sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Guerras Cibernéticas - Um perigo real e Imediato.

 

Guerras Cibernéticas
Um perigo real e Imediato.



A surpresa está na base de todo empreendimento

 ... devido ao seu efeito moral.”

Adaptado de Clausewitz, C.

in Da Guerra – Cap. IX – pag.182.

O impacto do atentado de 11 de setembro de 2001 que atingiu as torres gêmeas no centro financeiro dos EUA, foi muito bem planejado e deixou o mundo perplexo pela sua audácia e magnitude; cujo resultado ceifou vidas absolutamente indefesas e causou grande impacto midiático!

Desse evento até hoje, a revolução tecnológica tomou um curso sem precedentes, evoluindo de forma exponencial!

A guerra antes no campo de batalha, transformou-se em um mero jogo de vídeo game, no qual um operador devidamente treinado, manipula um joystick e atinge um desafeto à longa distância. Nesse sentido recomendo ao leitor duas obras sensacionais: A Teoria do Drone de Grègoire Chamayou e Guerras Sujas de Jeremy Scahill.

De um lado com os avanços das tecnologias, cada vez mais, o controle dos processos, tanto industriais e de serviços, assim como o gerenciamento da infraestrutura básica (suprimento energético, suprimento hídrico, portos, aeroportos etc.) passou a utilizar tecnologias sofisticadas, muitas delas com inteligência artificial embarcada, o que, em grande medida, facilitou a operação de sistemas complexos. 

De outro lado, a hiperconectividade se fez presente, muito especialmente com a denominada internet de tudo (IoT) que acabou interligando sistemas dos mais diversos, permitindo a sua operação remota, em tempo real, de qualquer lugar e a qualquer tempo; dado que todos os equipamentos ligados à internet estão interconectados!

Porém, toda moeda tem duas faces e neste caso, se a face benéfica desses sistemas mostrou-se pela flexibilidade operacional e agilidade na detenção de eventuais problemas e imediato efeito corretivo, a face reversa e menos considerada está relacionada `a fragilidade desses sistemas complexos, não só no quesito das necessárias redundâncias para garantir a sua operacionalidade diante dos eventos mais adversos, como também a sua possibilidade de abrir um leque de oportunidades para a ação de criminosos e mesmo ataques coordenados sejam perpetrados.

As ações criminosas têm por objetivo ganhos pecuniários, como os recentes ataques via ransomware que resultou em ganhos de milhões de dólares no pagamento do sequestro de sistemas inteiros de grandes organizações, que acontecessem em geral, porque seus executivos imaginam que nunca ocorreram em suas empresas e assim não promovem os investimentos necessários no quesito de segurança e análise de riscos dos sistemas que lhes abrigam.

perigo real e imediato ocorre quando o ataque tem por objetivo desestabilizar um governo, colocando o país num verdadeiro caos. Um exemplo bem simples relatei em postagem anterior e refere-se ao caso da Estação de tratamento de água da cidade de Oldsmar na Flórida (EUA), possivelmente perpetrado por algum psicopata.

 Agora imaginem se o governo de um país resolva determinar um ataque de hackers coordenado e direcionado à um outro, dirigindo esses ataques às infraestruturas básicas tais como: sistemas de controle do suprimento de energia, abastecimento de água, controle de tráfego urbano etc.

 Pelo menos, desde Eduardo Snowden, ex-analista de sistemas da CIA que revelou documentos secretos do governo americano, colocando as vísceras do sistema de espionagem estadunidense exposto, todos sabem que “todos os países fazem espionagem”. Não sejamos ingênuos!

 Do mesmo modo, nada impede que esse grupo de “cyberespiões” desenvolvam atividades danosas com objetivo de prejudicar a economia e o fluxo de bens e serviços de uma nação.

 A verdade é que guerra saiu do campo de batalha da força bruta, como aquelas travadas na idade média, para o campo cibernético dos sistemas complexos e da força intelectual!

 


 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário