MANUFATURA ADITIVA
3 D PRINTING
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TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS ATÉ 2030.
CADEIAS DE SUPRIMENTOS E A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Os recentes eventos a nível mundial provocados em grande medida, pela pandemia do Covid-19, levaram a rupturas significativas e extremamente danosas das cadeias de suprimentos, com imediatos reflexos na economia global.
A vulnerabilidade
operacional demonstrada durante os primeiros meses da covid-19, objeto de
postagem nesse blog, cujo link apresentamos a seguir:
(https://professorgoncalves.blogspot.com/2020/02/riscos-na-cadeia-de-suprimentos-o.html
colocaram expostas as entranhas das cadeias de suprimentos e
os riscos de colapso da manufatura, obrigando aos líderes desses setores a repensarem
em um novo desenho de suas redes logística. Ver artigo desse blog no link
abaixo:
https://professorgoncalves.blogspot.com/2020/04/redesenhando-as-cadeias-logisticas-as.html
Esse evento também acabou por provocar a implementação de
novas formas de organização e maior impulso no desenvolvimento da força de trabalho,
especialmente em função da automação e de novas tecnologias erguidas na
denominada Quarta Revolução Industrial.
A análise situacional das cadeias logísticas e os suprimentos às manufaturas, em especial, promoveu a imperiosa necessidade da
implementação de alguns vetores de mudança indispensáveis, como:
Nesse contexto, a automação dos processos (RPA - Robotic
Process Automation) que tem por base mecanizar os processos de negócios
através do uso da Inteligência Artificial, Aprendizado Máquina, Big Data, Robótica e
Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) também foi impulsionada.
De um lado a Gartner e seus analistas prenunciam que 85% das grandes organizações estarão voltadas para a automação de seus processos até 2020; registrando que a pandemia do Covid-19 acabou se transformando um vetor de aceleração para a transformação digital das empresas; valendo lembrar da frase de Tina Nunno, vice presidente da Gartner Research: "o segredo do digital é analógico. Por analógico, queremos dizer pessoas: pessoas que são colaborativas, ágeis, analíticas, inovadores e que têm a capacidade e desejo de explorar tecnologias emergentes para melhores resultados de negócios".
De outro lado, a Internet das Coisas (IoT) está passando por
uma revolução considerável com a introdução gradual das tecnologias 5G´s com
bandas de alta velocidade.
De acordo com Mckinsey, considerando tão somente os domínios
da Mobilidade, Saúde, Manufatura e Varejo; esses setores representarão, com a
implementação da tecnologia 5G, uma estimativa de incremento no PIB Global oscilando entre US$ 1,2 Trilhões e US$ 2,0 trilhões até 2020 (op.cit. Mckinsey - 2020).
Os benefícios dessa tecnologia também serão sentidos junto à
sociedade com um todo, promovendo a democratização do acesso a informação e
comunicação rápida; valendo lembrar que hoje, parcela substancial da população mundial
possui um smartphone e está, literalmente, conectada ao planeta e às ofertas de
produtos e serviços.
Nesse tópico, segundo a mesma publicação da Mckinsey, projetam uma estimativa de incremento adicional no PIB Mundial numa faixa
entre US$ 1,5 Trilhões e US$ 2 trilhões.
Vale observar que as tecnologias 5 G prometem, a exemplo da
fibra ótica, colocar no “ar” velocidade, redução no tempo de latência (tempo que
leva um sinal ou pacote de informação ser enviado de um computador emissor – origem,
até chegar ao computador receptor – destino) que são essenciais para tornar ágeis
os comandos dos dispositivos autônomos (veículos, robôs etc), promovendo confiabilidade e segurança (valendo aqui um registro quanto a segurança de dados entre os
usuários dos sistemas e seus provedores).
Nesse sentido, inovação importante foi introduzida na comunicação através dos denominados LEO (Low Earth Orbit) que levarão conectividade de banda larga a todas as regiões do planeta.
Essa tecnologia envolve o uso de satélites de baixa órbita terrestre que permitem
transmitir banda larga do espaço e, por via de consequência, promover a
cobertura da conectividade em áreas remotas.
Uma área que também será altamente impactada é a Logística Urbana, em face do uso de dispositivos de IoT que permitirão ampliar e flexibilizar, através de sistemas inteligentes (Inteligência Artificial e aprendizado máquina), a mobilidade através do transporte público, operação da infraestrutura básica, aprimoramento dos sistemas de navegação e compartilhamento de veículos; projetando, segundo a Mckinsey, um incremento no PIB numa faixa entre US$ 170 bilhões e US$ 280 bilhões até 2030 (op. cit. Mckinsey - 2020).
No setor manufatureiro, o uso da tecnologia 5G permitirá a realização de operações de alta precisão, em especial, em face do reduzido tempo de latência, produzindo comandos e controles em tempo real em alta frequência.
Fábricas inteligentes (ver nesse blog o artigo – Light out
Manufacturing – link abaixo),
https://professorgoncalves.blogspot.com/2019/09/light-out-manufacturing.html
operando com inteligência artificial e uso da robótica avançada, estarão produzindo dentro de um processo de eficiência máxima, otimizando as operações
em tempo real!
Nesse ambiente, a Mckinsey estima que o impacto no PIB da indústria
poderá atingir entre US$ 400 bilhões e US$ 650 bilhões até 2030. (op.cit. Mckinsey-2020).
Do lado do varejista, o elenco de sensores utilizado em suas
instalações, aliado a sistemas de rastreamento e visão computacional,
promoverão uma acelerada revolução, permitindo, por via de consequência,
melhorar de forma massiva, a sincronização do fluxo de oferta e demandas de
produtos, otimizando os níveis de estoques e implementando melhorias
significativas nas operações das cadeias de suprimentos.
As estimativas de alavancagem do PIB no setor, segundo a Mckinsey estão entre US$ 420 bilhões e US$ 700 bilhões até 2030 (op.cit Mckinsey - 2020).
Não há dúvidas de que, apesar dos obstáculos provocados pela pandemia e seus
reflexos na economia global, a revolução industrial puxada pela automação e
conectividade global em alta velocidade, farão a diferença nas cadeias de
suprimentos, nas indústrias, no varejo, na mobilidade urbana e na qualidade de
vida.
Fontes:
Mckinsey
Global Institute – in Connected world: An evolution in connectivity
beyond the 5G Revolution – disponível em https://www.mckinsey.com/industries/technology-media-and-telecommunications/our-insights/connected-world-an-evolution-in-connectivity-beyond-the-5g-revolution
- acesso: 10/10/2020.
Mudge, W –
in Will 5G and LEO Deliver Better Remote Connectivity? – disponível em https://superyachttechnologynews.com/2020/06/01/will-5g-and-leo-deliver-better-remote-connectivity/
- acesso: 10/10/2020.
Marr, B – in
Robotic Process Automation Is Coming:
Here Are 5 Ways To Prepare For It – disponível em https://www.forbes.com/sites/bernardmarr/2020/10/09/robotic-process-automation-is-coming-here-are-5-ways-to-prepare-for-it/#42e0d02125d9
– acesso: 10/10/2020.
Novas
Tecnologias impulsionam a Logística
O arsenal de tecnologias
disponíveis hoje no mercado, abre um leque de possibilidades em todas as áreas
do conhecimento humano.
Gradualmente, e agora, em um
choque praticamente coercitivo, em face da pandemia, tecnologias passaram a ser consumidas
mesmo por aqueles que antes relutavam em utilizá-las, como é o caso das
transferências de valores via uso de celulares, compras pela internet etc.
Um exemplo claro e contundente
foi a explosão das compras online e as conferências e encontros virtuais
promovidos por conta da pandemia e o isolamento social.
É fácil perceber que, com o lockdown, institucionalizado mundialmente, a logística mais uma
vez mostrou-se indispensável e, de forma eficiente, manteve o abastecimento,
suprindo a demanda, muito especialmente de bens de consumo essenciais; onde os
supermercados funcionaram normalmente, sem qualquer crise de desabastecimento.
É claro que, para que essa
operação obtenha sucesso, as ações logísticas precisam ser estruturadas com um elevado
aparato tático e estratégico para manter, sem interrupções, o fluxo de bens
requerido pelos usuários finais.
Essa eficiência logística foi
proporcionada por uma série de avanços tecnológicos que foram embarcados nas
operações das cadeias de suprimentos.
Equipamentos de automação,
sensores especiais, conexões seguras e de alta capacidade de transferência de
dados, assim como aplicações de inteligência artificial e mais especificamente,
algoritmos de aprendizado máquina (machine learning)
permitiram maior assertiva e acurácia no suprimentos dos estoques e atendimento
as exigência dos clientes e consumidores.
Uso de Drones
O drone é uma tecnologia que
saiu do mero lazer para ser utilizada em diversas áreas, gerando pedidos de
patentes para aplicações especiais.
Por exemplo, a rede Walmart
entrou com um pedido de patente para drones destinados a ajudar os clientes a
procurar os produtos que necessitam no interior de suas lojas.
A Amazon, por sua vez,
requereu também patente para drones destinados a realizar entregas. Esses
drones são equipados com sensores que reagem a comandos de voz e gestos, como
por exemplo: movimentando os braços é possível conduzi-lo.
Figura 3 - Drones da Amazon.
O uso de drones facilita e, em
muitos casos, permite resolver os problemas da última milha, normalmente enfrentados
pelos varejistas nas entregas em grandes centros urbanos.
Além desse drones serem rápidos
e seguros, não poluem o ambiente com zero emissão de carbono!
Combinando essa tecnologia avançada, esses drones, usados em grandes metrópoles podem operar em áreas densas, sem qualquer preocupação com os famosos congestionamentos, especialmente em se tratando de entregas rápidas.
Além da reduções de custos, como relata um estudo realizado pela ERAU (Embry- Riddle Aeronautical University) que apresenta o exemplo de um varejista que pagou US$ 2.000 por uma plataforma para gerenciar as suas entregas, mediante a realização de 50 voos semanais e a um custo médio de US$ 1,74 por viagem.
Comparados aos meios tradicionais cujo custo atinge US$ 2,00 por viagem no descolamento da última milha, o uso desses drones mostrou uma vantagem competitiva.
Aqui no Brasil, a empresa Speedbird
(ANAC – Notícias 2020) recebeu um certificado de autorização para voos experimentais (CAVE) destinado ao uso de drones na entrega de produtos.
Internet de Tudo (IoT)
O uso da Internet das Coisas
(IoT) permite criar operações ágeis na cadeia de suprimentos, facilitando a sua
visibilidade, permitindo um rápido alerta sobre a possibilidade de eventuais
interrupções, além de manter os caminhões nas estradas devidamente rastreados, Centros de Distribuição
em pleno funcionamento e os varejistas e seus clientes devidamente atendidos
nas suas demandas.
Na medida que uma vasta gama
de sensores de baixo custo, passam a integrar as redes logísticas e seus
sistemas, há um considerável fluxo de informações que auxiliam a rastreabilidade dos produtos, desde fornecedores até as gôndolas ou prateleiras dos
varejistas.
Para que uma cadeia de
suprimentos seja ágil e eficaz com o uso da Internet das Coisas, é
indispensável o apoio da tecnologia da informação mediante o uso de computação e redes, permitindo armazenar, analisar e gerenciar um elevado volume de
informações geradas nos diversos processos.
Figura 4 - Big Data e IoT na Logística.
De um lado, as análises
preditivas e os alertas antecipados garantirão um fluxo adequado de bens na
cadeia de suprimentos, permitindo assim satisfazer aos clientes e consumidores.
De outro lado, há preocupações
com a segurança cibernética dos sistemas, tanto a nível de hardwares quanto de
softwares, como também com a autenticidade do fluxo de informações que transita
nas redes logísticas.
Em muitos casos, o uso da
tecnologia do blockchain pode ser utilizada. O Hyperledger - uma
comunidade de código aberto projeto construído pela Fundação Linux focado no
desenvolvimento de um conjunto de estruturas estáveis, ferramentas e
bibliotecas para implementações de blockchain de nível
empresarial, é recomendável. Com a modernização de processos tradicionais via
blockchain, surgiu uma infinidade de plataformas com essa finalidade.
Essas tecnologias são
oferecidas pela Intel, IBM, HP e a Cisco; permitindo assim garantir
transparência e segurança nas transações.
Aplicação de dispositivos
vestíveis
Tratando-se de dispositivos
vestíveis (weareble), em nossa postagem do dia 25/01/2015
focalizamos esse tema. Para o leitor interessado, segue o link da postagem :
https://professorgoncalves.blogspot.com/2015/01/eu-e-eu-cyborg-o-uso-de-tecnologia.html
Nessa postagem daremos um foco
nas suas aplicações nas cadeias de suprimentos.
Um desses instrumentos é o óculos de realidade aumentada que vem sendo utilizado em muitas aplicações na
coleta e separação dos pedidos, como por exemplo, nos depósitos da DHL, como
mostra a figura 5.
Figura
5 – Uso de óculos de realidade aumentada em CD´s.
O uso desse equipamento
facilita consideravelmente as atividades, especialmente porque o operador, além
de ser “conduzido” para os locais aonde ele deverá pegar os produtos para
atender a um determinado pedido, também facilita a determinação do seu local
para o embarque, visto que o sistema armazena o local de guarda na área de
despacho, com mostrado na figura 5.
Um outro exemplo é o
aplicativo desenvolvido pela empresa Scandit, mostrado na figura 6, que utiliza
câmeras de alta resolução disponíveis em celulares, com objetivo de ler o código de barras
e identificação dos produtos.
Figura
6 – Aplicativo da Scandit em celulares.
Ao serem recebidas as
informações, o aplicativo imediatamente identifica os dados da etiqueta e pode
reconhecer o produto mesmo sem uso do código.
Não restam dúvidas que
tecnologias de ponta estão sendo introduzidas nas cadeias de suprimentos,
permitindo assim, maior visibilidade, segurança, agilidade, redução de custos e
atendimento adequado aos clientes e consumidores.
Fonte:
Transmetrics – Blog – Sefety & Efficiency: the Future of Wearebles in Logistics – disponível em www.trasnmetrics.eu – acesso: 29/08/2020.
Gonçalves, P. S. Logística e Cadeias de Suprimentos – Slides do curso de Logística do IBMEC/RJ.