VAREJO – Novas tecnologias
Não há dúvidas de que o setor
varejista é um dos mais importantes para a economia, o que significa dizer que
a expansão do varejo retrata bem o crescimento da economia.
Nos primórdios dos anos de
1900, um
milionário do varejo britânico, Gordon Selfridges, nascido nos Estados Unidos,
fundou a loja de departamentos Selfridges, sediada em Oxford Street, Londres,
provocando uma revolução no mercado varejista.
Aqui no Brasil, em 25 de setembro 1908, despontava o
mercado varejista brasileiro com a abertura, das
famosas Lojas Pernambucanas, que logo foi seguida pela Mesbla (1912) e Mappin
(1913).
Na era da alta tecnologia, quando explodem as
operações do ecommerce, o varejo se destaca por alavancar o
mercado consumidor através da oferta de produtos e serviços, cada vez mais
sofisticados e personalizados.
Segundo a ABComm, no primeiro
semestre deste ano (2019), o ecommerce obteve um faturamento de R$ 35 bilhões,
representado um crescimento de 16% em relação ao ano anterior e apresentando um ticket
médio de R$ 301,00.
Figura
2 – Lojas Pernambucanas.
De um lado, o avanço do
comércio eletrônico que vem conferindo uma maior confiança e comodidade para o consumidor ao realizar
suas compras via desktop, notebooks e, mais recentemente, através de
aplicativos em celulares, acabou elevando o varejo para um outro patamar em termos de tecnologia
aplicada, na busca de trazer o consumidor das lojas físicas para os ambientes
virtuais.
Figura
3 – Varejo – ambiente físico e virtual.
De outro lado, a evolução das
mídias sociais direcionou o novo modelo de relacionamento para o ambiente
virtual, o que acabou promovendo uma massiva geração de dados que passaram a
fluir através da rede de internet, traduzidos nas postagens e comentários
disponibilizados em sites como Facebook, Instagram e tantas outras mídias
sociais.
Nessa troca de mensagens e
postagens, essa avalanche de dados passou a ser capturada (afinal não há
almoço grátis!), criando-se dessa forma, um verdadeiro arsenal de dados que passaram a ser geridos através dos denominados Big Datas, permitindo assim análises e estudos dos
mais diversos.
Esse arsenal de dados, gerados
por diversos consumidores, que inundaram as redes, aliados a ciência de dados
e ciência comportamental, permitiu a elaboração de estudos direcionados ao
comportamento dos consumidores, na busca de melhorar a performance de oferta e vendas de produtos.
Por exemplo, a Neoway uma
empresa brasileira Unicórnio - termo criado por Aileen Lee (2013) para empresas com valor acima de US$ 1,0 bilhão - é especializada
em trabalhar e analisar grandes massas de dados. Essa empresa vem atendendo a grandes
lojas de varejo, desenvolvendo diversas análises e aplicações, entre elas por exemplo, definir quais produtos entrarão na
faixa de ofertas com descontos; quais os produtos determinado cliente adquiriu no
supermercado nos últimos meses etc.
Figura 3 –
Varejo e Big Data.
Diante das mudanças, algumas radicais que ocorreram no varejo, Jack Ma,
criador do Alibaba, criou a expressão “novo varejo”, para indicar que a experiência do cliente precisa ser efetivada com total
transparência no relacionamento entre a empresa varejista e seus clientes, não importando qual foi o canal
utilizado pelo cliente para o acesso (físico ou virtual) da oferta de produtos; além é claro,
da necessária personalização do atendimento; característica essa que passou a
ser uma exigência dos novos clientes, especialmente os denominados “nativos digitais”.
Nessa dinâmica, uma série de
novas tecnologias passaram a ser oferecidas aos varejistas, com o objetivo de
aumentar a experiência do cliente, atraindo-os para os diversos ambientes e
assim, promovendo um aumento nas vendas.
Esse avanço deveu-se, entre
outros fatores, a conveniência dos clientes em analisar, avaliar, comparar,
escolher e comprar produtos e serviços, bastando, ao final, realizar um “click”
no mouse ou um “OK” em algumas plataformas alternativas.
Porém, levando em conta que, um dos aspectos
importantes a ser considerado, a verdadeira “força” na utilização dos canais
tradicionais de vendas, envolve variáveis como: as formas, as cores, os sons e as sensações
físicas e olfativas dos produtos; esses fatores acabaram criando um grande desafios para as vendas
por canais virtuais.
Nesse sentido, os avanços das
tecnologias em seus mais variados campos, permitiram abrir um leque de
oportunidades, para dar mais emoções e sensações aos clientes nos ambientes
virtuais.
Figura
4 – Uso da Realidade Virtual no Varejo.
Examinar um produto em vários
ângulos, mudar a sua cor ou mesmo algumas de suas características, como se o
cliente estivesse com o produto em suas mãos, tornou-se possível utilizando-se
a Realidade Virtual (VR).
Do mesmo modo, a Realidade
Aumentada (AR) acrescenta material virtual a um ambiente real. Ela ficou
amplamente conhecida com a introdução do jogo de Pokémon no qual os usuários
deveriam “caçar” personagens, mixando um ambiente real com o ambiente virtual.
Em verdade, a Realidade
Aumentada (AR) "engana" os nossos sentidos, permitindo que o usuário, através de um
processo imersivo, imagina encontrar-se em um ambiente diferente ou mesmo, em um
ambiente diferente do mundo real.
Um exemplo de uso da Realidade
Aumentada (AR) pode ser visualizado no projeto que a Flex Interativa, especializada
em desenvolvimento de soluções interativas, desenvolveu em parceria com a
cerveja Leuven, cujo objetivo é proporcionar uma experiência do cliente, envolvendo um mundo da era medieval.
Assim, quando os degustadores apontam um aplicativo para o
rótulo da cerveja (Figura 5) , as garrafas ganham “vida”! O resultado desse projeto foi um
incremento nas vendas do produto em 40%, como relata a revista virtual
VendasMais (Nov/2018).
Figura 5 – Uso da Realidade Aumentada.
Cerveja
Lauven ®
Outra aplicação dessa tecnologia foi implementada pela ZARA (Figura 7),
varejista de fast-fashion, visando engajar seus
clientes de forma inovadora, por introduzir a Realidade Aumentada (AR) em suas
lojas nos EUA.
Figura 7 – Uso da Realidade Aumentada
Lojas
da ZARA (Fast-fashion).
O que torna essas tecnologias
aplicadas ao varejo diferente é a imersão do público na interação com o produto
e sua marca. O uso da Realidade Virtual
(VR) e Realidade Aumentada (AR) passou a abrir um leque de opções para
que os clientes interajam com as marcas e seus produtos, produzindo uma
experiência muito mais profunda, aumentando, tal qual na vida real, as
sensações e emoções no momento da aquisição de um produto.
É indiscutível que os avanços
tecnológicos aplicados ao varejo buscam produzir um ambiente confortável e de
confiança para os consumidores, permitindo assim incrementar as vendas,
impulsionadas pelo mix entre a realidade e a virtualidade.
Fontes:
Marketing & Vendas – in Afinal, como se deu a evolução
do varejo? – disponível em blog.grupofatos.com.br – acesso 18/08/2019.
Pinho, F.G. in Conheça a evolução do mercado de rua à loja
virtual – disponível em www1.folha.com.br – acesso: 18/08/2019.
Wong, E. in O “novo varejo” e a evolução da expectativa dos
clientes – disponível em propmark.com.br – acesos: 18/08/2019.
Morgan, B. in 10 exemplos de como a realidade virtual pode
revolucionar o varejo – Forbes – 25/09/2019.
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