sábado, 20 de novembro de 2021

ARMAS BIOLÓGICA SELETIVAS - Quando a coleta do DNA pode ser uma ameaça!

ARMAS BIOLÓGICA SELETIVAS
Quando a coleta do DNA pode ser uma ameaça! 


Armas biológicas não são novidades! Desde a antiguidade elas foram empregadas. Por exemplo, exércitos utilizavam corpos em decomposição que eram atirados com uso de catapultas para dentro das fortalezas ou mesmo lançados nos sistemas de abastecimento de água das cidades, com o objetivo de contaminar e mesmo exterminar grande parte dos habitantes das cidades sitiadas!

Gengis Khan, fundador do império Mogol é considerado o pai da guerra biológica que continuou a prosperar, muito especialmente em função dos avanços tecnológicos ocorridos após a segunda guerra mundial.

Atualmente essas armas são conhecidas como bioarmas e, atrelado a elas encontra-se o denominado bioterrorismo.

A título de curiosidade, vale registar que, antes do ataque às torres gêmeas, os terroristas da Al Qaeda tinham entre os projetos, segundo relatos da mídia à época do atentado, a utilização de um avião destinado a pulverização agrícola, para lançar sobre Nova York esporos de Antraz (bactéria bacillus anthracis).

Em geral, a contaminação por Antraz (Figura 2) ocorre através da pele, por adentrando nos pulmões e através da ingestão atingindo o sistema gastrointestinal.

Figura 2 – Contaminação por Antraz.

Fonte: Guia para compreender o Antraz – CDC – Portuguese –May 2016.


Com o acelerado avanço da engenharia genética, a produção de armas biológicas tomou um novo impulso.

A ONU, através de sua Unidade de Desarmamento, já conhece a sequência genética completa, de pelo menos 30 microrganismos; porém nada impede que seja produzido hoje, em laboratório, um super vírus ou uma superbactéria.

Nesse contexto, tomo a liberdade de recomendar aos leitores a assistirem o filme “12 Macacos” (Figura 3) dirigido por Terry Gilliam, cujo enredo se desenvolve em torno de uma tentativa de decifrar  o mistério envolvendo um vírus mortal que acabou do dizimar grande parte da população do planeta. 

Figura 3 – Filme 12 Macacos – Direção Terry Gilliam.

Fonte: Google Imagens (2021).

Como temos comentados em nossos artigos, os avanços tecnológicos podem refletir uma dualidade: trazer grandes benefícios para a humanidade ou servir de arma para psicopatas em busca de poder ou presença na mídia.

 

Aqui vale o registro do famoso caso do professor de matemática pura Theodore Kaczysnski, mundialmente conhecido pelo codinome de Unabomber. Após abandonar sua brilhante carreira acadêmica em 1969, acabou tornando-se o homem mais procurado dos Estados Unidos, por se tornado um terrorista doméstico, cujo método de ação era a fabricação e instalação de bombas de sua fabricação. Ele também escreveu um manifesto, hoje disponível na internet, denominado A Sociedade Industrial e seu Futuro.

No campo da biologia, algo semelhante pode, infelizmente, acontecer! Como escreve Grisolia (2013): “.. a difusão do conhecimento atende ao objetivo de franquear a toda a humanidade o acesso a novas tecnologias.”

Um exemplo bem marcante desse processo foi provocado durante a pandemia do SARS-CoV-2, quando todos os periódicos científicos do mundo abriram suas páginas para acesso livre para todos os interessados, cujo objetivo maior era estudar profundamente o vírus causador da pandemia em busca de vacinas e medicamentos que debelassem a ação desse vírus!

E Grisolia continua: “... Genes que codificam toxinas podem ser sintetizados em laboratórios e então inserimos em plasmídeos bacterianos (moléculas extra cromossômicas circulares de DNA bacteriano), como o exemplo mostrado na figura 4.


Figura 4 – Plasmídeos bacterianos.

Fonte: Comunidade.net.

E mais, “... os insumos para se fazer a clonagem de um gene estão disponíveis na internet e podem ser comprados por catálogos! (Griosolia -2013 – os grifos são meus.)

Para o sequenciamento do DNA humano, também conhecido como Projeto Genoma Humano, foi desenvolvido um esforço mundial para mapear o genoma humano. Esse projeto foi concluído em 2013.

A decodificação do DNA diante os avanços consideráveis da biologia molecular, uso de algoritmos de inteligência artificial e tecnologias das mais diversas no campo da biologia, vários novos experimentos tiveram início, sendo que muitos deles acabaram por atravessar fóruns de bioética, dado que muitos cientistas estavam desenvolvendo pesquisas em vários campos.

Em face desse movimento a comunidade científica mostrou-se extremamente preocupada e acabou por cunhar o termo de que esses cientistas estavam “brincando de Deus”!

A sofisticação na área da biologia molecular chegou a tal ponto que em março de 2012, a revista Atlantic apresentou uma matéria mostrando os avanços dos estudos do DNA humano. A reportagem, escrita por Hessel, Goodman e Kotler (2012) trata de uma análise especulativa sobre o uso de armas biológicas personalizadas.

Como mostra a reportagem, os avanços na biologia também impulsionaram a competição, como o desafio lançado pela GE, que acenou com um prêmio de U$ 100 milhões para as pesquisas sobre o câncer de mama.

Do mesmo modo, em 2015 surgiram janelas de oportunidades, com a aplicação das denominadas terapias genéticas personalizadas, especialmente para os casos de câncer em estágio terminal, cujas pesquisas, além de se tornar uma vanguarda na área da medicina, abriu espaço para o design de vírus. Como esse tsunami não foi freado à época ou mesmo foi criado um organismo internacional para regulamentar essas pesquisas, virou uma “terra de ninguém”, pois não se sabia exatamente, conforme relatam os articulistas, “o que as pessoas faziam com esses bio-design”!

Vale registrar que uma das teorias vigentes sobre a origem do SARCS-CoV-2 é justamente o seu “vazamento” do laboratório de Wuhan (China); principalmente porque eclodiu um escândalo internacional dado que o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), doutor Anthony Fauci, quando uma série de emails seus foram hackeados e disponibilizados na internet, mostrando a sua participação nas pesquisas em Wuhan relacionadas ao denominado “ganho de função” – “experimento destinado a antecipar possíveis pandemias, através de técnicas de manipulação genética para melhorar a capacidade de vírus perigosos infectarem humanos e, com isso, ser viável a produção de vacinas” (Mendes 2021).

Uma falha de segurança poderia levar ao escape de um vírus modificado, com novo potencial patogênico e de transmissão!

E, dentro do processo especulativo desenvolvido pelos autores do artigo da revista The Atlantic, eles destacam que : “armas biológicas personalizadas são uma ameaça mais sutil e menos catastrófica do que pragas acidentais”.

Considere  a possibilidade de coletar o DNA dos líderes mundiais, como destacado pela mídia, quando comentou o vazamento realizado pelo WikiLeaks em 2010 que mostrava documentos da Secretária de Estado Hillary Clinton com instruções para que as embaixadas americanas passassem a coletar sub-repticiamente amostras de DNA de chefes de estado estrangeiros e altos funcionários das Nações Unidas.

Ora, para essa recomendação ter sido emitida, alguma vantagem estratégica era esperada considerando que os Estados Unidos se mostravam interessado em conhecer a biologia específica dos líderes mundiais. Como diz a gíria popular: “onde há fumaça, há fogo!”.

Embora haja muita especulação em torno do tema, vale citar o professor George Church, geneticista de Harvard, ao explicar os últimos avanços na denominada medicina personalizada. “Os campos das terapias genéticas, entrega viral e outras terapias personalizadas estão progredindo rapidamente” ... “muitos desses tratamentos têm como alvo células que diferem em apenas uma rara variação genética em relação às células ou indivíduos circundantes.”  Hessel, Goodman, Kotler 2012 – em tradução livre e grifos meus).

Diante de tudo que foi exposto aqui, uma pergunta fica no ar para a reflexão do leitor:

Qual o motivo de a China estar coletando, faz tempo,  dezenas de milhões de amostras de DNA no mundo inteiro? Como denuncia o advogado sino-americano Gordon Chang, autor do livro “The Coming Collapse of China” .

Em entrevista na Fox News a Chang alertou que a China planeja usar essas informações para criar bioarmas destinadas a grupos étnicos específicos. advertindo  que essas motivações sinistras do país devem ser uma grande preocupação para todos as países!

Fonte:

Grisolia, C. K. in Bioterrorismo e a fatalidade de acesso à biotecnologia e seus insumos. – Revista Bioética 2013,21(2) – pags. 359/364.

Mendes, I.C. in Pesquisas de ganho de função: entenda a polêmica envolvida na origem do SARS-CoV-2 – PebMed – agosto/2021 – disponível em pebmed.com – acesso: 19/11/2021

Hessel, A. ; Goodman, M.; Kotler, S. in Hacking the President’s DNA – revista The Atlantic – November 2021.

Chang, G. in  China is collecting the world’s DNA and the reason is sinistre. Entrevista concedida à Fox News em 04/21/2020.

Sahakian, T. in China is collecting the world’s DNA and the reason is sinister: Gordon Chang – disponível em foxnew.com dez.04/2020 – acesso em 19/1



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