domingo, 28 de abril de 2019

Muito além do Omnicanal

MUITO ALÉM DO OMNICANAL


Com a explosão do uso dos dispositivos móveis de comunicação e a expansão das plataformas digitais, os consumidores estão, cada vez mais, exigindo maior flexibilidade para a compra de produtos e serviços, de qualquer lugar, a qualquer hora e em qualquer plataforma de aquisição (direto na loja física, ou virtualmente via desktop, notebook, tablets e celulares.).

De acordo com um relatório da Mckinsey Global Institute, a expansão do uso da internet das coisas (IoT) resultará, segundo a Mckinsey (2015), num impacto nos negócios que deverá oscilar entre US$ 4 trilhões a US$ 11 trilhões até 2025.

A figura 2 apresenta as curvas de crescimento projetado para o uso dos diversos dispositivos que estão e/ou serão interconectados (Figura 3), ensejando por um lado, a imperiosa necessidade de investimentos em redes de alta velocidade (o 5 G é uma promessa!) e a ampliação do leque de oferta desses serviços para os usuários; de outro lado, esse “mundo digital” que se propaga exponencialmente, abrirá a porta para a ampliação dos  negócios e vai acelerar o varejo, permitindo assim, de forma confortável e prática, que qualquer  consumidor exercite seu poder de compra, utilizando qualquer dispositivo móvel ou fixo!

Figura 2 – Número de dispositivos conectados à internet, no mundo.
Fonte: IPEA – Panoramas Setoriais – 2030 – TI e Comunicação.

Nesse enfoque, as opções do omnicanal (tratadas nesse blog no artigo do link: http://professorgoncalves.blogspot.com/2016/05/os-desafios-logisticos-no-omni-canal.html), que possibilita integrar o consumidor e otimizar os processos e experiências na compra de produtos, em diferentes canais, necessitam estabelecer algumas prioridades, conforme explicita a IBM (2015):

  • Precificação consistente em todas as plataformas de compras;
  • Capacidade de receber em casa produtos em falta no estoque;
  • Possibilidade de rastrear os produtos adquiridos, nas mais diversas etapas da compra;
  • Ter ofertas consistentes, em todos os canais de vendas;
  • Ter habilidade de realizar a troca de produtos adquiridos, através de qualquer plataforma (online e física).

Nesse sentido, nasceu o que passou a ser denominado de Comercio Unificado (Unified Commerce – no jargão em inglês); que tem por objetivo melhorar a experiência do consumidor, exigindo, por via de consequência, que os varejistas atendam aos consumidores onde eles estiverem.

Assim, por exemplo, um consumidor vê um notebook numa loja virtual, entra em uma loja física, realiza experiências com esse equipamento e depois resolve adquiri-lo através de uma plataforma digital. Dentro desse enfoque, o Comercio Unificado necessita operar todos os seus canais em conjunto, para ganhar vendas e fornecer uma experiência consistente para o consumidor.

É obvio que a logística é uma parte crucial dessa operação, dado que os consumidores querem os seus itens adquiridos o mais rápido possível. Assim, por exemplo, encontrando-se no centro da cidade no qual existe uma loja física, ele poderá retirar o produto adquirido na plataforma online, diretamente nessa loja, transformando-a numa versão bastante simplificada de um Centro de Distribuição.

No Brasil, algumas empresas já disponibilizam essa possibilidade, ao se adquirir um produto em num site. Acontece que as opções disponibilizadas envolve a entrega via transporte  mais rápido ou na modalidade “normal” (com maior prazo de entrega e custo de frete mais baixo, por conta do  consumidor) ou a possibilidade da retirada do produto em uma loja que venha a escolher, dentro do elenco de lojas que a empresa oferece; porém com a retirada do produto na loja física, no mínimo três dias após a compra via site, o que torna essa experiência não agradável para o cliente!

Portanto, para que haja total operacionalidade do Comércio Unificado, que de fato ofereça uma experiência positiva para o consumidor, é indispensável que todos os canais trabalhem em tempo real e conectados através de uma plataforma em nuvem. Dentro dessa abordagem, a Walmart e outras cadeias de lojas nos EUA, estão começando a alinhar seus canais, para permitir manter os consumidores satisfeitos, ensejando assim um crescimento nas vendas.

Nesse contexto, o Comércio Unificado é uma maneira de tornar uma estratégia omnicanal muito mais simples, permitindo ao varejista gerenciar tudo em um só lugar, levando em conta que todos os canais trabalham juntos em tempo real, conectados em nuvem.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Boston Retail Partners, pelo menos 81% dos comerciantes nos EUA, passarão a utilizar plataformas de Comércio Unificado até o final de 2020. A referida pesquisa destaca que essa mudança na estratégia de unificação dos canais é essencial para apoiar o comércio.

A pressão para essas novas estratégias que, obrigatoriamente  os varejistas  terão que desenvolver, pode ser examinada com base em uma pesquisa realizada pela eMarketer, (empresa de pesquisa destinada a entender como a era digital está transformando o marketing, a mídia e o comércio). Essa empresa apresentou um estudo, mostrando que mais de um quarto dos usuários de smartphones, em todo o mundo, usarão seus dispositivos móveis para realizar transações em qualquer ponto de venda físico. Vale acrescentar que as projeções indicam que esse número chegará em breve a 39,8% até 2021; envolvendo aproximadamente 1,12 bilhão de pessoas em todo o mundo.

A diferença entre o omnicanal e o Comércio Unificado está focado no fato de que, no omnicanal existem vários canais de vendas, porém são plataformas autônomas e gerenciadas separadamente; enquanto o sistema de Comercio Unificado, todos os canais são interligados e as informações são, em tempo real, compartilhadas por todos; como mostra a figura 3.

Figura 3 – Omni canal x Comércio Unificado.
Fonte: BRP Consulting (2016).

É importante observar, como mostra o estudo realizado pela BRP Consulting (2016) que uma plataforma de Comércio Unificado oferece inúmeros benefícios, dentre eles podemos citar: aumento das vendas, melhor experiência do cliente através de capacidades “reais” entre canais, e redução de custos com a integração e simplificação da arquitetura e da infraestrutura de tecnologia de uma forma geral, como mostra a Figura 4.

Figura 4 – Arquitetura da plataforma do comercio unificado.
Fonte: BRP Consulting (2016).

As vantagens do comércio unificado, um conceito ainda novo no varejo brasileiro, envolvem:
  •  Aumento da experiência do consumidor - em face da interação harmoniosa que ele terá através dos diversos canais de vendas disponibilizados;
  •  Captura mais clientes - cada vez mais interagindo no mundo digital, especialmente se levarmos em conta que, segundo pesquisa realizada pela SuperVarejo, 47% dos consumidores brasileiros fazem pesquisas na internet antes de adquirir um produto; após a qual, experimentam o produto alvo, em lojas física, adquirindo-o posteriormente;
  •  Alcance – com o exponencial crescimento dos consumidores acessando a internet, cada vez mais buscam agilidade e comodidade na aquisição de produtos e serviços. Nesse sentido, o sistema de Comercio Unificado abre o leque de oportunidades para a interação desses consumidores;
  •  Simplificação dos processos – considerando que o sistema de Comércio Unificado reúne, em uma única plataforma tecnológica (Figura 4), todas as operações, consolidando pedidos e pagamentos em praticamente uma operação. Ela permite concentrar maiores esforços nas estratégias do próprio negócio, visto que a burocracia foi suprida pela agilidade da plataforma unificada.

Embora o Comércio Unificado seja um conceito relativamente novo, muito especialmente no mercado brasileiro, as empresas que mais rapidamente aderirem a essa nova estratégia de operação terão maiores vantagens competitivas no comercio varejista. 

Fonte:

Gonçalves, P. S. i in Os desafios logísticos no omni canal – disponível em http://professorgoncalves.blogspot.com/2016/05/os-desafios-logisticos-no-omni-canal.html - acesso: 27/04/2019.

IBM in IBM Study: Consumers Willing to Share Personal Details, Expect Velue in Return - Cision – PR Newswire – 13/Jan/201.


IPEA - Panoramas Setoriais 2030 - Tecnologia da Informação e Comunicação - disponível em : https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/14514 - acesso: 26/04/2019.

The Future of Commerce in Unified commerce ends on line versus bricks and mortar war, disponível em https://www.the-future-of-commerce.com/2018/03/06/unified-commerce-ends-online-versus-brick-and-mortar-war/ - acesso: 26/04/2019.

Murtagh, R – in What is Unified Commerce (and How is diferent form omni channel retail)? Disponível em https://www.netohq.com/blog/unified-commerce-vs-omni-channel-retail - acesso: 28/04/2019.

BRP Consulting – in 81% of Merchants Will Soon Start Using Unified Commerce Platforms by 2020.– disponível em https://brpconsulting.com/81-merchants-will-soon-start-using-unified-commerce-platforms-2020/ - acesso: 28/04/2019.

BRP Consulting – in Unified Commerce is the Goal, “Faux” Omni-Chanel is the Reality – Special Reporte (2016)  - disponível em: https://brpconsulting.com/wp-content/uploads/2016/03/2016-BRP-SPECIAL-REPORT-Unified-Commerce_032316.pdf - acesso: 28/042019.

eMarketer in https://emarketer.com/ - acesso: 28/04/2019.

SuperVarejo in http://www.supervarejo.com.br/ - acesso: 28/04/2019.

TOTVS in Unified commerce: explicamos o futuro do varejo – disponível em : https://www.totvs.com/blog/unified-commerce/ - acesso: 26/04/2018.


sábado, 6 de abril de 2019

Inovação na Logística - Parte II

INOVAÇÃO NA LOGÍSTICA
Parte II

“Qualquer tecnologia suficientemente
  avançada é indistinguível da mágica.”
Arthur Clarke.


A parte I dessa postagem, publicada nesse blog em 15/março/2019, comentou que a grande revolução tecnológica da logística deveu-se a transferência das tecnologias aplicada na segunda guerra mundial, para a manufatura e serviços.

Nesse contexto, vale relembrar que, em 1956, Malcom Mclean, inovou e alavancou a logística, através da introdução do uso de contêineres no transporte intermodal.

O objetivo dessa postagem é mostrar como as novas tecnologias relacionadas a redes de dados, dispositivos móveis e tantos outros equipamentos conectados às redes, proporcionaram melhorias significativas nas atividades logísticas, dando-lhes agilidade, aumentando a sua produtividade e, por via de consequência, reduzindo custos e assim, alavancando novos negócios.

É indiscutível que as plataformas de tecnologia da informação alavancaram os processos logísticos, municiando-os de grande flexibilidade operacional e agilidade na condução dos negócios.

A Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) proporcionou a integração de todas as atividades logísticas, dando-lhes visibilidade, muito especialmente em função da transferência dos dados, antes “flutuando” em servidores dos diversos parceiros, para a nuvem, como mostra a figura 2.



Figura 2 – Logística e Internet das Coisas.
Fonte: Gonçalves, P.S. (2015).


Assim, não restam dúvidas de que, internet das coisas (IOT), a identificação por rádio frequência (RFID) e mesmo o novo sistema de captura e identificação automática (AIDC) deverão prevalecer e serão aplicados em todos os setores da logística.

Sistema de captura e identificação automática (AIDC) - tem por finalidade, fornecer informações em tempo real dos mais diversos eventos logísticos. Com esses dispositivos é possível criar um gerenciamento bastante ágil, permitindo a tomada de decisão praticamente em tempo real, com o objetivo de corrigir e gerenciar eventos extraordinários que ocorrem nos processos operacionais.

Tecnologias tipicamente consideradas como parte do AIDC incluem código de barras, Identificação por Radiofrequência (RFID), Biometria, cartão magnético, reconhecimento ótico de caracteres, Smart card e Reconhecimento de fala. Por exemplo, o atraso de um pedido poderá ser mitigado, através do uso de alternativas que permitam superar esse atraso em algum elo da cadeia de suprimentos.


Figura 3 – Sistema de Captura e Identificação Automática – AIDC.

Fonte: Steemit/Google Imagens (2019).

RFID & e-Tag – tecnologia inicialmente utilizada pelos britânicos na Segunda Guerra Mundial, foi introduzida mais massivamente pela Walmart, na década de 90, com a finalidade de melhorar o fluxo de entrada e saída de produtos na sua rede de supermercados.

O sucesso dessa aplicação ganhou amplitude no seu uso, dado que ela permite um controle efetivo dos estoques, em tempo real e, por via de consequência, reduz os riscos de falta de produtos.


Figura 4 – Etiqueta eletrônica e seu funcionamento.

Essas etiquetas (Figura 4) permitem receber informações que são geradas ao longo do processo de fabricação e/ou modificação do produto, facilitando assim o cliente ter acesso a informações sobre o produto tais como: data de fabricação, uso de práticas sustentáveis na sua elaboração/produção etc.

Também é utilizada no rastreamento de pedidos, permitindo assim, que dessa forma, o próprio cliente tenha possibilidade de acompanhar o andamento de seus pedidos, via internet, desde a sua expedição até o seu recebimento.

A empresa Frost & Sullivan estima em US$ 5,4 bilhões o mercado de etiquetas eletrônicas para a ano de 2020.

Computação em Nuvem - Cloud Computing (em inglês) - Figura 5, trouxe grandes benefícios para a logística, especialmente com os avanços das tecnologias embarcadas nos denominados dispositivos móveis (celulares, notebooks e tablets); permitindo assim a entrega de um serviço, através da internet, que pode ser acessado de qualquer lugar.



Figura 5 - Computação em nuvem.
Fonte: Autor/Google Imagens (2019).

Um dos grandes ganhos da computação em nuvem é a desnecessidade da realização de grandes investimentos em hardwares, reduzindo assim os custos na criação e manutenção de centrais de dados (Data Centers) que operam com uma grande quantidade de servidores, nos quais residem os softwares e aonde são armazenados os dados.

A segurança dos dados, é operada através do uso de sistemas de criptografia, utilização de códigos de segurança e senhas robustas; dificultando consideravelmente a possibilidade de invasão por algum intruso!

Além disso, o backup dos dados é automático, os quais passam a ser armazenados também em outras pastas ou outros servidores.

Sob o âmbito estrito da logística, os ganhos são consideráveis; a começar pelo acesso aos dados utilizando-se qualquer dispositivo móvel que tenha conexão com a internet, a qualquer hora e de qualquer lugar.

Ademais, sensíveis diferenciais são obtidos com essa tecnologia, através da integração das informações com os diversos setores da empresa (finança, gestão de estoques, vendas, distribuição física etc), melhorando o nível de comunicação empresarial e agilizando os processos logísticos.

Além de controlar os diversos tramites burocráticos dos processos logísticos, permite gerenciar os diversos elos da cadeia logística, especialmente se essa cadeia estiver interligada entre os parceiros de negócios, melhorando a sua visibilidade e maximizando os resultados esperados.

E, ao final, resultando em melhorias nos serviços logísticos com maior satisfação dos clientes e reduções de custos das operações.

Vans e Drones – muitas tecnologias surgiram e focadas na busca de soluções inteligentes e economicamente sustentáveis, especialmente da distribuição de produtos em grandes centros urbanos.

A McKinsey/ONU estimam que, em 2050 entre 55 e 65 % da população mundial estará concentrada em grandes centros urbanos, valendo notar que as estimativas dão conta que no citado ano, a população mundial deverá atingir 10 bilhões de pessoas.

É obvio que tamanha concentração populacional vai gerar inúmeros problemas, inclusive relacionados a mobilidade urbana e nesse contexto, aumentarão em escalda exponencial, os problemas de entregas, especialmente para a denominada “última milha”.

A Mercedes Benz em parceria com a Maternet (Califórnia) desenvolveu um modelo de Van/Drone (Figura 6), especialmente projetada para atender as entregas de “última milha”, diante das dificuldades encontradas no fluxo de transporte dos produtos até os clientes.


Figura 6 – Van/Drones e suas facilidades.

Fonte: Mercedes/Gonçalves (2016).

Essa Van é equipada com dois drones, localizados em seu teto, que tem a capacidade para dois quilos de carga útil.

O veículo é abastecido com 25 pacotes (dois quilos por pacote) e são transportados pelos drones até o local de destino de forma autônoma através de um softwares especial que recebe informações do destino de cada pacote, sendo que o drone é operado por GPS (sistema de posicionamento global, mais conhecido pela sigla GPS - Global Positioning System. Um mecanismo de posicionamento via satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a sua posição, a qualquer momento e em qualquer lugar no planeta).

Realidade Aumentada – A coqueluche dessa tecnologia elevou-se quando a Nitendo lançou um jogo denominado “Pokemon”’, que permitiam aos seus usuários, caçar personagens desse jogo, misturando realidade com virtualidade.

Rapidamente essa tecnologia foi absorvida pelo mundo corporativo, na área de negócios, e as suas aplicações foram enormemente ampliadas, mostrando; por um lado, a sua viabilidade na sua utilização nas operações logísticas.


Figura 7 – Realidade Aumentada aplicada na separação de pedidos.
Fonte: DHL/Gonçalves (2015).

Por exemplo, uma das aplicações de impacto (Figura 7) é a sua utilização em grandes Centros de Distribuição, nas atividades de picking (separação do pedidos), que chegam a absorver entre 55% e 65% cos custos operacionais de um Centro de Distribuição.

Sua operação interativa permite de forma intuitiva, deixar os operadores com as “mãos livres” durantes as atividade de picking , reduzindo, por via de consequência, a taxa de erro  na separação dos pedidos e aumentando em até 25% a eficiência operacional.

A Ricoh (fabricantes de produtos eletrônicos) em parceria com a DHL, desenvolveu um projeto denominado Vision Picking; como mostra a Figura 7fe, onde um operador, atuando com o uso de um óculos de Realidade Aumentada (RA) realiza as operações de coleta dos pedidos e promove o seu posicionamento na área de expedição.

Outra aplicação bastante significativa dessa tecnologia RA está relacionada a localização de contêineres nos pátios. A localização tradicional de um contêiner é efetuada utilizando-se quatro parâmetros: quadra, coluna, altura e fila.

Como uso de RA, os contêineres ao adentrarem no pátio, são registrados e sua localização determinada na área do pátio. Nesse sistema (Figura 8) o operador utiliza um tablet no posicionamento do contêiner em função dos demais contêineres existentes no entorno, reduzindo assim a tediosa rotina, pouco criativa tradicional que pode levar a ocorrência de erros.

Figura 8 – Uso da Realidade Aumentada no Controle de Contêineres.
Fonte: Gonçalves (2016).

Inteligência Artificial – com os avanços das tecnologias e o elevado volume de redes nas comunicações em suas mais diversas formas e plataformas, um considerável volume de dados passou a transitar nessas redes, ricos em informações para os mais variados negócios.

Esse volumoso acervo de dados, disponível para serem explorados, permitiu a criação dos denominados Big Datas. O tratamento desses dados dentro da ótica dos 4 V´s (Volume, Velocidade, Variedade e Veracidade) e suas análises permitem elaborar algoritmos embarcados em diversas aplicações, flexibilizando as operações através de sofisticados modelos que resultam no uso de redes neurais com capacidade de aprender características e padrões que são “minerados” no arsenal de dados proporcionados pelos Big Datas.



Figura 9 - Big data e Inteligência Artificial.
Fonte: Gonçalves (2016).

Nesse sentido, a evolução da inteligência artificial (AI) tornou-se tão majestosa em todos os campos das atividades humanas e, vem função dessa expansão progressiva, acabou produzindo um campo específico, dedicado ao estudo das otimizações logística.

O avanço da aplicação da inteligência artificial nas operações logísticas é exponencial. Alguns benefícios do uso da AI aplicadas à logística são elencados a seguir:

Robótica e automação – robôs, agora mais leves e mais flexíveis, já estão em uso em diversas atividades. A DHL, por exemplo, testou com sucesso o uso de robôs ao lado de funcionários no apoio de operações logística repetitivas. Entre diversas outras aplicações, podemos citar o sistema robótico Kiva que utiliza um poderoso software de controle e vem sendo utilizado no armazém da Amazon e em outras unidades varejistas.

Veículos autônomos – além dos caminhões (Figura 10) que comentamos nesse blog, empilhadeira e outros equipamentos autônomos já estão atingindo um bom “nível de maturidade” nas operações, segundo informa a DHL. 


Figura 10 – Caminhão da Mercedes Benz.
Fonte: Mercedes/Gonçalves (2016).

Veículos aéreos não tripulados (UAV´s) – Drones já cruzam os céus, em caráter experimental, em operações de entrega de produtos aos clientes, especialmente em áreas rurais e locais de difícil acesso,

Uso de impressão 3D – usadas na descentralização da produção e fabricação. Os pedidos dos clientes são transferidos para diretamente para pequenas “fabricas” mais próximas dos clientes, o que a DHL denomina de “hiper-personalização”. Peças de reposição de aeronaves já estão sendo impressas em impressoras 3 D (Figura 11). 


Figura 11 – Impressora 3 D.
Fonte: Google Imagens/Direirotech.com (2019).

AI no tratamento e processamento de cargas aéreas - através de um conjunto de regras e restrições, tais como: prioridades, tipos de carga, horários de voos, horários de pico etc. e com auxílio de sistemas com AI. Os terminais da Hong Kong Air Cargo Ltd. (Figura 12) vem utilizando essa modelagem para tratar e processar cada carga que chega e parte nas diversas aeronaves.


Figura 12 - Aeroporto de Hong Kong e terminal de carga.
Fonte: Google Imagens/Flicks.com (2019).

A lista de novas tecnologias inovadoras na área da logística é extensa!
A cada dia surgem novas aplicações, muitas delas altamente disruptivas que resultam na ampliação da capacidade de operação e controle das cadeias de suprimentos, imputando-lhes ganhos de produtividade e aumento da competitividade no mercado global!

Estar antenado com os avanços tecnológicos aplicados à logística é essencial, muito especialmente em um mundo altamente competitivo !\

Fonte:
Goncalves, P. S. – in Logística Hiperconectada -disponível em https://professorgoncalves.blogspto.com/logisitca-hiperconectada.html - acesso: 28/03/2019
                               - Inovação da Logística – Parte I – disponível 

                               - Etiquetas Eletrônicas Revolucionam o Varejo – disponível em: https://professorgoncalves.blogspto.com/etiquetas-eletronicas-revolucionam-a-logistica/html   - acesso: 28/03/2019.

                               - Tecnologias Inovadoras revolucionam a Distribuição Física – disponível em: https://professorgoncalves.blogspto.com/tecnologias-inovadoras-revolucionam-a-distribuicao-fisica/html - acesso: 28/03/2019.

                               - Inteligência Artificial aplicada à Logística – disponível em: https://professorgoncalves.blogspto.com/inteligencia-artificial-aplicada-a-logistica/html - acesso: 28/03/2019.
                               - Realidade Aumentada está revolucionando a Logística – disponível em: https://professorgoncalves.blogspto.com/realidade-aumentada-esta-revolucionando-a-logistica/html acesso: 28/03/2019.

                               - Veículos Autônomos vão acelerar a logística  - disponível em : http://professorgoncalves.blogspot.com/2016/10/veiculos-autonomos-vao-acelerar.html - acesso: 31/03/2019.

Godoy, B. in Lições incríveis de inovação em logística da Amazon para seu e-commerce – disponível em: https://www.madae.com.br/blog/licoes-incriveis-de-inovacao-em-logistica-da-amazon - acesso: 15/03/2019.

Blog e-Sales - in Afinal, como usar cloud computing na logística? disponível em 
https://esales.com.br/blog/afinal-como-usar-cloud-computing-na-logistica/ - acesso: 04/04/2019.

Mecalux - in Computação na nuvem como aliada da cadeia logística - disponivel em - https://www.mecalux.com.br/artigos-logistica/computacao-nuvem-como-aliada-cadeia-logistica - acesso: 04/04/2019.