Eu e Eu Cyborg !
O uso de Tecnologia Wearable.
Com o avanço da microeletrônica diversos
dispositivos e sensores foram reduzidos em tamanho e permitiram introduzir em
seus hardwares sofisticadas interfaces especialmente projetadas para coletar
dados. Esses dispositivos foram incorporados as nossas vestimentas, sapatos,
relógios etc. e passaram a ser conhecidos com um novo jargão: wearable technology, numa tradução simplificada, “tecnologia
vestível”.
Um exemplo já bastante conhecido foi o lançamento do Google
Glass, cuja demonstração pode ser visualizada no link:
Infelizmente o Google Glass vai
ser descontinuado. O Google anunciou na quinta-feira, 15, que vai parar de
vender esse dispositivo. Porém não será o fim dos óculos inteligentes. O Google
vai fazer é trabalhar em uma versão melhorada do Google Glass.
Com os “dispositivos vestíveis” que
estarão disponíveis praticamente 24 horas por dia agregados ao nosso corpo,
teremos uma verdadeira revolução nos processos e controle de atividades.
Interligados a sistemas pessoais, tais como tablets,
smartphones etc. e mesmo, à sistemas
corporativos, teremos uma nova dimensão na troca de informações, aumento da
produtividade e controles das operações.
Num voo um pouco maior, imagine você adentrar na empresa em
que trabalha sem ter que usar um crachá e mesmo poder utilizar equipamentos (micros,
impressoras, telefones etc) sem ter que digitar uma senha de acesso!
Figura 1 – Tipos de dispositivos wearable
Fonte: ben-grossman.com
Pense na possibilidade de
monitoramento em tempo real do batimento cardíaco e pressão arterial de pacientes e mesmo de empregados
em funções operacionais nas empresas; gravar e filmar reuniões sem que
seja sequer percebido etc.
Figura 3 –
Dispositivos wearables
Fonte: Adaptado
de PWC e PSFK Lab
Os benefícios potenciais do uso
desses dispositivos são enormes! Associado a força de trabalho, eles podem ser
utilizados no treinamento de pessoal, apresentando em tempo real o feedback do
aprendizado. No varejo, esses dispositivos localizados nos pontos de venda, poderão
melhorar os serviços ao cliente nas lojas e agilizar o processo de venda de
produtos. Na indústria, eles poderão facilitar a produção através do uso
ferramentas especiais que permitam com que os operadores trabalhem com as mãos
livres para executar outras tarefas. Na área de serviços eles poderão facilitar o acesso
informação em tempo real e habilitar ações contínuas. Nos centros médicos eles
poderão proporcionar maior acurácia das informações, facilitar os procedimentos
operacionais e melhorar a avaliação clinica dos pacientes, permitindo, por via
de consequência, reduzir os custos dos serviços de saúde.
A invasão desses dispositivos se,
de um lado irá alavancar a velocidade das operações, transações e troca de
informações, de outro pode se transformar em sérios riscos tanto a nível
empresarial quanto a nível pessoal, se examinado sob a ótica da privacidade! É claro que estamos muito longe ainda de passarmos a
utilizar esses dispositivos a nível empresarial. Porém, se levarmos em conta
que os dados transacionados por esses dispositivos poderão ser armazenados em
nuvens, há que se pensar seriamente na segurança das informações neles contidas
que poderão incluir também segredos empresariais!
A explosão desses dispositivos vai
ao limite da criatividade de que os inventa. O exemplo mais comum hoje é o
Google Glass que permitirá identificar a pessoa à sua frente, tal qual os filmes
de ficção científica. Empresas estão trabalhando com dispositivos fixados ao
corpo em vários modelos para monitorar as atividades físicas, controlar o uso e
aplicação de medicamentos nas horas necessárias etc.
No contexto do lazer, já existem empresas trabalhando na criação de chips esticáveis e dobráveis e bem finos que
poderão ser inseridos ao corpo de tal forma que agirão como tatuagens com
modificações realizadas por softwares nele embutido! Assim a tatuagem muda de
configuração em função, por exemplo, da sua eletrólise corporal!
Hoje já existem pulseiras que
permite ao usuário fazer um controle detalhado do seu desempenho em corridas e
caminhadas diárias, tudo utilizando software e transferência de dados via bluethooth (uma maneira de conectar e trocar informações entre dispositivos) para
seus celulares ou tablets,
onde poderão visualizar o desempenho e o progresso de suas performances.
Se as projeções para 2018 se
confirmarem, há estimativas de vendas de cerca de 130 milhões de unidades
resultando em um volume de vendas de aproximadamente US$ 6 bilhões o que é uma
enorme oportunidade de negócios!
Não restam dúvidas de que os
dispositivos wearables vieram
para ficar. Os avanços nas áreas de aplicação estão se estendendo
consideravelmente com grandes perspectivas tanto a nível de negócios como de
facilidades operacionais para os diversos usuários, com uma vasta gama de aplicações. A grande
questão estará diretamente relacionada a segurança das informações e a manutenção da privacidade de cada usuário !
Fonte:
Artificial intelligence meets the C-suite – Interview. Disponível em http://www.mckinsey.com/insights/strategy/artificial_intelligence_meets_the_c-suite?cid=other-eml-ttn-mip-mck-oth-1412 – acesso: 23/12/2014.
Patel, M. and Veira,J. - Making connections: An industry perspective
on the Internet of Things – Interview – Dezember 2014 – Disponível em :
http://www.mckinsey.com/insights/high_tech_telecoms_internet/making_connections_an_industry_perspective_on_the_internet_of_things?cid=other-eml-alt-mip-mck-oth-1412 – acesso: 23/12/2014.
Google Glass deixará de ser vendido -
Exame Online - http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/google-glass-deixara-de-ser-vendido - acesso: 18/01/2015.
González, Z. D. – in CES 2014 — Wearable Tech Highlights from Vegas –
disponível em : http://www.wearable-technologies.com/2014/01/wearable-tech-highlights-from-vegas-ces-2014/ - acesso:
18/01/2015.
PFSK Lab in The future of wearable tech – disponível em lq.intel.com/future-of-wearable-tech – acesso: 10/01/2015.
PWC CIS - Wearable future – Consumer Intelligent Series – disponível em pwc.com/cis –
acesso 10/01/2015.
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ,
professor do IBMEC/RJ e autor das
seguintes obras didáticas:
Administração de Estoques – Teoria e
Prática, em coautoria de E. Schwember – Editora Interciência;
Administração de Materiais – 4ª. Edição –
Editora Campus/Elsevier;
Logística e Cadeia de Suprimentos – O
Essencial – Editora Manole.
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