quinta-feira, 15 de junho de 2017

Internet das Coisas e Logística

COMO A INTERNET DAS COISAS,
A AUTOMAÇÃO E A ROBÓTICA
ESTÃO REVOLUCIONANDO
 A LOGÍSTICA


Com investimentos superiores à US$3 bilhões, a IBM aposta na Internet das Coisas (IOT), através dos serviços IBM IoT Cloud, com objetivo de auxiliar empresas e parceiros de negócios.

Os recursos em plataforma em nuvem permitirão que fabricantes projetem novos dispositivos e sensores para serem conectados através da Internet das Coisas e assim, criar novos sistemas objetivando o controle das operações e a tomada de decisões em tempo real.

Os milhares de sensores e dispositivos que serão interconectados produzirão, de um lado, uma complexidade sem precedentes e de outro lado, facilitará as operações, permitindo maior flexibilidade operacional, rastreabilidade, visibilidade e projetando significativas reduções de custos.

A Internet das Coisas, IoT (Internet of Things) na língua inglêsa, é o resultado de uma nova revolução tecnológica que tem, como pano de fundo, a conexão entre diversos dispositivos eletrônicos e sensores utilizados nos mais variados equipamentos, máquinas, eletrodomésticos, eletro portáteis etc. o que permite uma constante comunicação entre esses dispositivos com a finalidade de tornar mais inteligente as operações envolvendo esses dispositivos e sistemas de controle.

Segundo estimativas da Cisco, as projeções indicam que no ano de 2020 teremos mais de 50 bilhões de dispositivos conectados à internet. Além disso, esse estudo estima que essa revolução tecnológica representada pela IoT projeta novos negócios em patamares superiores à US$ 1,9 bilhões.

A Internet das Coisas, com o uso de excelentes ferramentas para otimização de processos, rastreabilidade e visibilidade vai verdadeiramente revolucionar a cadeia de suprimentos. A DHL estima que até o ano de 2020 tenhamos bilhões desses dispositivos interligados para atender a área da logística!

Hoje já se fala em Internet de Tudo (IoE), onde as pessoas, a informação e todo o resto interagem entre si em um mundo hiper conectado, o que dará valor a essas conexões, tornando-as extremamente relevantes uma vez que, através dessa tecnologia, será possível levar a informação certa, no momento certo para a pessoa indicada, como mostra o esboço da figura 1.

Figura 1 – Internet de tudo
Interligação entre dados, processos, pessoas e coisas.
Fonte: DHL (2015).

Através de uma miríade de sensores espalhados por todos os cantos, será possível monitorar  equipamentos, dispositivos e pessoas, em tempo real, em toda a cadeia de suprimentos, bem como mensurar o desempenho e a forma como os recursos estão sendo utilizados.

Como essa poderosa ferramenta de monitoramento e controle, será então possível automatizar os processos de negócios e, em consequência, limitar a intervenção manual a casos especiais.

Todo esse aparato tecnológico efetivamente vai melhorar a qualidade dos serviços, incrementar a previsibilidade das ações e demandas, promovendo um aumento considerável na produtividade e sensíveis reduções de custos.

Se, um lado, considerando o grande fluxo de automação da manufatura com o uso da inteligência artificial e robótica, a produção em massa terá um impulso de uma forma inteiramente revolucionária com objetivo de atender, de forma diferenciada, o mercado consumidor.

De outro, o avanço da tecnologia da robótica e AI nas empresas acabará  provocando uma redução drástica nos postos de trabalho, como comentou recentemente Kalus Schawd – chairman do Forum Mundial de Davos :   “As mudanças são tão profundas que, da perspectiva da história humana, nunca houve um tempo de maior promessa ou potencial perigo”.

Segundo a International Federation of Robotics (IFR) , o uso de robôs na manufatura tem crescido continuamente. Nesse ritmo, enquanto que, em 2015, foram vendidos, no mundo todo, 255 mil robôs; estima-se para 2018 a venda de nada mais, nada menos do que 400 mil novos robôs que serão introduzidos no “mercado”!

Nos EUA, com a implantação da robótica e automação industrial, a redução de postos de trabalho já ultrapassa a casa dos 400 mil por ano, segundo artigo de Laura Tayson, recentemente publicado no jornal Valor Econômico, a qual relata que entre os economistas há um “consenso é de que cerca de 80% da perda de empregos na indústria de transformação americana nas últimas três décadas foi resultado de mudanças tecnológicas que poupam mão de obra e incrementam a produtividade, ficando o comércio em distante segundo lugar”.

A figura 2, apresenta a evolução do uso de robôs na área industrial, segundo projeções elaboradas pela International Federation of Robotics  -IFR - (https://ifr.org/). 

Figura 2 – Projeção do uso de robôs na indústria.
Fonte: https://ifr.org/

O uso massivo de sensores e dispositivos interconectados, permitirá uma efetiva visibilidade da Cadeia de Suprimentos de ponta a ponta, além de criar um maior poder preditivo de seu comportamento e desempenho, promovendo um incremento na flexibilidade operacional de todos os parceiros dessa cadeia e abrindo um leque de possibilidades de controles, tais como:


  • Redirecionamento dos estoques;
  • Interação entre o WMS (Warehouse Management System) e a base de clientes, melhorando consideravelmente a gestão dos estoques;
  • Consolidação de cargas e transporte mais eficiente;
  • Produção rápida de produtos com curto ciclo de vida;
  • Rápidas alterações nas ordens de produção em meio ao processo produtivo;
  • Melhorias consideráveis nos processo de previsão de demanda e visibilidade em tempo real da distribuição geográfica dos produtos.
  • Etc.

Figura 3 – Internet das Coisas e Logística

Fonte: DHL (2015)

Por exemplo, em um WMS os paletes são transferidos para os locais de armazenagem e essas localizações identificadas através de tags que transmitem sinais, fornecendo assim visibilidade em tempo real dos níveis de estoque de cada produto armazenado.

Se um item estiver em armazenamento especial com por exemplo, controle de temperatura e unidade, esses sensores darão alertas para a gerencia do armazém, permitindo que sejam tomadas as medidas corretivas necessárias e com isso garantindo não só a qualidade dos serviços, como também redução da perda de produtos por armazenagem inadequada etc.

Essa gama de sensores instalados no monitoramento e controle, permitirá analisar as tarefas que estão sendo realizadas, o fluxo dos serviços, identificando horários de maior pico e ociosidade. Do mesmo modo, esses sensores também fornecem informações sobre a localização dos produtos dispostos em paletes, permitindo assim que as empilhadeiras operarem de forma otimizada visto que se deslocarão diretamente até o local exato do palete a ser movimentado, com ganhos em produtividade e custos.

Inúmeros outros processos e sistemas estarão interligados, facilitando assim todo o fluxo da cadeia logística, quer sejam no monitoramento do transporte, despachos e transbordo de cargas, controle de contêineres e muito mais!

É indiscutível que a IoT (Internet das Coisas), agora IoE (Internet de Tudo), a robótica e a AI (inteligência Artificial) estão adentrando em todos os campos e em todos os negócios e, efetivamente, transformarão a gestão, a qualidade dos serviços e a logística em sua inteireza, objetivando satisfazer a consumidores cada vez mais exigentes.

Fonte:

Turion, C, - in Alerta em Davos: A Quarta Revolução Industrial já chegou  - disponível em  http://cio.com.br/opiniao/2016/01/25/a-quarta-revolucao-industrial-ja-chegou/ - acesso: 12/06/2017.

GT Nexus in The Internet of Things Supply Chain – disponível em: http://www.supplychain247.com/paper/the_internet_of_things_supply_chain#register – acesso: 12/06/2017.

Machado, H. in Internet of Things (IoT) impacts on Supply Chain – APCIS.

Meola, A – in  How IoT logistics will revolutionize supply chain management – acesso: 12/06/2017.

Tayson, L – in O Trabalho na Era da Automação – disponível em http://www.valor.com.br//opiniao/5000722/o-trabalho-na-era-da-automacao - acesso: 12/06/2017.

IFR Press Realeses – in The Impact of Robots on Productivity, Employment and Jobs disponível em  https://ifr.org/ - acesso: 12/06/2017.

Macaulay, J. ; Buckalew, L; ChungL – in Internet of Things in Logístics – DHL (2015).


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