quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Industria 4.0 - A nova revolução industrial

INDÚSTRIA 4.0
A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
"A quarta revolução industrial
não vai esperar pelo Brasil."
Sönmez, E. - Diretor do WEF.


A denominada Indústria 4.0 ou a nova Revolução Industrial, nasceu de um projeto estratégico de alta tecnologia do Governo Alemão, que promoveu a informatização da manufatura e envolve a utilização da inteligência artificial (AI – Artificial Intelligence), robótica, máquinas controladas por computadores e o uso massivo de impressora 3D; passaram a fazer parte do cotidiano das empresas que pretendem estar na vanguarda dessa nova revolução.

Uma primeira apresentação da indústria 4.0 aconteceu na Feira de Hannover, no ano de 2011 quando foi anunciada a denominada quarta revolução industrial que tem como plataforma o uso da tecnologia da informação nos processos industriais.

Nesse sentido, ela absorve avançadas tecnologias envolvendo automação, inteligência artificial, comunicação, internet das coisas, computação em nuvens, entre outros, criando, por via de consequência no que podemos denominar de sistemas ciber-físicos (hardwares e softwares comungando o mesmo propósito).
Figura 2 - A evolução da Revolução Industrial.
Fonte: Autor/Google Imagens.

Considerando-se o projeto de estrutura modulares, a indústria 4.0 assumiu um protagonismo por introdução das chamadas fábrica inteligentes, muito especialmente em face das estruturas físicas (hardwares:  robôs, máquinas automática,  sistemas interligados etc.), que se comunicam entre si, tendo a possibilidade de ajustar os processos, adequando-os as necessidades da oferta de produtos e serviços customizados e de acordo com as exigência dos clientes.

Um considerável avanço nesse processo encontra-se baseado na tecnologia de impressão 3D que revolucionou consideravelmente a equação de compromisso, nos processos produtivos, envolvendo a relação entre a variedade de produtos oferecidos e o volume de produtos demandados.

Figura 3 - Impressora 3 D em operação.
Fonte: Comprint/Stilurbano (2019).
De acordo com a McKinsey & Company, a indústria 4.0 poderá ter um potencial de criação de valor para os fabricantes e fornecedores da ordem de US$ 3,7 trilhões em 2025.

A crítica que essa consultoria faz refere-se ao fato de que “as empresas tendem a prever o desenvolvimento da tecnologia daqui para frente, em vez de identificar as áreas de maior impacto trazendo-as para os valores da indústria 4.0” (op.cit. McKinsey – 09/ 2019).

A utilização da automação aliada à inteligência artificial e comunicação integrada vai garantir uma sensível redução da mão de obra e, por via de consequência, redução nos custos de produção.

Um exemplo pode ser visualizado na Figura 4. O processo de manufatura gera impacto na escala de produção, considerando especialmente, a utilização em maior volume, de robôs, cada vez mais flexíveis.

Do mesmo modo, o uso de sensores ao longo da linha de produção, permitirá á garantir um retrabalho mínimo, dado que através deles o sistema reconhece eventuais desvios e promove, de imediato, as correções necessárias no processo de produção.
Figura 4 - Fabricação de automóveis no futuro.
Fonte: McKinsey (2019).

Um outro exemplo bastante interessante é a fábrica de robôs da FANUC que é totalmente automatizada. Ela chega a operar por um período de até trinta dias sem a presença de humanos em suas instalações.


Figura 5 – Modelos de Robôs e suas operações.
Fonte: Fanuc.eu.

A FANUC foi a primeira fábrica construída no Japão que opera e produzir de forma automatizada robôs e máquinas-ferramentas CN (Controle Numérico) , máquinas que operam automaticamente. Essa empresa já instalou no mundo 550 mil robôs e é o fabricante de automação industrial líder no mercado global.



Figura 6 –Robôs produzindo robôs - Fanuc – Japão.
Fonte: Fanuc.eu
Essa transformação, estimulada cada vez mais pelo uso de novas tecnologias, acaba exigindo que as empresas sigam na direção da indústria 4.0 sob pena de pereceram, muito especialmente em face da acirrada competitividade e a entrega de produtos cada vez mais customizados e de alta qualidade.

Infelizmente o Brasil ainda não caminha a passos largos nesse campo. De acordo com dados da Fiesp (Federação da Indústrias do Estado de São Paulo), em pesquisa realizada em 227 empresas foi constatado que 32% delas ainda não ouviram falar da Quarta Revolução Industrial (!) e apenas 5% delas se dizem preparadas para essa nova revolução.

Diante desse quadro, o nosso país corre sérios riscos de ficar para tráz na competição mundial por mercados. No ambiente da produtividade, excetuando-se o ponto fora da curva que é o setor do agrobusiness que  se destaca por ter introduzido várias tecnologias implementadoras de soluções otimizadas no plantio, controle e colheita, os demais setores continuam patinado, como mostram os dados do Ministério da Economia, tomando como base a relação PIB/Horas Trabalhadas. Enquanto nos EUA essa relação é de 69,49; Coreia do Sul 35,87, no Brasil, praticamente, desde 2000, esse índice permanece na faixa de 17,71, o que é lamentável e preocupante!

Como observa Murat Sönmez, diretor do Forum Econômico Mundial: “se o Brasil não recuperar o atraso tecnológico para se deslocar para a Quarta Revolução Industrial, permanecerá distante de sofisticados meios de produção e, por via de consequência, distante dos mercados mundiais! . E mais: “se as pequenas e médias empresas não se automatizarem, elas desaparecerão. Se não se moverem rápido, ainda mais para trás ficarão!”

A pesquisa realizada pela Fiesp e as palavras de Sönmez, fazem lembrar a música de Geraldo Vandré: “vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora e não espera acontecer!

Avante Brasil !

Fonte:
Garms, F; Jansen,C.; Schmitz, C.;Hallerstede, S.; Tschiesner, A. in Capturing value at scale in discrete manufacturing with Industry 4.0 – McKinsey Report (september 2019) disponível em https://www.mckinsey.com/industries/advanced-electronics/our-insights/capturing-value-at-scale-in-discrete-manufacturing-with-industry-4-0 - acesso: 14/11/2019.

Automataeb – in Industria 4.0 no Brasil – disponível em https://www.automataweb.com.br/industria-4-0-no-brasil/ - acesso: 20/11/2019.

Estadão – Os desafios da indústria 4.0 – O Estado de São Paulo – pag. 3 – 17/11/2019.

Shedletsky; A-K in Industry 4.0: Traceability Is The New Insurance Policy Manufacturers Need – disponível em  https://www.forbes.com/sites/annashedletsky/2019/10/08/industry-40-traceability-is-the-new-insurance-policy-manufacturers-need/#369051965860 – acesso: 15/11/2019.

Shedletsky; A-K in Automation Might Be Here, But Industry 4.0 Is Still Far Off – disponível em https://www.forbes.com/sites/annashedletsky/2019/08/15/automation-might-be-here-but-industry-40-is-still-far-off/#18c28e912c05 – acesso: 15/11/2019.

TOTVS – in Os desafios da Indústria 4.0 no Brasil: por que não conseguimos avançar? disponível em https://www.totvs.com/blog/os-desafios-da-industria-4-0/ - acesso: 15/11/2019.

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