O GRANDE IRMÃO
UMA VISÃO À ORWELL E SEU “1984”.
De um lado, é público e notório, em nosso país, o uso do PIX
que, na minha concepção, salvo melhor juízo, é o primeiro passo e mesmo, um
grande teste para a implantação do Real digital.
O sucesso do PIX foi tamanho que, rapidamente, tornou-se
popular nas camadas menos favorecidas da nossa sociedade e retirou dos bancos,
verdadeiros agiotas legais, grandes somas que eram resultado da cobrança de
tarifas bancárias para a efetivação das mais diversas operações. Só os grandes
bancos (Itaú/Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) perderam o
montante de R$ 1,5 bilhão de receitas cobradas nas transações bancárias no ano
de 2021.
Com a criação de moedas digitais centralizadas, as mesmas
passarão a ter total controle realizado pelos bancos centrais (BC) e, é certo
que o fluxo dessas moedas permitirá utilizar a máxima bastante conhecida:
"Follow the Money" (siga o dinheiro), visto que todas as transações
realizadas serão devidamente conhecidas e rastreáveis pelos BCs.
Por via de consequência, o fluxo financeiro digital propagado
pelas transações dessas moedas estarão sob o estrito controle tanto das pessoas
jurídicas quanto das pessoas físicas, pelos respectivos Bancos Centrais
Vamos agora para um exercício de “futurologia”, deixando a
nossa mente fluir no campo do imaginário. “A imaginação é mais importante do
que o conhecimento”, já dizia Einstein!
Pensemos em um regime totalitário que resulta, por via de
consequência, no controle total, cuja “arma de destruição em massa” passa a ser
a moeda digital, dado o poder que o estado exercerá sobre cada cidadão ou mesmo
empresas, desde as microempresas até grandes corporações.
Assim, basta um “cancelamento” ou mesmo bloqueio de um
CPF/CIC ou mesmo de um CNPJ para inviabilizar qualquer transação financeira de
um cidadão ou de uma empresa, cujo resultado inevitável será o colapso
financeiro desse cidadão ou de uma empresa.
Daí pensar que, embora salutar o progresso tecnológico
transformador, onde a circulação da moeda será absolutamente digital, poderemos
abrir as portas para a incursão de indivíduos que sonham com regimes
totalitários!
Nesse contexto, a guisa de reflexão, sugiro aos interessados
a assistir uma película dos anos 70, estrelada por Sandra Bolluck que leva o
título de “A Rede”.
Termino esse artigo com um belo poema atribuído ao poeta
russo Vladimir Maiakovski que na verdade é de autoria do poeta brasileiro,
Eduardo Alves da Costa:
“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do
nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam
nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho e nossa
casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”
Conclusão:
“O preço da liberdade é a eterna vigilância!”
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