Avaliando o Desempenho da uma rede logística
Parte I
Pegando emprestado de Lord Kelvin (matemático e físico britânico – [1824-1907])
que proclamava: “o conhecimento que não
pode ser expresso em forma de números é de qualidade pobre e insatisfatória”,
o guru da Administração moderna Peter Drucker afirmava, com muita propriedade:
“o que não pode ser medido, não pode ser
gerenciado”.
Efetivamente o gerenciamento de qualquer
atividade requer um controle adequado das operações assim como uma avaliação periódica
dos eventos que a compõem, objetivando examinar o seu desempenho quer seja
internamente ou mediante de estudos comparativos com outros concorrentes.
Dentro desse enfoque é indispensável proceder a
avaliação do desempenho de uma cadeia de suprimentos que poderá ser efetivada
através do acompanhamento de certos indicadores que permitam conhecer
efetivamente a sua performance.
Em postagem que realizamos em 06 janeiro de 2014
neste blog que levou o título: ”Criando métricas para a Cadeia de Suprimentos”,
apresentamos diversos indicadores de performance os quais classificamos como:
·
Indicadores de atendimento:
indicadores de prazo de entrega e de acurácia dos pedidos
·
Indicadores de produtividade: número
de pedidos atendidos por dia, número de pedidos separados e embalados por dia,
tempo médio de entrega de um pedido etc.
·
Indicadores de desempenho operacional:
utilização da capacidade de armazenagem, acurácia do inventário dos estoques,
índice de falta de produtos, índice de utilização dos equipamentos de
movimentação, índice de utilização da capacidade de carga dos veículos de
transporte etc.
Nossa proposta nessa nova abordagem é focar os
indicadores dentro de aspectos diretamente relacionados ao processo logístico
que se desenvolve ao longo de uma rede logística, como mostrado na figura 1.
Como esse objetivo, foram consideradas três
fases críticas de uma rede – mostrada na figura título, quais sejam:
·
Suprimentos
·
Armazenagem
·
Distribuição
Figura 1 – Áreas de avaliação do
desempenho
Em cada uma dessas áreas serão criados
indicadores específicos para avaliar o desempenho das operações. Igualmente na
manufatura teríamos que criar indicadores de desempenho da denominada logística
interna, normalmente conhecida como gestão de materiais considerando-se
eventos, alguns deles também envolvidos na avaliação da Fase I, tais como: previsão de
demanda, gestão dos estoques, gestão de compras etc.
Na área de Suprimentos (Fase I) tratando-se da
relação entre fornecedores e manufatura esses indicadores deverão abranger todo
o escopo operacional das atividades que são desenvolvidas com objetivo de
atender as necessidades de matérias-primas, insumos e componentes destinados à
produção na manufatura.
Na Armazenagem (Fase II), por exemplo,
considerando-se o escopo do Centro de Distribuição como elemento indispensável
à recepção dos produtos, sua armazenagem e expedição para os diversos clientes,
através de diversas operações, iniciando-se com o processamento do pedido a
partir do seu recebimento do Centro de Distribuição e traduzido em operações
complementares envolvendo diversas atividades, entre elas o picking e as operações de “cross-docking”, quando aplicáveis.
Quanto à Distribuição (Fase III) esta considera
todo o processo de levar o produto ao cliente, incluído as questões
relacionadas ao carregamento dos veículos, escolha do modal de transporte, o
transporte, a roteirização etc.
Há uma infinidade de índices que poderão ser
utilizados para compor o conjunto de indicadores do desempenho de uma rede
logística. De um lado, de nada vai adiantar a criação de inúmeros indicadores
se esses não tiverem um objetivo específico de gerenciamento das respectivas
atividades. De outro, uma proliferação de indicadores poderá resultar uma
tarefa complexa na hora produzi-los e um gasto enorme de tempo para fazer
estudos comparativos ou evolutivos deles. A recomendação aqui é criar
indicadores relevantes e robustos que reflitam efetivamente as operações e seus
processos
O foco nos indicadores norteará os critérios de
avalição que poderá ter um escopo abrangendo pontos importantes como:
·
Previsão de
demanda.
·
Gestão dos
Estoques.
·
Relações
com fornecedores.
·
Processamento
dos pedidos e faturamento.
·
Gestão de
centro de distribuição.
·
Gerenciamento
de transporte.
·
Comunicação
com o canal.
·
Relacionamento
com o cliente.
·
Etc.
A prática recomenda que inicialmente seja
realizada uma análise dos processos envolvidos nas operações logísticas nos
seguimentos indicados. Essa análise resultará no levantamento de um fluxograma
do processo onde poderão ser avaliados os diversos pontos que servirão de base
para a elaboração dos indicadores.
Após esse primeiro levantamento, a recomendação
é a realização de uma reunião com setores envolvidos nas respectivas operações
com objetivo de criar indicadores que realmente retratem os processos, permitindo
assim verificar o desempenho das atividades chaves de cada processo.
Periodicamente esses indicadores poderão ser
apresentados em uma forma de gráfico, facilmente elaborado com auxílio de uma
planilha eletrônica com a principal finalidade de facilitar consideravelmente a
análise da evolução deles, quer através da comparação de sua evolução efetiva
quer mediante estudos comparativos com indicadores semelhantes de outras
empresas ou mesmo empresas concorrentes.
Continuação
em uma próxima postagem
__________________________________________
Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de
Produção pela COPPE/UFRJ, professor do IBMEC/RJ e autor das seguintes obras didáticas:
• Administração de Estoques – Teoria e Prática, em
coautoria de E. Schwember – Editora Interciência;
• Administração de Materiais – 4ª. Edição –
Editora Campus/Elsevier;
• Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial
– Editora Manole.
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