domingo, 18 de março de 2018

Agronegócio e Plano Logístico

AGRONEGÓCIO E
PLANO LOGÍSTICO


Sem dúvidas, o agronegócio brasileiro vem apresentando um elevado crescimento e mesmo produzindo melhorias na pauta de exportação.

De um lado, análises realizadas pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), tomando como base o índice “produto agropecuário”, identificou que esse índice cresceu quatro vezes no período de 1975/2016.

Em recente levantamento realizado pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) a estimativa da safra 2017/2018 é de 226,04 milhões de toneladas; onde a produção pecuária passou de 1,8 milhões para 7,4 milhões de carcaças; a de suínos 500 mil para 3,7 milhões de toneladas, e a de frango de 373 mil para 13,23 milhões de toneladas.

Adicionalmente, vale registar que o consumo de fertilizantes passou de 2,0 milhões de toneladas (1975) para 15 milhões (2016). Especificamente nos itens de nitrogênio, fósforo e cálcio esse crescimento partir de 6,5 milhões (1975) para 15 milhões de toneladas (2016).

De outro lado, no período de 2000 à 2016, os produtos que mostraram maior participação na amostra de produtos analisadas pelo IPEA, foram: soja, açúcar, laranja, banana e frango, valendo destacar que a forte seca ocorrida em 2016 foi a grande responsável pela queda na produção de grãos.

Do mesmo modo, afetou consideravelmente a produtividade dos fatores, cuja média histórica atingia 3,08% apresentando-se em baixa para 1,24% nos últimos cinco anos.

Apesar de todos esses contratempos, o Brasil tornou-se um grande produtor de alimentos e um dos maiores produtores e exportadores de carnes, resultado principalmente dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento dos setores públicos e privados aliados à uma política de incentivos setoriais. Uma projeção da produção de grãos até 2027 pode ser visualizada na figura 2.


Figura 2 – Projeção da Produção de Grãos
Fonte: Ministério da Agricultura.

Como mencionado em nossa postagem anterior, 55% dos grãos são movimentados através do modal rodoviário o que provoca transtornos consideráveis devido à baixa qualidade das estradas e suporte logístico nos portos o que acaba produzindo as famosas filas quilométricas de veículos aguardo sua vez para descarregar.

Mesmo que esse transporte fosse realizado pelo modal ferroviário, os custos dos fretes não seriam reduzidos devido as deficiência logísticas já diagnosticadas na nossa postagem anterior: falta de infraestrutura, escassez de armazéns e inexistência de uma política de armazenagem definida para as safras, o que obriga aos produtores utilizarem armazenagem terceirizadas, além do alto custo dos fretes.

Com custos operacionais elevados, bastando citar que, segundo pesquisas realizadas pela CNT (Confederação Nacional de Transporte), devido a baixa qualidade das rodovias, os custos de transporte aumentaram 24,9%; resultado de um pífio investimento em infraestrutura. O agronegócio, deslanchando no campo, acabou emperrado por uma logística ineficiente e de altos custos!.

Em 2015, por exemplo, os investimentos federais em infraestrutura de transporte no computo geral de todos os modais, foi num ridículo percentual de 0,19% do PIB (Produto Interno Bruto), apesar da flagrante demonstração de que o agronegócio brasileiro é um motor que vem alavancado a pauta de exportação e influenciando significativamente no desempenho da economia brasileira. Para usar uma velha expressão popular, “tem governo que é cego”!

A figura 3 apresenta, com base nos estudos realizados pela CNT, no diagnóstico da infraestrutura de transporte brasileira, a posição do Brasil perante diversos outros países, correlacionando-a ao PIB per capita dos países selecionados nessa análise; mostrando que o Brasil ficou na última posição perante esses países !

Importante ressaltar, conforme estudos realizados pela Inter.B Consultoria, que os investimentos em infraestrutura no Brasil, precisam subir, dos atuais 1,37% do PIB (Produto Interno Bruto), o menor percentual dos últimos 50 anos, para no mínimo 4,15% nas próximas duas décadas !



Figura 3 - Qualidade da infraestrutura de transporte e PIB per capita.
Fonte: CNT (2017)

A ineficiência logística acabou levando o agronegócio sofrer os altos custos logísticos, apesar de o Governo Federal lançar vários planos, fracassados e marqueteiros denominados PAC`s (Programa de Aceleração do Crescimento) que, em uma linguagem mais oportuna, deveria ter sido chamado de Programa de Aceleração da Corrupção, haja vista os resultados que vem demostrando as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público.

Agora um novo plano, focado no agronegócio e elaborado pelo Ministério da Agricultura-Embrapa, tem como objetivo apresentar melhorias significativas na logística do agronegócio, reduzindo gargalos e melhorando significativamente a sua eficiência operacional e mesmo reduzindo custos logísticos.

O escopo desse novo plano, denominado de Plano Logístico para o Agronegócio, está sendo conduzido pela Embrapa Territorial (Campinas/SP), cujo projeto resultou na escolha de 30 obras rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias, que, segundo os responsáveis, terão um potencial de resolver 60% dos gargalos logísticos existentes hoje e que impacto o escoamento das safras.

A figura 4 apresenta o mapa do agronegócio brasileiro elaborado pelo Ministério da Agricultura - Embrapa.



Figura 4 – Mapa do Agronegócio Brasileiro
Fonte: Ministério da Agricultura/ EMBRAPA

Usando tecnologia de ponta, o mapeamento das áreas via imagens de satélites (foram geradas 150 mil imagens) e um sistema de “inteligência territorial de macrologística”, desenvolvido pela equipe da Embrapa de Campinas sob a coordenação do pesquisador Evaristo de Miranda, foi possível identificar as principais rotas de escoamento para diversos segmentos do setor agropecuário (1,6 bilhões de toneladas de matérias-primas do agronegócio, insumos, equipamentos, são transportadas pelos diversos modais existentes: rodoviário, ferroviário, hidroviário e dutoviário), cujo resultado é a proposição de projetos e alternativas destinadas a otimizar o processo de escoamento do agronegócio.

O sistema opera numa plataforma on-line que foi desenvolvida pela Embrapa Territorial (Campinas, SP) e mostra a origem, os caminhos e o destino dos principais produtos da agricultura e da pecuária nacionais.

A plataforma disponibiliza mapas com dados históricos cobrindo os últimos 17 anos de cada área, respectivo volume de produção, quantidades exportadas e destinos, envolvendo as principais cadeias produtivas, desdobradas por microrregião, estado ou região. 

A operação dessa plataforma permite cruzar dados numérico e gerar tabelas, gráficos e mais de 100 mil mapas dinâmicos georreferenciados aos modais logísticos utilizados nas cadeias logísticas para enviar a produção e receber insumos (fertilizantes, máquinas, defensivos agrícolas etc). Possui também um banco de dados georreferenciado das milhares de estruturas de armazenagem e unidades processadoras.

Dentro do escopo do projeto esse sistema permitirá identificar gargalos e oportunidades de investimentos, com a finalidade de ampliar a competitividade do agronegócio envolvendo as principais cadeias que representa 90 % da carga do agronegócio:  soja, milho, café, laranja, cana-de-açúcar, algodão, papel e celulose, aves, suínos e bovinos.

O sistema é aberto para qualquer cidadão que queira fazer uso de dados, como mapas, quadros evolutivos, gráficos, localização de áreas de escoamento e encontrar oportunidades ou gargalos para seu negócio ou estudos. Para o leitor interessado em maiores detalhes, basta acessar o link apresentado abaixo:


É um plano destinado ao escoamento de safras em todas as áreas: cana, soja, milho e tudo onde for possível conseguir redução dos custos de produção e custos logísticos, como afirmou o Eumar Novacki,  Ministro interino da Agricultura, no Summit Agronegócio 2017.

Esse projeto, apresentado em dezembro de 2017 ao ministro da Secretaria Geral do Governo Federal, tem como propósito captar recursos de investidores do setor do agronegócio, transporte e, numa espécie de “road show”, apresentar ao Ministério dos Transportes, ANTT (Agência Nacional de Transporte de Transportes Terrestres) e Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário).

A modelagem do projeto também contempla um estudo que definirá o melhor modelo de investimento para cada obra/concessão através das Parcerias Público-Privada (PPP) ou mesmo, dentro do escopo de sua análise, definir a participação integral da obra pelo setor público.

O sucesso desse empreendimento pode ser definido nas palavras do presidente do Movimento Pró-Logística da Aprosoja: “ É preciso que um projeto como esse seja uma política de Estado, não de Governo”.

Fontes:

Gaspe, J.G; Bacchi. M.R.P. e Bastos, E.T. in Crescimento e Produtividade da Agricultura Brasileira de 1975 a 2016 - IPEA – Carta de Conjuntura – Nota Técnica IV – Número 38 – 1º trimestre de 2018.

PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO - Brasil 2016/17 a 2026/27 - Projeções de Longo Prazo - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Secretaria de Polícia Agricola. (2017)

TranspoBrasil in Os gargalos no escoamento da produção agrícola.Pakuslki, L; Tutelli, C.; e Figueiredo, N. in Governo vai lançar plano logístico para o agronegócio em dezembro – Estadão – 28/11/2017.

Santana, A.G. in Valor destaca plano para otimizar a logística e Novacki menciona estudo da Embrapa – Valor Econômico 03/01/2018.

Gonçalves, P.S. in O Calvário Logístico do Agronegócio Brasileiro – blog: professorgoncalves.blogspot.com.

O Globo Economia - Uma injeção de R$ 66 bilhões - Caderno de Economia de O Globo - 18/03/18 pag. 25.


sábado, 17 de março de 2018

Block Chain / Supply Chain

BLOCK CHAIN /SUPPLY CHAIN
Como essa poderosa ferramenta poderá impulsionar a Logística.


A grande aplicação da tecnologia do Blockchain ocorreu com o uso da moeda virtual Bitcoin (ver nossas postagens....). Mas, afinal de contas, o que é a tecnologia do blockchain? Em verdade essa tecnologia é estruturada com base no registro das transações realizadas. Cada transação é digitalmente assinada, com o primordial objetivo de garantir a segurança da transação e sua autenticidade. Ela é tão poderosa que praticamente é impossível de que alguém venha a alterar uma transação realizada dentro do escopo dessa tecnologia. 

O fato acontece a partir do momento em que todas as transações operadas através desse sistema são distribuídas em um binômio de "nós e camadas"  de tal sorte que  os nós e camadas possuem cópias das transações realizadas e, por via de consequência, garante a integridade e autenticidade das transações realizadas.

Ao receber uma transação ou alteração de uma transação já realizada, o sistema faz uma verificação dentro dos nós da rede distribuída, objetivando validar a operação. Para isso é necessário que seja validado o histórico da transação através do blockchain, Todas as transações são protegidas por criptografia.

Na verdade é exatamente esse sistema distribuído de validação das transações, que dispensa um "autoridade central" que certifique as transações que está o poder dessa ferramenta, que permite sua utilização de várias  formas.

Essa tecnologia vai provocar um profundo avanço nas operações logísticas visto que ela é essencialmente eficiente para rastrear a movimentação dos recursos dentro de uma cadeia de suprimentos.

Por exemplo, monitorar as entregas dos fornecedores em tempo real





Fonte:
McKendrick, J in  Why Blockchain May Be Your Next Supply Chain https://www.forbes.com/sites/joemckendrick/2017/04/21/why-blockchain-may-be-your-next-supply-chain/2/#352650de688e – acesso: 17/06/2017

Casey, M.J.;  Wong, P. in Global Supply Chains Are About to Get Better, Thanks to Blockchain – disponível em : https://hbr.org/2017/03/global-supply-chains-are-about-to-get-better-thanks-to-blockchain - acesso: 17/06/2017

Cio.com in Blockchain - O que é e como funciona ?-  disponível em http://computerworld.com.br/blockchain-o-que-e-e-como-funciona




domingo, 4 de março de 2018

Agronegócio e o seu Calvário Logístico.

O CALVÁRIO LOGÍSTICO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

Campeão mundial em produtividade
no campo, o Brasil perde de goleada
no apoio logística ao agronegócio!


Os anos passam, mas os problemas logísticos para o transporte de produtos agrícolas permanecem inalterados.

Apesar de o Brasil ter aumentado consideravelmente a sua produtividade no agronegócio, ainda padece com altos custos logísticos provocados pela má conservação das estradas, portos e ferrovias.

A figura 2 apresenta um fluxo básico que retrata com o milho e a soja são escoados desde os produtores até os mercados internos e externos.


Figura 2 – Fluxo de escoamento da soja e do milho
Fonte: CNT 2015.

Um país com dimensões continentais e possuindo uma vasta geografia hídrica, optou por um modal de transporte que, além de ter um alto custo logístico, perde no que se refere à economia de escala, como por exemplo, o uso do modal ferroviário ou hidroviário que tem uma grande capacidade de carga.

A figura 3 apresenta um estudo comparativo quanto a utilização de cada modal de transporte, levando em conta as distâncias percorridas e o modal de maior competitividade em custos logísticos.


Figura 3 – Comparativo entre modais
Fonte: Gonçalves,P.S. in Logística e Cadeias de Suprimentos – Slides.

No contexto da logística um estudo comparativo entre o Brasil e os Estados Unidos no que se refere à matriz de transporte de grãos mostrou que 65% dos nossos grãos são transportados por rodovias, contra 20% nos EUA, como mostra a figura 4.

Vale registar o prejuízo anual devido aos gargalos logísticos existentes que acabam aumentando os custos operacionais em 30,8% e produzindo um prejuízo anual de R$ 3,8 bilhões só devido a má qualidade da pavimentação das rodovias!


Figura 4 – Matriz de Transporte de grãos – Brasil x EUA
Fonte: CNT (2015).

Outro ponto desfavorável, a ser considerado é o fato de que grande parte da nossa produção de grãos ser transportada por via rodoviária, em detrimento à ganhos escalares com o transporte de grandes volumes em um mesmo veículo, como por exemplo utilizando-se os modais ferroviários e aquaviários (barcaças).

Aspecto adicional se repete diante da situação das rodovias, onde a qualidade da infraestrutura rodoviária brasileira, mostra-se apenas regular, com um percentual de 28,6% das rodovias com qualidade ruim ou péssima, segundo avaliação dos principais embarcadores, como mostra a figura 5.


Figura 5 – Qualidade das rodovias destinadas ao transporte de grãos
Fonte: CNT 2015.

Observando a nossa infraestrutura rodoviária, principal eixo no deslocamento da soja e do milho comparado aos principais países exportadores dessas commodities, o Brasil encontra-se da desonrosa 122° colocação (Figura 6), apesar de ser o agronegócio uma das grandes alavancas de sustentação do nosso Produto Interno Bruto (PIB) ! 

Apenas para registro, no ano de 2017, o crescimento do PIB de 1% deveu-se, em grande medida, ao impulso provocado pelo agronegócio!


Figura 6 – Qualidade da Infraestrutura – Principais exportadores de soja e milho
Fonte: CNT (2015) & Forum Econômico Mundial (2014/15).

É claro que esse elenco de fatores acaba por afetar os custos logísticos e, por via de consequência, reduzindo a nossa competitividade no mercado internacional de commodities.

Na questão dos portos brasileiros, apesar das melhorias implementadas objetivando dar maior agilidade ao processo, há ainda entreves que aumentam consideravelmente os custos logísticos.

Um diagnóstico produzido pela CNT (Confederação Nacional de Transporte) elencou, de acordo com uma pesquisa realizada junto aos principais embarcadores, os principais entraves relativos à questão portuária que pode ser visualizado na Figura 7


Figura 7 – Principais entraves na área portuária.
Fonte: CNT 2015.

Dentro do elenco de problemas, citamos acessos deficientes, elevados custos da mão de obra portuária, baixa produtividade dos equipamentos portuários, deficiência e baixa profundidade de seus berços, problemas nos canais de acesso etc.

Além dos entraves provocados pela própria operação logística nos portos, há também um excesso de burocracia no desembaraço das cargas que resulta em um ponto crítico severo com reflexos negativos na produtividade e redução de custos.

De um lado, a produtividade no campo brasileiro é elevada, muito especialmente devido aos trabalhos desenvolvidos pela EMBRAPA – Empresas Brasileira de Pesquisas Agropecuárias que é ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo técnicos da instituição, o cultivar de soja convencional da Embrapa BRS 284 apresentou uma produtividade média de 88,45 sacas por hectare, enquanto o cultivar de soja BRS 511, obteve uma produtividade média de 71 sacas por hectare.

De outro lado, da porteira até porto, o transporte de grãos tem um custo quatro vezes maior do que nos Estados Unidos e Argentina, como observou o consultor CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Luis Fayet, em entrevista à Folha de São Paulo.


Figura 8 – Caminho da Soja.
Fonte: Google Imagens.

Num trajeto como o mostrado na figura 8, a viagem da soja começa em Lucas do Rio Verde (MT) por caminhão, num trajeto de 840 quilômetros até o Alto Araguaia (GO) e de lá, num percurso de 1.400 quilômetros segue seu destino até o porto de Santos.

Comemorando safras recordes, o Brasil perde sua competitividade no caminho desse cultivar desde o campo até os portos, com grandes riscos logísticos e e elevadas perdas devido a uma infraestrutura que continua capenga, apesar dos diversos anúncios de grandes investimentos que numa decolam!

De acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em um levantamento relativo à safra de grãos referente à 2016/2017, mostrou que a colheita atingiu 238,7 milhões de toneladas de grão, valendo destacar que ocorreu um aumento na produtividade dado que a produção aumentou 27,9% em relação ao período 2015/2016, enquanto na mesma comparação, a área plantada teve um incremento de apenas 4,4%.

Importante ressaltar que a região de MATOPIBA, mostrada na figura 9, também chamada de MAPITOBA, resulta de um acrônimo formado com as iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, teve elevados avanços nas culturas de grãos e, segundo estudos realizados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) tomando por base as informações disponibilizadas pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os estados que compõem o MATOPIBA apresentaram os maiores crescimentos nas áreas agricultáveis, em especial no que se refere à soja.


Figura 9 – Região de MATOPIBA
Fonte da Imagem: Cerrado Editora

A BR 163 que é uma das principais rodovias para o transporte de grãos, no trecho entre Sinop ( MT) e o terminal de transbordo de grão de Miritituba (PA),o frete é duas vezes maior do que em outras rodovias em trajetos semelhantes.

Ne época das chuvas, a operação se complica, cujo resultado é a presença de atoleiros (figura 10), cujo resultado é a formação de enormes filas de caminhões que chegam a atingir 15 quilômetros e uma espera de dois dias para que o veículo siga em sua rota.


Figura 10 – Atoleiros formados na BR 163
Fonte da Imagem Estadão - 04/03/2018.

Nessa região, o fluxo de veículos atinge uma média de 640 caminhões por dia que transportam uma média de 40 toneladas por veículo.

Pegando emprestado a famosa frase de Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), naturalista francês, que viveu em nosso País estudando as plantas, que afirmava: "Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil"; adaptando-a à situação brasileira de hoje podemos afirmar: “Ou o Brasil melhora a sua infraestrutura logística, ou a infraestrutura logística vai acabar com o progresso do Brasil !.

Nesse enfoque, a CNT apresentou um elenco dos principais pontos a serem equacionados, buscando dar maior agilidade e competitividade. Entre eles citamos:

  • Necessidade imperiosa de se definir uma Política Nacional de Transporte;
  • Reduzir a burocracia assim como os órgão de planejamento e regulamentação do transporte; como diz o velho ditado: “Há muito cacique para pouco índio ! ”;
  • Aumentar a agilidade no desembaraço das cargas nos portos brasileiros, especialmente com a colocação em prática do projeto denominado Porto sem Papel, de tal forma a acelerar o desembaraço com uma única apresentação dos documentos legais necessários à operação.
  • Ter como meta permanente investimentos de forma contínua e planejada com objetivo de manter a nossa infraestrutura em condições de responder às exigências do mercado;
  • Desburocratizar processos entregando a iniciativa privada a gestão de infraestruturas como portos, aeroportos, rodovias etc.


O Brasil precisa crescer e a logística é indispensável para dar suporte adequado para que esse crescimento seja construído de forma sustentável e célere!

Fonte:

Leite, L. in Custos Logístico de transporte derruba competividade brasileira no exterior  - disponível em http://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2017/09/1918752-custo-logistico-de-transporte-derruba-competitividade-brasileira-no-exterior.shtml - acesso: 01/03/2018.

Embrapa Notícias – in Produtividade de cultivares de soja da Embrapa supera expectativas – disponível em https://www.embrapa.br/web/portal/busca-de-noticias/-/noticia/31915690/produtividade-de-cultivares-de-soja-da-embrapa-supera-expectativas - acesso: 01/03/2018.

Globo Rural – in Conab estima safra de grãos 2016/2017 em 238,7 milhões de toneladas – disponível em https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/noticia/2017/09/conab-estima-safra-de-graos-20162017-em-2387-milhoes-de-toneladas.html - acesso: 01/03/2018.

Oliveira, MATOPIBA 2020–Projeto que injeta R$ 50 mi na região começa a ser executado em 2018 - A Cerrado Rural – Revista de Matopiba  - disponível em http://cerradoeditora.com.br/cerrado/matopiba-2020-projeto-que-injeta-r-50-mi-na-regiao-comeca-a-ser-executado-em-2018/ - acesso: 02/03/2018.

CNT – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho – https://issuu.com/transporteatual/docs/estudo_transporte___desenvolvimento - acesso: 03/03/2018.

CNT – Economia em Foco - Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho – 22 jullho 2015  - disponível em : http://cms.cnt.or – acesso: 02/03/2018.g.br/Imagens%20CNT/ECONOMIA%20FOCO/economia_em_foco_22jun2015.pdf.

Azevedo, Luiz Rafael L.- in A Infraestrutura de escoamento de grãos de Mato Grosso – Universidade Estadual de Campinas – Instituto de Economia – TCC (2014).
CONAB - Estimativa do escoamento das exportações do complexo soja
e milho pelos portos nacionais – Safra: 2016/17 - Compêndio de estudos Conab - V.6, 2017.

Porto, G. e Teixeira, D – in Lama, Buracos, Fila  e Cansaço na Estada da Soja Estadão – 04/03/2018.