terça-feira, 26 de abril de 2011


ESTOU SENDO RASTREADO!
Em recentes notícias veiculadas nos principais periódicos que circulam no Brasil e no exterior, foi divulgado que os usuários dos tablets e smartphones, estão sendo rastreados, mesmo quando esses equipamentos estão desabilitados da função “rastreamento”! Com esse “gatilho”, as empresas fabricantes desses produtos passam a acompanhar os usuários de seus produtos colhendo informações de suas localizações!
Semelhante situação ocorreu num passado recente, quando um fabricante de roupas, utilizando-se de etiquetas inteligentes (e-tags), passou a rastrear os usuários de seus casacos e produtos de moda! A gritaria foi geral! Acabaram por abandonar o projeto!
Deixando de lado essa versão perversa da utilização de novas tecnologias que permitem a rastreabilidade de produtos ao longo da sua trajetória, aqui reside um importante avanço no que se refere ao gerenciamento de uma cadeia logística!
Para começar, vamos imaginar um contêiner carregado de produtos de alto valor agregado que é desembarcado em um porto. Dependendo do porto em que esse recipiente logístico é descarregado, o mesmo poderá ficar por dias ou semanas empilhado em uma verdadeira montanha deles! Aqui uma aplicação prática imediata do rastreamento: sua localização passa a ser imediata! Os verdadeiros rastreadores de contêineres, pessoas especialmente destinadas a localizá-los, agora estão armados com um poderoso arsenal tecnológico que lhes permite localizar muito mais do que a pilha em que se encontra, mas também as suas coordenadas geográficas, desde que utilizemos um equipamento um pouco mais sofisticado com um GPS (Global Positioning System - sistema de navegação por satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a posição do mesmo).
De um lado esse processo se tornou tão corriqueiro que hoje, qualquer serviço de taxi que se preze possui um GPS nele instalado que além de fornecer a sua posição geográfica, também avisa quando o motorista vai passar diante de um radar de velocidade e até mesmo indica a velocidade máxima permitida para aquela via!
De outro, o rastreamento é uma ferramenta vigorosa para gerenciar uma cadeia logística. Seguir o produto deste o momento em que o mesmo foi embarcado para um determinado destino permite informar, em tempo real , cada passo da movimentação do mesmo ao longo de todo o trajeto que o produto vai percorrer até chegar ao seu destino final!
É evidente que a rastreabilidade não se faz presente com uso exclusivo de sofisticados sistemas de posicionamento global por satélites ou etiquetas inteligentes! Um simples código de barras já é suficiente para que  os produtos sejam rastreados e a baixo custo operacional.
Para tanto, a exemplo do que ocorre nas maratonas em que são posicionados certos pontos de fiscalização e controle, aqui também é possível criar pontos estratégicos de coleta de informação de tal maneira que o escoamento do produto ao longo de uma cadeia logística seja perfeitamente acompanhado, sem que para esse fim tenhamos que dispor de um verdadeiro exército de pessoas.
Definindo-se pontos estratégicos no trajeto do produto, desde a sua fabricação até a sua destinação numa loja de varejo, por exemplo, será possível localizar o produto em um desses pontos, previamente escolhidos. Basta que, para isso, todas as vezes que um produto passar por essas “barreiras de controle”, o seu código de barras seja lido por um scanner (mesmo portátil) que permita, através desse código de barras, identificar o produto, sua origem e o seu destino.
As aplicações das tecnologias de rastreamento são diversas e muitas delas dependem significativamente da capacidade criativa do gestor que venha a utilizar essa maravilha tecnológica.
Como saber, por exemplo, se uma determinada promoção de vendas está sendo bem recebida pelo público alvo? Como trabalhar em operações puxadas e não empurradas na cadeia de abastecimento de uma rede de varejo?
Rastreabilidade e controle das operações são essenciais nesse campo.
Mas daí sermos rastreados sem o nosso consentimento é absolutamente uma total falta de ética e uma imperdoável invasão de nossa privacidade!
As tecnologias são boas e más! Tudo vai depender de quem as usa e mesmo qual o propósito da sua utilização!

domingo, 24 de abril de 2011

UM PEDIDO PERFEITO
Para início de conversa, um pedido perfeito é aquele que atende integralmente as expectativas do cliente e promove a elevação dos ganhos da empresa fornecedora, em todas as suas matizes: financeira, mercadológica, sustentabilidade etc.
Deixando de lado a definição meio clássica do parágrafo anterior, surge uma pergunta que não pode calar: “Como fazer acontecer um pedido perfeito?”.
Vender um produto é, antes de qualquer coisa, criar na mente do interessado em sua aquisição, um desejo e verdadeiramente uma “fome” para saciar esse desejo!
Mais do que nunca, marketing provoca de forma subliminar desejos revestidos de fantasias freudianas e é isso que impulsiona o mercado, na eterna busca de satisfazer uma insatisfação perene, um verdadeiro “buraco” voraz que, a tudo consome, mas nunca está satisfeito! Seria a hora de procurar Lacan ou Freud?
Um pedido perfeito começa com a sua captura. Isso acontece a partir do momento em que o cliente dá um click em seu desejo por ter sido seduzido por um site da rede ou mesmo, por exemplo, por ter sido visitado por uma vendedora, através de sistemas de vendas diretas (porta-a-porta, como é o caso da Avon® ou da Natura® que operam através de um exército de representantes).
Por enquanto, excetuando-se os casos em que o cliente entra em uma loja e leva o seu objeto de desejo devidamente embalado, até esse estágio, tudo se passa no nível informacional: o cliente manifesta seu desejo que se transforma em um conjunto de informações suficientes para identificar e processar esse seu desejo que agora se transforma em um pedido!
Porém, como ainda não chegamos aos sofisticados sistemas da futurologia como por exemplo, “transmutação molecular” ou o uso corriqueiro da nanotecnologia capaz de, em um passe de mágica, criar o nosso desejo bem em frente dos nossos olhos, há muito que se fazer para que esse pedido seja atendido dentro das expectativas manifestadas pelo cliente!
Começando por encaminhá-lo, após a devida aprovação do crédito, para um local apropriado que lhe dará seqüenciamento. Aqui normalmente estamos tratando de um centro de distribuição, por exemplo, aonde os pedidos são coletados por sistemas eletrônicos especiais e repassados para o pessoal encarregado de fazer a coleta e separação.
Imaginemos uma livraria com vendas pela internet. Quantos pedidos são efetuados via web entre uma gama variada de títulos e formatos e para as mais diversas regiões do país?
Agora vem o “caos”! Uma empresa vive de centenas ou mesmo milhares de pedidos por intervalo de tempo (dia, semana, mês... etc.). Portanto, o caos estará instalado! Como atender a esse tsunami de pedidos dentro das mais variadas opções e para um sem números de clientes, nos mais diversos pontos do País e de tal forma que os mesmos cheguem aos seus destinos no menor espaço de tempo possível?
Para começar, a tecnologia da informação aliada à automação industrial veio se agregar a brigada “anti-cáos” que precisa se instalar! 
Em verdade a TI tem função apoiadora da logística, porém não faz nada sozinha! Um computador não pensa, apenas processa dados e gera informações! Mesmo o famoso Watson da IBM não é nada mais do que um complexo sistema de mapeamento de redes e busca de informações através de sofisticados algoritmo de procura e escolha probabilística! Dizer que ele pensa caminha para a área do ridículo! O que ele produz é resultado de excelentes algoritmos de busca em rede (preparados por mentes privilegiadas) aliados a uma elevada capacidade de processamento (projetada por brilhantes engenheiros computacionais)!
E, portanto, a tecnologia da informação não cria o produto físico nem tampouco o separa para o cliente. Aqui entra um novo ente em campo: a automação industrial! Sem esse novo membro no time ficaria muito complicado atender a uma vastidão de desejos manifestados pelos clientes!
Assim como a tecnologia da informação permite enviar, em tempo real, um pedido do cliente para um centro de distribuição com a finalidade de que ele seja coletado, conferido, embalado e expedido, a automação industrial introduziu novos recursos para aprimorar esse mesmo objetivo.
Sistemas automáticos de separação de pedidos operados por sofisticados equipamentos de automação, em conexão com as redes de computadores, permitem agilizar os processos e atender a um elevado número de solicitações em tempo bastante reduzido.
Embora toda essa sofisticação tecnológica trabalhe em prol de atender ao cliente, desde o momento em que ele faz o seu pedido até a sua efetiva entrega, fechando assim o denominado “ciclo do pedido”, de nada adianta tanta parafernália tecnológica se o pedido não for processado e entregue exatamente como o cliente o exigiu!
Palavras como qualidade, velocidade, acurácia e rastreabilidade estão presentes em todas as operações que se realizam para que o pedido seja fornecido ao cliente exatamente como ele assim o deseja!
A qualidade é intrínseca a função empresarial! Sem ela nenhuma empresa conseguiria se manter no mercado. A velocidade é elemento essencial! Especialmente com o advento da internet que acabou produzindo uma verdadeira ansiedade nos clientes. Sob a sua ótica, uma vez que a sua compra foi realizada num click mágico na sua opção de produto, também imagina que, com a mesma velocidade, o pedido chegará ao seu destino! Já a acurácia está diretamente relacionada ao pedido perfeito: o que foi pedido será atendido exatamente como foi especificado.
Para aplacar a ansiedade do cliente, temos a rastreabilidade que permitirá ao cliente mais ansioso acompanhar passo a passo o desenrolar da sua compra. Essa sem dúvida é um grande avanço tecnológico. Através do próprio site da empresa, o cliente tem possibilidades de saber em que estágio o seu pedido se encontra.
Portanto, perseguir a meta do pedido perfeito é indispensável para todas as empresas que desejam sobreviver nessa selva competitiva e tenham possibilidades crescer indefinidamente!

sábado, 23 de abril de 2011


BUSCANDO MINHA ENCOMENDA
 A crescente demanda de produtos adquiridos pelos web sites provocaram uma verdadeira revolução nos sistemas de atendimento os usuários desses produtos.
Como o processo de compra via internet é muito rápido, o usuário dos sistemas de compras online , investem-se numa sensação idêntica quanto ao prazo para o recebimento do produto adquirido!
Ocorre que as grandes metrópoles estão cada vez mais congestionadas de pessoas, edificações e veículos! O tráfego urbano tornou-se lento, dificultoso e caótico. Não a certeza em relação ao prazo de entrega indicado!
Um simples acidente colateral em uma via pública ou mesmo em um túnel que corta a cidade, objetivando melhorar o fluxo de veículos, promove um caos local que se propaga, tal qual, o denominado “efeito dominó”!
Alguma alternativa para solucionar o problema para o envio dos produtos adquiridos pelos usuários via internet, vem sendo estudadas ao longo dos últimos anos. Utilização de motoboys ou mediante a contratação dos serviços de entregas rápidas, em muitos casos utilizando-se dos serviços dos Correios (SEDEX e SEDEX 10).
Mesmo o ECT, antes um modelo de eficiência operacional, caiu no descrédito, a ponto de sofrer intervenção direta do Governo em face dos péssimos serviços que vinham sendo prestados e mesmo em face da avalanche de reclamações dos usuários! Troca de diretores, redirecionamento estratégico estão sendo realizados, porém, não há perspectivas de resultados imediatos.
Aliado aos problemas já elencados fulcrado as questões das grandes metrópoles encontra-se o denominado problema da última milha! Esse é uma nova equação inserida no contexto dos estudos da denominada logística urbana! Esse problema se reveste de caráter elevadamente oneroso para a empresa responsável pela entrega dos produtos nos endereços indicados pelos usuários. A dificuldade aqui está relacionada a efetivamente encontrar no destino final, uma pessoa que possa recepcionar o produto encomendado.
Num transito metropolitano caótico, não a garantias de entregas com hora certa! Nesse sentido um verdadeiro jogo de dados é construído: será que no horário em que o entregador chegar ao local da entrega indicado pelo comprador existirá alguém para recepcioná-lo para receber produto? Quando a resposta é afirmativa, tudo ocorre dentro do programado e o cliente ficará satisfeito! A missão foi cumprida e a meta do pedido certa na hora certa se fez presente!
Mas isso é uma raridade especialmente quando o problema é abordado sob a ótica das grandes metrópoles! Nestas, a janela de tempo para a entrega, qual seja, o tempo decorrido entre o momento em que o entregador se desloca para fazer a entrega e  o seu recebimento, foi alongado para o denominado “horário comercial”, ou seja , das 8:00 horas até as 18:00 horas! É o que denominados de pedido certo com hora de entrega incerto!
A situação ficou ainda mais complexa a partir do momento em que as autoridades municipais passaram a restringir a circulação de veículos de entregas nos grandes centros urbanos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, os veículos de entregas só podem circular a partir das 10:00 horas da manhã, o que impõem sérios problemas para os distribuidores que fazem entregas em toda a região do Grande Rio.
Em São Paulo, a alternativa de final de placa, impar e par, para o tráfego dia sim e dia não, impões um ociosidade compulsória na frota de veículos de cerca de 25 %!
Algumas soluções criativas estão em processo de implantação. Na Espanha por exemplo, aproveitando-se do desenho das vias que formam cruzamentos, foi possível elaborar um plano em que, no subterrâneo de um dos vértices do cruzamento, foi criado um pequeno depósito de mercadorias destinado a atender as necessidades dos varejistas proximais. Esse depósito é reabastecido no período noturno.
Assim, quando um varejista necessita repor o estoque de uma determinada mercadoria, ele o faz através desse pequeno depósito, transportando assim, uma pequena quantidade dela, suficiente para atender a sua demanda, sem entretanto causar transtornos a circulação de veículos e nem ser importunado pelas autoridades por movimentar cargas em horários proibidos.
Não há soluções mágicas!
Hoje, visto que, gradativamente, as atividades no campo estão em elevado processo de automação, decapitando, por via de conseqüência, um grande número de empregos, vem ocorrendo um fenômeno bem conhecido que é a migração dos trabalhadores das áreas rurais para as grandes cidades. O resultado imediato é que as grandes metrópoles acabam sendo sufocadas pela exaustão e mesmo falência dos serviços básicos indispensáveis tais como: abastecimento de água, energia elétrica, transporte, lazer e segurança pública!
O caos se propaga em todas as direções, resultando em situações incontroláveis e de difícil gestão do espaço urbano, aumento da violência urbana, grande dispêndio de tempo para um cidadão se deslocar de um ponto a outro de uma metrópole,  o que acaba se refletindo num grande impacto na qualidade de vida dos metropolitanos.
A mente humana tem uma grande capacidade criativa e portanto, um elenco de soluções surgirá com o objetivo de melhorar o atendimento as exigências dos clientes, reduzir a poluição ambiental (menor emissão de gases poluentes e redução do ruído nas vias públicas) e melhorar, consideravelmente, a qualidade de vida do cidadão metropolitano permitindo uma circulação mais otimizada por uso de transporte coletivo para atender ao fluxo de pessoas que se deslocam em todas as direções do espaço urbano!
Esse é o grande desafio da Logística Urbana!