CIDADES INTELIGENTES
Parte II
Conforme mostramos na postagem
anterior – Cidades Inteligentes – Parte I, o cidadão metropolitano ganhará
muito mais autonomia, dado o volume de informações que terá disponível para a
tomada de decisões, quer seja para se deslocar para o trabalho, agendar um
serviço ou mesmo, frequentar um restaurante.
O uso intensivo da tecnologia nos
seus mais diversos campos permitirá produzir melhoras significativas na
infraestrutura urbana, propiciando aos cidadãos, serviços mais eficientes e
melhor qualidade de vida, mesmo em grandes centros urbanos.
Se considerarmos que até 2050 cerca
de 6,6 bilhões de pessoas viverão nas cidades, quase o dobro da população
urbana de hoje (Figura 2), a infraestrutura, os serviços, a economia e a
mobilidade vão necessitar de grandes transformações, sob pena de entrarmos em
um verdadeiro caos urbano!
Figura 2 – Evolução da população urbana
Fonte: UNFPA
Não podemos nos furtar de especular
que nesse novo ambiente de alta concentração populacional, as cidades estarão
lançadas à uma verdadeira competição para atrair novos moradores, empresas e
visitantes, tendo como atrativo primordial uma alta qualidade de vida das
pessoas, aliada a uma dinâmica econômica de prosperidade.
Os desafios para esse objetivo
serão gigantescos e perpassam por todos os sistemas envolvendo as
infraestruturas urbanas, as operações das metrópoles e as pessoas que nelas
vivem, além evidentemente de necessitar de uma melhoria substancial no nível de
escolaridade das pessoas.
O estudo para o desenvolvimento das
Cidades Inteligentes considera um pilar básico que se encontra retratado na Figura
3, qual seja: o transporte e por via de consequência a mobilidade urbana, a
segurança pública, a educação sem a qual não haverá viabilidade da sociedade
interagir de forma completa com os sistemas disponíveis e a saúde.
Figura 3 – Pilares básicos das Cidades Inteligentes
Fonte: IBM
Tendo como pilar básico para a
transformação das cidades, os quatros setores destacados na figura 3, haverá uma expansão das atividades que serão interconectadas. A figura 4 apresenta uma aproximação do que se pretende integrar nas chamadas cidades
inteligentes.
Figura 4 – Interligação ampliada dos sistemas
Fonte: IBM
Primordialmente podemos dizer que
as cidades inteligentes terão como foco orientar o crescimento econômico de
forma sustentável, criando um ambiente de prosperidade para aqueles que nelas
conviverão. O grande desafio será coordenar todas as operações levando-se em
conta que uma cidade é um sistema dinâmico complexo, interconectado por
sistemas dos mais variados.
Nesse sentido projeta-se para o
futuro que tudo estará conectado a uma grande rede de dados, onde todos os
sistemas estrarão interligados: sistemas elétricos, sistema de saneamento (água
e esgoto), operação das estradas, das ruas, dos metrôs, estações de embarque e
desembarque, aeroportos, edifícios e até as lixeiras, que também serão
inteligentes!
Num futuro próximo, os carros nos
levarão ao local de trabalho enquanto nos atualizamos com as últimas notícias
ou estaremos entretidos assistindo um filme ou mesmo um show num smart dispositivo. Ao chegarmos
no local de trabalho e desembarcarmos, o veículo procurará uma vaga para
estacionar e, quando retornarmos, utilizando um mesmo smart dispositivo chamaremos o veículo que nos levará de
retorno ao nosso lar!
Para essa avalanche de facilidades
estar disponível a um toque na tela de um smart
dispositivo, por exemplo, será necessário implantar sensores em todos
os ambientes das cidades. Esses sensores serão instalados em edifícios, postes,
estacionamentos, sistemas de distribuição de energia e de abastecimento de água
etc.
Por exemplo, empresas como a IBM,
Siemens, Microsoft, Intel e Cisco já oferecem uma gama variada de softwares
destinados a resolver um grande número de problemas das cidades, desde
relacionados à poluição ambiental, controle de engarrafamentos (ver o COR em http://www.centrodeoperacoes.rio.gov.br/), detenção de vazamentos em tubulações, segurança pública, monitoramento do fluxo de veículos (figura 5) etc.
Figura 5- Sistema de controle de veículos com sensores
Fonte: IBM
Hoje, em Cingapura, Estocolmo e na
Califórnia, sistemas desenvolvidos pela IBM coletam dados sobre as condições de
tráfego e, utilizando sofisticados algoritmos matemáticos, fazem estimativas
para indicar o local e a hora em que acontecerão os engarrafamentos, com uma
razoável antecipação!
Não há dúvidas de que a tecnologia
aliada à microeletrônica vai revolucionar a integração dos sistemas existentes
nas cidades e seus cidadãos, com o primordial objetivo de melhorar a qualidade
de vida de seus habitantes. Lembrando sempre que o tele trabalho se tornou um
grande aliado da modernidade, facilitando assim a realização de inúmeros
serviços sem a necessidade da presença física do seu executor na sede da empresa em que trabalha.
Fontes:
Heck, S and Rogers, M. in Are
you read for the resource revolution – McKinsey Quarterly – March 2014.
Smart Cities –
Pike Research – disponível em https://www.facebook.com/infraxsystems/posts/468032243260755
- acesso 12/12/2014.
Rios, C. – in Cidades
inteligentes criam uma nova economia – Gazeta do Povo – 20/08/2014.
IBM – Institute for Business Value – Smarter cities
for smart growth – IBM Global Business Services – Executive Report.
Ericsson – 10
Hot Consumer Trends 2015 – disponível em www.ericsson.com/consumerlab - acesso 12/12/2014.
Centro de
Operações – Rio – disponível em http://www.centrodeoperacoes.rio.gov.br/ - acesso 12/12/2014.
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Paulo Sérgio Gonçalves é
engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, professor do
IBMEC/RJ e autor das seguintes obras didáticas:
• Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E.
Schwember – Editora Interciência;
• Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier;
• Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.
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