quinta-feira, 10 de abril de 2014

Avaliando o Desempenho da uma rede logística

Avaliando o Desempenho da uma rede logística
Parte I

Pegando emprestado de Lord Kelvin (matemático e físico britânico – [1824-1907]) que proclamava: “o conhecimento que não pode ser expresso em forma de números é de qualidade pobre e insatisfatória”, o guru da Administração moderna Peter Drucker afirmava, com muita propriedade: “o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado”.
Efetivamente o gerenciamento de qualquer atividade requer um controle adequado das operações assim como uma avaliação periódica dos eventos que a compõem, objetivando examinar o seu desempenho quer seja internamente ou mediante de estudos comparativos com outros concorrentes.
Dentro desse enfoque é indispensável proceder a avaliação do desempenho de uma cadeia de suprimentos que poderá ser efetivada através do acompanhamento de certos indicadores que permitam conhecer efetivamente a sua performance.
Em postagem que realizamos em 06 janeiro de 2014 neste blog que levou o título: ”Criando métricas para a Cadeia de Suprimentos”, apresentamos diversos indicadores de performance os quais classificamos como:
·         Indicadores de atendimento: indicadores de prazo de entrega e de acurácia dos pedidos
·         Indicadores de produtividade: número de pedidos atendidos por dia, número de pedidos separados e embalados por dia, tempo médio de entrega de um pedido etc.
·         Indicadores de desempenho operacional: utilização da capacidade de armazenagem, acurácia do inventário dos estoques, índice de falta de produtos, índice de utilização dos equipamentos de movimentação, índice de utilização da capacidade de carga dos veículos de transporte etc.

Nossa proposta nessa nova abordagem é focar os indicadores dentro de aspectos diretamente relacionados ao processo logístico que se desenvolve ao longo de uma rede logística, como mostrado na figura 1.
Como esse objetivo, foram consideradas três fases críticas de uma rede – mostrada na figura título, quais sejam:
·         Suprimentos
·         Armazenagem
·         Distribuição

Figura 1 – Áreas de avaliação do desempenho

Em cada uma dessas áreas serão criados indicadores específicos para avaliar o desempenho das operações. Igualmente na manufatura teríamos que criar indicadores de desempenho da denominada logística interna, normalmente conhecida como gestão de materiais considerando-se eventos, alguns deles também envolvidos na avaliação da Fase I, tais como: previsão de demanda, gestão dos estoques, gestão de compras etc.
Na área de Suprimentos (Fase I) tratando-se da relação entre fornecedores e manufatura esses indicadores deverão abranger todo o escopo operacional das atividades que são desenvolvidas com objetivo de atender as necessidades de matérias-primas, insumos e componentes destinados à produção na manufatura.
Na Armazenagem (Fase II), por exemplo, considerando-se o escopo do Centro de Distribuição como elemento indispensável à recepção dos produtos, sua armazenagem e expedição para os diversos clientes, através de diversas operações, iniciando-se com o processamento do pedido a partir do seu recebimento do Centro de Distribuição e traduzido em operações complementares envolvendo diversas atividades, entre elas o  picking  e as operações de “cross-docking”, quando aplicáveis.
Quanto à Distribuição (Fase III) esta considera todo o processo de levar o produto ao cliente, incluído as questões relacionadas ao carregamento dos veículos, escolha do modal de transporte, o transporte, a roteirização etc.
Há uma infinidade de índices que poderão ser utilizados para compor o conjunto de indicadores do desempenho de uma rede logística. De um lado, de nada vai adiantar a criação de inúmeros indicadores se esses não tiverem um objetivo específico de gerenciamento das respectivas atividades. De outro, uma proliferação de indicadores poderá resultar uma tarefa complexa na hora produzi-los e um gasto enorme de tempo para fazer estudos comparativos ou evolutivos deles. A recomendação aqui é criar indicadores relevantes e robustos que reflitam efetivamente as operações e seus processos
O foco nos indicadores norteará os critérios de avalição que poderá ter um escopo abrangendo pontos importantes como:
·         Previsão de demanda.
·         Gestão dos Estoques.
·         Relações com fornecedores.
·         Processamento dos pedidos e faturamento.
·         Gestão de centro de distribuição.
·         Gerenciamento de transporte.
·         Comunicação com o canal.
·         Relacionamento com o cliente.
·         Etc.

A prática recomenda que inicialmente seja realizada uma análise dos processos envolvidos nas operações logísticas nos seguimentos indicados. Essa análise resultará no levantamento de um fluxograma do processo onde poderão ser avaliados os diversos pontos que servirão de base para a elaboração dos indicadores.
Após esse primeiro levantamento, a recomendação é a realização de uma reunião com setores envolvidos nas respectivas operações com objetivo de criar indicadores que realmente retratem os processos, permitindo assim verificar o desempenho das atividades chaves de cada processo.
Periodicamente esses indicadores poderão ser apresentados em uma forma de gráfico, facilmente elaborado com auxílio de uma planilha eletrônica com a principal finalidade de facilitar consideravelmente a análise da evolução deles, quer através da comparação de sua evolução efetiva quer mediante estudos comparativos com indicadores semelhantes de outras empresas ou mesmo empresas concorrentes.
Continuação em uma próxima postagem
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, professor do IBMEC/RJ e  autor das seguintes obras didáticas:
• Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E. Schwember – Editora Interciência;
•   Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier;
•    Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.

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