O DESCARTE DO MATERIAL
ELETROELETRÔNICO
De acordo a ONU, 99% dos produtos que compramos são jogados fora dentro de seis meses. Os
resíduos eletroeletrônicos de eletrodomésticos, celulares, computadores,
monitores, televisões, câmeras fotográficas, impressoras, fotocopiadoras, entre
outros, representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade.
Toneladas
de resíduos eletrônicos são jogadas fora anualmente, sendo que 60 e 90% destes
resíduos são lançadas no lixo ou comercializados ilegalmente.
O
descarte de eletroeletrônicos gera a necessidade de buscar mais matérias-primas
para suprir o mercado. A exploração das matérias-primas para a produção de eletroeletrônicos,
como os celulares, causam problemas sociais e ambientais ao redor do mundo.
Pesquisadores
estimam, com base no crescimento exacerbado de resíduos gerados, previsões de que o valor total desse tipo de lixo crescerá para 2,2 bilhões de toneladas em
2025; valendo registrar que só a China deverá ter um crescimento. na geração de resíduos sólidos, numa taxa três vezes superiores as atuais.
Outro
fato alarmante é a quantidade de plástico lançada nos oceanos. Mais de 8,3 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas na Terra nos últimos 65 anos (ONU - 2017) , e a maior parte
desse material está em aterros ou nos oceanos (Figura 2). Muitos animais marinhos hoje encontram-se contaminados com plásticos e, dentro da cadeia alimentar , nós humanos
acabamos ingerindo plásticos e outros resíduos tóxicos junto com o pescado que consumimos!
Figura 2 – Afogamento em plástico
Fonte: graphics.reuters.com/ENVIRONMENT-PLASTIC
(2019).
Vários desses resíduos são altamente poluentes. Além de contaminar a biodiversidade marinha, também poluem e contaminam os lençóis freáticos, assim como os rios e seus afluentes.
Dentre os diversos resíduos gerados, os resíduos eletroeletrônicos podem conter substâncias químicas perigosas à saúde e ao meio ambiente, como chumbo, cádmio, mercúrio, berílio.
O descarte incorreto do lixo eletrônico além de provocar a contaminação do solo e da água, afetando o ecossistema e a saúde das pessoas; produz um efeito danoso imediato que é prejudicar a saúde dos trabalhadores que lidam com esse tipo de lixo; bem como as pessoas que acabam tendo contato com esses resíduos, muitas vezes lançados em terrenos baldios.
Por
exemplo, apesar da proibição da ONU para a exportação de lixo eletrônico, os países
africanos como Gana, recebem contêineres desse lixo que acabam poluindo os rios
e todo o ambiente da região, além de colocar em risco a população (Figura 3)
Figura 3 – Resíduos de material eletrônico –
Gana (África)
Fonte: Arquivo do autor (2012).
Uma
grande preocupação nesse contexto está relacionada aos avanços da inovação
tecnológica e novas tecnologias que resultam em promover consideráveis redução
nos custos dos produtos, o que, por via de consequência, permitiu a população em geral, o acesso a produtos eletrônicos dos mais
diversos, dentre eles, o mais cobiçado: um celular! (Figura 4).
Figura 4 – Insumos e componentes de um celular
Fonte: Ryder e Houlin (WEF/2020)
Se, de um lado, esse processo de democratização de oferta de produtos eletroeletrônicos a preços acessíveis elevam o consumo; de outro, esse aumento na demanda acaba produzindo um volume exacerbado de lixo eletrônico, devido ao descarte dos produtos!
Segundo estimativas da ONU/WEF (2018), o fluxo de produtos eletrônicos atingiu 48,5 milhões de toneladas, dos quais apenas 20% é tratada de forma adequada.
Não há a menor sombra de dúvidas de que esse lixo tem grande valor comercial. Segundo estimativas (ONU/WEF-2018), o valor do lixo eletrônico gerado anualmente é avaliado em US$ 62,5 Bilhões .
Para
frear esse verdadeiro tsunami de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, surgiu um novo enfoque conhecido como Economia Circular, com iniciativas do Forum
Econômico Mundial e a Fundação Ellen MacArthur, através do lançamento do
Projeto Mainstream, cujo objetivo primordial é impulsionar uma nova abordagem
que resulta na preocupação de incentivar o projeto de produtos que possam ser reutilizados
ou reciclados, entre tantos outros objetivos. Figura (5).
Figura 5 – Economia Circular
Fonte: https://www.oseudinheirovalemais.com.br/ja-conhece-a-economia-circular
Para o leitor interessado, destacamos abaixo o link de matéria publicada nesse Blog, como o título: A Nova Economia Industrial na Era da Sustentabilidade, que pode ser acessada através do link abaixo:
Apenas
para registro e segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas , há 420 milhões de dispositivos digitais (Figura 6), entre eles: 185 milhões de computadores (desktop. notebooks e tablets) e 235 milhões de celulares ativos no País.
Figura 6 - Dispositivos Digitais existentes no Brasil.
Fonte: Pesquisa FGV/EAESP (2019).
Importante ressaltar que o Brasil possui legislação própria para o descarte dos resíduos sólidos, através
da Lei Federal 12.305/2010 que foi motivo de postagem nesse blog.
Para o leitor interessado, abaixo destacamos o link da matéria.
Para o leitor interessado, abaixo destacamos o link da matéria.
Em se
tratando de resíduos de produtos eletroeletrônicos, foi recentemente publicado
o Decreto Federal 10.240/2020 de 12/02/2020 que “estabelece normas para a
implementação de sistemas de logística reversa obrigatória de produtos
eletroeletrônicos de uso doméstico e seus componentes.” (Art° 1 do diploma legal
– grifos são nossos).
O uso de política adequadas no tratamento desses resíduos e o seu gerenciamento adequado, como fixadas no referido diploma legal, poderá levar a geração de empregos com utilização da mão de obra nos processos de reciclagem.
De um lado, a logística reversa quebra este ciclo prejudicial ao fazer o material voltar ao produtor, permitindo o reaproveitamento.
De um lado, a logística reversa quebra este ciclo prejudicial ao fazer o material voltar ao produtor, permitindo o reaproveitamento.
De
outro lado, projetistas, fabricantes, fornecedores de matérias-primas e componentes;
assim como toda a cadeia de suprimentos de ponta à ponta (end-to-end)
deverão desenvolver políticas não só para reduzir o desperdício como também,
ampliar o ciclo de vida dos produtos ofertados ao mercado, incluindo a
possibilidade de reparo, reciclagem e reutilização.
Nas palavras de Vitor Hugo, poeta e romancista francês: "É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve..."
Fontes:
WEF – Toward the
Circular Economy – Accelerating the scale up across global supply chain (Report
-2014)
Gonçalves, P.S –
in Sustentabilidade e Política Nacional de Resíduos Sólidos – disponível em http://professorgoncalves.blogspot.com/2014/09/sustentabilidadee-politica-nacional-de.html
- acesso: 25/02/2020.
Governo Federal
– Decreto Lei 12.240/2020 de 12/02/2020.
ONU in No Dia
Mundial do Habitat, ONU aborda gestão dos resíduos nas cidades – disponível em https://nacoesunidas.org/no-dia-mundial-do-habitat-onu-aborda-gestao-dos-residuos-nas-cidades/
- acesso: 25/02/2020.
Ryder, G. and
Houlin, H.Z in The world’s e-waste is a huge problem. It’s also a golden
opportunity – disponível em https://www.weforum.org/agenda/2019/01/how-a-circular-approach-can-turn-e-waste-into-a-golden-opportunity/-
acesso: 25/02/2020.
Epoca Negócios - O Brasil tem 230 milhões de smartphones em uso - disponível em https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/04/brasil-tem-230-milhoes-de-smartphones-em-uso.html - acesso 25/02/2020,
Meirelles, S. F. - 30ª Pesquisa Anual do Uso de TI nas Empresas, 2019 - Centro de Tecnologia de Informação Aplicada - FGV/EAESP (2019).
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