SUSTENTABILIDADE -
GERAÇÃO EÓLICA
O lado oculto no descarte das turbinas
De acordo com a Aneel ( Agência Nacional de Energia Elétrica), até o mês de junho deste ano (2022) o Brasil atingiu um crescimento de 165,6 megawatts (MW) em sua matriz elétrica; valendo ressaltar que desse total, 87,5 MW são originários da geração eólica.
Dados do Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) demonstram uma grande
potencialidade na geração eólica no Brasil.
Em recente pronunciamento do sr. Presidente da República, em entrevista com jornalistas, ele afirmou que o montante de geração eólica de interesse de investidores chega à 700 GW , o que representa 50 vezes a potência total da hidrelétrica de Itaipu ( potência de 14 GW).
Não resta qualquer dúvida de que a geração eólica no nosso país abre um leque de oportunidades, especialmente na equação de produção energética sustentável. Vale registrar que os cinco países com maior geração de energia eólica, em escala decrescente, são: China, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e India.
A questão que abordamos aqui, apesar de se tratar de uma energia límpa e sustentável, está relacionada ao descarte das pás desses geradores eólicos que podem chegar a ter dimensões superiores as asas de um Boeing 747, que tem uma envergadura das asas (Wing Span) de 59,64 metros.
É claro que a capacidade de geração vai depender essencialmente do diâmetro da turbina e a velocidade do vento, fator que desafia a sua utilização em tempo integral, a começar com a intermitência do vento e a necessária integração para a geração constante de energia.
O descarte dessas pás das turbinas eólicas
geram diversos problemas, a começar pela logística, em face do comprimento das pás, o que leva a que as
mesmas tenham que ser cortadas para permitir o seu transporte. Ademais, por
serem compostas de fibra de vidro, fibra de carbono, polímeros, plásticos poliéster, madeira etc., o processo pode resultar em enterrar essas turbinas em
aterros sanitários, a uma profundidade de 15 metros.
Há estudos para reutilização de algumas das turbinas eólicas através de uma remodelação e destinação para outros locais em que as mesmas sejam viáveis operar.
A Universidade do Estado de Washington em parceria com a Global Fiberglass Solutions Inc., buscam alternativas para reciclar as pás dessas turbinas, com o objetivo de transformá-las em um novo material composto que possa ser utilizado em uma vasta gama de produtos comerciais e industriais, como por exemplo, converter o material em paletes e placas de fibra para uso em pisos e paredes.
Outra alternativa vem sendo operada pela fábrica alemã Zajons Logistik que recicla essas pás através do processo de produção de cimento. Segundo essa empresa, essa reciclagem tenderá a aumentar, especialmente em face do grande descarte de pás que está sendo previsto para os próximos anos.
Em verdade não existe almoço grátis e não restam dúvidas que a geração eólica é uma alternativa muito atraente, levando-se em conta as variáveis envolvidas, considerando especialmente o uso de projetos dentro do conceito da economia circular
Nenhum comentário:
Postar um comentário