LOGÍSTICA EM OPERAÇÕES
GLOBAIS
NOVOS DESAFIOS NO MERCADO
INTERNACIONAL
Em um estudo realizado pelo
Professor Robert Handfiel da Universidade da Carolina do Norte, apresentado em
agosto desse ano sob os auspícios da BVL Internacional, foram identificados
novas tendências e desafios no mundo globalizado que mostram que as operações
logísticas serão muito mais complexas! Esse estudo foi produzido através da
análise de uma pesquisa junto a 1758 executivos internacionais que trabalham na
área de logística e operações globais e resultou em um elenco de fatores que
precisam ser examinados para a elaboração de novas estratégias para as operações
logísticas:
Expectativa dos clientes – essa é uma tendência fortíssima que vem
se configurando como prioritária. Em razão disso, a logística e a cadeia de
suprimentos deverá permitir atender de forma rápida e precisa as necessidades
dos clientes dentro de um processo inovador, visto que esses clientes, em face
do grande volume de informações disponibilizadas nas mais diversas mídias,
tomaram-se cada vez mais exigente e críticos. Portanto, não dá para “pisar na
bola” sob o risco de se defenestrado do mercado em curtíssimo espaço de tempo.
Ações em rede – não é mais possível trabalhar de forma individual,
onde empresas procuram operar de forma independente, sem levar em conta que o
mercado hoje é uma rede totalmente globalizada e integrada. A colaboração em rede
tornou-se vetor essencial ao crescimento, ao desenvolvimento de uma operação
vertical e horizontal com todos os parceiros, mediante a integração de
processos, sistemas de informação e métodos de gestão.
Pressão para redução de custos – com a economia globalizada e uma
logística atuante em escala mundial, clientes têm expectativas de reduções
consideráveis nos custos dos produtos ofertados ao consumidor final. A
logística eficiente é uma poderosa ferramenta operacional que poderá viabilizar
essas expectativas, muito especialmente porque os custos logísticos desempenham
papel crucial na redução dos custos totais.
Efeitos da própria globalização – Uma operação logística internacional
acaba aumentando as possibilidades de redução da eficiência operacional
motivada especialmente pela grande volatilidade dos mercados, por problemas gerados
por infraestruturas deficientes em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, comunicações etc.
(o “caso Brasil” é emblemático como
comentamos nesse blog) e pela crescente exigência dos clientes.
Turbulência dos mercados – a
crise econômica que ecoou em todo o planeta produziu um estrago ainda não
mensurado. Em razão disso, os mercados tornaram-se por demais voláteis e a turbulência e o “efeito manada” surgiram
com todos os danos que podem produzir. O resultado de tudo isso se reflete em
uma oscilação considerável na oferta e demanda de produtos com danos
colaterais em todas as frentes.
Aliados a esses eventos tornou-se indispensável que as empresas adotem
estratégias de gestão (ver matéria nesse
blog que trata dos riscos logísticos) objetivando mitigar os riscos
internos e externos, muito especialmente no que se refere ao atendimento à
demanda e ao planejamento das operações.
Sustentabilidade – a preocupação com a sustentabilidade e a
mitigação dos riscos ambientais tomou corpo sensibilizando as populações
mundiais e obrigando as empresas a uma nova postura. As empresas hoje
necessariamente devem trabalhar com foco na responsabilidade social,
integrando-se aos anseios da sociedade e buscando operar numa logística verde.
Pensar em sustentabilidade e responsabilidade social não é mais uma mera
campanha de marketing para as empresas, mas um tema sério quem vem tomado
destaque em todos os campos empresariais.
Carência de talentos – esse é um vetor crucial nas operações
logísticas. A escassez de pessoal especializado na área da logística é uma
realidade! O grande desafio para os próximos anos é desenvolver mão de obra
qualificada tanto a nível operacional, técnico e executivo que permitam operar
sistemas logísticos de forma adequada e com alta eficiência operacional. Isso
somente ocorrerá a partir do momento em que sejam desenvolvidos programas
colaborativos entre as universidades e a iniciativa privada objetivando
estabelecer uma estratégia destinada ao treinamento e capacitação dos
profissionais na área da logística, operações, tanto na manufatura quanto na
área de serviços.
Evolução tecnológica – é indiscutível o assombroso avanço da
tecnologia em todas as frentes. Recentemente publicamos um artigo neste blog (Logística em Tempo Real) no qual
tratamos do uso do Big Data nas operações logísticas. Ora, o crescimento
vertiginoso da tecnologia, muito especialmente da tecnologia da informação (TI)
vem obrigado as empresas a reconhecerem que é essencial realizar investimentos
de porte em novas tecnologias como ferramentas indispensáveis a análise de
dados, implantação de algoritmos de captura de informações nas redes
logísticas, uso de conexões avançadas conjugadas com algoritmos de busca
altamente sofisticados (o caso do google
é um exemplo marcante!) , com a primordial finalidade de aumentar a
capacidade de planejamento e controle das operações e permitir aumentar a
flexibilidade operacional em toda a rede logística.
Com bem explicitou Dr. Handfield,
no citado seminário e em seu blog: “as
principais estratégias a serem adotadas pelas empresas nos próximos anos
incluem a integração entre parceiros, investimentos em tecnologia, gestão de
talentos e padrões globais de processo.”
Fontes:
SupplyChai247 in Globalization & The Supply
Chain (acesso 25/10/2013)
Blog do Professor Robert Handfield - http://scm.ncsu.edu/blog/ (acesso 26/10/2013)
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