AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Facilidades e Fragilidades
O Dr. Fantástico adentrou no meio
tecnológico.
O Dr. Fantático (Dr. Strangelove), magistralmente interpretado por Peter Sellers, no filme de Stanley Kubrick que foi inspirado no livro de Herman Kahn publicado em 1960 com o título de On Thermonuclear War (Sobre a guerra nuclear), descrevia a possibilidade de extinção da raça humana se, á época, tivesse ocorrido uma guerra entre os EUA e a Rússia.
Para
começar, imaginemos a possibilidade de você leitor estar em um veículo,
dirigindo-se a uma fazenda no interior de um estado quando, de repente, ocorre
uma pane do sistema eletrônico de seu veículo.
Ligando seu
celular Tesla, valendo-se da tecnologia de comunicação da Starlink de Elon
Musk, você se conecta com a sua seguradora e solicita a remoção do veículo, em
face do mesmo encontrar-se inerte, sem qualquer possibilidade de colocá-lo em
movimento!
Na
concessionária, um técnico especializado, munido de um laptop, conecta-o,
utilizando-se de uma entrada USB existente no veículo, permitindo assim acesso
ao seu sistema eletrônico, para então proceder um diagnóstico e fazer um
download de atualização do software em face da existência de um bug ou mesmo
com melhorias, inclusive de pré-diagnósticos corretivos, proporcionados por um
avançado sistema de AI (inteligência artificial) que possibilita algumas
alternativa de autocorreção de certos defeitos.
A descrição
acima, que não é um texto ficcional, mostra quão frágeis são as tecnologias que
operamos diariamente e não nos damos conta dessas fragilidades!
Vamos
apresentar um exemplo mais contundente, quando examinamos as cadeias globais de
suprimentos. Vejamos o suprimentos de gás, realizado pela Rússia e destinado a
abastecer toda a Europa. Um conflito deflagrado entre esta e a Ucrânia acabou
provocando um tsunami na economia mundial, com escassez de produtos e elevação
da inflação com a Europa em especial sofrendo drasticamente o impacto em sua
economia que acabou, tal qual, ondas de choque, se propagando por todo o
planeta!
Do mesmo
modo, olhemos para a rede de satélites que orbitam o nosso planeta, atendendo a
uma gama variada de serviços, como por exemplo: vigilância, comunicação,
geolocalização que facilita a nossa locomoção e auxilia nos roteiros de
viagens, frente a uma erupção solar, normalmente provocada por mudanças em seu
campo magnético, cujo reflexo é a emissão de massa coronal provocando no nosso
planeta tempestades geomagnéticas capazes de desestabilizar satélites, cortar
comunicações e mesmo provocar blackout colossais!
Da mesma
forma, olhemos para a rede de internet que circunda o nosso planeta,
superalimentada por zettabytes de dados fluindo através de gigantescos sistemas
interligados por cabos submarinos, tais como: AAE-1 com uma extensão de 25.000
quilômetros interconectando países como a África, Ásia e Europa. Assim como o
Sam1 que interliga EUA, Brasil, Porto Rico, Argentina, Chile, Peru e Guatemala,
com extensões para a Colômbia e Equador.
Pense num
evento extraordinário que possa colocar fora de operação um desses cabos - são
mais de 400 deles, numa extensão de 1,3 bilhão de quilômetros – provocando, por
via de consequência transtornos em grande escala para as transações de negócios
e a economia mundial.
Outro fator,
igualmente preocupante e que vem se expandindo de forma exponencial, são os
denominados ciberataques, quer sejam por motivos de extorsão ou destinados a
promover sabotagens. Aqui não é preciso maiores detalhes, bastando lembrar da
intrusão do Stuxnet ocorrido em 2010, um worm (um malware) projetado para
destruir as centrífugas de enriquecimento de urânio do Irã que acabou se
espalhando por várias plantas industriais em todo o planeta!
Observemos
também os sistemas interligados e destinado à transmissão de energia elétrica e
os “apagões” provocados por um simples “bater das asas de uma borboleta” ! Um
curto circuito em um equipamento critico poderá promover um blackout gigantesco
devido ao efeito dominó provocado pela sobrecarga no sistema, com desligamentos
sequenciais de toda a rede interligada!
Não
estendendo mais, numa lista interminável de fragilidades sistêmicas, não
poderemos esquecer do bioterrorismo, a exemplo da possibilidade aventada e
descoberta pelo FBI, de terroristas do 11/setembro de, utilizando um avião
destinado à dispersão de defensivos agrícolas, borrifar esporos de antraz em toda
a cidade de Nova York!
Ou seja, a
humanidade hoje caminha em um equilibro instável, onde o ser humano desliza
equilibrando-se em um fio de lâmina de uma navalha de eventos adversos!
Nota: Esse artigo também foi publicado no Linkedin em 09/07/2022.