A invasão dos Robôs nas redes logísticas
Embora a palavra robô tenha surgido por volta de
1921 em uma peça de teatro escrita por Checo Capek (escritor Tcheco), o termo robótica se popularizou notadamente com
famoso escritor de ficção científica Isaac Asimov quando escreveu tão conhecido
livro “Eu Robô.”
Saindo da ficção científica para o mundo real,
os robôs industriais começaram a surgir no início do século XX com a finalidade
de aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos e implementar
ganhos com redução de custos.
Hoje a robótica e o uso de robôs estão tomando
corpo em todos os segmentos, desde as suas aplicações na área industrial até
mesmo nos serviços médicos hospitalares. Robôs que fazem cirurgias já estão em
franca aplicação, sendo possíveis de serem controlados à distância com o
simples manuseio de um mouse ou joystick. Vale registrar que o uso da robótica
acoplada aos modelos de Inteligência Artificial (AI) está produzindo robôs que
tem capacidade de tomar decisões e aprendem com isso!
Na área industrial já é bastante comum o uso da
robótica. O exemplo mais emblemático pode ser visualizado nos diversos vídeos
disponibilizados pelas montadoras de veículos automotores que mostram robôs na
área de montagem de veículos, robôs pintores ou mesmo transportando o veículo
para outra área do chão de fábrica. Esses robôs não só desempenham tarefas nas
linhas de produção como também manipulam produtos entre uma tarefa e outra e,
muitas das vezes, eles também posicionam materiais para as diversas operações
tais como: soldar, aparafusar, pintar etc. Por exemplo, na indústria de
panificação e outras indústrias de alimentos, os robôs operam na produção e, em
alguns casos, colocam e retiram os alimentos dos fornos, embalando os produtos
nas embalagens destinadas aos consumidores e, posteriormente, acondicionando-as
em embalagens para o transporte.
O uso de
robôs resulta em várias vantagens:
- Redução de custos;
- Ganhos em produtividade;
- Aumento da competitividade;
- Eficácia no controle dos processos;
- Melhorias na qualidade dos produtos.
Além disso, eles podem trabalhar 24 horas por
dia e 365 dias por ano, sofrendo apenas algumas paradas para a realização de
manutenções preventivas!
A área de logística não poderia ficar fora desse
processo gradual e intensivo do uso de robôs em suas operações. A constante
evolução tecnológica e mesmo projetos sofisticados de robôs que operam
realizando atividade no espaço tridimensional acabaram proporcionando
considerável aumento na produtividade dos setores da logística, muito
especialmente no que se refere à armazenagem e distribuição de produtos.
Manuseio de materiais, paletização de produtos,
empilhamento e coleta de produto no armazém passaram a ser tarefa hoje
desempenhada por robôs especialmente projetados para atender os requisitos
operacionais de cada processo. A grande vantagem, além o aumento considerável
na produtividade, está no fato de que as operações são realizadas praticamente
sem qualquer possibilidade de erro, desde que o robô tenha sido ajustado para
realizá-las. Essas operações poderão se repetir em volume considerável de vezes
e serão sempre realizadas dentro do mesmo padrão requerido para o processo. O
mesmo acontecendo com os AGV (Automated
Guide Vehicle) e os LGV (Laser Guide
Vehicle) que são robôs móveis destinados ao transporte automático de
materiais nas fábricas, muitos comuns na indústria automobilística. Enquanto
que os AGV seguem uma trajetória predefinida, normalmente via uma guia trilho
disposta no chão da fábrica, os modelos LGV podem movimentar-se livremente.
Os robôs se proliferaram por todos os espaços da
logística e, muito especialmente, na área de seleção dos produtos para atender
aos diversos pedidos dos clientes. Existem robôs que seguem uma determinada
linha onde estão dispostos os produtos de pequeno porte que são selecionados pelo
braço robótico para atender ao pedido de um cliente, disponibilizando todos os
itens do pedido em caixas especiais com código de barra que são logo após
liberadas para os transportadores, objetivando o despacho para seus destinos.
Centros de distribuição totalmente automatizados
já se encontram em plena operação nos mais diversos setores. Aproveitando-se o
espaço vertical, o uso de transelevadores de grande altitude, totalmente
controlados via sistemas desenvolvidos com o apoio da tecnologia da informação
estão se espalhando em todos os ramos da logística.
Um exemplo bastante interessante é o de uma fábrica de batatas fritas, totalmente automatizada, cujo projeto foi elaborado pela Westfalia Logistics Solutions, especializada na automação da cadeia de suprimentos, em parceria com a Kloosterboer, um provedor de serviços especializados para produtos mantidos em baixas temperaturas. Uma visão do projeto de automação assim com do processo produção e de manuseio do produto podem ser vistos através do link: www.youtube.com/watch?v=I5QLPDM6oBo .
Um exemplo bastante interessante é o de uma fábrica de batatas fritas, totalmente automatizada, cujo projeto foi elaborado pela Westfalia Logistics Solutions, especializada na automação da cadeia de suprimentos, em parceria com a Kloosterboer, um provedor de serviços especializados para produtos mantidos em baixas temperaturas. Uma visão do projeto de automação assim com do processo produção e de manuseio do produto podem ser vistos através do link: www.youtube.com/watch?v=I5QLPDM6oBo .
Recentemente causou grande impacto uma notícia
veiculada em toda a mídia internacional, quando a Amazon, numa grande
estratégia de marketing, colocou no ar os seus drones para fazer entregas de produtos de pequeno porte para
seus clientes, no estilo de porta-a-porta, criando assim uma verdadeira
avalanche de novas aplicações. Aliás, o uso de drones está se tornando bastante popular!
Uma reportagem que foi publicada no Boston Globe
(www.bostonglobe.com/) anuncia que a
Amazon pretende investir centenas de milhões de dólares na compra de um sistema
de robôs fabricados pela KIVA, com objetivo de dar maior agilidade ao processo
de atendimento aos pedidos dos clientes. Esses robôs terão com principal
objetivo operarem na área de manuseio e movimentação de produtos para atender
aos pedidos os clientes, uma tarefa complexa bastante complexa e demorada se
realizada utilizando uma força de trabalho!
A robótica chegou para ficar! Da ficção para a
realidade, cada dia novos robôs são incorporados nas nossas vidas! Estamos
preparados para recebe-los?
Fonte:
Fellipe de Souza, J.A.M. in Automação
e Robótica – Apostila - UBI - Faculdade de Engenharia - Portugal.
Graham, F. in Logistics – Rase of the robots in warehouse – BBC
News – 18/12/2012.
Trebilcock, B. in Amazon/Kiva deal: Wow! – Material
Handling – March 21, 2012.
Brumson,B. in Material Handling Robotics – Robotics online – www.robotics.org – acesso
15/03/2014.
Lista 10 - http://lista10.org/tech-web/os-10-paises-com-maior-densidade-de-robos/ - acesso 19/03/2014.
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em
engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, professor do IBMEC/RJ e autor das seguintes obras didáticas:
· Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E. Schwember –
Editora Interciência;
· Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier;
· Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.
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