ETIQUETAS ELETRÔNICAS
REVOLUCIONAM O VAREJO
O RFID (Identificação por Rádio Frequência) não é uma tecnologia nova.
Essa tecnologia foi utilizada pelos britânicos na segunda Guerra Mundial, para
identificar as aeronaves amigas e inimigas.
Em 1970 sugiram as primeiras patentes e, na década de 90, a IBM em
parceira com cadeia de supermercados da Wal-Mart iniciou o primeiro projeto
para sua introdução na área do varejo, que resultou em um melhor controle do
fluxo de entradas e saídas dos produtos na rede de supermercados, bem com um
efetivo controle dos estoques.
De lá até os dias de hoje, grandes inovações surgiram e mesmo novos
modelos de etiquetas prosperaram, buscando dar maior amplitude nos negócios com
o uso das denominadas e-tags
(etiquetas eletrônicas).
Um dos grandes problemas para a implantação dessa tecnologia está
intimamente ligado ao custo das e-tags
e seu sistema de captura das informações. Inicialmente algo bastante proibitivo
razão pela qual ele era somente utilizado nas denominadas “unit load” (Unidades Padrão de Fornecimento), normalmente um palete
completo de produtos ou mesmo os contentores para movimentação de transporte
dos produtos.
Figura 2 – Etiqueta eletrônica e seu funcionamento.
Como era esperado, a explosão de usabilidade das etiquetas e as
pesquisas complementares que se fizeram presentes, permitiu o desenvolvimento de etiquetas de baixo
custo. Hoje oscilando entre R$ 0,40 a R$ 1,20 por unidade o que, de certa forma,
começa a colocar em risco a sobrevivência do código de barras.
A revolução tecnológica das etiquetas eletrônicas acabou por impulsionar o seu uso nos mais diversos campos e também passou a ser absorvida pelo varejo.
A revolução tecnológica das etiquetas eletrônicas acabou por impulsionar o seu uso nos mais diversos campos e também passou a ser absorvida pelo varejo.
Diferentemente do código de barras, cuja tecnologia obriga ao uso de um
leitor que lê o código (Figura 3) utilizando normalmente um feixe de luz infravermelha, as
etiquetas eletrônicas são lidas à distância, com uma tecnologia bem mais
sofisticada (Figura 4) e tem uma grande vantagem adicional, pois podem ser rastreadas.
Figura 4 – e-tag e sistema de leitura por RFID.
Outra vantagem está relacionada à estrutura do processo. O código de
barras permite identificar a classe a qual o produto pertence, enquanto que, no sistema com RFID, cada produto carrega sua própria etiqueta (e-tag), permitindo assim identificar, dependendo da
sofisticação implementada no sistema, dados e detalhes do produto, bem com
permitir que a mesma e-tag
receba informações adicionais que são inseridas na medida em que novas
informações sobre o produto estão sendo geradas.
Por exemplo, ao adquirir um notebook, você poderá saber todos as
características técnicas dele sem ter que manuseá-lo ou ler o manual do
usuário, bastando para isso, que as informações tenha sido coletadas e
inseridas na etiqueta que acompanha o notebook.
No varejo, essa tecnologia vem ganhando amplitude em seu uso muito
especialmente pelo fato de que ela permite um efetivo controle de estoque, em
tempo real e, reduzindo os riscos de falta de produto, eleva, por via de
consequência, o nível das vendas com aumento da eficiência operacional.
Para que esse sistema funcione adequadamente é necessário que sejam
instaladas antenas no ambiente (Figura 4) que são leitores das etiquetas. De um lado,
qualquer produto etiquetado será imediatamente controlado pelo sistema via leitura
através das antenas e assim, o controle do estoque se instala em base de tempo
real (0nline Realtime).
De outro, há elevado ganho em eficiência operacional dado que muitas operações demoradas que eram realizadas quando o processo é construído com o uso de códigos de barra, não se fazem presentes por serem absorvidas com o uso das e-tags e suas antenas captadoras de informações.
De outro, há elevado ganho em eficiência operacional dado que muitas operações demoradas que eram realizadas quando o processo é construído com o uso de códigos de barra, não se fazem presentes por serem absorvidas com o uso das e-tags e suas antenas captadoras de informações.
Um caso de sucesso de implantação do sistema RFID no varejo no Brasil é
o da Brascol, um grande atacadista e distribuidor que oferece aos seus clientes
linhas exclusivas de calçados infantis, produtos de cama, mesa e banho, moda
íntima, moda praia, moda gestante íntima, além de acessórios, brinquedos e
perfumaria infantil bebê e infanto-juvenil, possuindo 550 fornecedores e 45 mil
itens de estoques.
Em parceria com a ITAG Tecnologia, empresa especializada em produtos e
soluções com o uso de RFID, foi implantada a tecnologia com o uso de etags (Figura 5) que já são inseridas nas
embalagens pelo próprio fornecedor do produto. Assim, quando o produto chega na
loja, o pedido é eletronicamente conferido via RFID e então adicionado ao
estoque.
A etapa seguinte envolve a distribuição dos produtos na loja, nas
diversas prateleiras, todos com etag
e identificação por RFID dado que o ambiente é coberto por uma rede de antenas
captadoras. Com esse processo, o
controle do inventário é realizado tão logo seja requerido, bastando para isso acionar os dispositivos para que façam a varredura do estoque eletronicamente.
Como se trata de um atacadista, as vendas são realizadas por atacado e
assim, basta o cliente encher o carrinho com os produtos desejados, disponibilizando também um sistema de acumulação dos valores dos itens colocados no carrinho e
assim permitindo ao comprador ter ciência do valor que está comprando.
Fechando suas compras, basta passar no caixa e efetuar seu pagamento de forma imediata, sem a necessidade de conferência das compras efetuadas visto que já foram incluídas no sistema via etgs e RFID (Figura 60). Antes, quando usava o sistema baseado em código de barras, esse processo durava cerca de 60 minutos por cliente!
Fechando suas compras, basta passar no caixa e efetuar seu pagamento de forma imediata, sem a necessidade de conferência das compras efetuadas visto que já foram incluídas no sistema via etgs e RFID (Figura 60). Antes, quando usava o sistema baseado em código de barras, esse processo durava cerca de 60 minutos por cliente!
Figura 6 – Sistema de check-out da loja com uso de RFID.
Fonte: olhardigital.com.br
Por um lado, esse sistema
permitiu conferir e adicionar produtos eletronicamente e, em segundo, enquanto
que antes, esse processo era realizado por 18 funcionários que faziam a
conferencia por amostragem. Agora a conferência é 100% e eletrônica!
Importante registrar que o sistema anterior, baseado em código de barras requeria o uso de 90 funcionários para realizar a leitura dos códigos com uso de scanners e exigia um total de 40 caixas, no check out, para atender os clientes. Agora esse processo é realizado através de cinco portais dotados de leitura das etags via RFID.
Importante registrar que o sistema anterior, baseado em código de barras requeria o uso de 90 funcionários para realizar a leitura dos códigos com uso de scanners e exigia um total de 40 caixas, no check out, para atender os clientes. Agora esse processo é realizado através de cinco portais dotados de leitura das etags via RFID.
Além dos ganhos em redução
de custos e agilidade dos processos de controle e vendas de produtos, as vendas
cresceram substancialmente. Antes, numa média de 32 mil produtos por dia, agora
chega a atingir 75 mil produtos.
Com todo o controle exercido
eletronicamente em todos as etapas do processo, deste a entrada do produto no
estoque, direcionamento para as prateleiras e venda, praticamente foram
eliminados pequenos desvios de produtos.
A revolução dessa tecnologia
é gigantesca! A consultoria Frost & Sullivan que estimou um mercado de
etags e RFID em US$ 737,8 milhões em 2014, projeta uma expansão para US$ 5,4
bilhões em 2020.
Dois fatores são
responsáveis por esse crescimento acelerado: de um lado, o barateamento dos
custos de implantação e uso da tecnologia RFID e, de outro, o impacto que o
comércio eletrônico vem exercendo nas vendas no varejo.
E, não vai parar por ai!
Fonte:
O Negócio do Varejo –
Varejista de moda brasileiras adotam tecnologia RFID em suas lojas– disponível
em http://onegociodovarejo.com.br/varejistas-de-moda-brasileiras-adotam-tecnologia-rfid-em-suas-lojas/ - acesso 21/09/2016.
Camargo, C. in Dez Perguntas e Respostas Sobre o RFID para Varejo – disponível em : http://www.falandodevarejo.com/2015/07/dez-perguntas-e-respostas-sobre-o-rfid.html - acesso: 21/09/2016.
OCA – Officer of Consumer Affairs in Radio-Frequency Identification
(RFID) in the Retail Marketplace – disponível em : https://www.ic.gc.ca/eic/site/oca-bc.nsf/eng/ca02320.html – acesso: 21/09/2016.
Kurt, S. in Kurt Salmon RFID in Retail Study – disponível em http://www.kurtsalmon.com/en-us/Retail/vertical-insight/1259/Kurt-Salmon-RFID-in-Retail-Study - acesso: 21/09/2016.
O negócio do varejo in Varejistas
de moda brasileiras adotam tecnologia RFID em suas lojas http://onegociodovarejo.com.br/varejistas-de-moda-brasileiras-adotam-tecnologia-rfid-em-suas-lojas/ - acesso: 25/09/2016.
Logística: CASE
Brascol – iTag - disponível em http://www.acura.com.br/case-brascol.php - acesso
25/09/2016.
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro pela Universidade Federal do E.E.Santo, M.Sc. em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e MBA em Estratégia Empresarial pelo PDG/IBMEC , consultor na área de operações (manufatura e serviços), professor do IBMEC/RJ e autor das seguintes obras didáticas:
Administração de Materiais - 5ª Edição - Editora Elsevier.
Logística e Cadeia de Suprimentos - O Essencial - Editora Manole.
Administração de Estoques - Teoria e Prática - em coautoria de E. Schwember - Editora Interciência.
Excelente análise. essa tecnologia tem um potencial ainda maior quando combinadas com Aplicativos de celular, oferecendo uma maior Real-Time experience ao cliente.
ResponderExcluirMuito esclarecedora essa matéria.
ResponderExcluirSabe me dizer qual o custo para implantação de rfid?
Meu negocio é comércio atacado de roupas de cama mesa e banho
Muito esclarecedora essa matéria.
ResponderExcluirSabe me dizer qual o custo para implantação de rfid?
Meu negocio é comércio atacado de roupas de cama mesa e banho