POLUIÇÃO AMBIENTAL – CONTAMINAÇÃO DO PESCADO.
Resenha do Artigo:
Em sendo o homem o maior predador da natureza, desperdiça recursos e
polui de forma exacerbada o ecossistema que habita!
Mares, rios e lagoas e até mesmo o espaço, estão poluídos e essa
poluição tem altos custos, independente das condições climáticas.
Como o peixe é elemento básico da nossa cadeia alimentar e convivendo
em ambientes poluídos, uma questão se levanta: será que gradativamente estamos
nos contaminando?
O exemplo vem do plástico, mais estudado recentemente, e hoje
encontrado até em nossa corrente sanguínea, no fígado e nos rins e até mesmo no
leite materno!
A resposta aqui é de gestão de estoques e seu balanço entre entradas
(consumir), saídas (secretar) e saldos (estoque). Se essa equação resultar
positiva ou seja, geração de estoques, uma coisa é certa e tem significado
imediato, a contaminação atingiu o nosso corpo e vamos pagar muito caro por
isso!
É nesse enfoque que desenvolvemos esse artigo.
POLUIÇÃO AMBIENTAL – CONTAMINAÇÃO DO PESCADO.
O fato é que a poluição
e consequente contaminação do nosso ecossistema é uma realidade preocupante,
muito especialmente quando a examinamos sob a ótica da cadeia alimentar. A presença
de elementos químicos indesejáveis em diversos alimentos quer sejam frutas,
legumes, carnes e derivados projeta danos consideráveis a nossa saúde.
Por exemplo, a exposição ao mercúrio e
demais metais pesados, é uma grande ameaça à saúde humana. Na sua forma
orgânica do mercúrio, por exemplo, conhecida como metilmercúrio é a mais tóxica
delas, sendo inserida na cadeia alimentar humana pela ingestão de pescados ou
mesmo contaminação mediante a sua absorção pela pele. Ele é 100 vezes mais
tóxico do que o mercúrio em sua forma elementar.
Seus efeitos danosos se destacam nos
humanos que passam a apresentar um quadro de irritabilidade, perda de memória,
dificuldades de concentração, insônia entre tantos outros efeitos adversos.
A realização de um exame de mineralograma
capilar (efetuado através da coleta de cabelos ou pelos) permite investigar a
presença de elementos tóxicos no organismo humano. Por exemplo, no caso do
metilmercúrio, uma concentração de 50 ppm (partes por milhão) é uma indicação
da contaminação por esse produto.
O metilmercúrio normalmente chega à lagos,
córregos, mares etc., e a sua presença nos frutos do mar, uma das principais
fontes de alimento, podem prejudicar o desenvolvimento cerebral das crianças
causar sintomas como comprometimento da
fala e fraqueza muscular nos adultos. Como o peixe é elemento básico da nossa
cadeia alimentar, os cientistas vêm pesquisando a presença de elementos tóxicos
nos pescados onde o mercúrio se agrega fortemente ao tecido muscular dos peixes.
Uma prática danosa e muito utilizada é o
garimpo ilegal que ocorre, em diversas regiões brasileiras, uma perigosa
poluição ambiental em face do uso do mercúrio na coleta de ouro ou mesmo, na
recuperação desse metal, do mesmo modo, o mercúrio volatilizado, acaba sendo
levado pelo vento e se precipitando em alguma região.
Os vetores da dinâmica da toxidade do
mercúrio destacam-se através da inalação do ar, no consumo de alimentos e água
e por contato com a pele. (Paulogeorgatos et. Al, 2002).
Há uma volumosa literatura descrevendo os
efeitos danosos do mercúrio nos seres humanos, valendo destacar: doenças
autoimunes, anomalias cromossômicas, leucemia, câncer do fígado e dos pulmões,
morte fetal, retardo no crescimento, distúrbios visuais, depressão e uma vasta
gama deles!
Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, uma
pesquisa da Unesp (Universidade de São Paulo) em parceria com a UFF
(Universidade Federal Fluminense) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro) constatou uma concentração inaceitável de metais pesados na Baía de
Guanabara, em especial o chumbo, zinco e cobre.
Essa concentração é devida, entre outros
fatores ao fato de que “70% das indústrias estão localizadas ao redor da Baía
de Guanabara” (op. cit. Galvão de Campos – Diário do Porto – 30/09/2019) e, a
inexistência de um tratamento adequado dos resíduos industriais, provoca um
grande impacto no ecosistema marinho!
A Baía da
Guanabara é área de reduto pesqueiro. Por exemplo, um levantamento realizado
pela bióloga Hauser Davi, doutoranda em Química Analítica do CTC/PUC-Rio,
revelou que os peixes mais comuns pescados e consumidos em várias localidades
do Rio de Janeiro, apresentam alta concentração de metais pesados (op.cit,
Belma -26/08/2011).
Do mesmo modo, pesquisas realizadas pela Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) mostraram que peixes coletados na Bacia do Rio Branco (RR) apresentaram grandes concentrações de mercúrio em proporções muito superiores à aquelas permitidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), onde algumas espécies de peixe carnívoros, como por exemplo a dourada, pescada, tucunaré chegam a tal nível de contaminação que a porção máxima de consumo por semana recomendada pelos pesquisadores não deverá ultrapassar à 200 gramas, enquanto outros como o Filhote, barba chata, coroataí, piracatinga ficam restrito à 50 gramas por mês! (Nota Técnica da Fio Cruz – op.cit. Amazonas Atual – 01/09/22).
Como o peixe é elemento básico da nossa cadeia alimentar e convivendo
em ambientes poluídos, uma questão se levanta: será que gradativamente estamos
nos contaminando?
O exemplo vem do plástico, mais estudado recentemente, e hoje
encontrado até em nossa corrente sanguínea, no fígado e nos rins e até mesmo no
leite materno!
A resposta aqui é de gestão de estoques e seu balanço entre entradas
(consumir), saídas (secretar) e saldos (estocar). Se essa equação resultar
positiva, ou seja, geração de estoques, uma coisa é certa e tem significado
imediato, a contaminação atingiu o nosso corpo e vamos pagar muito caro por
isso!
É importante observar que a legislação
brasileira estabelece que a concentração máxima de mercúrio em peixes predadores
não deve ultrapassar 1,00 µg/g e mesmo assim, estudos já indicam que mesmo
níveis abaixo do recomendado, já podem causar danos importantes à saúde em
função da quantidade de pescado consumida (o.cit. Kumo, R. in Avaliação da contaminação
por mercúrio de peixes do alto Pantanal – 2003).
Vale registrar que o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão responsável para inspecionar
e fiscalizar a produção de alimentos e, nesse sentido, opera com um programa
denominado Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em produtos
de origem animal (PNCRC) que tem por finalidade identificar a presença de contaminantes
nos produtos alimentícios.
“A
poluição, a ganância e a estupidez são as maiores ameaças ao planeta.”
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