domingo, 24 de outubro de 2010

Logística Urbana - II

Logística Urbana - II

A elevada concentração da população em áreas metropolitanas acabou por produzir um grande congestionamento de todas as ordens.
De um lado a violência campeia pela desilusão do emprego fácil nas grandes cidades e de outro as dificuldades de locomoção estão presentes do dia-a-dia de cada cidadão.
Levar um produto ou entregar uma encomenda em grandes metrópoles é um grande desafio da logística.
Esse desafio se tornou tão elevado que acabou se transformando em uma nova vertente de estudos logísticos: a logística urbana.
Muito mais do que uma simples disciplinas de currículos de graduação e pós-graduação a logística veio para ficar.
Apesar de todas as tecnologias disponíveis no mercado, terabytes  viajando nas redes na velocidade da luz, não há milagres: os produtos têm que chegar nos pontos de consumo ou no local indicado pelo cliente que o adquiriu, seja numa loja ou através das facilidades sistêmicas que a internet nos disponibiliza!
 Os desafios da logística urbana vão muito além do simples estudo da otimização do uso do transporte. Ela vai mais longe!
Na sua essência busca um aparato tecnológico que lhe permita transformar o caos urbano em um “marco regulatório” de melhorias operacionais em todas as óticas, nas grandes metrópoles.
Criar rotas especiais, reduzir as chamadas filas duplas, melhorar a ocupação dos espaços viários, reduzir os quilômetros percorridos e mitigar ao máximo a poluição ambiental entram no cardápio a ser “degustado” nos estudos da logística urbana.
Seu objetivo primordial é melhorar a qualidade de vida nos grandes centros urbanos, facilitar o fluxo de veículos sem grandes congestionamentos e reduzir o tempo de trânsito da população que se desloca diariamente para os seus locais de trabalho.
Para inicio de análise, os estudos realizados pelo CSMP (Council fo Supply Chain Management Professionals), (nossas estatística são muito pobres quando existem!) mostram que 30% do volume de tráfego urbano nas grandes metrópoles são originários do transporte comercial o que se reflete também na poluição ambiental visto que cerca de 20% a 25% das emissões de gases de efeito estufa são provocadas por esse tipo de transporte.
É importante registrar também que isso se dever, segunda minha análise, a uma razão história: os veículos de carga, desde os tempos mais remotos, transitavam nos centros urbanos. Esse processo histórico acabou por levar a grandes congestionamentos das vias de transporte
Além disso, a circulação de veículos nas áreas urbanas acaba por provocar grande volume de acidentes . Entre de 15% a 20% dos acidentes nas vias urbanas são motivados pelo tráfego de veículos de carga. Não é preciso explicitar aqui as conseqüências desses acidentes em termos de congestionamentos etc etc.
Para reduzir impacto do fluxo de veículos, da poluição ambiental e melhorar a qualidade de vida dos usuários dos transportes urbanos, estudos de criação de anéis rodoviários destinados a reduzir o fluxo nos grandes centros vêm sendo elaborados pelos governos dos diversos estados e municípios, assim como a criação dos chamados portos secos, terminais multimodais e plataformas logísticas.
Outro aspecto importante e que tem provocados altos custos logísticos para as empresas está relacionado ao chamado problema da última milha. Isso decorre principalmente em face da mudança de hábito de consumo das populações, uso elevado e em crescimento acelerado, das compras via internet conjugado com as questões relacionadas à mobilidade dos grandes centros. A dificuldade de entregar um produto no local indicado pelo comprador está aumentando exponencialmente. Restrições impostas pelas entidades governamentais quanto ao tráfego de cargas, horários especiais para o carregamento e descarregamento de veículos acabam por elevar consideravelmente os custos das empresas.
Portanto a solução não é simplista! Envolve um planejamento estratégico, numa perspectiva pública/privada,  em todas as óticas: governos, população, empresários, entidades de classe etc.  objetivando aumentar a eficiência logística nos grandes centros urbanos, melhorar a mobilidade urbana e reduzir a poluição ambiental.

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