BIG
BROTHER GLOBAL
O
avanço no controle da mobilidade e privacidade.
Criei o termo “Twitter Paper” com a finalidade de resumir, em poucas linhas, artigos longos que disponibilizo nesse espaço. No “Big Brother Global” abordo e discuto as consequências da instalação, em nosso planeta, uma quantidade superior a um bilhão de câmeras de vigilância, em sua maioria de fabricação chinesa. Adicionadas ao “Capitalismo de Vigilância” (Zuboff - 2019) que, em certa medida, vem invadindo a nossa privacidade pelas Bigs Tech; há a possibilidade de espionagem asiática (ver artigo “Uma invasão furtiva no planeta”) e, numa tentação totalitária, mesmo em democracias, da vigilância e controle dos cidadãos.
Artigo:
A proliferação de câmeras de vídeo
por todos os espaços urbanos, edifícios, corredores, estádios, supermercados e
demais áreas públicas, aliadas aos softwares de visão computacional e os
algoritmos de reconhecimento facial, acabam colocando em xeque a nossa
privacidade e abrindo um leque de oportunidade para o controle das pessoas,
especialmente nos grandes centros urbanos.
Estudos realizados pela McKinsey,
uma das maiores consultorias do mundo, mostraram o grande fluxo migratório de
pessoas para os grandes centros urbanos. A constatação hoje é de que as áreas
urbanas sofreram um grande afluxo de habitantes, apresentando um crescimento
elevado. Estimativas indicam que até o ano de 2050, a população urbana atingirá
um excepcional percentual de 68% de toda a população mundial.
Essa densidade demográfica acaba
causando sérios problemas em várias frentes, como por exemplo: na mobilidade
urbana, na segurança pública, no necessário incremento da infraestrutura básica
(energia, saneamento, serviços de saúde pública, serviços de limpeza urbana
etc.).
Para manter certo controle sobre
esse fluxo populacional nas cidades, considerando a disponibilidade tecnológica
existente, uma massiva instalação de câmeras de segurança, em diversos pontos
estratégicos e destinado ao uma série de finalidades, acabou se propagando por
todos os lados!
Um levantamento realizado pela Comparitech
(11/07/2022), mostra uma classificação das principais cidades do mundo com
maior volume de câmeras instaladas. São denominadas câmeras de Circuito Fechado
de TV ou em inglês CCTV (Closed Circuit Television) que consiste em um sistema
de monitoramento com câmeras distribuídas e conectadas a uma central de
controle, onde as imagens são registradas, gravadas e disponibilizadas através
de monitores.
Na citada publicação, excluindo a
China e considerando as regiões com maior densidade de câmeras instaladas temos:
Indore, Hyderabad, Delhi, Chennai, Cingapura, Moscou, Bagdá, Londres, São
Petersburgo e Los Angeles, são as cidades mais vigiadas!
Estimativas realizadas pela IHS
Markit (fusão da Information Handling Services (IHS) e a Markti) concluíram que
existiam até o final do ano passado (2021), 1 bilhão de câmeras de vigilância
em todo o mundo. A China é o país de maior controle por sistemas visuais do
planeta. Com a sua gigantesca população, ela possui 54% de todas as câmeras
instaladas no planeta e pretende aumentar ainda mais o potencial de controle de
seus cidadãos.
Dado o seu regime totalitário, a
vigilância dos cidadãos chineses é exacerbada, bem ao estilo do “Big Brother”
da famosa obra de George Orwell denominada de “1984”. Através delas o PCCh
(Partido Comunista Chines) pode controlar cada cidadão no curso de suas
atividades diárias!
O sistema é tão sofisticado dado
que, utilizando algoritmos de reconhecimento facial, essa vigilância
controlando tudo e a todos pode, por exemplo penalizar chineses que venham a
atravessar uma rua fora da faixa de pedestres, verificar os saques efetuados pelos
clientes em caixas eletrônicos e uma variedade de comportamento que realizam no
meio social.
É importante registrar que uma
gama considerável de câmeras produzidas na China, como destacamos no artigo publicado
nesta plataforma denominado: “Uma invasão furtiva no Planeta” e disponibilizado
no dia 05/10/2022, encontram-se instaladas em vários pontos estratégicos nos
mais diversos países: áreas militares, serviços públicos etc.
Para um cidadão que vive em um
país livre e democrático, o processo de controle do PCCh chega a níveis de
paranoia; valendo registrar que esse processo está se espalhando por todos os
países do nosso planeta.
Para o leitor interessado, o
vídeo abaixo, elaborado pelo The Economist, apresenta a tecnologia de
vigilância via reconhecimento facial utilizado na China.
“Liberdade, liberdade, abre as
asas sobre nós.” (Samba enredo da Imperatriz Leopoldinese/RJ)
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