AMPLIAÇÃO DO CANAL DO PANAMÁ.
Com um elevado esforço, um investimento de US$ 360 milhões à época e a ocorrência de inúmeros acidentes, inclusive fatais, foi inaugurado em 1914 o Canal do Panamá destinado a
interligar o Oceano Pacífico ao Oceano Atlântico e assim, reduzindo
consideravelmente os custos logísticos e o tempo de transporte entre os dois
continentes.
A figura 1 apresenta um esboço da
importância dessa obra que encurtou consideravelmente a rota de transporte
marítima entre os países.
Figura 1 – Canal de Panamá estreitando a rota marítima.
Fonte: Google – Banco de Imagens.
Para a construção desse canal, devido a diferença de
cota entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico foi necessário o projeto de eclusas para promover a elevação ou rebaixamento do nível da água de maneira a permitir a transferência das embarcações de um oceano para outro.
A expansão do comércio internacional e a constante procura de redução de
custos em busca de uma maior competitividade, levou a construção de embarcações
cada vez de maior porte.
Hoje projeta-se navios com elevada capacidade de TEUs (TEU representa a
capacidade de carga de um contêiner marítimo normal de 20 pés de comprimento
por 8 de largura e 8 de altura).
A figura 2 apresenta a evolução do porte dos navios de contêineres,
que levou essencialmente em conta as questões relacionadas à redução de custos
e economia de escala.
Figura 2 – Evolução dos navios porta contêineres.
Fonte: Wilsons Sons.
Atualmente, o maior navio porta contêineres é O COSCO Shipping Aries que
deverá operar entre a China e Europa, em viagens que vão demorar, em média, 77
dias (9,6 nós de velocidade máxima). Esse monstro dos mares que tem 196.670 de tonelagem bruta; comprimento (LOA) de 400 metros e largura de 59 metros, mostrado
na figura 3, tem capacidade de transportar um total de 20.000 TEU´s.
Figura 3 – Maior navio de conteinere do mundo – Capacidade
20.000 TEU´s
.
Considerando a expansão do comercio internacional e a construção de navios de maior capacidade de transporte, o canal do Panamá, em sua versão original,
mostrou-se inadequado à demanda de novas embarcações, muito especialmente, em face das suas dimensões e a impossibilidade do uso do canal para cruzar o
Atlântico em direção ao Pacífico.
Após um longo período de distúrbios operacionais (greves, infiltrações
nas eclusas etc), em 26 de julho de 2016 foi inaugurado o denominado projeto de
Terceiro Conjunto de Eclusas, dobrando a capacidade do canal e permitindo o
fluxo de navios de maior porte, em face da ampliação da largura e da
profundidade das faixas de tráfego.
Figura 4 – Canal do Panamá.
Fonte: Jornal da Economia do Mar.
A figura 4 apresenta uma visão geral do canal do Panamá e a figura 5 o detalhamento da estrutura do sistemas de eclusas do projeto construtivo.
Figura 5 – Sistema de eclusas do Canal do Panamá.
Fonte:
https://umpouquinhodecadalugar.com/2017/04/23/o-espetacular-canal-do-panama/
O canal originalmente construído estava limitado pelo tamanho de suas
eclusas, aproximadamente 33,50 metros de largura, 320 metros de comprimento e
12,50 metros de profundidade, permitindo a passagem dos navios denominados
Panamax, como mostra a figura 6.
Figura 6 – Navio Panamax atravessando o Canal do Panamá.
Fonte: http://www.rochalog.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Ship_Providence_Bay_at_panama_canal.jpg.
O terceiro conjunto de eclusas vai comportar a passagem dos novos
navios denominados de Pós-Panamax que tem maior capacidade de carga.
A figura 7 apresenta a distribuição dos tipos de embarcações que
transitam nas novas eclusas, registando-se que 35% delas são destinadas ao
transporte de GLP e 46% envolvendo o
transporte de contêineres.
Tipo de embarcação.
Tipo de mercadorias transportadas.
Figura 7 – Fluxo de mercadorias movimentadas e tipo de navios.
Fonte: Informe anual - Canal do Panamá (2016).
Vale
registrar as preocupações de caráter ambiental que vem sendo implementadas
pelas autoridades panamenhas, dado o seu compromisso de reduzir o impacto
ambiental e preservar os recursos hídricos.
Nesse
sentido, o Canal do Panamá vem realizando uma série de medidas preventivas
de conservação da água em suas operações e mesmo a paralisação da geração de
eletricidade na usina hidrelétrica de Gatun, entre outras medidas operacionais
voltadas para reduzir o impacto ambiental com o funcionamento do canal.
Não restam
dúvidas de que a expansão do canal do Panamá vai abrir espaço para a ampliação do
comércio internacional. Tomando por base as
informações das autoridades gestora, os maiores usuários do canal são: Estados Unidos, China, Chile Peru e
Japão.
No que se refere
ao Brasil, novas oportunidades surgirão com a possibilidade de criação de
terminais de concentração de cargas oriundas dos Estados Unidos e da Europa, cujos
reflexos irão provocar a necessidade de novas alternativas logísticas, especialmente
com a construção de ferrovias e integração dos portos, afetando especialmente o
norte e o nordeste brasileiro.
Fontes:
Canal do
Panamá – Informações financeiras – disponível em https://www.pancanal.com/eng/general/reporte-anual/InformeAnual-AF2016.pdf
- acesso 17/02/2018.
Flores,
Guilia P. in A expansão do canal do Panamá e os impactos sobre o comércio internacional
– Monografia – Universidade Federal de Santa Catarina – 2017.
Logistics
Management – US Port Update – Part 1 – Expanded Panama Canal Changes the
Balance - disponível em http://www.logisticsmgmt.com/article/u.s._ports_update_part_1_expanded_panama_canal_changes_the_balance
- acesso: 17/02/2018.
Porto Gente
in Os impactos da expansão do canal do panamá – disponível em https://www.portogente.com.br/noticias/transporte-logistica/94162-os-impactos-da-expansao-do-canal-do-panama-no-setor-de-navegacao
– acesso: 17/02/2018.
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