SUSTENTABILIDADE
A palavra sustentabilidade vem
sendo aplicada por todos os lados, muitas das vezes, sem um real significado do
seu conteúdo. Assim, para balizar o entendimento do termo apresentamos a
definição criada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
sob os auspícios das Nações Unidades que assim define a finalidade as ações de
sustentabilidade: “atender às necessidades da geração atual sem comprometer a
capacidade de futuras gerações de atender às próprias necessidades”.
De um lado, é inegável que as
mudanças climáticas estão se acelerando consideravelmente. Independente que
quem é o maior vilão dessa história, as consequências já começam a se fazer
presente: inundações, secas inesperadas (os recentes episódios de falta de
águas nos reservatórios das usinas hidroelétricas e represas destinadas ao
abastecimento de água potável para as populações de grandes metrópoles é um
exemplo irrefutável), tufões e vendavais, além de tantos outros eventos que, em
alguns casos, transformam-se em proporções que acabam abalando a estrutura de
um povoado e mesmo de uma cidade com seus reflexos na vida de seus habitantes e na
economia.
De outro, o crescimento
populacional vem avançado e, apesar do controle da natalidade e mesmo a redução
dos números de filhos por casal, estudos apontam para uma estimativa da ordem
de nove bilhões de pessoas para o ano de 2050 habitando o nosso planeta.
Alimentar essa população, dar-lhes
abrigo e uma vida descente é uma tarefa hercúlea que inexoravelmente não será
cumprida. Hoje o que se verifica é um aumento considerável na concentração da
riqueza, enquanto milhões passam fome e não possuem condições mínimas para a
própria sobrevivência!
Uma abordagem complementar está voltada para o
desperdício de alimentos produzidos e consumidos pelas populações das cidades.
É absurda a quantidade de alimentos que são literalmente jogados no lixo. Segundo
estudos realizados pelo Banco Mundial, 20% da população mais rica do mundo consume
76,6% de todos os produtos produzidos, enquanto que os demais habitantes do nosso
planeta, ou seja, 80% restantes,
consomem 22,4% neles incluídos os menos favorecidos que consumem 1,5%. Segundo
estudos realizados pela Divisão de Estatística das Nações Unidas, a produção per capita de lixo, apresenta as
seguintes médias diárias: Estados Unidos
(2,09 kg), Austrália (1,22 kg), Japão (1,17 kg), Canadá (0,81 kg) e China (0,32
kg).
Não foi sem razão que um famoso guru da indústria
sustentável (ver postagem de 14/02/2014 –
A nova economia industrial), Joel Makover, criou uma estatística baseada no
que denominou Lixo Nacional Bruto (LNB) em contraste com o Produto Interno
Bruto (PIB). Estudos realizados por esse pesquisador deram conta, em uma análise
realizada nos Estados Unidos, que “cada
tonelada de lixo municipal descartado,
cerca de 70 toneladas de resíduos de produção, mineração, exploração de
petróleo e gás, agricultura, queima de carvão,
entre tantos outros, são produzidos.”
Nesse sentido, para avaliarmos a geração de lixo
em relação ao Produto Interno Bruto, basta examinar a figura 2 que apresenta um
gráfico comparativo entre Resíduos Transportados X Produto Interno Bruto dos
EUA, elaborado pelo economista Michael McDonough.
Figura 2 - Resíduos transportados x Produto Interno Bruto – EUA
Fonte: BooombergBriefs.com
No Brasil, a composição média dos
resíduos produzidos, segundo pesquisas realizadas pela Abrelpe em 2011 apresenta
a configuração indicada no gráfico da figura 3, que foi elaborado com base em um
relatório denominado: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil.
Fonte:
Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – ABRAELPE – 2011.
O mundo de hoje além de estar impregnado
de poluição por todos os lados, se mostra caótico com um crescente aumento da
concentração da riqueza, redução do índice de felicidade das pessoas e aumento
do isolamento social.
Urge que tomemos consciência ambiental
com a finalidade de darmos uma virada nessa tendência que além de nociva é
vetor para o desencadeamento da violência urbana e mundial.
Fonte:
- http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/121009_relatorio_residuos_solidos_urbanos.pdf - acesso 10/05/2014
- Dantas, Thiago - País ainda tem 2 mil lixões em funcionamento - O Globo -05/082014
- Makover, J & Seldaman, N. in Wasting and Recycling in the Unites States 2000 - Report
- Portal da Oficina de Texto in Como o lixo se correlaciona com o Produto Interno Bruto -http://www.comunitexto.com.br/como-o-lixo-se-correlaciona-com-o-produto-interno-bruto/#.U25S8vldU1Y – acesso 10/05/2014.
- Leonard, A in A história das coisas – Zahar (2011)
gerenciadoraderisco.com.br
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