sexta-feira, 28 de março de 2014

Buscando talentos para as redes logísticas

Buscando talentos para as redes logísticas

A demanda de produtos via comércio eletrônico vem aumentando consideravelmente. Em 2013, segundo a revista Exame, ela cresceu no Brasil 28%, movimentando R$ 28,8 bilhões e apresenta perspectivas de um crescimento nominal de 20% para 2014 com um faturamento estimado em R$ 34,6 bilhões. Esse fato aliado à melhoria na renda das pessoas acabou produzindo um aumento no consumo de bens, provocando uma avalanche de serviços logísticos visto que os produtos precisam chegar aos clientes no menor espaço de tempo possível e na qualidade desejada.
De um lado, para que uma cadeia logística funcione adequadamente, como seus processos fluindo dentro do escopo previsto, maximizando a qualidade dos serviços e reduzindo os custos das operações, é necessário um bom suporte em tecnologia da informação, com o uso de sofisticados softwares para processar pedidos, gerenciar os centros de distribuição e movimentar as cargas através da gestão do transporte e mesmo, melhorar o sistema de previsão de vendas com um uso massivo de banco de dados e análises de meta dados.
De outro, as empresas precisam se reinventar através da simplificação e padronização dos processos, da integração vertical e horizontal e da inovação, para que possam promover melhorias em produtividade, reduzir custos e manter a competitividade.
A operação funcionará adequadamente se, tal qual um regente de uma orquestra, o gerente de logística obtiver o apoio integral da equipe que o circunda, gerenciando-a em uma dinâmica perfeita, traduzida em uma “sinfonia” das operações logísticas com toda a sua harmonia. E, é claro, com a indispensável à presença de pessoas com talento e determinação que fazem as coisas acontecerem!
As falhas nesse gerenciamento tendem a ocorrer, entre outras causas, em razão da baixa disponibilidade de profissionais qualificados para as diversas as atividades logísticas. A carência de profissionais qualificados está diretamente relacionada a dois fatores essenciais: o primeiro, em face da crescente demanda se mostrar superior à oferta desses profissionais e a saída de muitos deles em face das respectivas aposentadorias; o segundo, motivados pela transição da economia focada na manufatura para a economia voltada para os serviços, pois a maioria dos profissionais é originária da economia industrial, não possuindo experiência na era dos serviços.
Há falta de profissionais qualificados para atender as exigências atuais do mercado aliada as mudanças que veem acontecendo numa velocidade elevada, acabam criando um hiato entre a disponibilidade desses profissionais e as exigências das organizações.
Os gerentes de logística hoje, além da formação tradicional incluindo, por exemplo, matemática, estatística, economia, contabilidade, análise de riscos, gestão logísticas, tecnologia da informação etc., deverão também ter habilidades complementares nãos triviais como:
  • Capacidade de integrar os dados quantitativos e qualitativos para a análise de soluções abrangentes aproveitando as oportunidades do mercado ou com a finalidade de mitigar os riscos das operações;
  • Habilidades de comunicação em todos os níveis tanto internamente quanto com os parceiros de negócios, clientes e fornecedores;
  • Capacidade e vontade de aprender e operar em um ambiente com diversidade social, cultural e profissional.

A complexidade é fator dominante nas empresas modernas. Para sobreviver, elas vão necessitar de grandes transformações para maximizar e realocar os recursos destinados a alcançar melhores resultados. Para isso é necessário ter bons talentos.
Nesse sentido, o gerente de logística terá que ser muito mais um agente de mudanças do que um técnico especializado. O desafio do gerente está diretamente relacionado à necessidade de sincronizar velocidade e flexibilidade das operações logísticas ao processo de geração de valor para o cliente.
Para suprir essa deficiência e mesmo carência de profissionais, a solução é buscar nas universidades e centros de ensino, jovens talentosos que apresentem perfil adequado, cooptando-os e inserindo-os nas empresas para que os mesmos, mediante treinamento complementar, passem a vivenciar o mundo real das operações logísticas, sem se afastar do necessário background de suporte essencial para o próprio desenvolvimento profissional. Um treinamento complementar através de um estudo mais avançado quer seja mediante a realização de curso de MBA em Logística ou mestrado profissionalizante, criará um corpo de lideres especialmente preparado para os novos desafios da logística!

Fonte:
http://www.scmr.com/article/leveraging_the_value_of_supply_chain_education - acesso:  13/02/2014.
Ballow, R. em Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/ Logística Empresarial- 5ª. Edição – Bookman – 2006.
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, professor do IBMEC/RJ e  autor das seguintes obras didáticas:
  • Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E. Schwember – Editora Interciência;
  • Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier;
  • Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.

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