KODAK x INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Quase todos se lembram da hegemonia da grande empresa criada em 1.888, a Kodak que dominava como ninguém, a indústria fotográfica. Filmes, equipamentos, filtros especiais etc., eram o sonho de consumo de qualquer fotografo profissional ou amador!
A tecnologia correu célere e, rapidamente a empresa foi posta de lado apesar de ter criado a câmera digital; porém decidiu não investir em sua criação, por não perceber o avanço que esse processo iria proporcionar aos seus usuários. Acabou quebrando literalmente, por não ter possuído uma visão prospectiva das tecnologias que avançavam por todos os cantos do planeta!
Hoje, sofisticados smartphones possuem embarcados, câmeras
fotográficas que alta resolução, com suporte da inteligência artificial,
transformando qualquer usuário em verdadeiros fotógrafos “profissionais”!
Semelhante processo, antevejo na poderosa indústria
automobilística!
Três fatores, segundo a minha ótica, levarão a um profundo
declínio do atual modelo de negócios das montadoras de automóveis;
O primeiro deles, sem sombra de dúvidas, é a uberização dos serviços em geral. As perguntas que surgem aqui são do tipo:
Por que ter um veículo que, segundo as estatísticas, permanece mais de 80% do tempo estacionado em uma garagem de um condomínio ou de uma residência?
Por que gastar recursos em
manutenção, eventuais reparos e combustíveis, nos veículos, se através de pequenos clicks na tela de um smartphone, conseguimos um veículo para
utilizá-lo num final de semana, com grande leque de possibilidades na sua escolha ou mesmo um veículo com motorista para o deslocamento por toda a cidade?
O segundo, a elevada concentração urbana nas grandes cidades. Não é de hoje que empresas como a McKinsey e outras consultorias, vem alertando sobre o grande volume de pessoas que habitarão as cidades ao redor do mundo. As estimativas apontam que até 2040, cerca de 65% a 70% da população mundial viverá em grandes metrópoles.
Então pergunto: teremos megaengarrafamentos ou os metropolitanos
irão preferir utilizar o transporte de massa de alta velocidade e eficiência?
E o terceiro, mostrado nas estatísticas de hoje em que os jovens não
estão muito interessados em obter a carteira de habilitação para dirigir
veículos. Segundo dados do Denatran, a emissão de Carteira Nacional de
Habilitação – CNH, para jovens na faixa dos 18 a 21 anos, caiu 20% nos últimos
três anos. O veículo já não representa mais o símbolo de status como no passado!
A verdade é que, segundo a minha ótica, se a indústria automobilística não repensar
o seu modelo de negócio, estará fadada ao declínio como aconteceu com a meca da
manufatura automotiva que foi Detroit (EUA), em face da entrada no mercado
americano de veículos com excelente design, elevado desempenho e baixo consumo
de combustível fóssil.
Mesmo a modernidade traduzida pelo carro elétrico que vem
seduzindo vários simpatizantes, entrará na mesma rota.
De um lado, acredito que o consumo em massa de veículos será coisa do passado; de outro, a mobilidade requer flexibilidade operacional, presteza no tempo e velocidade no transporte e não será um veículo de uso individual que vai proporcionar esse trinômio de qualidade em grandes metrópoles!
Nenhum comentário:
Postar um comentário