INDÚSTRIA
4.0
A NOVA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
"A quarta revolução industrial
não vai esperar pelo Brasil."
Sönmez, E. - Diretor do WEF.
A
denominada Indústria 4.0 ou a nova Revolução Industrial, nasceu de um projeto
estratégico de alta tecnologia do Governo Alemão, que promoveu a informatização
da manufatura e envolve a utilização da inteligência artificial (AI –
Artificial Intelligence), robótica, máquinas controladas por computadores e o
uso massivo de impressora 3D; passaram a fazer parte do cotidiano das
empresas que pretendem estar na vanguarda dessa nova revolução.
Uma
primeira apresentação da indústria 4.0 aconteceu na Feira de Hannover, no ano
de 2011 quando foi anunciada a denominada quarta revolução industrial que tem
como plataforma o uso da tecnologia da informação nos processos industriais.
Nesse
sentido, ela absorve avançadas tecnologias envolvendo automação, inteligência
artificial, comunicação, internet das coisas, computação em nuvens, entre
outros, criando, por via de consequência no que podemos denominar de sistemas
ciber-físicos (hardwares e softwares comungando o mesmo propósito).
Figura 2 - A evolução da Revolução Industrial.
Fonte: Autor/Google Imagens.
Considerando-se
o projeto de estrutura modulares, a indústria 4.0 assumiu um protagonismo por
introdução das chamadas fábrica inteligentes, muito especialmente em face das estruturas
físicas (hardwares: robôs, máquinas
automática, sistemas interligados etc.), que se comunicam entre si, tendo a possibilidade de ajustar os processos,
adequando-os as necessidades da oferta de produtos e serviços customizados e de
acordo com as exigência dos clientes.
Um
considerável avanço nesse processo encontra-se baseado na tecnologia de
impressão 3D que revolucionou consideravelmente a equação de compromisso, nos
processos produtivos, envolvendo a relação entre a variedade de produtos
oferecidos e o volume de produtos demandados.
Figura 3 - Impressora 3 D em operação.
Fonte: Comprint/Stilurbano (2019).
De
acordo com a McKinsey & Company, a indústria 4.0 poderá ter um potencial de
criação de valor para os fabricantes e fornecedores da ordem de US$ 3,7
trilhões em 2025.
A
crítica que essa consultoria faz refere-se ao fato de que “as empresas
tendem a prever o desenvolvimento da tecnologia daqui para frente, em vez de
identificar as áreas de maior impacto trazendo-as para os valores da indústria
4.0” (op.cit. McKinsey – 09/ 2019).
A
utilização da automação aliada à inteligência artificial e comunicação
integrada vai garantir uma sensível redução da mão de obra e, por via de
consequência, redução nos custos de produção.
Um
exemplo pode ser visualizado na Figura 4. O processo de manufatura gera impacto
na escala de produção, considerando especialmente, a utilização em maior
volume, de robôs, cada vez mais flexíveis.
Do
mesmo modo, o uso de sensores ao longo da linha de produção, permitirá á
garantir um retrabalho mínimo, dado que através deles o sistema reconhece
eventuais desvios e promove, de imediato, as correções necessárias no processo
de produção.
Figura 4 - Fabricação de automóveis no futuro.
Fonte: McKinsey (2019).
Um
outro exemplo bastante interessante é a fábrica de robôs da FANUC que é
totalmente automatizada. Ela chega a operar por um período de até trinta dias
sem a presença de humanos em suas instalações.
Figura 5 – Modelos de Robôs e suas operações.
Fonte: Fanuc.eu.
A
FANUC foi a primeira fábrica construída no Japão que opera e produzir de forma
automatizada robôs e máquinas-ferramentas CN (Controle Numérico) , máquinas que operam
automaticamente. Essa empresa já instalou no mundo 550 mil robôs e é o
fabricante de automação industrial líder no mercado global.
Figura 6 –Robôs produzindo robôs - Fanuc – Japão.
Fonte: Fanuc.eu
Essa
transformação, estimulada cada vez mais pelo uso de novas tecnologias, acaba
exigindo que as empresas sigam na direção da indústria 4.0 sob pena de
pereceram, muito especialmente em face da acirrada competitividade e a entrega
de produtos cada vez mais customizados e de alta qualidade.
Infelizmente
o Brasil ainda não caminha a passos largos nesse campo. De acordo com dados da Fiesp
(Federação da Indústrias do Estado de São Paulo), em pesquisa realizada em 227
empresas foi constatado que 32% delas ainda não ouviram falar da Quarta
Revolução Industrial (!) e apenas 5% delas se dizem preparadas para essa nova
revolução.
Diante
desse quadro, o nosso país corre sérios riscos de ficar para tráz na competição
mundial por mercados. No ambiente da produtividade, excetuando-se o ponto fora
da curva que é o setor do agrobusiness que se destaca por ter introduzido várias
tecnologias implementadoras de soluções otimizadas no plantio, controle e
colheita, os demais setores continuam patinado, como mostram os dados do
Ministério da Economia, tomando como base a relação PIB/Horas Trabalhadas. Enquanto
nos EUA essa relação é de 69,49; Coreia do Sul 35,87, no Brasil, praticamente,
desde 2000, esse índice permanece na faixa de 17,71, o que é lamentável e
preocupante!
Como
observa Murat Sönmez, diretor do Forum Econômico Mundial: “se o Brasil não
recuperar o atraso tecnológico para se deslocar para a Quarta Revolução
Industrial, permanecerá distante de sofisticados meios de produção e, por via
de consequência, distante dos mercados mundiais! . E mais: “se as
pequenas e médias empresas não se automatizarem, elas desaparecerão. Se não se
moverem rápido, ainda mais para trás ficarão!”
A
pesquisa realizada pela Fiesp e as palavras de Sönmez, fazem lembrar a música de Geraldo Vandré: “vem, vamos
embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora e não espera acontecer!”
Avante Brasil !
Avante Brasil !
Fonte:
Garms, F; Jansen,C.;
Schmitz, C.;Hallerstede, S.; Tschiesner, A. in Capturing value at scale in
discrete manufacturing with Industry 4.0 – McKinsey Report (september 2019)
disponível em https://www.mckinsey.com/industries/advanced-electronics/our-insights/capturing-value-at-scale-in-discrete-manufacturing-with-industry-4-0
- acesso: 14/11/2019.
Automataeb – in Industria
4.0 no Brasil – disponível em https://www.automataweb.com.br/industria-4-0-no-brasil/
- acesso: 20/11/2019.
Estadão
– Os desafios da indústria 4.0 – O Estado de São Paulo – pag. 3 – 17/11/2019.
Shedletsky; A-K in Industry
4.0: Traceability Is The New Insurance Policy Manufacturers Need – disponível
em https://www.forbes.com/sites/annashedletsky/2019/10/08/industry-40-traceability-is-the-new-insurance-policy-manufacturers-need/#369051965860
– acesso: 15/11/2019.
Shedletsky; A-K in Automation
Might Be Here, But Industry 4.0 Is Still Far Off – disponível em https://www.forbes.com/sites/annashedletsky/2019/08/15/automation-might-be-here-but-industry-40-is-still-far-off/#18c28e912c05
– acesso: 15/11/2019.
TOTVS – in Os desafios
da Indústria 4.0 no Brasil: por que não conseguimos avançar? disponível em https://www.totvs.com/blog/os-desafios-da-industria-4-0/
- acesso: 15/11/2019.
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