sábado, 10 de maio de 2014

Sustentabilidade

SUSTENTABILIDADE

A palavra sustentabilidade vem sendo aplicada por todos os lados, muitas das vezes, sem um real significado do seu conteúdo. Assim, para balizar o entendimento do termo apresentamos a definição criada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento sob os auspícios das Nações Unidades que assim define a finalidade as ações de sustentabilidade: “atender às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de futuras gerações de atender às próprias necessidades”.

De um lado, é inegável que as mudanças climáticas estão se acelerando consideravelmente. Independente que quem é o maior vilão dessa história, as consequências já começam a se fazer presente: inundações, secas inesperadas (os recentes episódios de falta de águas nos reservatórios das usinas hidroelétricas e represas destinadas ao abastecimento de água potável para as populações de grandes metrópoles é um exemplo irrefutável), tufões e vendavais, além de tantos outros eventos que, em alguns casos, transformam-se em proporções que acabam abalando a estrutura de um povoado e mesmo de uma cidade com seus reflexos na vida de seus habitantes e na economia.

De outro, o crescimento populacional vem avançado e, apesar do controle da natalidade e mesmo a redução dos números de filhos por casal, estudos apontam para uma estimativa da ordem de nove bilhões de pessoas para o ano de 2050 habitando o nosso planeta.
Alimentar essa população, dar-lhes abrigo e uma vida descente é uma tarefa hercúlea que inexoravelmente não será cumprida. Hoje o que se verifica é um aumento considerável na concentração da riqueza, enquanto milhões passam fome e não possuem condições mínimas para a própria sobrevivência!

Uma abordagem complementar está voltada para o desperdício de alimentos produzidos e consumidos pelas populações das cidades. É absurda a quantidade de alimentos que são literalmente jogados no lixo. Segundo estudos realizados pelo Banco Mundial, 20% da população mais rica do mundo consume 76,6% de todos os produtos produzidos, enquanto que os demais habitantes do nosso planeta, ou seja,  80% restantes, consomem 22,4% neles incluídos os menos favorecidos que consumem 1,5%. Segundo estudos realizados pela Divisão de Estatística das Nações Unidas, a produção per capita de lixo, apresenta as seguintes médias diárias:  Estados Unidos (2,09 kg), Austrália (1,22 kg), Japão (1,17 kg), Canadá (0,81 kg) e China (0,32 kg).

Não foi sem razão que um famoso guru da indústria sustentável (ver postagem de 14/02/2014 – A nova economia industrial), Joel Makover, criou uma estatística baseada no que denominou Lixo Nacional Bruto (LNB) em contraste com o Produto Interno Bruto (PIB). Estudos realizados por esse pesquisador deram conta, em uma análise realizada nos Estados Unidos, que “cada tonelada de lixo municipal descartado, cerca de 70 toneladas de resíduos de produção, mineração, exploração de petróleo e gás, agricultura,  queima de carvão, entre tantos outros, são produzidos.

Nesse sentido, para avaliarmos a geração de lixo em relação ao Produto Interno Bruto, basta examinar a figura 2 que apresenta um gráfico comparativo entre Resíduos Transportados X Produto Interno Bruto dos EUA, elaborado pelo economista Michael McDonough.
Figura 2 - Resíduos transportados x Produto Interno Bruto – EUA
Fonte: BooombergBriefs.com

No Brasil, a composição média dos resíduos produzidos, segundo pesquisas realizadas pela Abrelpe em 2011 apresenta a configuração indicada no gráfico da figura 3, que foi elaborado com base em um relatório denominado: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 
 Figura 3 – Composição média dos resíduos produzidos no Brasil
Fonte: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – ABRAELPE – 2011.

O mundo de hoje além de estar impregnado de poluição por todos os lados, se mostra caótico com um crescente aumento da concentração da riqueza, redução do índice de felicidade das pessoas e aumento do isolamento social.

Urge que tomemos consciência ambiental com a finalidade de darmos uma virada nessa tendência que além de nociva é vetor para o desencadeamento da violência urbana e mundial.
      
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