A logística
e a economia nos próximos anos.
Parte I
No Brasil, a previsão de investimentos no período 2014/2017
em projetos logísticos atinge R$ 240 bilhões. Nas ferrovias estão previstos
investimentos de R$ 59 bilhões que deverão resultar num aumento na malha
ferroviária em 11 mil km; no modal rodoviário estão previstos investimentos no
montante de R$ 62 bilhões com a construção de 7 mil km de novas rodovias, no
modal aeroportuário os investimentos projetados envolvem R$ 8 bilhões, enquanto
que no setor portuário esses valores atingem R$ 34 bilhões.
Se os projetos realmente andarem conforme as previsões,
teremos um avanço considerável em um dos setores mais crítico: a infraestrutura
que hoje está impactado negativamente o desempenho das nossas de exportações e
a economia brasileira.
Na área portuária a previsão é de investimentos de R$ 34
bilhões (2014/17) valendo registrar que as maiores inversões serão destinadas
aos portos de Itaqui (MA), Suape (PE), Vila do Conde (PA), Vitória (ES) e
Paranaguá (PR).
No modal ferroviário os investimentos serão concentrados na
construção de novas ferrovias, e na expansão das existentes, tais como:
Ferrovia Norte-Sul, a Transnordestina Logística e a de integração Oeste Leste,
além da de Carajás, ampliando assim a oferta desse modal no transporte de carga.
O problema aqui está na formatação criada pelo governo para a operação do
negócio: a Valec (controlada pela União) terá a responsabilidade de realizar a
intermediação do uso das ferrovias. Ela comprará toda a capacidade da
infraestrutura e então venderá a concessão ao capital privado que passaria a
explorar os serviços! Como esse processo realmente vai operar na prática e com que
segurança jurídica para os investidores ainda é uma grande incógnita!
Ao lado dos investimentos em infraestrutura, não poderíamos
deixar de anotar os aportes de recursos em vários setores da economia que
impulsionarão a demanda por serviços logísticos. Por exemplo, na indústria do
petróleo e gás os investimentos previstos para o quadriênio 2014/2017 estão
estimados em R$ 458 bilhões.
No setor automobilístico cujas estimativas de investimentos
são da ordem de R$ 74 bilhões (2014/17) a maior parte deles destinados a
ampliação da capacidade produtiva, vale destacar: a Honda ( R$ 1 bilhão), a BMW
(600 milhões) com sua fábrica em Araquari (SC)e a Fiat ( R$ 4 bilhões) com
ampliação da sua fábrica de Betim (MG) e a construção da sua segunda fábrica em
Goiana (PE). Também podemos citar a Foton Aumark do Brasil que está trazendo
uma das maiores montadoras de caminhões da China com investimento de R$ 250
milhões.
Na indústria extrativa mineral estão previstos investimentos
da ordem de R$ 48 bilhões, cabendo destacar o projeto de expansão de Carajás –
Sena Sul que adicionará 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, o
que é uma excelente notícia se levarmos em conta que o minério de ferro
representa 80% da nossa pauta de exportação de bens minerais.
No mundo, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Gartner (www.gartner.com) o impacto macroeconômico nas
cadeias de suprimentos não produzirá grandes mudanças em 2014.
...continua na próxima postagem.
Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro e mestre em engenharia de Produção
pela COPPE/UFRJ e autor das seguintes obras didáticas:
Administração de Estoques – Teoria e Prática em coautoria com E.
Shwember – Editora Interciência.
Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier.
Logística e Cadeias de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.
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