domingo, 27 de maio de 2018

Logística 4.0

LOGÍSTICA 4.0


O avanço na utilização de novas tecnologias como computação móvel, uso massivo de sensores, hiperconectividade envolvendo a internet das coisas, conectividade entre veículos, assim como visibilidade em tempo real da cadeia de suprimentos, dos veículos em movimento e centros de distribuição, acabaram impulsionando a logística transformando-a, a exemplo da indústria, na denominada logística 4.0.


Figura 2 – Indústria 4.0
Fonte: Fraunhofer – Workshop – Platforms for connected Factories of the Future

Fazendo uma pequena retrospectiva, a indústria 4.0 (Figura 2) nasceu de um projeto estratégico de alta tecnologia do Governo Alemão, que promove a informatização da manufatura e envolve a utilização da inteligência artificial (AI – Artificial Intelligence),  robótica, máquinas controladas por computadores e o uso massivo de impressora 3 D ; que passaram a fazer parte do cotidiano das empresas que pretendem estar na vanguarda dessa nova revolução industrial.
Uma primeira apresentação da indústria 4.0 aconteceu na Feira de Hannover, no ano de 2011 quando foi anunciada a denominada quarta revolução industrial que tem como plataforma o uso da tecnologia da informação nos processos industriais.


Figura 3 – Interconectividade da Cadeia de Suprimentos
Fonte: Gonçalves, P.S. – Logística – Slides.

A reboque dessa nova revolução industrial está a logística que tem que atender à novos desafios em tempo e performance adequados à uma nova realidade que se impõe tanto a nível de exigência dos clientes, quanto na eficácia de efetuar entregas em prazos cada vez mais curtos.
Essa mudança de processos e tecnologias, que se tornou uma exigência a nível mundial, combina velocidade do fluxo de bens e serviços que circulam nas cadeias de suprimentos com as drásticas reduções no ciclo de produção e mesmo no ciclo de vida dos produtos, em face dos acelerados avanços tecnológicos que vem acontecendo, muito especialmente com o uso das denominadas tecnologias de ponta como a robótica, a microeletrônica entre tantas outras.
Essa nova tendência recebeu um grande impulso em face dos desdobramentos que passaram a acontecer, inicialmente com a denominada internet das coisas (IoT – Internet of Things) e que mais recentemente transformou-se na denominada internet de tudo (IoE), como mostra a figura 4.


Figura 4 - Interligação entre dados, processos, pessoas e coisas.
Fonte: DHL (2015).

A Internet de Tudo (IoE) é totalmente baseada em redes e na tecnologia RFID (Radio Frequency Identification) que permite a interação entre dispositivos e equipamentos mediante uma comunicação  sem fio. Nos diversos dispositivos e equipamentos são implantados uma grande variedade de sensores sem fio (wireless), permitindo assim  que eles se comuniquem entre si e com uma rede de computadores.
Em função da tecnologia RFID e comunicação sem fio, está ocorrendo uma massiva interconectividade entre dispositivos eletrônicos criando assim uma nova era na qual gradativamente todos os dispositivos e equipamentos passam a ser interconectados, como mostra a Figura 5 e Figura 6.


Figura 5 – Internet das Coisas e Logística.
Fonte: DHL (2015).

O leitor interessado poderá acessar o link abaixo o qual trata mais detalhadamente das aplicações da internet das coisas na logística:
http://professorgoncalves.blogspot.com.br/2017/06/como-internet-das-coisas-automacao-e.html
Dentro desse enfoque, a denominada Logística 4.0 (Figura 6) envolve a automação, a inovação e melhorias contínuas nas cadeias de suprimentos através do uso intensivo de novas tecnologias que são potencializadas através de aplicações que utilizam o denominado Big Data (massivo volume de dados) e a computação em nuvem (Cloud Computing).


Figura 6 – Logística 4.0 e Internet de tudo.
Fonte:  Fonte: Fraunhofer – Workshop – Platforms for connected Factories of the Future

Em um cenário de hiperconectividade aliado a uma alta inserção de tecnologias, ocorrerá  a possibilidade de autonomia das operações dos sistemas interligados, muito especialmente em função da automação em larga escala com o uso de interfaces de inteligência artificial embarcada.
Tratando-se de um mundo globalizado, a Logística 4.0 envolve a coordenação e distribuição da produção, dentro dos espaços geográficos, controlando e aperfeiçoando a produção, movimentação, armazenagem e a distribuição dos insumos e produtos em um mundo cada vez mais hiperconectado.
Essa verdadeira guinada na logística, em vendo impulsionada, entre outros fatores, em face das elevadas mutações no fluxo de pessoas e de bens, em todo o mundo e que tem reflexos imediato na mobilidade e na logística de bens, que em sua inteireza deverá estar preparada para vencer desafios geográficos, temporais e gerenciais.
Esses desafios se tornam cada vez mais complexos considerando as projeções da ONU para 2030 que projeta, para as denominadas megacidades (mais de 10 milhões de habitantes), a possibilidade de chegar a abrigar até 40 milhões de pessoas, em um mundo cada vez mais dinâmico e competitivo.
Óbvio que essa tendência de concentração urbana resultará em enormes implicações logísticas, em especial, nas questões relacionadas à mobilidade urbana e distribuição física em grandes centros. Esses desafios logísticos se agigantarão, levando-se em conta os problemas relacionados à denominada última milha !
Com uma arquitetura de dados em nuvens será possível alcançar um maior ganho operacional através da otimização dos processos e maximização da utilidade no uso de matérias primas e insumos, mão de obra, movimentação e transporte de materiais, mobilidade etc. 
O foco na Logística 4.0 acaba produzindo vantagens significativas, entre elas:
  • Redução das perda de ativos – principalmente levando-se em conta que a detecção de um problema com o produto e a sua solução é reduzida em função da hiperconectividade;
  • Economias no transporte – visto a possibilidade de monitorar a frota de veículos, assim como promover reduções de custos em face da otimização e melhorias na roteirização do transporte e utilização eficiente dos veículos;
  • Eficiência no processo de armazenagem – com a redução das perdas motivadas pelo armazenamento inadequado e monitoramento inadequado de cargas especiais (caso de produtos perecíveis que necessitam de uma armazenagem especial), assim como monitoramento dos estoques em tempo real;
  • Etc
Investir em Logística 4.0 não tem como objetivo único a redução dos custos das transações, mas atender ao consumidor de forma rápida e eficiente, especialmente em face da expansão do e-commerce.

Fontes:
Eliece in Logística in Logística 4.0: o futuro é agora – disponível em https://www.ellecelogistica.com.br/logistica-4-0-o-futuro-e-agora - acesso (01/05/2018);
PRESTEX in  Logística 4.0: o que é e quais os benefícios para as empresas – disponível em https://www.prestex.com.br/logistica-4-0-o-que-e-e-quais-beneficios-para-as-empresas - acesso (01/05/2018).
Portogente in Logística 4.0 – disponível em https://portogente.com.br/noticias/dia-a-dia/91467-logistica-4-0
Peters Junior, J. in Logística 4.0: a tecnologia pode reduzir custos e aumentar a satisfação do consumidor – disponível em https://www.ecommercebrasil.com.br/logistica-4-0-tecnologia -pode-reduzir-custos-e-aumentar-satisfacao-do-consumidor/ - acewsos: 01/05/2018.
Macaulay, J. ; Buckalew, L; ChungL – in Internet of Things in Logístics – DHL (2015).
Fraunhofer – Workshop – Platforms for connected Factories of the Future – 2015.


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