefícios, não só para as empresas, como também para toda a sociedade em
geral.
Um dos setores que mais acelerou esse processo, ou melhor foi
forçado, é o setor financeiro, muito especialmente com objetivo de maximizar a
velocidade das transações financeiras principalmente em face de uma inflação
galopante, como, por exemplo, a tão histórica e conhecida inflação brasileira.
Ao lado do cyber progresso que nos visita a cada instante,
também caminha à passos largos, o cibercrime!
Já relatei aqui, em diversas oportunidades, a verdadeira
“guerra” que é diariamente travada entre os cibercriminosos e os especialistas
em segurança digital das empresas. Mesmo assim, ocorrem problemas como várias
empresas, como vem noticiando a grande mídia, devido ao golpe que sofreram!
Importante observar que, apesar de vigorar a Lei Geral de
Proteção de Dados, os vazamentos continuam escancarados e informações de todas
as ordens, muitas delas com um vasto número de dados dos arquivos hackeados
(CPF, endereços, telefones, parentes, idades etc. etc.). É importante lembrar
sempre que, assim como as instituições financeiras são guardiãs dos nossos
recursos financeiros, as demais empresas também são guardiãs dos nossos dados e
devem ser fortemente penalizadas por qualquer tipo de “vazamento”!
Como escrevi aqui, a cada dia, os ataques são extremamente
sofisticados, mediante o uso dos mais diversos artifícios criativos encetados
pelos criminosos do ciberespaço: engenharia social, sites clonados, boletos
bancários falsos etc. etc.
Obvio que, ao final, o grande prejudicado é o usuário, dado
que, em um país como o nosso, há uma extensa batalha junto a prestadora do
serviço (banco, instituições financeiras etc.) para reaver a pecúnia subtraída
ilegalmente, através dos inúmeros golpes aplicados aos cidadãos. Em muitos
casos, o usuário dos serviços terá que contratar um advogado e mover uma ação
de perdas e danos contra a prestadora de serviços. Será devido a uma “análise
estatística” do tipo: “deixa reclamar, muitos desistem em face da demora na
solução do caso !”.
Porém, vale um registro importante: O Banco Central, através
de seu site (www.bcb.gov.br) , na aba “acesso à informação” è “fale conosco” e “Reclamação contra
instituição financeira” tem se mostrado um guardião do interesse dos cidadãos e
merece aqui meus maiores elogios!
Agora, ponha-se no lugar de um idoso, em sua maioria pouco
afeito ao uso dessa parafernália eletrônica que manejamos hoje, como um “mestre
da navegação”.
Em sua maioria, utilizam o celular para trocar mensagens felizes
entre os seus familiares, recebendo fotos dos netinhos e, nesse contexto, muito
distantes dos perigos gerados pelo uso desavisado desses equipamentos, como por
exemplo: recebimento de mensagens falsas gerada por um cibercriminoso que,
acessando o Facebook, capturou uma foto do netinho ao lado da avó e “comprou”
da web, arquivo de dados hackeados de diversos clientes de alguma empresa!
Fatalmente, essa geração linda, charmosa e maravilhosa, que
viveu em outro tempo, onde os acontecimentos fluíam na velocidade de uma valsa,
bem ao estilo Danúbio Azul, têm grande dificuldade para se adequarem ao moderno
“Heave Metal” ou ao “Rock Pauleira”!
Já passou da hora para as instituições financeiras, onde os
golpes são mais visados, a deixar um pouco a sua avareza e ter sensibilidade
para um problema tão presente hoje!
Não forçando “goela à baixo” uma tecnologia para aqueles que
têm dificuldades de lidar com ela, afinal são de outra geração; lembrando que
muitos deles moram sozinhos e, apesar de viverem um vida mais espartana, são
possuidores de bons recursos financeiros!
Atenção, diretores de instituições financeiras e o pessoal de
TI delas, a hora é agora!
Vocês também vão envelhecer! Aliás o Brasil é o País com
maior taxa de envelhecimento populacional do planeta!
O tempo é implacável!
Portanto, “mãos à obra” com obstinação e criatividade; afinal
de contas a tecnologia já está disponível!
Nota: Esse artigo também foi disponibilizado no linkedin, na página do autor.
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
Burocracia e Transformação Digital
BUROCRACIA E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
É impressionante como várias empresas que, adentrando num
processo de transformação digital, continuam a manter os sistemas burocráticos
anteriores.
A foto apresentada é um exemplo típico, ocorrido em uma
operadora de serviços de saúde.
Ao realizar uma consulta médica ou mesmo um procedimento
complementar, o sistema exige que o usuário acesse o aplicativo da operadora
com objetivo de obter um “token” de autorização da consulta/procedimento
complementar a ser realizado.
Essa autorização (“token”) é gerada e transmitida diretamente
para o smartphone do usuário, logo validando o processo, dado que o referido
equipamento tem seu registro na própria operadora e o usuário para acessar o
aplicativo deverá digitar uma senha!
Daí, além desse processo aparentemente simples e eficaz, a
operadora exige do prestador do serviço, a impressão de “Guia de Autorização”
(ver na foto) que deverá ser preenchida com todos os dados do usuário, para
então ser assinada por ele!
Então pergunto: por que digitalizar processos sem simplificar
a burocracia?
É o mesmo tema que relatei aqui: dois soldados da infantaria inglesa
permaneciam em seus postos durante um exercício da tropa, numa demonstração
para a rainha da Inglaterra.
Questionado o motivo daqueles soldados permanecerem sem
qualquer atuação, após uma rigorosa investigação a resposta surgiu: quando a
infantaria usava cavalos, esses soldados eram responsáveis por cuidar dos
animais, evitando a sua fuga.
A transformação digital chegou, nas pelo visto, nada mudou!
Nota: Este artigo também foi publicado no linkedin em 11/11/2021
PANDEMIA E CYBERSEGURANÇA