sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O uso de Tecnologia Wearable

Eu e Eu Cyborg !
O uso de Tecnologia Wearable.


Com o avanço da microeletrônica diversos dispositivos e sensores foram reduzidos em tamanho e permitiram introduzir em seus hardwares sofisticadas interfaces especialmente projetadas para coletar dados. Esses dispositivos foram incorporados as nossas vestimentas, sapatos, relógios etc. e passaram a ser conhecidos com um novo jargão: wearable technology, numa tradução simplificada, “tecnologia vestível”.
Um exemplo já bastante conhecido foi o lançamento do Google Glass, cuja demonstração pode ser visualizada no link:


Infelizmente o Google Glass vai ser descontinuado. O Google anunciou na quinta-feira, 15, que vai parar de vender esse dispositivo. Porém não será o fim dos óculos inteligentes. O Google vai fazer é trabalhar em uma versão melhorada do Google Glass.

Com os “dispositivos vestíveis” que estarão disponíveis praticamente 24 horas por dia agregados ao nosso corpo, teremos uma verdadeira revolução nos processos e controle de atividades. Interligados a sistemas pessoais, tais como tablets, smartphones etc. e mesmo, à sistemas corporativos, teremos uma nova dimensão na troca de informações, aumento da produtividade e controles das operações.

Num voo um pouco maior, imagine você adentrar na empresa em que trabalha sem ter que usar um crachá e mesmo poder utilizar equipamentos (micros, impressoras, telefones etc) sem ter que digitar uma senha de acesso!

Figura 1 – Tipos de dispositivos wearable
Fonte: ben-grossman.com

Pense na possibilidade de monitoramento em tempo real do batimento cardíaco e pressão arterial de pacientes e mesmo de empregados em funções operacionais nas empresas; gravar e filmar reuniões sem que seja sequer percebido etc.


Figura 3 – Dispositivos wearables
Fonte: Adaptado de PWC e PSFK Lab

Os benefícios potenciais do uso desses dispositivos são enormes! Associado a força de trabalho, eles podem ser utilizados no treinamento de pessoal, apresentando em tempo real o feedback do aprendizado. No varejo, esses dispositivos localizados nos pontos de venda, poderão melhorar os serviços ao cliente nas lojas e agilizar o processo de venda de produtos. Na indústria, eles poderão facilitar a produção através do uso ferramentas especiais que permitam com que os operadores trabalhem com as mãos livres para executar outras tarefas. Na área de serviços eles poderão facilitar o acesso informação em tempo real e habilitar ações contínuas. Nos centros médicos eles poderão proporcionar maior acurácia das informações, facilitar os procedimentos operacionais e melhorar a avaliação clinica dos pacientes, permitindo, por via de consequência, reduzir os custos dos serviços de saúde.

A invasão desses dispositivos se, de um lado irá alavancar a velocidade das operações, transações e troca de informações, de outro pode se transformar em sérios riscos tanto a nível empresarial quanto a nível pessoal, se examinado sob a ótica da privacidade! É claro que estamos muito longe ainda de passarmos a utilizar esses dispositivos a nível empresarial. Porém, se levarmos em conta que os dados transacionados por esses dispositivos poderão ser armazenados em nuvens, há que se pensar seriamente na segurança das informações neles contidas que poderão incluir também segredos empresariais!

A explosão desses dispositivos vai ao limite da criatividade de que os inventa. O exemplo mais comum hoje é o Google Glass que permitirá identificar a pessoa à sua frente, tal qual os filmes de ficção científica. Empresas estão trabalhando com dispositivos fixados ao corpo em vários modelos para monitorar as atividades físicas, controlar o uso e aplicação de medicamentos nas horas necessárias etc.

No contexto do lazer, já existem empresas trabalhando na criação de chips esticáveis e dobráveis e bem finos que poderão ser inseridos ao corpo de tal forma que agirão como tatuagens com modificações realizadas por softwares nele embutido! Assim a tatuagem muda de configuração em função, por exemplo, da sua eletrólise corporal!
Hoje já existem pulseiras que permite ao usuário fazer um controle detalhado do seu desempenho em corridas e caminhadas diárias, tudo utilizando software e transferência de dados via bluethooth (uma maneira de conectar e trocar informações entre dispositivos) para seus celulares ou tablets, onde poderão visualizar o desempenho e o progresso de suas performances.

Se as projeções para 2018 se confirmarem, há estimativas de vendas de cerca de 130 milhões de unidades resultando em um volume de vendas de aproximadamente US$ 6 bilhões o que é uma enorme oportunidade de negócios!

Não restam dúvidas de que os dispositivos wearables vieram para ficar. Os avanços nas áreas de aplicação estão se estendendo consideravelmente com grandes perspectivas tanto a nível de negócios como de facilidades operacionais para os diversos usuários, com uma vasta gama de aplicações. A grande questão estará diretamente relacionada a segurança das informações e a manutenção da privacidade de cada usuário !

Fonte:

Artificial intelligence meets the C-suite – Interview. Disponível em http://www.mckinsey.com/insights/strategy/artificial_intelligence_meets_the_c-suite?cid=other-eml-ttn-mip-mck-oth-1412 – acesso: 23/12/2014.

Patel, M. and Veira,J. -  Making connections: An industry perspective on the Internet of Things – Interview – Dezember 2014 – Disponível em :

Google Glass deixará de ser vendido - Exame Online - http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/google-glass-deixara-de-ser-vendido - acesso: 18/01/2015.

González, Z. D. – in CES 2014 — Wearable Tech Highlights from Vegas – disponível em : http://www.wearable-technologies.com/2014/01/wearable-tech-highlights-from-vegas-ces-2014/ - acesso: 18/01/2015.

PFSK Lab in The future of wearable tech – disponível em lq.intel.com/future-of-wearable-tech – acesso: 10/01/2015.

PWC CIS - Wearable future – Consumer Intelligent Series – disponível em pwc.com/cis  – acesso 10/01/2015.

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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, professor do IBMEC/RJ e  autor das seguintes obras didáticas:
Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E. Schwember – Editora Interciência;
Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier;
Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.

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