BIG TECHS e o Poder da Manipulação.
No novo
jargão, o “ouro digital” que é a cada segundo é minerado nas redes sociais, tal
qual a prospecção do petróleo que foi batizado como “ouro negro”, tem como
finalidade alimentar os algoritmos de inteligência artificial (AI), visto que a
AI depende em larga escala da disponibilidade desses dados, sem os quais ela seria
absolutamente inútil!
A navegação
livre e sem qualquer controle dessas empresas hoje, deveu-se em especial à
afinidade entre elas e comunidade de inteligência, para a extração de dados que
flutuavam nas mais diversas plataformas digitais. Para exemplificar, em 2003 o
Google começou a customizar seu algoritmo de busca com objetivo de atender aos
pedidos da CIA para a elaboração de um processo de extração rápida de dados que
eram então compartilhados entre as agências de inteligência.
Usando esse arsenal
de dados, devidamente classificados, é possível criar modelagens preditivas
para as mais diversas finalidades; afinal de contas, as Big Techs sabem mais
sobre nós do que nós mesmos! Todo o nosso comportamento nas redes está devidamente
classificado e armazenado!
A utilização
desses modelos preditivos mostrou-se uma poderosa ferramenta, cuja monetização
tornou-se um grande negócio, à ponto de ter sido denominado por Zuboff (2020) como
“Capitalismo de Vigilância”, visto que nossos dados se tornaram insumos básicos
para as análises preditivas e manipulações aéticas com os mais diversos propósitos,
desde incentivar a compra de um bem até levar a ação de um eleitor indeciso a
votar de determinado candidato!
Como não há
almoço grátis, todos esses “produtos” criados pelo Capitalismo de Vigilância
são devidamente remunerados e tornou-se a maior e mais poderosa fonte de lucro
das Big Techs. Exemplificando, considere os valores: Alphabet (conglomerado da Google): 6,8 bilhões
de dólares; Amazon: 2,53 bilhões de dólares; Apple: 11,2 bilhões de dólares; Facebook:
4,9 bilhões de dólares; Microsoft: 10,7 bilhões de dólares e vejam, esses
volumes são relativos aos lucros líquidos obtidos no primeiro trimestre de 2020!
(Comunicatibb).
A extração
de dados dos Big Datas para elaboração de modelagens representa um grande
negócio. Por exemplo, pesquisas realizadas por Kreiss e Howard (2012) mostraram
que em 2008, na campanha de Barack Obama, foram compilados dados de 250 milhões
de norte-americanos, através das mídias sociais (Facebook, Instagram etc.) que foram
usados na elaboração de uma modelagem preditiva e persuasiva, que foi especialmente
utilizada na manipulação de eleitores indecisos. Essa ferramenta era tão
poderosa que foi denominada de “placar de persuasão”.
Do mesmo
modo, vale lembrar, como citado em postagem anterior, o emblemático caso da Cambridge
Analytica e sua artimanha manipuladora durante o processo de votação do Brexit
(processo de saída do Reino Unido da União Europeia iniciado em 2017).
O alerta
aqui, envolve uma grande preocupação pois, além de ser um atendado à democracia,
a promoção desse processo de manipulação psicológica que leva à mudança no
comportamento ou a percepção das pessoas, mediante o uso de táticas indiretas,
enganosas ou dissimuladas, pode resultar em radicalismos, um efeito perverso e
destruidor.
Os exemplos
estão frequentemente retratados nas mais diversas plataformas digitais!
Já passou da
hora para colocar um “freio” nas Big Techs!
Nota: Esse artigo foi publicado de forma mais resumida na plataforma do Linkedin
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