sábado, 30 de outubro de 2010

TURMA ADM- 2010-I - IBMEC/JR - Discurso do Patrono - 29/10/2010


Caros formandos

Tenho o privilégio de vivenciar, ao longo de minha vida, mudanças tecnológicas sem precedentes.
Quando trabalhei na minha dissertação de mestrado, utilizei uma fantástica máquina do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ que tinha uma memória incrível: 4 kbytes. Isso mesmo! Era a famosa 1130 da IBM!
Da régua de cálculo – objeto hoje encontrado nos museus ligados a matemática e a computação – rapidamente passamos a computadores de última geração em que terabytes trafegam na  rede na velocidade da luz, criando novas formas de relacionamento e mesmo uma grande dependência tecnológica.
Se me sinto impactado por essas mudanças, em verdade, elas são pequenas marolas tecnológicas diante do tsumani que vocês verão!
A interatividade homem-máquina se tornou tão presente no nosso dia-a-dia que, numa linguagem alçada da neurociência, podermos dizer que somos seres biônicos. Afinal temos equipamentos conectados ao nosso corpo tais como celulares, Ipod, Iphone, teclados e mouses!
Esses drives já são reconhecidos por nosso cérebro tal qual a nova plataforma Windows 7 que reconhece a maioria dos periféricos acoplados aos nossos computadores.
Isso é tão real que uma criança de cinco anos hoje manipula um celular com uma destreza que, em certas horas, nos deixam desconcertado.
De outro, o mundo dos negócios não é um mar de rosas!
È um campo de batalha, mas vocês hoje já se encontram preparados para adentrar nessa dimensão!
As faculdades IBMEC lhes abriram um portal para estrada da vida profissional de vocês, portanto agora que essa estrada está aberta e visível só resta que cada um trilhe seu caminho com muito sucesso.
Lutem o bom combate, dentro da ética, da moral e sempre tendo em mente que do outro lado existe igualmente outro ser humano como você!
Estejam atentos as mutações dos mercados e as tendências sociais.
Atualizar-se é essencial pois a velocidade com a qual a tecnologia evolui hoje e é aplicada no nosso dia-a-dia é elevadíssima. Se não tomarmos cuidado acabaremos por ser convidados para curadoria do Jurassi Park!
Tenham foco na globalização pois, embora vocês vivam nesta cidade do Rio de Janeiro, já se encontram conectados com o planeta, sejam de forma real ou virtual!
Não criem sonhos meramente virtuais e não se transformem em avatares!
Portanto não dispensem um aperto de mão, um tapinha nas costas e uma conversa tipo “olho no olho”.
Pois é através de um “bate papo coloquial” que poderemos dimensionar o caráter, a amizade e a sinceridade das pessoas que nos visitam (no real e no virtual!)
Seduções de todas as ordens visitarão vocês!
Não deixem que o sucesso rápido lhes anestesie e os embriague a ponto de vocês perderem o foco dos negócios e de suas próprias vidas quer seja no plano pessoal, amoroso, familiar ou social.
Lembrem-se de que estar no pódio não é uma meta impossível. O difícil é permanecer nele!
A história que deixarão será relembrada por seus descendentes (filhos e netos) e portanto ela deverá ser grandiosa para que seja contada com orgulho por todos aqueles que virão depois de vocês.
Mas o sucesso e a tecnologia não valem de nada se não trouxer um pouco de felicidade.
Mas o que é felicidade?
Segundo os doutos redatores de definições: A felicidade é uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento ou satisfação até a alegria intensa ou júbilo.
No meu entender, felicidade é estar de bem com a vida!
É viver e compartilhar cada momento de forma apaixonada e na eterna pulsão de vida.
Se viver, segundo “Guimarães Rosa”, é muito perigoso, a felicidade ameniza esse perigo transformando-o em desafios que galhardamente vencermos em cada etapa das nossas vidas.
Portanto, entreguem-se apaixonadamente aos seus projetos, amem sem restrições, encontre suas “almas gêmeas” e compartilhem com elas seus momentos de vida, numa verdadeira cumplicidade amorosa.
Portanto meus caros formandos : sejam felizes em todos os momentos de suas vidas!
Obrigado!

domingo, 24 de outubro de 2010

Logística Urbana - II

Logística Urbana - II

A elevada concentração da população em áreas metropolitanas acabou por produzir um grande congestionamento de todas as ordens.
De um lado a violência campeia pela desilusão do emprego fácil nas grandes cidades e de outro as dificuldades de locomoção estão presentes do dia-a-dia de cada cidadão.
Levar um produto ou entregar uma encomenda em grandes metrópoles é um grande desafio da logística.
Esse desafio se tornou tão elevado que acabou se transformando em uma nova vertente de estudos logísticos: a logística urbana.
Muito mais do que uma simples disciplinas de currículos de graduação e pós-graduação a logística veio para ficar.
Apesar de todas as tecnologias disponíveis no mercado, terabytes  viajando nas redes na velocidade da luz, não há milagres: os produtos têm que chegar nos pontos de consumo ou no local indicado pelo cliente que o adquiriu, seja numa loja ou através das facilidades sistêmicas que a internet nos disponibiliza!
 Os desafios da logística urbana vão muito além do simples estudo da otimização do uso do transporte. Ela vai mais longe!
Na sua essência busca um aparato tecnológico que lhe permita transformar o caos urbano em um “marco regulatório” de melhorias operacionais em todas as óticas, nas grandes metrópoles.
Criar rotas especiais, reduzir as chamadas filas duplas, melhorar a ocupação dos espaços viários, reduzir os quilômetros percorridos e mitigar ao máximo a poluição ambiental entram no cardápio a ser “degustado” nos estudos da logística urbana.
Seu objetivo primordial é melhorar a qualidade de vida nos grandes centros urbanos, facilitar o fluxo de veículos sem grandes congestionamentos e reduzir o tempo de trânsito da população que se desloca diariamente para os seus locais de trabalho.
Para inicio de análise, os estudos realizados pelo CSMP (Council fo Supply Chain Management Professionals), (nossas estatística são muito pobres quando existem!) mostram que 30% do volume de tráfego urbano nas grandes metrópoles são originários do transporte comercial o que se reflete também na poluição ambiental visto que cerca de 20% a 25% das emissões de gases de efeito estufa são provocadas por esse tipo de transporte.
É importante registrar também que isso se dever, segunda minha análise, a uma razão história: os veículos de carga, desde os tempos mais remotos, transitavam nos centros urbanos. Esse processo histórico acabou por levar a grandes congestionamentos das vias de transporte
Além disso, a circulação de veículos nas áreas urbanas acaba por provocar grande volume de acidentes . Entre de 15% a 20% dos acidentes nas vias urbanas são motivados pelo tráfego de veículos de carga. Não é preciso explicitar aqui as conseqüências desses acidentes em termos de congestionamentos etc etc.
Para reduzir impacto do fluxo de veículos, da poluição ambiental e melhorar a qualidade de vida dos usuários dos transportes urbanos, estudos de criação de anéis rodoviários destinados a reduzir o fluxo nos grandes centros vêm sendo elaborados pelos governos dos diversos estados e municípios, assim como a criação dos chamados portos secos, terminais multimodais e plataformas logísticas.
Outro aspecto importante e que tem provocados altos custos logísticos para as empresas está relacionado ao chamado problema da última milha. Isso decorre principalmente em face da mudança de hábito de consumo das populações, uso elevado e em crescimento acelerado, das compras via internet conjugado com as questões relacionadas à mobilidade dos grandes centros. A dificuldade de entregar um produto no local indicado pelo comprador está aumentando exponencialmente. Restrições impostas pelas entidades governamentais quanto ao tráfego de cargas, horários especiais para o carregamento e descarregamento de veículos acabam por elevar consideravelmente os custos das empresas.
Portanto a solução não é simplista! Envolve um planejamento estratégico, numa perspectiva pública/privada,  em todas as óticas: governos, população, empresários, entidades de classe etc.  objetivando aumentar a eficiência logística nos grandes centros urbanos, melhorar a mobilidade urbana e reduzir a poluição ambiental.