domingo, 14 de maio de 2023

Olho eletrônico consegue distinguir cores.

 Olho eletrônico consegue distinguir cores.


Pesquisadores da Pennsylvania State University criaram um dispositivo capaz de simular a capacidade do olho humano de perceber cores utilizando fotodetectores de perovskita e algoritmos neurofórmicos.

A perovskita é um material cristalino amplamente utilizado devido as suas propriedades fotovoltaicas e vastamente utilizada em aplicações, como em células solares, sensores de luz, dispositivos optoeletrônicos e sistemas de detecção de imagem.

Os algoritmos neurofórmicos é uma classe de algoritmos de aprendizado máquina cujo objetivo é imitar o processamento de informações que ocorrem em um cérebro humano.

Como o dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores gera energia à medida que absorve a luz, ele abre um leque de oportunidades para o seu uso em câmeras sem bateria; além disso, essa tecnologia pode ignorar a necessidade do uso de filtros ​​nas câmeras atuais, que além de reduzirem a resolução, aumentam a complexidade do processo produtivo e consequentemente o custo da fabricação.

Depois dos pesquisadores utilizarem diversas maneiras para processar os dados, objetivando mesclar os sinais gerados pelas três camadas de cores, as imagens não apresentaram uma nitidez adequada; porém o uso do algoritmo neurofórmico para o processamento da imagem permitiu que as imagens geradas se aproximassem da imagem original. Esse algoritmo emula a rede neural nas retinas humanas, o que, conforme relatam os cientistas do projeto, essa descoberta pode fornecer uma nova abordagem sobre a importância dessas redes neurais para nossa visão. 

Como explica Kai Wang, assistente professor pesquisador do Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Pann State: “Pegamos emprestado um projeto da natureza – nossas retinas contêm células cone que são sensíveis à luz vermelha, verde e azul e uma rede neural que começa a processar o que estamos vendo antes mesmo de a informação ser transmitida ao nosso cérebro”.

O grande salto que surge com essa pesquisa, de acordo com os pesquisadores desse projeto, é o seu desdobramento, como por exemplo, a possibilidade de desencadear novos desenvolvimentos na biotecnologia da retina artificial, assim com o projeto de dispositivos que permitam, no futuro, substituir células mortas ou danificadas em nossos olhos para restaurar a visão.

Mais um salto da tecnologia na constante busca da melhoria da qualidade de vida do ser humano.

 Fonte:

Hou, Y.; LI, J.; Yoon, J, Knoepfel, A.M>; Yang, D.; Zheng, L.; YE, T.; Ghosh, S.; Priya, S. and Wang, K – in Retina-inspired narrowband perovskite sensor array for panchromatic Imaging – Science Advances – 14, Apr 2023 - Vol 9, Issue 15

Neuroscience - Revolutionary Sensor Mimics Human Eye for Vivid Imagery - May 12, 2023.