sábado, 4 de abril de 2020

A importância da logística no combate a pandemia do Coronavírus.

A importância da logística no combate a pandemia do Coronavírus.

Este artigo é dedicado aos heróis da 
area de saúde e aos caminhoneiros
que estão na frente da batalha contra
a epidemia do coronavírus!


Estamos vivendo uma situação de guerra diante de um inimigo invisível, de dimensões ínfimas, mas potencialmente perigoso em suas ações.

A Organização Mundial da Saúde vem apresentando panoramas periódicos sobre a evolução dessa pandemia que se espalha por todo o planeta.

As pandemias são surtos que ocorrem em larga escala envolvendo doenças infeciosas, com ampla atuação na escala geográfica, podendo causar perturbações econômicas, sociais e políticas. Basta fazer uma análise rastreira dos últimos acontecimentos no nosso país.



A demora na notificação de pandemias, a exemplo do ocorrido no caso do SARS - Servere Acute Respiratory Syndrome (Sindrome Respiratoria Aguda Grave), acabou levando a Organização Mundial da Saúde a atualizar o denominado Regulamento Sanitário Internacional, a qual, em caráter obrigacional, exigiu que todos os países membros cumprissem o protocolo de detecção, notificação e resposta de surtos pandêmicos

Análise de especialistas, dos mais diversos, muitos com grande experiência no estudo de pandemias, com ajuda de infectologistas e epidemiologistas, promoveram o desenvolvimento de modelos matemáticos com o objetivo de projetar a expansão da curva desse flagelo. 

A avaliação dessas curvas de expansão acabam evidenciando dois problemas  graves que vão muito além do combate ao vírus: uma questão relacionada ao estoque de equipamentos e produtos destinados a área de saúde, assim como um problema relacionado a capacidade física das instalações hospitalares destinadas a comportar os eventuais infectados graves; ambos motivados pelo crescimento projetado de novos infectados com esse flagelo e a probabilidade de ocorrência de casos mais graves que vão demandar internações em unidades hospitalares  que, em circunstâncias mais complexas, resultarão na necessidade de utilização de respiradores destinados a manter, de forma mecânica, a ventilação dos pulmões. Fatos esses, devidos ao comportamento desse vírus que ataca as vias respiratórias levando, em certas circunstâncias, a provocar a denominada insuficiência respiratória aguda.


Figura 2 -Respirador mecânico

Diante do quadro epidemiológico estudado pelos especialista encontra-se a constatação imediata de que o planeta não está preparado para esse verdadeiro "Cisne Negro", em sua versão mais dramática: a possibilidade de perdas de vidas humanas !

Afinal, não existe instalações hospitalares disponíveis para abrigar tamanho contingente de pessoa infectadas com problemas respiratórios, nem tampouco  equipamentos suficientes para dar-lhes  resguardo, segundo projetam os modelos de expansão da epidemia.

Vale referenciar o trabalho realizado na China com a construção em tempo recorde de um hospital emergencial para abrigar mil leitos, em uma área de 25 mil metros quadrados, cuja edificação aconteceu em um prazo de 10 dias.

No nosso entender, apesar das potencialidades da China, era presumível que, sabendo com bastante antecedência dessa pandemia, já estava se preparando para esse evento que, ao final, transformou-se em uma propaganda de "eficiência" do regime totalitário  chines, um perfeito Estado Totalitário High-Tech!

Afinal, como as informações fornecidas são filtradas pelas autoridades chinesas, o relato dessa pandemia só foi divulgado para o mundo tempos após o término das comemorações do ano chines, quando os  chineses costumam ganhar uma semana de folga e muitos deles procuram viajar para comemorar o evento com as suas famílias, traduzindo-se assim, numa das maiores mobilidade do planeta!

Em dezembro de 2019 começaram a surgir relatos médicos de casos misteriosos de pneumonia que rapidamente se espalhou, muito especialmente em função da grande aglomeração de pessoas, cuja potencial infectante ocorreu em face das comemorações do ano chines, que neste ano, oficialmente tiveram início no dia 25 de janeiro. 

É importante ressaltar que pandemias, que aconteceram ao longo da nossa história, sendo uma das mais famosas a  denominada "Gripe Espanhola" apresentam riscos e, como o próprio Bill Gates havia comentado em uma palestra no TED (2015), estão aumentando a sua frequência, especialmente em face de surgimento de doenças virais em animais (op.cit. Madhav et al.). 

Vale registrar, nesse contexto, as prática de total falta de higiene e descontrole, nos denominados "mercados exóticos" existentes na China, aonde todo o tipo de animal é comercializado e degustado por apreciadores de comidas estranhas como morcegos, cobras, ratos etc. !

De um lado, além de severos danos a saúde das populações, podendo, em muitos casos, levar ao óbito,  essas pandemias atingem o coração dos sistemas econômicos por meios de diversos canais, levando a retração da expansão econômica, cujos reflexos produzem resultados psicológicos negativos junto a população,  em face do medo  e mesmo pânico de contrair a doença. Valendo registrar que a nossa imprensa tem contribuído de maneira absolutamente inadequada quando veicula notícias sobre o tema,  provocando, em muitos casos, pânico e ansiedade, especialmente em áreas metropolitanas com grande contingente populacional.

Há riscos, dependendo das medidas instituídas com objetivo de mitigar o avanço da pandemia, de tensões políticas e sociais que poderão promover instabilidades políticas, provocar violência e tensão entre estados e cidadãos (op.cit. Madhav et al), como é o caso da quarentena imposta no Brasil e algumas atitudes impensadas de alguns governadores que praticamente fecharam as suas fronteiras estaduais, impedido a livre circulação de mercadorias indispensáveis não só ao abastecimento de suprimentos alimentícios, como também material médico imprescindíveis no combate médico hospitalar da pandemia do coronavírus. Há relatos de caminhões transportando oxigênio hospitalar parados nas fronteiras interestaduais, em face de decreto de governo estadual que impedia a sua livre circulação!

Sem transporte, um dos principais condutores da logística, não há cadeia de suprimentos e, por via de consequência, os impactos são massivos, tais como, paralisação das atividades comerciais, desabastecimentos das industrias, de supermercados etc. 

Decerto que a logística e suas cadeias de abastecimento, são absolutamente indispensável para a manutenção das atividades essenciais, mesmo em situações de paralisação generalizada. Na grave situação descrita, as empresas precisam se reinventar com o objetivo de mitigar o impacto dessa paralisação, valendo registrar que o Governo Federal em articulação com o Ministério da Infraestrutura, fixou um plano de contingência para permitir que o transporte essencial continue operando em todo o território nacional, apesar os primeiros senões de algumas autoridades estaduais, muito mais  preocupadas com os holofotes do que com os interesses da população!

De um lado, é indispensável uma ação coordenada, a exemplo daquela estabelecida pelo Ministério da Infraestrutura, tendo como foco fortalecer a manutenção da infraestrutura básica, tanto no que se refere aos produtos e equipamentos destinados aos serviços de saúde, quanto ao suprimento de gêneros alimentícios indispensáveis para as populações, em todas as cidades; visto que as atividades econômicas não poderão ser sustentadas sem o contínuo abastecimento de alimentos, combustíveis, eletricidade e demais recursos indispensáveis.

De outro, devemos observar que as cadeias de suprimentos atuais apresentam complexidade e são interconectadas o que poderá provocar riscos de interrupção em função da vulnerabilidade dos agentes que nelas atuam; valendo registrar que as cadeias estão focadas em áreas específicas, como por exemplo, uma cadeia de distribuição de produtos alimentícios possui atores diferentes daqueles que atuam no suprimentos de produtos farmacêuticos etc.; valendo lembrar uma outra variável em jogo que são os estoques, cada vez mais reduzidos em função de prática gerenciais de otimização de custos.


Figura 3 - Nossos herói em movimento.

Sendo essas cadeias logísticas especializadas e fragmentadas, há dificuldades nos ajustes, a exemplo da nossa quarentena quando a paralisação do fluxo de pessoas em grandes cidades reduz a mobilidade urbana e as atividades comerciais normais, com a consequente paralisação dos abastecimentos (não havendo consumo, não haverá reposição dos estoques), enquanto que a demanda dos supermercados crescem consideravelmente em função da maior procura por produtos, especialmente alimentos e produtos de higiene pessoal etc., para suprir as necessidades dos consumidores em função de maiores gastos em suas residências e mesmo, em face de receios de desabastecimentos.

Importante registrar que a logística se move, especialmente no Brasil, através do modal rodoviário e não podemos esquecer dos heróis de todos os dias que, cruzando esse país continental, transportam produtos em todo o território nacional e têm sido uma grande arma no combate a epidemia do coronavírus.

Nesse pormenor é indispensável pensar na proteção desses homens, objetivando mitigar uma possível contaminação ao longo de seus trajetos, assim como manter o suprimentos de serviços complementares como postos de combustíveis, serviços de alimentação e pernoite,  sem os quais fatalmente o sistema logístico indispensável entrará em colapso. 

Com inteligência, participação integrada de todos entes (deixando de lado  as vaidades e interesses políticos) das esferas governamentais (municipal, estadual e federal), serenidade, compreensão e ação colaborativa da sociedade;  as estratégias destinadas mitigar os efeitos da pandemia do coronavírus, levarão certamente a que todos nós sejamos vencedores nessa batalha!

Fontes:
,N.; , bB.; , M.; ,P.; ,E.; .

Disease Control Priorities: Improving Health and Reducing Poverty. 3rd edition. - Chapter 17 -Pandemics: Risks, Impacts, and Mitigation - disponivel em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK525302/

Dr. Rodrigue, JP.;Dr.Luke,T. (Department of Virology, Naval Medical Research Center) and Dr.Osterholm, M.(Director of the Center for Infectious Disease Research and Policy (CIDRAP), University of Minnesota) in Transportation and Pandemics - disponivel em https://transportgeography.org/?page_id=8869

Canadian Shipper in   

Pandemic Preparedness: Managing a supply chain crisis - disponivel em https://www.canadianshipper.com/transportation-and-logistics/pandemic-preparedness-managing-a-supply-chain-crisis/1000083943/


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