INDICADORES DE DESEMPENHO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS
Para garantir o sucesso e a competitividade em um mercado cada vez mais agressivo na competição global, uma empresa precisa entregar produtos e serviços que efetivamente atendam as expectativas de seus clientes dentro de uma conceituação mais geral envolvendo a percepção do valor, dos prazos e das condições gerais de fornecimento exigidas pelo cliente final.
A centralização ou descentralização vertical em um ambiente altamente competitivo envolve decisões estratégicas que poderão, por sua vez, resultar em aumento ou redução dos custos operacionais.
A solução encontrada dentro do ambiente de uma cadeia logística é a coordenação e sincronização dos processos mediante a troca de informações entre os parceiros e a existência de um processo de franca cooperação entre todos os atores envolvidos.
É evidente que a integração dos processos logísticos e o efeito da globalização levam a elaboração de um conjunto de indicadores de desempenho especificamente projetado para uma determinada rede logística, ou seja, a seleção dos indicadores a serem utilizados na gestão de uma rede vai depender consideravelmente de seus aspectos operacionais e a forma pela qual o fluxo de bens e serviços circula ao longo dessa rede. Assim, cada empresa deverá definir os indicadores que melhor permita avaliar o desempenho geral da cadeia logística.
Diante desse contexto poderemos considerar dois elencos básicos de indicadores de desempenho:
· Indicadores internos – envolvendo basicamente a mensuração do desempenho dos processos internos da organização;
· Indicadores externos – destinados a monitorar o desempenho das organizações envolvidas nos processos logísticos, ou seja, mensurar a eficiência e a eficácia das operações envolvendo seus parceiros de negócios.
De uma forma mais genérica podemos dizer que os indicadores de desempenho logístico são ferramentas indispensáveis para o controle e aprimoramento dos processos logísticos permitindo por sua vez a tomada de decisões e ações coerentes sempre orientadas para a estratégia global da empresa ou do grupo de empresas que são parceiras nessa empreitada.
Dentro desse contexto, os indicadores de desempenho logísticos poderão estar configurados em quatro aspectos básicos:
· Indicadores de atendimento de pedidos ou (order fullfilment), cuja concepção foi baseada na tese inicial de Mather;
· Indicadores de produtividade;
· Indicadores de performance;
· Indicadores de custos.
Dentro do conceito envolvendo os indicadores de atendimento de pedidos, esses se desdobram nos seguintes fatores[1]:
· Entrega no prazo (On Time Delivery)
· Índice de atendimento de pedidos (Order Full Rate)
· Acurácia dos pedidos (Order Accurary)
· Acurácia da linha de pedidos (Line Accurary)
· Tempo do ciclo de pedido (Order Cycle Time)
· Pedido Perfeito (Perfect Order)
Quanto aos indicadores de produtividade, esses se desdobram em:
· Número de pedidos atendidos por período de tempo;
· Numero de pedidos separados e embalados por período de tempo;
· Linha de pedidos por período de tempo;
· Itens do pedido por período de tempo.
· Tempo médio de entrega dos produtos.
Para esses indicadores a medida de tempo a ser considerada para efeito de avaliação do desempenho em produtividade é a hora. Assim teremos medições de produtividade em função das operações realizadas no decorrer do espaço de tempo de uma hora: pedidos atendidos por hora, itens do pedido separados por hora e assim por diante.
Quanto aos indicadores de performance, esses estão voltados diretamente para a operação propriamente dita e, sem esgotar todos os indicadores possíveis, poderemos citar:
· Acurácia do inventário de produtos em estoque;
· Índice de itens do estoque com avarias
· Utilização da capacidade de armazenagem
· Período de tempo entre a Doca e o Estoque (carga e descarga) – tempo médio que um item demora desde a sua chegada até ser disposto no estoque;
· Visibilidade do estoque – esse índice mede o tempo entre a chegada de um item no estoque e a sua disponibilidade para uso.
· Giro do estoque
· Índice de falta – medida obtida em função do número de itens em falta ou indisponíveis para atender as solicitações dos clientes.
· Coleta de produtos no prazo
· Utilização da capacidade de carga dos caminhões
· Índice de utilização de equipamento de movimentação
· Índice de avaria no transporte de produtos.
· Entregas realizadas no prazo (fornecedores);
· Entregas devolvidas total ou parcialmente (fornecedores)
· Entregas realizadas em conformidade com o pedido de compra (fornecedores).
· Tempo médio de entrega de um pedido de compra (fornecedor).
Quanto aos indicadores de custos, poderemos citar, entre outros:
· Custo de posse do estoque médio
· Custo por pedido de compra
· Custo por pedido de cliente
· Custo de movimentação e armazenagem como um percentual de vendas
· Custo de transporte como um percentual sobre as vendas realizadas
· Custo de frete por unidade fornecida
· Custo de frete por modal de transporte.
É evidente que não esgotamos todos os indicadores possíveis. O número deles e sua utilidade vão depender da empresa e do mercado na qual atua e também da criatividade de seus gestores.
Entretanto é bom frisar que um elenco elevado de indicadores poderá resultar em um tedioso e dispendioso processo de coleta de dados que, em certas circunstâncias, poderá se tornar complexo e disperso o que poderá inviabilizar a sua operacionalidade.
Neste sentido a recomendação é de se criar alguns indicadores importantes sob a ótica da empresa sempre focada no atendimento ao cliente e então fazer um acompanhamento periódico desses indicadores analisando por via de consequência a sua evolução.
O uso de gráficos para a análise da evolução dos indicadores é recomendável visto que visualizar o desempenho através de gráficos fica muito mais fácil do que o exame de uma tabela de índices.
Paralelamente esses indicadores também poderão sinalizar os pontos nos quais será necessária a introdução de melhorias e mesmo permitirá direcionar a aplicação dos recursos destinados a excelência operacional, focando desta forma a utilização dos recursos nos pontos nevrálgicos em que o desempenho dos indicadores deixa muito a desejar ou estão abaixo dos índices mínimos requeridos.
Outro aspecto que deverá também ser considerado é a pesquisa e análise das melhores práticas do segmento empresarial em que a organização está inserida o que permitirá eleva-la a um padrão de superior. Isso decorre de um processo proativo que a gerencia da empresa devera realizar visando melhorias continuas dos processos, buscando no mercado em quem se espelhar em termos de desempenho operacional.
Nota: Esse material faz parte do capítulo 11 - do livro: “Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial“ em preparo pelo autor.
[1] Utilizamos também entre parênteses a terminologia na língua inglesa por ser aquela comumente usada na abordagem do assunto.
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