AUTOMAÇÃO DO VAREJO
A automação do varejo significa
transformar seus processos em sistemas que operem de forma integrada, buscando
eficiência, agilidade, produtividade e melhorias nos serviços destinados a
atender aos clientes.
Um exemplo da evolução da automação
do varejo pode ser verificado nos sistemas bancários, muito especialmente
àqueles destinados a atender ao público em geral.
A avassaladora automação do varejo
bancário foi impulsionada, em grande medida, pelas altas taxas de inflação cujo
fantasma rondava o Brasil nos anos anteriores a 1990, quanto ocorreu a primeira
tentativa de debelar esse monstro faminto!
Se de um lado, essa automação
trouxe grandes benefícios, tornando os processos mais céleres, simplificando
rotinas e produzindo uma interatividade mais amigável e fácil de ser operada
pelos clientes; de outro, ela resultou numa preocupante redução da força de
trabalho!
Um exemplo bem impactante pode ser
pinçado do próprio setor bancário que acabou ceifando no Brasil mais de 160.000
postos de trabalho nos últimos anos e esse processo tende a aumentar.
Para o leitor interessado, sugiro a leitura do meu artigo, postado nesse blog, que leva o título de: “O Futuro do Trabalho”, cujo link é:
Para o leitor interessado, sugiro a leitura do meu artigo, postado nesse blog, que leva o título de: “O Futuro do Trabalho”, cujo link é:
Em verdade, a automação do varejo
teve como protagonista primordial, a introdução do código de barra nas
operações em geral.
Tudo começou lá pelos idos de 1952 quando
Joseph Woodland e Bernard Silver desenvolveram os primeiros modelos que
consistia em um padrão de circunferências concêntricas cuja espessura era
variável.
Posteriormente, em 1969, a cadeia
de supermercados americana Kroger Company, após algumas reuniões realizadas pela
Associação Nacional de cadeias de alimentos do Estados Unidos, se ofereceu para
testar essa novidade tecnológica.
Só a título de curiosidade, a
Kroger Co. (Kroger) fabrica e processa alimentos para venda em seus supermercados;
operando uma rede de supermercados (4.000 a partir de janeiro/2017), lojas de
vários departamentos, joalherias e lojas de conveniência em todo os Estados
Unidos e é a maior rede de supermercados dos Estados Unidos por receita (US $
115,34 bilhões no ano fiscal de 2016).
Embora a tecnologia do código de
barras já se encontre disponível à bastante tempo, seus efeitos mais
significativos passaram a produzir excelentes resultados quando a tecnologia
destinada a impressão e leitura desses códigos foram consideravelmente
melhoradas.
Figura 2 –
Modelos de Código de Barra e equipamento de leitura.
Em sua maioria, a rejeição do
código no processo de leitura pelo scanner (equipamento leitor desse código –
figura 2) deve-se a precariedade de posicionamento do código de barras no
produto ou mesmo o seu desgaste produzido pela manipulação e/ou armazenagem
inadequada do produto.
Outra tecnologia que também vem
ganhando força apesar de seu custo ser mais elevado que o sistema de código de
barras são as denominadas etiquetas eletrônicas, também conhecidas como @tags.
Essas apresentam vantagens
consideráveis, dado que sua tecnologia espelha-se na utilização de um sistema
RFID (Identificação por rádio frequência) o que permite a leitura dos dados sem
a necessidade de um equipamento diretamente focado o produto, além das
facilidades adicionais de rastreabilidade.
Figura 3 –
Configuração e aplicações das etiquetas eletrônicas (@tags).
A sofisticação da tecnologia das
@tags e RFID (figura 3) vão muito além: permite a inserção de dados ao longo do
processo do produto, abre a possibilidade das etiquetas interagirem, facilita a
elaboração de inventários físicos – bastando para isso a existência de um leitor
de RFID para rapidamente fazer esse inventário etc.
Essa evolução, em continua aceleração, segundo relatório elaborado pela Zebra Technologies, indica que
72% dos varejistas planejam redesenhar suas redes de suprimentos em tempo real
através da automação, uso de sensores e Big Data – para os interessados sugiro
leitura neste blog do tema: “A revolução
do Big Data” cujo link é:
Embora o e-commerce venha
transformando o mercado do varejo, de acordo com o US Census Bereau, 92% das vendas
no varejo ainda são geradas em lojas físicas e por conta disso, os varejistas
estão trabalhando para transformar a experiência dos clientes mediante o uso
massivo da digitalização e, em função disso, criou-se um novo neologismo
denominado “phydital”, uma mistura de physical - digital.
A aposta nessas novas tecnologias
está permitindo um maior foco nos clientes visto que ela permite dar um toque
mais humano nas relações de consumo e, muito especialmente em função da
disponibilidade, em tempo real, de se examinar a posição dos estoques dos
produtos, tanto nas lojas quanto nos depósitos.
A sofisticação dessas tecnologias não para por
ai! Os varejistas mais arrojados apostam em mudanças consideráveis, buscando
cada vez mais a personalização da experiência de compras com o uso generalizado
da IoT (Internet das Coisas), utilização de sensores especiais localizados nas gondolas
e mesmo uso de câmeras, análise de vídeos e uso da denominada realidade
aumentada. Tudo para transformar a experiência do cliente em uma experiência
única. Além, é obvio, de fornecer uma base de dados considerável sobre o
comportamento dos clientes, tráfego das lojas, tempos gastos nas suas
incursões, como por exemplo: no provador, demora no atendimento etc.
Para o leitor interessado,
sugerimos leitura do artigo: “Como a internet das coisas, a automação e a
robótica estão revolucionando a logística” ; acessível através do link:
Como também do nosso artigo que
leva o título de: “Como a inteligência
artificial está revolucionando o varejo” acessível através do link:
Aliados a tudo isso também devemos
considerar que a revolução do varejo passa por uma experiência adaptativa no
sentido da ampliação dos canais de vendas, através de cenários que levam em
conta a possibilidade crescente de o cliente realizar suas compras no varejo
tradicional, online e através de dispositivos móveis.
Para essa estratégia é
indispensável adotar tecnologias que permitam aumentar a visibilidade dos
produtos tanto nas lojas quanto nos depósitos e em toda a rede de
abastecimento, permitindo assim que os clientes possam, até mesmo através de
dispositivos móveis, como o smartphones, navegar através delas na busca de
produtos e seus respectivos preços.
Nesse sentido, sugerimos ao leitor
interessado a leitura do nosso artigo, disponibilizado nesse blog que leva o
título: “Os desafios logísticos no Omni-canal”,
disponível através do link abaixo:
http://professorgoncalves.blogspot.com.br/2016/05/os-desafios-logisticos-no-omni-canal.html
E evidente que o varejo vem
sofrendo uma verdadeira revolução e todos os varejistas, sem exceção, deverão
estar bastantes antenados para as tecnologias que vem sendo oferecidas para
incrementar vendas e melhorar significativamente a performance de seu
estabelecimento comercial, seja ele físico ou virtual.
Com toda essa
tecnologia, excetuando-se a possibilidade futura de a nanotecnologia fazer
“surgir” o produto escolhido no ambiente físico do cliente – previsto entre os diversos cenários elaborados pela DHL para 2050 – o produto precisa chegar até o cliente e
nesse sentido, diversos serviços de entrega vem sendo implementados tais como:
entrega no local de trabalho do cliente, na sua residência, no local em que se
encontra etc.
O certo é que essas miríades de
tecnologias estão revolucionando a automação do varejo muito além da simples
adoção de um código de barras e um scanner de leitura!
Portanto, segue um conselho baseado
em uma velha piada que conta o dilema de dois executivos que se encontravam em
uma ilha deserta na qual existia um tigre feroz. Enquanto um dos executivos
calçava um tênis, o outro, as gargalhadas, perguntava-lhe: “Você acha que vai correr mais do que o
tigre?” e o executivo que calçava o tênis respondeu: “Claro que não! Mas seguramente serei mais rápido do que você”!
O tigre está por ai! Está na hora
de um alerta geral!
Fonte:
Gonçalves, P. S. –
Administração de Materiais – 5ª. Edição - Editora Elsevier – 2016.
Goncalves, P.S. – Logística e
Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole (2013)
Kroge Co. in https://finance.google.com/finance?q=NYSE:KR&ei=azu7Vsn8ItfKuATZ9Z_QCg - acesso: 25/10/2017.
Zebra Technologies in
Redefinindo o Varejo – Estudo sobre a indústria do varejo – 2017.
US Census Bureau - https://www.census.gov/retail/index.html
- acesso: 25/10/2017.
DHL - Delivering Tomorrow - Logistic 2050 - A Scenario Study - disponível em : http://www.dhl.com/content/dam/Local_Images/g0/aboutus/SpecialInterest/Logistics2050/szenario_study_logistics_2050.pdf - acesso: 20/10/217.
DHL - Delivering Tomorrow - Logistic 2050 - A Scenario Study - disponível em : http://www.dhl.com/content/dam/Local_Images/g0/aboutus/SpecialInterest/Logistics2050/szenario_study_logistics_2050.pdf - acesso: 20/10/217.
Nota: Essa postagem é dedicada ao meu pai.
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