segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O contêiner e a revolução da logística

O CONTÊINER E A REVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA


Desde o momento em que o transporte de mercadorias deixou de ser realizado em toneis, considerado um recipiente resistente e de fácil manuseio e passou a ser transportada em contêineres, a logística sofreu uma considerável revolução.
O contêiner nasceu a partir do momento em que um empresário americano da área de transporte resolveu fazer o transporte de carga em caixas metálicas. Daí foi um pulo para que essa caixa metálica revolucionasse a logística, muito especialmente depois que sofre uma padronização.
A expansão industrial e a diversificação de produtos e embalagens acabaram por produzir uma complexa operação para o transporte desses produtos, muito especialmente pela via marítima que representa hoje, mais de 60% de todo o transporte internacional.
Existem diversos tipos e modelos de contêineres (Open Top – aberto por cima; Tank – para graneis; Collapsible – desmontáveis; Livesstock – para cargas vivas; Reefer – refrigerados etc) tanto em relação as características dimensionais quanto no que se refere a carga a ser transportada e mesmo flexibilidade na sua movimentação de transporte.
Eles possuem uma unidade padrão que é denominada de TEU (Twety foot Equivalent Units) que define o padrão de 20 pés. Assim ao se falar em movimentação de 20.000 TEU´s, isso significa a unidade equivalente visto que há possibilidades de que a movimentação tenha ocorrido com uma ampla variedade de contêineres.
Para facilitar a identificação das unidades, na movimentação e o transporte, todos os contêineres tem uma identidade padronizada pelo BIC (Bureau Internacional des Containers), possuindo uma codificação especial denominada de BIC-code (Código BIC) que contém letras e números.
Essa identificação possui as seguintes características:
  • Três letras para identificar o pais (“nacionalidade). Os brasileiros são identificados com as letras BRX;
  • Quatro letras para identificar o proprietário do contêiner, na qual a última letra indica que esse contêiner está registrado no BIC e assim sendo a letra será U;
  • Sete dígitos para indicar a série do contêiner.

Na figura 2  apresentamos os principais tipos de contêineres bem como os principais equipamentos destinados a sua movimentação.
Figura 2
Principais tipos de contêineres e principais equipamentos para sua movimentação.

A padronização das medidas pela ISO, permitiu maior flexibilidade no transporte e movimentação das cargas, redução do uso de mão-de-obra em face da existências de equipamentos especialmente produzidos para movimentar os contêineres, o que resultou em uma significativa redução do tempo de permanência dos navios nos portos e uma grande redução de custos nas operações portuárias; 
Com a evolução da tecnologia para construção de grandes navios foi possível obter uma grande economia de escala principalmente porque essas embarcações passaram a transportar um maior volume de contêineres e, por via de consequência, aumentar a lucratividade das operações beneficiando também a flexibilidade na armazenagem e movimentação mesmo em condições climáticas mais difíceis pois os contêineres podem ser guardados em áreas descobertas.
Hoje já existem navios com capacidade elevada para o transporte de contêineres, como por exemplo o CSCl Globe, fabricado pela Hyndai Heavy Industries, com capacidade de transportar 19.000 unidades e o Triple- E da Maersk com capacidade de 18.000 unidades com dimensões avantajadas: 400 metros de comprimento e 59 metros de largura.

Figura 3
Maerks Line

O vaso produzido pela Hyndai teve um custo de US$ 137 milhões! Considerando que a China pretende operar em todo o Pacífico com esse tipo de embarcação, há projetos para construção de cinco deles. 
Esse “Monstro do Pacífico” tem 400 metros de comprimento por 58,6 metros de largura e pesa 184 toneladas!
Não resta a menor dúvida que o contêiner revolucionou a logística e impulsionou o comercio internacional.

Fonte:
Conteiner – meio século de história – disponível em http://port.pravda.ru/cplp/brasil/28-06-2006/11732-brasconteiner-0/ - acesso 29/11/2014.
O contêiner e conteinerização no Brasil e no Mundo  – disponível em http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA3n4AE/conteiner - acesso : 29/11/2014.
Movimentação de contêineres no mundo - https://prezi.com/qpytnpiub9qf/copy-of-movimentacao-de-conteineres-mundo-brasil-espirito-santo.  – acesso 30/11/2014.
Oliveira, Gesylene M. -  Transporte marítimo de contêineres – A importância dos navios Feeders neste modal –TCC, apresentado ao Curso de Graduação em Tecnologia em Construção Naval, da UEZO – 2012.
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, professor do IBMEC/RJ e  autor das seguintes obras didáticas:
  • Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E. Schwember – Editora Interciência;
  • Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier;
  • Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.


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