quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

INDICADORES DE DESEMPENHO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS


INDICADORES DE DESEMPENHO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS
 Para garantir o sucesso e a competitividade em um mercado cada vez mais agressivo na competição global, uma empresa precisa entregar produtos e serviços que efetivamente atendam as expectativas de seus clientes dentro de uma conceituação mais geral envolvendo a percepção do valor, dos prazos e das condições gerais de fornecimento exigidas pelo cliente final.

A centralização ou descentralização vertical em um ambiente altamente competitivo envolve decisões estratégicas que poderão, por sua vez, resultar em aumento ou redução dos custos operacionais.


A solução encontrada dentro do ambiente de uma cadeia logística é a coordenação e sincronização dos processos mediante a troca de informações entre os parceiros e a existência de um processo de franca cooperação entre todos os atores envolvidos.

É evidente que a integração dos processos logísticos e o efeito da globalização levam a elaboração de um conjunto de indicadores de desempenho especificamente projetado para uma determinada rede logística, ou seja, a seleção dos indicadores a serem utilizados na gestão de uma rede vai depender consideravelmente de seus aspectos operacionais e a forma pela qual o fluxo de bens e serviços circula ao longo dessa rede. Assim, cada empresa deverá definir os indicadores que melhor permita avaliar o desempenho geral da cadeia logística.


Diante desse contexto poderemos considerar dois elencos básicos de indicadores de desempenho:


·         Indicadores internos – envolvendo basicamente a mensuração do desempenho dos processos internos da organização;
·         Indicadores externos – destinados a monitorar o desempenho das organizações envolvidas nos processos logísticos, ou seja, mensurar a eficiência e a eficácia das operações envolvendo seus parceiros de negócios.


De uma forma mais genérica podemos dizer que os indicadores de desempenho logístico são ferramentas indispensáveis para o controle e aprimoramento dos processos logísticos permitindo por sua vez a tomada de decisões e ações coerentes sempre orientadas para a estratégia global da empresa ou do grupo de empresas que são parceiras nessa empreitada.


Dentro desse contexto, os indicadores de desempenho logísticos poderão estar configurados em quatro aspectos básicos:


·         Indicadores de atendimento de pedidos ou (order fullfilment), cuja concepção foi baseada na tese inicial de Mather;
·         Indicadores de produtividade;
·         Indicadores de performance;
·         Indicadores de custos.


Dentro do conceito envolvendo os indicadores de atendimento de pedidos, esses se desdobram nos seguintes fatores[1]:


·         Entrega no prazo (On Time Delivery)
·         Índice de atendimento de pedidos (Order Full Rate)
·         Acurácia dos pedidos (Order Accurary)
·         Acurácia da linha de pedidos (Line Accurary)
·         Tempo do ciclo de pedido (Order Cycle Time)
·         Pedido Perfeito (Perfect Order)


Quanto aos indicadores de produtividade, esses se desdobram em:


·         Número de pedidos atendidos por período de tempo;
·         Numero de pedidos separados e embalados por período de tempo;
·         Linha de pedidos por período de tempo;
·         Itens do pedido por período de tempo.
·         Tempo médio de entrega dos produtos.


Para esses indicadores a medida de tempo a ser considerada para efeito de avaliação do desempenho em produtividade é a hora. Assim teremos medições de produtividade em função das operações realizadas no decorrer do espaço de tempo de uma hora: pedidos atendidos por hora, itens do pedido separados por hora e assim por diante.

Quanto aos indicadores de performance, esses estão voltados diretamente para a operação propriamente dita e, sem esgotar todos os indicadores possíveis, poderemos citar:


·         Acurácia do inventário de produtos em estoque;
·         Índice de itens do estoque com avarias
·         Utilização da capacidade de armazenagem
·         Período de tempo entre a Doca e o Estoque (carga e descarga) – tempo médio que um item demora desde a sua chegada até ser disposto no estoque;
·         Visibilidade do estoque – esse índice mede o tempo entre a chegada de um item no estoque e a sua disponibilidade para uso.
·         Giro do estoque
·         Índice de falta – medida obtida em função do número de itens em falta ou indisponíveis para atender as solicitações dos clientes.
·         Coleta de produtos no prazo
·         Utilização da capacidade de carga dos caminhões
·         Índice de utilização de equipamento de movimentação
·         Índice de avaria no transporte de produtos.
·         Entregas realizadas no prazo (fornecedores);
·         Entregas devolvidas total ou parcialmente (fornecedores)
·         Entregas realizadas em conformidade com o pedido de compra (fornecedores).
·         Tempo médio de entrega de um pedido de compra (fornecedor).

Quanto aos indicadores de custos, poderemos citar, entre outros:


·         Custo de posse do estoque médio
·         Custo por pedido de compra
·         Custo por pedido de cliente
·         Custo de movimentação e armazenagem como um percentual de vendas
·         Custo de transporte como um percentual sobre as vendas realizadas
·         Custo de frete por unidade fornecida
·         Custo de frete por modal de transporte.


É evidente que não esgotamos todos os indicadores possíveis. O número deles e sua utilidade vão depender da empresa e do mercado na qual atua e também da criatividade de seus gestores.


Entretanto é bom frisar que um elenco elevado de indicadores poderá resultar em um tedioso e dispendioso processo de coleta de dados que, em certas circunstâncias, poderá se tornar complexo e disperso o que poderá inviabilizar a sua operacionalidade.


Neste sentido a recomendação é de se criar alguns indicadores importantes sob a ótica da empresa sempre focada no atendimento ao cliente e então fazer um acompanhamento periódico desses indicadores analisando por via de consequência a sua evolução.

O uso de gráficos para a análise da evolução dos indicadores é recomendável visto que visualizar o desempenho através de gráficos fica muito mais fácil do que o exame de uma tabela de índices.


Paralelamente esses indicadores também poderão sinalizar os pontos nos quais será necessária a introdução de melhorias e mesmo permitirá direcionar a aplicação dos recursos destinados a excelência operacional, focando desta forma a utilização dos recursos nos pontos nevrálgicos em que o desempenho dos indicadores deixa muito a desejar ou estão abaixo dos índices mínimos requeridos.

Outro aspecto que deverá também ser considerado é a pesquisa e análise das melhores práticas do segmento empresarial em que a organização está inserida o que permitirá eleva-la a um padrão de superior. Isso decorre de um processo proativo que a gerencia da empresa devera realizar visando melhorias continuas dos processos, buscando no mercado em quem se espelhar em termos de desempenho operacional.

Nota: Esse material faz parte do capítulo 11 - do livro: “Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial“ em preparo pelo autor.



[1] Utilizamos também entre parênteses a terminologia na língua inglesa por ser  aquela comumente usada na abordagem do assunto.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Corredor Bioceânico Aconcágua

Vejam uma obra monumental!
Uma interligação entre a Argentina e o Chile através de uma ferrovia. 
Essa ferrovia atravessa a Cordilheira dos Andes por um túnel que tem 52 quilometros de extensão.
Sem mais  palavras, o melhor é assistir o vídeo cujo endereço é:

http://www.bioceanicoaconcagua.com:8080/corredorBioceanico/es/videos.html

domingo, 1 de maio de 2011

DISCURSO PARA TURMA DE FORMANDOS EM ADMINISTRAÇÃO DO IBMEC/RJ – TURMA 2010-2

Sinto-me honrado em estar aqui como paraninfo da turma de Administração do IBMEC/RJ – 2010-2 que é impar, em especial, pelo elevado nível de relacionamento que mantivemos durante todo o nosso curso tanto no espaço do IBMEC como fora dele
Centenas de emails, que lhes enviei, abarrotaram a caixa postal de cada um de vocês. Isto foi proposital e tinha o objetivo de ultrapassar a mera ótica das disciplinas que lecionei para que vocês pudessem perceber a necessidade de uma visão mais ampla, em especial, porque o mundo de hoje não tem mais fronteiras, e a cada dia novas tecnologias e novas descobertas estão, tal qual um  tsunami, permeando nossas vidas!
De um lado, as limitações do espaço geográfico entre as nações perderão, gradativamente, o sentido, a partir do momento em que os cidadãos passam a configurar um elenco que transita em todos os países. De outro, este espaço, mesmo com escudos tecnológicos super sofisticados se tornarão aberto e mundial pelo avanço na área de comunicação.
Hoje, através de convergência de mídias, é-nos permitido realizar um sem números de atividades globalizadas sem necessidade da nossa presença física. Num futuro breve, um próximo paraninfo que por aqui estiver, poderá estar holograficamente, se, por qualquer motivo especial, sua presença física não puder se concretizar.
É, então, inegável que as tecnologias presentes hoje, no nosso dia a dia, inseriram-se em nosso corpo, tal qual um apêndice! O celular, o microcomputador , o IPOD, o IPAD etc. passam a fazer parte das nossas vidas. A ausência de algum deles nos leva a imaginar que algo está faltando em nosso corpo! Isto acontece porque o nosso cérebro já incorporou esse aparato tecnológico como uma extensão da nossa visão, da nossa audição e por ai vai!
A overdose de informação a que somos submetidos diariamente tem transformado nossas vidas, nosso corpo e nossa mente!
O estresse se faz presente pelo elevado volume de terabytes que são processados por nosso cérebro diariamente.
A velocidade que a internet nos proporciona e mesmo o “aqui e agora” dos noticiários acabam por produzir mutações de todas as ordens tanto físicas como emocionais e, a tão falada aldeia global de Mcluhan uma realidade incontestável.
A caverna de Platão se transformou no cyberspaço  onde o real e o virtual se confundem e mesmo se fundem a ponto de deixar-nos meio confusos! O que é o real e o que é o virtual? A distinção torna-se difícil visto que estamos envolvidos numa relação homem-máquina muito proximal e complexa!
E, em razão de tudo isto, o gerenciamento dos negócios se transformaram! O administrador de ontem tinha como bordão: administrar é a arte de desagradar! O administrador de hoje tem a inovação e a produtividade como palavras chaves.
E, nesse contexto, chamo especial atenção para o fato de que gerenciamos pessoas e não computadores, ou sofisticados sistemas de automação empresarial! Respeitar a individualidade de cada um essencial, visto que seres humanos têm sentimentos, desejos e sonhos!
Considerando, assim, estas variáveis, será possível erigirmos uma organização com sucesso, sempre buscando a satisfação daqueles que nela laboram: seus clientes, seus acionistas e comunidade.
 Mas, lembrem:  estar no pódio não é uma meta impossível. O difícil é permanecer nele! A história que deixarão será relembrada por seus descendentes (filhos e netos) e, portanto, ela deverá ser grandiosa para que seja contada com orgulho por todos aqueles que virão depois de vocês. O sucesso e a tecnologia não valem  nada se não trouxerem um pouco de felicidade. No meu entender, felicidade é estar de bem com a vida! É viver e compartilhar cada momento de forma apaixonada e na eterna pulsão de vida. Se viver, segundo “Guimarães Rosa”, é muito perigoso, a felicidade ameniza esse perigo transformando-o em desafios que galhardamente venceremos em cada etapa das nossas vidas.
Portanto, entreguem-se apaixonadamente aos seus projetos, amem sem restrições, encontrem suas “almas gêmeas” e compartilhem com elas seus momentos de vida, numa verdadeira cumplicidade amorosa. E, sendo assim, meus caros formandos, sejam felizes em todos os momentos de suas vidas!
Obrigado!


terça-feira, 26 de abril de 2011


ESTOU SENDO RASTREADO!
Em recentes notícias veiculadas nos principais periódicos que circulam no Brasil e no exterior, foi divulgado que os usuários dos tablets e smartphones, estão sendo rastreados, mesmo quando esses equipamentos estão desabilitados da função “rastreamento”! Com esse “gatilho”, as empresas fabricantes desses produtos passam a acompanhar os usuários de seus produtos colhendo informações de suas localizações!
Semelhante situação ocorreu num passado recente, quando um fabricante de roupas, utilizando-se de etiquetas inteligentes (e-tags), passou a rastrear os usuários de seus casacos e produtos de moda! A gritaria foi geral! Acabaram por abandonar o projeto!
Deixando de lado essa versão perversa da utilização de novas tecnologias que permitem a rastreabilidade de produtos ao longo da sua trajetória, aqui reside um importante avanço no que se refere ao gerenciamento de uma cadeia logística!
Para começar, vamos imaginar um contêiner carregado de produtos de alto valor agregado que é desembarcado em um porto. Dependendo do porto em que esse recipiente logístico é descarregado, o mesmo poderá ficar por dias ou semanas empilhado em uma verdadeira montanha deles! Aqui uma aplicação prática imediata do rastreamento: sua localização passa a ser imediata! Os verdadeiros rastreadores de contêineres, pessoas especialmente destinadas a localizá-los, agora estão armados com um poderoso arsenal tecnológico que lhes permite localizar muito mais do que a pilha em que se encontra, mas também as suas coordenadas geográficas, desde que utilizemos um equipamento um pouco mais sofisticado com um GPS (Global Positioning System - sistema de navegação por satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a posição do mesmo).
De um lado esse processo se tornou tão corriqueiro que hoje, qualquer serviço de taxi que se preze possui um GPS nele instalado que além de fornecer a sua posição geográfica, também avisa quando o motorista vai passar diante de um radar de velocidade e até mesmo indica a velocidade máxima permitida para aquela via!
De outro, o rastreamento é uma ferramenta vigorosa para gerenciar uma cadeia logística. Seguir o produto deste o momento em que o mesmo foi embarcado para um determinado destino permite informar, em tempo real , cada passo da movimentação do mesmo ao longo de todo o trajeto que o produto vai percorrer até chegar ao seu destino final!
É evidente que a rastreabilidade não se faz presente com uso exclusivo de sofisticados sistemas de posicionamento global por satélites ou etiquetas inteligentes! Um simples código de barras já é suficiente para que  os produtos sejam rastreados e a baixo custo operacional.
Para tanto, a exemplo do que ocorre nas maratonas em que são posicionados certos pontos de fiscalização e controle, aqui também é possível criar pontos estratégicos de coleta de informação de tal maneira que o escoamento do produto ao longo de uma cadeia logística seja perfeitamente acompanhado, sem que para esse fim tenhamos que dispor de um verdadeiro exército de pessoas.
Definindo-se pontos estratégicos no trajeto do produto, desde a sua fabricação até a sua destinação numa loja de varejo, por exemplo, será possível localizar o produto em um desses pontos, previamente escolhidos. Basta que, para isso, todas as vezes que um produto passar por essas “barreiras de controle”, o seu código de barras seja lido por um scanner (mesmo portátil) que permita, através desse código de barras, identificar o produto, sua origem e o seu destino.
As aplicações das tecnologias de rastreamento são diversas e muitas delas dependem significativamente da capacidade criativa do gestor que venha a utilizar essa maravilha tecnológica.
Como saber, por exemplo, se uma determinada promoção de vendas está sendo bem recebida pelo público alvo? Como trabalhar em operações puxadas e não empurradas na cadeia de abastecimento de uma rede de varejo?
Rastreabilidade e controle das operações são essenciais nesse campo.
Mas daí sermos rastreados sem o nosso consentimento é absolutamente uma total falta de ética e uma imperdoável invasão de nossa privacidade!
As tecnologias são boas e más! Tudo vai depender de quem as usa e mesmo qual o propósito da sua utilização!