Avistamentos de OVNI – Uma cortina de fumaça?
O avistamento de Objetos Voadores Não
Identificados (OVNI) voltou ao cenário, em certa medida, quando foram revelados
relatos e vídeos da força aérea americana mostrando a captura de imagens de
objetos de pequeno porte que trafegavam em velocidades elevadas, se deslocavam
com muita rapidez e mesmo desapareciam.
O frenesi sobre esses avistamentos não é
novo. O caso mais famoso foi o denominado Caso Roswell (1947) ou Incidente em
Roswell, tornou-se o responsável pela avalanche de especulações sobre naves
alienígenas. Segundo os militares e investigadores da época, tratava-se da
queda de um balão meteorológico, também poderia ter sido resultado de um
experimento secreto mal sucedido da área militar dos Estados Unidos, realizado
após a segunda guerra e tomando como
base os inúmeros projetos elaborados pelos cientistas do III Reich, a
começar pelo conhecido domus voador, também denominado como Haunebu .
As novas visualizações de OVNI’s geraram especulações
que rondam todas as comunidades do nosso planeta e mesmo inúmeras teorias foram
levantadas ou ressuscitadas para justificar a presença desses objetos.
Para começar, a existência de vida no
vasto universo que nos circunda, onde somos apenas um “pálido ponto azul”, nas
palavras de Carl Sagan, é um fato de altíssima probabilidade e o homem vem
observando e explorando o espaço sideral em busca dessa definição.
A pesquisa frenética de vida no espaço
interestelar tem provocado um grande esforço humano e vem utilizando das mais
avançadas tecnologias na persecução desse objetivo. O exemplo mais recente é
encontrado na permanência do Rover Perseverance da NASA e Zhurong da CNSA (Administração Espacial
Nacional da China), que vêm vasculhando a superfície de Marte. Qualquer nova
descoberta no planeta é motivo de avivado interesse da mídia e o público em
geral!
Nesse contexto, em 1961, Frank Drake, astrônomo,
astrofísico, pesquisador e professor universitário norte-americano, que estudou
emissões de rádios de planetas e esteve envolvido num projeto de busca por
inteligência extraterrestre, desenvolveu uma equação matemática, conhecida como
Equação de Drake que permite calcular o número de civilizações detectável na
Via Láctea, onde residimos e que é uma entre centenas de bilhões de outras
galáxias existentes no universo.
A cada dia ficamos surpreendidos com as
fantásticas descobertas do telescópio Espacial James Webb, desenvolvido pela
NASA, ESA (Agência Espacial Europeia) e CSA (Agência Espacial Canadense). Esse
telescópio é um marco da ciência e da tecnologia e vem permitindo avanços
consideráveis no campo da astronomia e astrofísica, suplantando em grande
escala o telescópio Hubble que iniciou sua operação em 1990.
Após o término da segunda guerra mundial,
deu início a um longo período de tensão geopolítica entre os Estados Unidos e a
União Soviética, formando assim dois blocos conhecidos como o Bloco Ocidental e
o Bloco Oriental.
Examinando o tema à luz da teoria dos
jogos, os dois blocos, mais especificamente a União Soviética e os Estados
Unidos, começaram a desenvolver artefatos bélicos bastantes sofisticados, assim
como criando meios defensivos e de ataque para um eventual conflito e, do mesmo
modo, perpetrando espionagem do seu opositor, onde o caso mais famoso foi o
incidente com o avião espião americano U2, abatido pela União Soviética em 01
de maio de 1960.
Ora, estava claro que esse
desenvolvimento tecnológico implicava na realização de testes de campo, por
exemplo, no uso de sofisticadas aeronaves e essas efetivamente seriam avistadas
no curso desse processo ou mesmo em missões planejadas. A questão que se sobrepunha
envolvia descobrir uma forma de mitigar essa possibilidade, criando assim uma
cortina de fumaça para mascarar novos projetos experimentais.
Nesse sentido, o governo americano
contratou um renomado físico para “estudar o fenômeno OVNI” visto que, a partir
de 1947, começaram a surgir uma série de relatos de “avistamentos de discos voadores”, que
resultou no famoso projeto Blue Book (Livro Azul), culminando em uma série
apresentada nos anos 2019/20 nos canais de televisão e denominada Projeto Livro
Azul.
Não descarto hoje, em face do exponencial
avanço da ciência e da tecnologia, onde artefatos voadores são projetados
através de sistemas de inteligência artificial com algoritmos de machine
learning, que esse novo “fenômeno midiático” voltou à baila com objetivo de
criar uma “cortina de fumaça” para acobertar experiências em campo de projetos
militares ultrassecretos, muito especialmente em função do atual cenário
geopolítico internacional de alta turbulência.
Considerando evidentemente a possibilidade
da existência de tecnologias por nós desconhecidas que enfrentem Einstein e sua
teoria da relatividade geral, a qual impõe restrições para as viagens
interestelares visto que não é possível realizar viagens com velocidades
superiores à velocidade da luz ou mesmo a hipótese do uso de um “buraco de
minhoca”, túneis formados por distorções no espaço-tempo, que na teoria
poderiam ser utilizados para viagens interestelares, pergunto: se esses seres
já se encontram entre nós, com suas
naves, por que ficar desfilando no espaço tal qual bailarinas do Bolshoi?
Para encerrar cito o magistral Bardo
Inglês, inventor da tragédia moderna:
"Vê uma nuvem que está quase em forma de um camelo?
Polonius: pela massa, e é como um camelo, de fato.
Hamlet: .... é como uma doninha.
Polonius: É apoiado como uma doninha.
Hamlet: ou como uma
baleia?
Polonius: Muito
parecido com uma baleia."
Shakespeare - Hamlet