sexta-feira, 21 de março de 2014

A invasão dos Robôs nas redes logísticas

A invasão dos Robôs nas redes logísticas


Embora a palavra robô tenha surgido por volta de 1921 em uma peça de teatro escrita por Checo Capek (escritor Tcheco), o termo robótica se popularizou notadamente com famoso escritor de ficção científica Isaac Asimov quando escreveu tão conhecido livro “Eu Robô.”
Saindo da ficção científica para o mundo real, os robôs industriais começaram a surgir no início do século XX com a finalidade de aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos e implementar ganhos com redução de custos.
Hoje a robótica e o uso de robôs estão tomando corpo em todos os segmentos, desde as suas aplicações na área industrial até mesmo nos serviços médicos hospitalares. Robôs que fazem cirurgias já estão em franca aplicação, sendo possíveis de serem controlados à distância com o simples manuseio de um mouse ou joystick. Vale registrar que o uso da robótica acoplada aos modelos de Inteligência Artificial (AI) está produzindo robôs que tem capacidade de tomar decisões e aprendem com isso!
Na área industrial já é bastante comum o uso da robótica. O exemplo mais emblemático pode ser visualizado nos diversos vídeos disponibilizados pelas montadoras de veículos automotores que mostram robôs na área de montagem de veículos, robôs pintores ou mesmo transportando o veículo para outra área do chão de fábrica. Esses robôs não só desempenham tarefas nas linhas de produção como também manipulam produtos entre uma tarefa e outra e, muitas das vezes, eles também posicionam materiais para as diversas operações tais como: soldar, aparafusar, pintar etc. Por exemplo, na indústria de panificação e outras indústrias de alimentos, os robôs operam na produção e, em alguns casos, colocam e retiram os alimentos dos fornos, embalando os produtos nas embalagens destinadas aos consumidores e, posteriormente, acondicionando-as em embalagens para o transporte.
O uso de robôs resulta em várias vantagens:
  • Redução de custos;
  • Ganhos em produtividade;
  • Aumento da competitividade;
  • Eficácia no controle dos processos;
  • Melhorias na qualidade dos produtos.

Além disso, eles podem trabalhar 24 horas por dia e 365 dias por ano, sofrendo apenas algumas paradas para a realização de manutenções preventivas!
A área de logística não poderia ficar fora desse processo gradual e intensivo do uso de robôs em suas operações. A constante evolução tecnológica e mesmo projetos sofisticados de robôs que operam realizando atividade no espaço tridimensional acabaram proporcionando considerável aumento na produtividade dos setores da logística, muito especialmente no que se refere à armazenagem e distribuição de produtos.
Manuseio de materiais, paletização de produtos, empilhamento e coleta de produto no armazém passaram a ser tarefa hoje desempenhada por robôs especialmente projetados para atender os requisitos operacionais de cada processo. A grande vantagem, além o aumento considerável na produtividade, está no fato de que as operações são realizadas praticamente sem qualquer possibilidade de erro, desde que o robô tenha sido ajustado para realizá-las. Essas operações poderão se repetir em volume considerável de vezes e serão sempre realizadas dentro do mesmo padrão requerido para o processo. O mesmo acontecendo com os AGV (Automated Guide Vehicle) e os LGV (Laser Guide Vehicle) que são robôs móveis destinados ao transporte automático de materiais nas fábricas, muitos comuns na indústria automobilística. Enquanto que os AGV seguem uma trajetória predefinida, normalmente via uma guia trilho disposta no chão da fábrica, os modelos LGV podem movimentar-se livremente.
Os robôs se proliferaram por todos os espaços da logística e, muito especialmente, na área de seleção dos produtos para atender aos diversos pedidos dos clientes. Existem robôs que seguem uma determinada linha onde estão dispostos os produtos de pequeno porte que são selecionados pelo braço robótico para atender ao pedido de um cliente, disponibilizando todos os itens do pedido em caixas especiais com código de barra que são logo após liberadas para os transportadores, objetivando o despacho para seus destinos.
Centros de distribuição totalmente automatizados já se encontram em plena operação nos mais diversos setores. Aproveitando-se o espaço vertical, o uso de transelevadores de grande altitude, totalmente controlados via sistemas desenvolvidos com o apoio da tecnologia da informação estão se espalhando em todos os ramos da logística.


Um exemplo bastante interessante é o de uma fábrica de batatas fritas, totalmente automatizada, cujo projeto foi elaborado pela Westfalia Logistics Solutions, especializada na automação da cadeia de suprimentos, em parceria com a Kloosterboer, um provedor de serviços especializados para produtos mantidos em baixas temperaturas. Uma visão do projeto de automação assim com do processo produção e de manuseio do produto podem ser vistos através do link: www.youtube.com/watch?v=I5QLPDM6oBo .
Recentemente causou grande impacto uma notícia veiculada em toda a mídia internacional, quando a Amazon, numa grande estratégia de marketing, colocou no ar os seus drones para fazer entregas de produtos de pequeno porte para seus clientes, no estilo de porta-a-porta, criando assim uma verdadeira avalanche de novas aplicações. Aliás, o uso de drones está se tornando bastante popular!
Uma reportagem que foi publicada no Boston Globe (www.bostonglobe.com/) anuncia que a Amazon pretende investir centenas de milhões de dólares na compra de um sistema de robôs fabricados pela KIVA, com objetivo de dar maior agilidade ao processo de atendimento aos pedidos dos clientes. Esses robôs terão com principal objetivo operarem na área de manuseio e movimentação de produtos para atender aos pedidos os clientes, uma tarefa complexa bastante complexa e demorada se realizada utilizando uma força de trabalho!
A robótica chegou para ficar! Da ficção para a realidade, cada dia novos robôs são incorporados nas nossas vidas! Estamos preparados para recebe-los?

Fonte:
Fellipe de Souza, J.A.M. in Automação e Robótica – Apostila - UBI - Faculdade de Engenharia - Portugal.
Graham, F. in Logistics – Rase of the robots in warehouse – BBC News – 18/12/2012.
Trebilcock,  B.  in Amazon/Kiva deal: Wow! – Material Handling – March 21, 2012.
Brumson,B. in Material Handling Robotics – Robotics online – www.robotics.org – acesso 15/03/2014.
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, professor do IBMEC/RJ e  autor das seguintes obras didáticas:
·       Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E. Schwember – Editora Interciência;
·       Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier;
·       Logística e Cadeia de SuprimentosO Essencial – Editora Manole.

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