INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA
BRASILEIRA
Um freio para a expansão da economia
PARTE II
Ou o gigante acorda para os problemas
logísticos e de infraestrutura ou sofrerá de inanição!
Os problemas não se fixam tão
somente nos portos e rodovias destinadas ao escoamento das nossas safras agrícolas.
Ele se estende por toda a infraestrutura!
Nossos portos, complementando a
burocracia do Estado, não funcionam 24 horas por dia de segunda a segunda! Muitos
dos gargalos logísticos poderiam ser resolvidos como ampliação das atividades
portuárias de forma a operar em um regime de atendimento de 24 horas por dia e
sete dias por semana.
Na questão aeroportuária, por
exemplo, além do verdadeiro caos que vem criando grandes transtornos para os passageiros
nos diversos aeroportos do País, um estudo comparativo realizado pela Federação
das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), quanto à eficiência na liberação de
produtos mostrou que, enquanto em Xangai um produto é liberado em até quatro
horas, nos nossos aeroportos esse tempo é, em média, de oito dias! Tudo porque
os nossos serviços aeroportuários funcionam em horário reduzido e não em um
regime de vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana! Se tal fato
ocorresse, esse tempo poderia ser reduzido para, no máximo, três dias!
De um lado, as cooperativas,
por exemplo, reclamam da baixa capacidade de silos e armazéns para estocagem de
suas produções; problema esse que está muito longe de ser resolvido, muito
especialmente em função das safras recordes que vem sendo geradas pelos
produtores brasileiros.
De outro, a falta de contêineres vem
prejudicando enormemente o escoamento da produção industrial! Por exemplo, os
fabricantes de móveis, assim como os produtores de cerâmicas, acabam sendo onerados
com custos adicionais devido à necessidade de aumentar seus espaços de
armazenagem por falta de contêineres!
O resultado desses entraves logísticos
pode ser percebido através de um estudo realizado pelo IMAN (Instituto de
Movimentação de Materiais) que identificou gastos de cerca de 20% do
faturamento das empresas só com o transporte e armazenagem de produtos.
Comparativamente à Europa, esse valor cai para aproximadamente de 12%!
No modal ferroviário, onde nossas
ferrovias em boas condições de tráfego possuem hoje oito mil quilômetros, esperando-se
que triplique até 2020, a sua revitalização resultará
em sérios problemas por falta de vagões. Calcula-se que a necessidade de novos
vagões atinge 13 mil unidades, considerando uma reforma em cinco mil dos atuais.
Embora parte da malha ferroviária
e rodoviária se encontre operada por concessão, falta vontade do governo na
elaboração de políticas pública destinadas a criar um leque de opções que flexibilize
o relacionamento entre os diversos modais logísticos existentes dentro do
espectro da infraestrutura básica.
Os problemas logísticos crônicos
que se acumulam no país resultam em aumentos consideráveis nos custos o que acaba reduzindo ainda mais a competitividade
brasileira!
Esperamos que o Plano Nacional de
Logística e Transporte – PNLT, elaborado pelo Governo Federal, venha a propiciar
uma considerável vantagem logística para o País!
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