PRISIONEIROS dos ALGORITMOS
A palavra algoritmo
tem sua origem persa, em uma referência à al Khawarizmin, matemático, astrônomo
e geografo, um erudito da Casa da Sabedoria em Bangdade (Gonçalves-2018).
Buscando uma
definição clássica, a Universidade de Oxford elaborou a seguinte descrição: “um
algoritmo é um conjunto de regras ou instruções bem definidas para solução de
um problema.” (Gonçalves-2018).
Na verdade,
a nossa vida é permeada por algoritmos que, em muitos casos, utilizamos de
forma bastante intuitiva, como por exemplo, acessar um andar de um edifício: temos
que apertar o “botão” para chamar o elevador e indicar o andar que pretendemos
chegar.
Em muitas situações ficamos prisioneiros dos algoritmos, como por exemplo, a escolha de uma rota no aplicativo do UBER. Uma vez aceita a corrida, por um motorista, o mesmo passa a ser controlado pelo algoritmo da plataforma do sistema. A precificação, assim como o trajeto, já foram estabelecidos pelo aplicativo do Waze!
Os
algoritmos evoluíram exponencialmente, em especial com as técnicas utilizadas pela
inteligência artificial (AI) que opera com um massivo volume de dados gerados e
disponibilizados nas redes. Vale lembrar que a AI sem dados é como um veículo
sem combustível!
A evolução
acelerada também ocorreu através das técnicas de deep learning, quando o
algoritmo treina o computador para aprender sozinho através do reconhecimento
de padrões em várias camadas de processamento e vão se aprimorando e se
sofisticando cada vez mais.
Já comentei
nesse espaço que o Facebook (futuramente Metaverso), possui algoritmos que,
baseado nas interações dos usuários nas suas plataformas (FB, WhatsApp,
Instagram etc.), classifica e cataloga os internautas e, com base nos perfis
gerados, são capazes de manipular suas ações com vários propósitos: comprar um
produto, “simpatizar” com um político etc.
Embora esses
algoritmos não sejam “inteligentes”, eles têm a capacidade de afetar o mundo,
visto que eram projetados para maximizar a probabilidade de o usuário da rede
clicar em uma determinada oferta. Lembrar do caso da TARGET que citei em uma postagem
anterior!
Essa visão
mudou radicalmente, a partir do momento em que a solução procurada é “manipular”
o internauta, dirigindo-o a uma escolha e, nesse sentido, eles atuam buscado modificar
as preferências dos usuários, tornando assim o resultado esperado mais previsível!
Como
explicita Russel: “como qualquer entidade racional, o algoritmo aprende a modificar
as condições de seu ambiente (a mente do usuário) ... Entre as consequências
disso estão o ressurgimento do fascismo, a dissolução das democracias no mundo
todo e, potencialmente, fim da União Europeia e da Otan.” (Russel 2020).
Ao final,
caímos no velho desafio da esfinge de Tebas: "Decifra-me ou te
devoro"!
Fonte:
Gonçalves, P.S. in Bom dia, senhor algoritmo, meu mestre e meu senhor – disponível
em https://professorgoncalves.blogspot.com/2018/11/algoritmos-mestre-e-senhores.html.
Russel, S.
in Human Compatibile: Artificial Intelligence and the Problem of Control. Nota:
A obra foi traduzida para o português levou o título de : Inteligência Artificial
a Nosso Favor – Editora Cia das Letras (2021).
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