INDICADORES DE
DESEMPENHO DAS
ATIVIDADES LOGÍSTICAS
O que não pode ser medido,
não pode ser gerenciado!
Uma das grandes preocupações dos
gestores da área de logística e suas operações é, sem sombra de dúvidas, medir
o desempenho das atividades e a desempenho de suas equipes.
É evidente que, para garantir o
sucesso nos negócios e a competividade em um mercado cada vez mais agressivo em
termos de concorrência, as empresas precisam entregar produtos e serviços que
efetivamente atendam aos requisitos de seus clientes, dentro de um perspectiva
de mercado global e na percepção do valor, dos prazos e condições gerais de
fornecimento.
Para começar, a centralização ou
descentralização vertical em um ambiente altamente competitivo como o que
vivemos hoje, muito especialmente em face da globalização dos mercados, decisões
estratégicas poderão resultar em aumento ou redução dos custos operacionais e
investimentos em ativos que evidenciem melhorias consideráveis nas operações
logísticas.
Coordenar e sincronizar o ambiente
operacional de uma cadeia logística, através da gestão dos processos e mediante
a troca permanente de informações entre os parceiros do negócio e uma ampla
cooperação entre eles, é essencial.
Nesse contexto, a elaboração de um
conjunto de indicadores de desempenho, especificamente elaborados para cada
rede logística, vai depender essencialmente de seus aspectos operacionais e da
forma pela qual o fluxo de bens e serviços circulam ao longo da cadeia de
suprimentos.
Examinando a extensa literatura sobre
o tema, encontramos um elenco infindável de recomendações quanto a aplicação
deste ou daquele indicador. Nesse sentido, é importante ter em mente que os
indicadores de desempenho, numa primeira abordagem, deverão ser customizados
para cada cadeia de suprimentos e, destinam-se a operar como ferramentas
indispensáveis ao aprimoramento dos processos logísticos e mesmo, sinalizadores
das áreas que deverão receber maior atenção e/ou investimentos (ativos,
treinamentos, tecnologia da informação etc.).
No geral, considerando que uma empresa
não é um ambiente fechado, podemos inferir a existência de dois grandes grupos
de indicadores de desempenho, examinar figura 2:
- Indicadores internos – que se destinam a mensuração da atividades internas de uma organização;
- Indicadores externos – destinados a mensurar a relação de parceria entre os diversos atores que transitam na cadeia de suprimentos e nesse enfoque examinar a eficiência e a eficácia das operações conjuntas entre os parceiros do negócio.
Figura 2 – Cadeia de Suprimentos
O principal objetivo de se criar os
indicadores de desempenho é poder efetuar uma análise destinada a:
- Medir a eficiência das funções gerenciais envolvidas nos processos logísticos;
- Mensurar o desempenho operacional das atividades diretamente relacionadas com as necessidades dos clientes e a flexibilidade da empresa em atender essas necessidades;
- Medir a capacidade de resiliência das empresas, diante dos desafios e incertezas do mercado.
Nosso propósito é apresentar uma
metodologia bem simplificada, porém eficaz, que permita ao gerente ou executivo
da área de logística avaliar o desempenho das atividades da cadeia de
suprimentos que gerencia e mesmo, prospectar e identificar dentro dessa cadeia,
atividades ou processos que necessitam de melhorias e/ou novos desenhos.
Partindo-se do modelo adaptado de
Rushtom et al (2006) apresentado por Gonçalves (2013), podemos desenvolver
indicadores de performance seguindo um roteiro básico como o descrito a seguir:
- Determinar o escopo das atividades logística da empresa;
- Identificar os objetivos dos diversos setores e departamentos da organização, claro que dento do escopo de atender os clientes;
- Determinar os processos da empresa em suas funções operacionais;
- Elaborar um conjunto de indicadores de produtividade e de desempenho.
Observando a dinâmica da empresa
dentro do escopo de atender as necessidades dos clientes, poderemos focar os
indicadores dentro do modelo dinâmico apresentado na figura 3:
Figura 3 – A dinâmica dos Indicadores
de Desempenho.
Fonte: Gonçalves, P.S. adaptado de
Rushton et al. (2006).
O acompanhamento desses indicadores, elaborados em função da especificidade de cada empresa permitirá não só avaliar a dinâmica dos processos logísticos e o desempenho da cadeia como um todo, como também abrirá um leque de possibilidades para a implementação de medidas de melhorias pontuais em determinadas atividades cujos resultados de desempenho ficaram aquém das perspectivas projetadas pela empresa.
Importante registrar que não se trata de mero preenchimento de tabelas com dados para a avaliação do desempenho visto que isso poderá se transformar uma autofagia empresarial, tendo em vista que cada departamento estará muito mais interessado em seus indicadores específicos e não naqueles que retratam a visão global da empresa !
Importante registrar que não se trata de mero preenchimento de tabelas com dados para a avaliação do desempenho visto que isso poderá se transformar uma autofagia empresarial, tendo em vista que cada departamento estará muito mais interessado em seus indicadores específicos e não naqueles que retratam a visão global da empresa !
Figura 4 – Métricas do Desempenho
Logístico.
Outra abordagem na elaboração de
indicadores que poderá ser levada à efeito envolve dentro de uma dinâmica um
pouco diferenciada, como mostra a figura 4 e que destacamos a seguir:
- Indicadores de produtividade (volume de atividades por unidade de tempo: pedidos processados por dia; pedidos atendidos por dia etc,);
- Indicadores de performance (acurácia dos inventários, índices de falta de materiais, utilização das capacidades etc.)
- Indicadores de custos (custo de posse do estoque, custo de movimentação, custo de transporte por modal, custo de transporte em função do volume de vendas etc.).
Paralelamente implementar, com base na análise dos indicadores, práticas de melhorias contínuas ou introdução de melhores práticas buscadas no mercado.
Para finalizar, vale lembrar de uma
velha canção ovacionada por todos e criada pelo compositor Geraldo Vandré:
“Vem,
vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora e não espera
acontecer” !
Isso também vale para os indicadores
de desempenho e suas análises!
Fonte:
Goncalves, P.S. - in Logística e Cadeia de Suprimentos - O Essencial - Editora Manole (2013).
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro pela Universidade Federal do E.E.Santo, M.Sc. em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e MBA em Estratégia Empresarial pelo PDG/IBMEC , consultor na área de operações (manufatura e serviços), professor do IBMEC/RJ e autor das seguintes obras didáticas:
Logística e Cadeia de Suprimentos - O Essencial - Editora Manole.
Administração de Estoques - Teoria e Prática - em coautoria de E. Schwember - Editora Interciência.
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