ARMAS
BIOLÓGICA SELETIVAS
Quando
a coleta do DNA pode ser uma ameaça!
Armas
biológicas não são novidades! Desde a antiguidade elas foram empregadas. Por
exemplo, exércitos utilizavam corpos em decomposição que eram atirados com uso
de catapultas para dentro das fortalezas ou mesmo lançados nos sistemas de
abastecimento de água das cidades, com o objetivo de contaminar e mesmo
exterminar grande parte dos habitantes das cidades sitiadas!
Gengis
Khan, fundador do império Mogol é considerado o pai da guerra biológica que
continuou a prosperar, muito especialmente em função dos avanços tecnológicos
ocorridos após a segunda guerra mundial.
Atualmente
essas armas são conhecidas como bioarmas e, atrelado a elas encontra-se o
denominado bioterrorismo.
A
título de curiosidade, vale registar que, antes do ataque às torres gêmeas, os
terroristas da Al Qaeda tinham entre os projetos, segundo relatos da mídia à
época do atentado, a utilização de um avião destinado a pulverização agrícola,
para lançar sobre Nova York esporos de Antraz (bactéria bacillus anthracis).
Em geral, a contaminação por Antraz (Figura 2) ocorre através da pele, por adentrando nos pulmões e através da ingestão atingindo o sistema gastrointestinal.
Figura 2 – Contaminação
por Antraz.
Fonte: Guia para compreender o Antraz – CDC – Portuguese –May
2016.
Com
o acelerado avanço da engenharia genética, a produção de armas biológicas tomou
um novo impulso.
A ONU, através de sua Unidade de Desarmamento, já conhece a sequência genética completa, de pelo menos 30 microrganismos; porém nada impede que seja produzido hoje, em laboratório, um super vírus ou uma superbactéria.
Nesse contexto, tomo a liberdade de recomendar aos leitores a assistirem o filme “12 Macacos” (Figura 3) dirigido por Terry Gilliam, cujo enredo se desenvolve em torno de uma tentativa de decifrar o mistério envolvendo um vírus mortal que acabou do dizimar grande parte da população do planeta.
Figura 3 – Filme 12 Macacos
– Direção Terry Gilliam.
Fonte: Google Imagens
(2021).
Como temos comentados em nossos artigos,
os avanços tecnológicos podem refletir uma dualidade: trazer grandes benefícios
para a humanidade ou servir de arma para psicopatas em busca de poder ou
presença na mídia.
Aqui vale o registro do
famoso caso do professor de matemática pura Theodore Kaczysnski, mundialmente
conhecido pelo codinome de Unabomber. Após abandonar sua brilhante carreira
acadêmica em 1969, acabou tornando-se o homem mais procurado dos Estados Unidos,
por se tornado um terrorista doméstico, cujo método de ação era a fabricação e
instalação de bombas de sua fabricação. Ele também escreveu um manifesto, hoje
disponível na internet, denominado A Sociedade Industrial e seu Futuro.
No campo da biologia,
algo semelhante pode, infelizmente, acontecer! Como escreve Grisolia (2013): “..
a difusão do conhecimento atende ao objetivo de franquear a toda a humanidade o
acesso a novas tecnologias.”
Um exemplo bem marcante
desse processo foi provocado durante a pandemia do SARS-CoV-2, quando todos os
periódicos científicos do mundo abriram suas páginas para acesso livre para
todos os interessados, cujo objetivo maior era estudar profundamente o vírus
causador da pandemia em busca de vacinas e medicamentos que debelassem a ação
desse vírus!
E Grisolia continua: “...
Genes que codificam toxinas podem ser sintetizados em laboratórios e então
inserimos em plasmídeos bacterianos (moléculas extra cromossômicas circulares de
DNA bacteriano), como o exemplo mostrado na figura 4.
Figura 4 – Plasmídeos
bacterianos.
Fonte: Comunidade.net.
E mais, “... os
insumos para se fazer a clonagem de um gene estão disponíveis na internet e
podem ser comprados por catálogos! (Griosolia -2013 – os grifos são meus.)
Para o sequenciamento do
DNA humano, também conhecido como Projeto Genoma Humano, foi desenvolvido um
esforço mundial para mapear o genoma humano. Esse projeto foi concluído em
2013.
A decodificação do DNA
diante os avanços consideráveis da biologia molecular, uso de algoritmos de
inteligência artificial e tecnologias das mais diversas no campo da biologia, vários
novos experimentos tiveram início, sendo que muitos deles acabaram por
atravessar fóruns de bioética, dado que muitos cientistas estavam desenvolvendo
pesquisas em vários campos.
Em face desse movimento a
comunidade científica mostrou-se extremamente preocupada e acabou por cunhar o
termo de que esses cientistas estavam “brincando de Deus”!
A sofisticação na área da
biologia molecular chegou a tal ponto que em março de 2012, a revista Atlantic
apresentou uma matéria mostrando os avanços dos estudos do DNA humano. A
reportagem, escrita por Hessel, Goodman e Kotler (2012) trata de uma análise
especulativa sobre o uso de armas biológicas personalizadas.
Como mostra a reportagem,
os avanços na biologia também impulsionaram a competição, como o desafio
lançado pela GE, que acenou com um prêmio de U$ 100 milhões para as pesquisas
sobre o câncer de mama.
Do mesmo modo, em 2015
surgiram janelas de oportunidades, com a aplicação das denominadas terapias
genéticas personalizadas, especialmente para os casos de câncer em estágio
terminal, cujas pesquisas, além de se tornar uma vanguarda na área da medicina,
abriu espaço para o design de vírus. Como esse tsunami não foi freado à época
ou mesmo foi criado um organismo internacional para regulamentar essas
pesquisas, virou uma “terra de ninguém”, pois não se sabia exatamente, conforme
relatam os articulistas, “o que as pessoas faziam com esses bio-design”!
Vale registrar que uma
das teorias vigentes sobre a origem do SARCS-CoV-2 é justamente o seu “vazamento”
do laboratório de Wuhan (China); principalmente porque eclodiu um escândalo
internacional dado que o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças
Infecciosas (NIAID), doutor Anthony Fauci, quando uma série de emails seus
foram hackeados e disponibilizados na internet, mostrando a sua participação
nas pesquisas em Wuhan relacionadas ao denominado “ganho de função” –
“experimento destinado a antecipar possíveis pandemias, através de técnicas de
manipulação genética para melhorar a capacidade de vírus perigosos infectarem
humanos e, com isso, ser viável a produção de vacinas” (Mendes 2021).
Uma falha de segurança
poderia levar ao escape de um vírus modificado, com novo potencial patogênico e
de transmissão!
E, dentro do processo especulativo desenvolvido pelos autores do artigo da revista The Atlantic, eles destacam que : “armas biológicas personalizadas são uma ameaça mais sutil e menos catastrófica do que pragas acidentais”.
Considere a possibilidade de coletar o DNA dos líderes
mundiais, como destacado pela mídia, quando comentou o vazamento
realizado pelo WikiLeaks em 2010 que mostrava documentos da Secretária de
Estado Hillary Clinton com instruções para que as embaixadas americanas
passassem a coletar sub-repticiamente amostras de DNA de chefes de estado
estrangeiros e altos funcionários das Nações Unidas.
Ora, para essa
recomendação ter sido emitida, alguma vantagem estratégica era esperada considerando
que os Estados Unidos se mostravam interessado em conhecer a biologia
específica dos líderes mundiais. Como diz a gíria popular: “onde há fumaça, há
fogo!”.
Embora haja muita
especulação em torno do tema, vale citar o professor George Church, geneticista
de Harvard, ao explicar os últimos avanços na denominada medicina
personalizada. “Os campos das terapias genéticas, entrega viral e outras
terapias personalizadas estão progredindo rapidamente” ... “muitos desses
tratamentos têm como alvo células que diferem em apenas uma rara variação
genética em relação às células ou indivíduos circundantes.” Hessel, Goodman, Kotler 2012 – em tradução
livre e grifos meus).
Diante de tudo que foi
exposto aqui, uma pergunta fica no ar para a reflexão do leitor:
Qual o motivo de a
China estar coletando, faz tempo, dezenas de milhões de amostras de DNA no mundo
inteiro? Como
denuncia o advogado sino-americano Gordon Chang, autor do livro “The Coming
Collapse of China” .
Em entrevista na Fox News
a Chang alertou que a China planeja usar essas informações para criar bioarmas
destinadas a grupos étnicos específicos. advertindo que essas motivações sinistras do país devem
ser uma grande preocupação para todos as países!
Fonte:
Grisolia, C. K. in Bioterrorismo e a fatalidade
de acesso à biotecnologia e seus insumos. – Revista Bioética 2013,21(2) – pags.
359/364.
Mendes, I.C. in Pesquisas de ganho de
função: entenda a polêmica envolvida na origem do SARS-CoV-2 – PebMed –
agosto/2021 – disponível em pebmed.com – acesso: 19/11/2021
Hessel, A. ; Goodman, M.; Kotler, S.
in Hacking the President’s DNA – revista The Atlantic – November 2021.
Chang, G. in China is collecting the world’s DNA and the
reason is sinistre. Entrevista concedida à Fox News em 04/21/2020.
Sahakian, T. in China is collecting the world’s DNA and the reason is sinister: Gordon Chang – disponível em foxnew.com dez.04/2020 – acesso em 19/1
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