quinta-feira, 13 de julho de 2017

Economia Colaborativa avança na Logística.

ECONOMIA COLABORATIVA AVANÇA NA LOGÍSTICA

O cenário econômico global acaba por impulsionar uma nova forma de pensar e agir a respeito da economia como um todo, partindo-se para um novo conceito denominado de economia compartilhada.

A velha proposta de consumismo exacerbado deu lugar a uma nova forma que enfatiza acima de tudo o consumo consciente e não a mera posse de um bem. Em verdade, a aposta aqui é buscar um equilíbrio com a redução de custos tanto para as pessoas como nos negócios.

Nesse contexto está a eliminação da ociosidade, respeito a sustentabilidade e, em função desse novo olhar, procura-se compartilhar bens e serviços, através da incorporação de novas tecnologias e inovações tecnológicas que produzam efetivo ganho social, econômico e tecnológico.

Exemplos explodem por todas as áreas, entre elas podemos citar na mobilidade urbana, um dos modelos mais conhecidos é a plataforma do UBER que, mediante o uso de um aplicativo, é possível solicitar o transporte de passageiros de uma localidade para outra, aproveitando a ociosidade de carros particulares; além de permitir o denominado UBER POOL no qual há sensível redução nos custos de transporte em face do compartilhamento também da viagem.

Do mesmo modo, a Chevrolet desenvolveu um aplicativo denominado Lyft para promover o compartilhamento de caronas. Assim, por exemplo, um determinado grupo de moradores do Recreio dos Bandeirantes (Brasil – RJ) poderão compartilhar suas viagens para o trabalho no centro da cidade do Rio de Janeiro, com consideráveis reduções de custos.

Dentro dessa mesmo ambiente funciona um aplicativo denominado Bynd destinado ao compartilhamento de caronas em um ambiente corporativo.

Figura 3 – Exemplos de Carona Compartilhada.
Fonte: https://www.lyft.com/expressdrive e https://bynd.com.br/

Outro modelo em franca expansão é o AirBnB e Couchsurfing que estão focados nas plataformas de hospedagem mundial e especialmente projetados para viajantes que procuram acomodações em diversas partes do mundo. Através dessas plataformas, muitos moradores de diversas cidades do mundo abrem suas portas para receber esses viajantes o que produz um duplo benefício: de um lado, o viajante reduz os seus custos com a hospedagem e de outro, o morador acaba recebendo uma renda extra com a hospedagem.

Nos mais diversos campos de negócios existem também  ofertas de serviços compartilhados, como por exemplo, o uso de escritórios compartilhados. Aqui no Rio de Janeiro temos vários, entre eles, o escritório compartilhado da OAB/RJ (Ordem dos Advogados)

Outra modalidade é a plataforma colaborativa criada pela DHL que vem trabalhando num projeto piloto em Estocolmo (Suécia), destinado a compartilhamento de entregas, conectando, via aplicativo (MyWays – www.myway.com), pessoas que querem maior flexibilidade nas opções de entregas de produtos. 

Esse sistema rastreia consumidores que adquirem produtos on line em uma hora específica e o local de sua entrega e então oferece alternativas para que seja realizada a entrega. Assim, através de um simples aplicativo, o poder do compartilhamento se faz presente de forma intensa e econômica!

E os novos modelos de negócios não param por ai!

Na logística, o campo também é vastíssimo!

Vamos tomar como exemplo o caso brasileiro no que se refere ao transporte de carga. Segundo pesquisas realizadas, só no eixo Rio – São Paulo, os veículos trafegam com aproximadamente 35% em ociosidade, principalmente em face do desencontro com as denominadas “cargas de retorno”.

Nesse sentido, o fundador e CEO da empresa TruckPad, após visita ao Vale do Silício, desenvolveu a ideia de compartilhamento e dentro desse enfoque, milhares de caminheiros e oito mil empresas compartilham, através de um aplicativo para celulares, o transporte de cargas evitando assim que vários caminhões rodem nas estrada sem carga em seu interior.

Figura 3 – TruckPad e CargoX
Fonte: www.truckpad.com e www.cargox.com.br.


Um outro aplicativo dentro desse mesmo propósito é o CargoX , uma plataforma que possui informações que permite conexão com transportadoras locais e caminhoneiros autônomos, facilitando, assim o fornecimento de serviços de transporte com qualidade e rapidez, conseguindo reduzir a ociosidade dos veículos e, através de um melhor aproveitamento dos espaços e viagens, obter reduções nos custos da ordem de 30%. 

Essa tecnologia despertou um grande interesse de investidores antenados com essas novas modalidades de negócios e, em razão disso, no ano passado (2016) a Goldman Sachs decidiu investir R$ 35 milhões na empresa.

Através da plataforma da CargoX, a pesquisa é realizada em tempo real, capturando dados sobre as principais variáveis envolvidas com os fretes, dentre elas:  rotas, perfis, localizações etc. através de Big Data, permitindo assim que clientes de seus serviços possam fazer cotação online e obter informações sobre caminhoneiros e outras facilidades operacionais no transporte.

Outro aspecto importante e relacionado à logística de distribuição vem produzindo novos enfoques através da distribuição compartilhada. Nesse sentido, a combinação de rotas entre diversos fornecedores poderão resultar em ganhos consideráveis dado que um mesmo veículo poderá ter seus custos otimizados com esse compartilhamento de cargas para entregas, muito especialmente em função da eclosão do e-commerce que vem crescendo de forma acelerada e reduzindo substancialmente a existência de lojas físicas devido aos altos custos de manutenção e operação.

Nesse campo, podemos citar o exemplo de empresas da área editorial que uniram esforços para criar uma estrutura compartilhada para a entrega de jornais. Assim, um mesmo veículo é destinado, através da roteiros bem elaborados, a realizar a entrega de jornais e revistas nos diversos pontos de distribuição desses produtos que são supridos por diversos fornecedores.

Outro campo em franca expansão é o uso de armazenagem compartilhada. Hoje, com as avançadas tecnologias de produção e a denominada manufatura 4.0,  possível produzir muito mais em operações puxadas (on demand) do que em operações empurrada (produzir para estoque). O resultado é minimizar os níveis de estoques e, por via de consequência, reduzir os espaços para armazenagem de produtos. Assim em vez de ociosidade em um armazém ou centro de distribuição, compartilha-se esse espaço onde o uso da tecnologia da informação é o elemento agregador.

É evidente que as formas de trabalho, os avanços tecnológicos e os processos inovadores que habitam todas as áreas do conhecimento humano estão promovendo grandes transformações e nesse contexto, a logística não fica fora!

Portanto é indispensável estar conectado ao futuro que construímos diariamente sob pena de acabarmos fazendo parte dos coadjuvantes do Jurassi Park e simplesmente fecharmos as porta dos nossos negócios!

Fontes:
SCM247 – in Logistics and Share Economy – disponível em:   http://www.supplychain247.com/article/logistics_and_the_sharing_economy - acesso: 10/07/2017

McKinsey Interview – in Toward a circular economy in food -  disponível em: http://www.mckinsey.com/business-functions/sustainability-and-resource-productivity/our-insights/toward-a-circular-economy-in-food - acesso: 10/07/2017.

McKinsey Report – in An integrated perspective on the future of mobility – disponível em http://www.mckinsey.com/business-functions/sustainability-and-resource-productivity/our-insights/an-integrated-perspective-on-the-future-of-mobility - acesso: 10/07/2017.


Busse, Bruna O. in Economia Colaborativa: Conceito e Exemplos – disponível em : https://www.farolworking.com.br/single-post/2017/01/11/Economia-Colaborativa-e-Exemplos - acesso: 12/07/2017.

Westmann, P. – in Economia Compartilhada reduz custos, inclusive na logística – disponível em: http://www.painellogistico.com.br/economia-compartilhada-reduz-custos-inclusive-na-logistica/ - acesso: 09/07/2017.

Cartledge, J. in DHL trials crowd sourced package delivery in Stockholm – disponível em: http://postandparcel.info/57668/news/it/dhl-trials-crowd-sourced-package-delivery-in-stockholm/ - acesso: 12/07/2017.


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