quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Killware - Malware fatal !

KILLWARE – MALWARE LETAL! 


Atenção: paranoicos de plantão! Só eles sobreviverão!

Cada vez mais as nossas vidas estão cercadas pelos denominados sistemas cyber-físicos (uma combinação de um componente de software com partes eletromecânicas ou eletrônicas, destinados ao controle, monitoramento, transferência e intercâmbio de dados em tempo real, via tecnologia da informação).

Ele vem sendo utilizado, em larga escala, nos mais diversos setores da área industrial, assim como na operação e controle da infraestrutura básica: redes elétricas, sistemas de abastecimento de água, sistema de tráfego urbano, usinas geradoras etc.

A evolução exponencial da tecnologia de controle remoto das operações deveu-se, de um lado ao uso intensivo de sensores e demais dispositivos eletrônicos utilizados nos sistemas, assim como a acelerada transformação digital das empresas, que impulsionaram o uso da tecnologia da informação no controle dos processos. Em função disso a integração de sistemas ocorreu de forma consequente!

Mas, apesar desse belo dia de “céu de brigadeiro”, nuvens negras e tenebrosas vagueiam por todo o espaço, ameaçando causar danos consideráveis!

Um sinal de alerta foi acionado quando a estação de tratamento de água da cidade de Oldsmar, na Flórida (EUA), responsável pelo suprimento de água potável para cerca de 15 mil habitantes, sofreu um ataque de hacker, no dia 05/02/2021; numa tentativa de alterar a quantidade de um produto (hidróxido de sódio) utilizado no tratamento da água.

Esse ataque foi frustrado quando um funcionário da estação de tratamento percebeu uma intrusão remota no sistema, operando-o no sentido de aumentar os níveis de hidróxido de sódio lançado na água. Em tempo hábil, reverteu o processo, evitando a ocorrência de danos à população!

Ataques de malware (softwares maliciosos), por exemplo, não são novidades e um dos mais famosos, digno de um filme ao estilo “James Bond”, ocorreu em 2009 e foi mundialmente conhecido como Stuxnet; responsável pela destruição das centrífugas de enriquecimento de urânio do Irã, que buscava célere o desenvolvimento de seu programa de armas nucleares.

Embora existam vários tipos de ataques cibernéticos, normalmente destinados a obter vantagens pecuniárias, como os recentes Ransomwares com frequentes destaques sensacionalistas nas mídias; a verdade é que o evento ocorrido na Flórida acionou os alarmes das autoridades para uma possibilidade real de uma “cyber-invasão” se transformar em uma arma de destruição e mesmo acabar aniquilando vidas!

Nesse contexto nasceu a terminologia Killware para a denominação de cyber-invasores com objetivos de matar pessoas!

Embora, até o momento, não foram relatados casos concretos com fatalidade comprovada, o certo é que os responsáveis pelos sistemas de segurança das empresas precisam estar atentos 24 horas por dia, sete dias na semana e durante o ano inteiro!

A Gartner, famosa empresa de pesquisas e consultoria na área de tecnologia da informação, através de um relatório emitido em julho de 2021, lança um alerta prevendo que até 2025, os “cyber-invasores” terão como alvo usar a tecnologia operacional como arma para prejudicar ou mesmo matar pessoas, com grande sucesso!

Como comentou Wan Vaster, diretor sênior de pesquisas da Gartner: “em ambientes operacionais, os líderes de gerenciamento de segurança e riscos devem se preocupar mais com os perigos do mundo real para os seres humanos e o ambiente, em vez de ficarem focado exclusivamente no roubo de informações”.

A Gartner prevê que até 2023, os ataques aos sistemas cyber-físicos com vítimas fatais poderão a resultar em perdas patrimoniais de US$ 50 bilhões (Gartner - 2021), sem considerar o valor da vida humana que não tem preço!

Tal qual Prometeu que roubou o fogo e entregou aos homens e, como castigo Zeus enviou Pandora que abriu a sua caixa, os avanços tecnológicos trazem grandes benefícios para a humanidade, mas também podem se tornar armas de destruição!

Fonte: Gartner (2021) ; Netgov Today (16/21/2021).

Nota: Este artigo também foi publicado no Linkedin (16/12/2021).



 

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