sábado, 12 de dezembro de 2015

A difícil logística de combate ao mosquito Aedes Aegypti

A difícil logística de combate ao mosquito Aedes Aegypti

O Aedes aegypti é um mosquito que se encontra ativo e pica durante o dia. O Aedes aegypti tem como vítima preferencial o homem e praticamente não produz nenhum som audível antes de picar. Mede menos de um centímetro, é preto com manchas brancas no corpo e nas pernas, como mostra a figura.
A logística internacional e a emigração foram os grandes responsáveis pela introdução desse mosquito na América do Sul. Ele saiu da África, ainda no período colonial, principalmente durante o tráfego de escravos para a o continente latino-americano.
Por conta da globalização dos mercados, esse vetor, transmissor da Dengue, Zika, Chikungunya e outros vírus, está se lastrando por todos os continentes.

Figura 2 - Vírus da Dengue e da Zika.
Fonte: Ribas, André R. F. in Dengue, atenção ao paciente
Serfaty, F in Conheça a febre da Zika

Para melhor entender o seu ciclo de expansão devemos considerar que o ciclo de vida desse mosquito, tomando com base no material disponibilizado pela Fundação Oswald Cruz.
Após o acasalamento a fêmea armazena o esperma em um reservatório especial (espermateca) e necessita de sangue para o desenvolvimento os ovos. Ainda segundo os mesmos pesquisadores, as fêmeas acasaladas estarão aptas para a postura dos ovos após três dias da ingestão de sangue suprido com a picada nos seres humanos, quando então começam a procurar repositórios para a desova.  Uma fêmea tem potencialidade para produzir até 1.500 mosquitos durante a sua vida útil e, dependendo as condições climáticas e ambientais, o ciclo do mosquito até a sua fase adulta leva cerca de dez dias.
Um fator importante a considerar é que os ovos dos mosquitos adquirem resistência ao ressecamento em aproximadamente 15 horas após a postura e, por via de consequência, podem resistir, segundo os mesmos pesquisadores, por um período de até um ano e três meses de dessecação!
Os criadouros, verdadeiras mínis fábricas de mosquitos, ocorrem em local de água parada e limpa e, qualquer ambiente que ofereça essas condições se transforma em um veículo propagador na proliferação da espécie. Além disso, as chuvas de verão e a elevação da temperatura nessa estação do ano é um gradiente positivo para a eclosão dos ovos e, em dez dias aproximadamente, os mosquitos atingem a fase adulta.
Figura 3 – Proliferação e Contágio
Fonte: www.dengue.org.br

A difícil operação de combate a esse vetor, começa com a inexistência de infraestrutura básica de saneamento nas populações carentes, o que acaba levando a necessidade de armazenar água em diversos recipientes sem os devidos cuidados, principalmente de vedação dos reservatórios, o que leva a servirem de focos desse vetor, como mostra a figura 3.
Uma vez infectado pelo vírus (Dengue, Zika,Chikungunya e outros) esse vetor acaba espalhando a doença em todos os cantos.

Figura 4 – Prevenção e combate
Fonte: www.dengue.org.br

A logística de combate é extremamente complexa e difícil.
Se de um lado é indispensável um adequado programa governamental para sensibilizar e educar a população, especialmente nas regiões menos favorecidas, da importância dos cuidados básicos de prevenção, como mostra a figura 4; de outro, ações devem ser desenvolvidas com objetivo de mapear os focos do vetor (mosquito) buscando exterminar a sua reprodução.
Paralelamente desenvolver vacinas e mesmo controle biológico, pesquisas essas em franco desenvolvimento nas instituições de pesquisa no Brasil, em especial a Fundação Osvaldo Cruz, em Maguinhos no Rio de Janeiro e Instituto Butantan em São Paulo  que conseguiu autorização da Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) para dar início na fase três de estudos da vacina contra dengue, fase essa que será avaliada mediante aplicação em voluntários . Nessa última fase do estudo, a previsão é vacinar cerca de  17 mil voluntários no período de um ano. 
Não há soluções mágicas ! As ações de combate têm que ser coordenadas e permanentes!

Bibliografia:
Dengue Org - http://www.dengue.org.br/mosquito_aedes.html - acesso 07/12/2015.
Virus e Vetores - http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html - acesso : 07/12/2015.
Ciência e Saúde - http://www.midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=11&id=10667 – acesso 11/121/2015.
Ribras Freitas, André R. in Dengue – Atenção ao paciente - http://slideplayer.com.br/slide/45642/ acesso 11/12/2015.
Serfaty, F in Conheça a febre da Zika - http://vejario.abril.com.br/blog/fabiano-serfaty/conheca-a-febre-zika/ - acesso 11/12/2015.
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PAULO SÉRGIO GONÇALVES é engenheiro pela Universidade Federal do E.E.Santo, M.Sc. em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e MBA em Estratégia Empresarial.
Professor do IBMEC Educacional – Unidade Rio de Janeiro.
Autor de três obras didáticas:
Administração de Materiais – 4a. Edição – Editora Elsevier
Administração do Estoques – Teoria e Prática – em coautoria com E.Schwember – Editora Interciência.
Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole

3 comentários:

  1. Oi Paulo, é o Gabriel Nogueira.

    Somente para te parabenizar pelo Blog. Vou te acompanhar amigo.

    Tudo de bom

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  2. Olá professor Paulo gostaria de te parabenizar pela matéria e solicitar uma ajuda pois gostaria de concluir meu curso técnico com um TCC cujo tema será Logística no combate ao Aedes aegypti.

    Desde já agradeço

    Michelle Domingos

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  3. Olá professor Paulo gostaria de te parabenizar pela matéria e solicitar uma ajuda pois gostaria de concluir meu curso técnico com um TCC cujo tema será Logística no combate ao Aedes aegypti.

    Desde já agradeço

    Michelle Domingos

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