CHINA
e novas estratégias logísticas.
Com uma visão estratégica fantástica, a China busca alternativas para o
canal do Panamá. Para isso pretende desenvolver a maior obra de engenharia dos
últimos tempos!
Com objetivo de criar rotas
alternativas para o transporte de produtos destinados a importação e exportação,
Xi Jinping anunciou na reunião dos BRIC´s (Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul) realizada no Brasil nos dias 15 e 16 de julho deste ano na
cidade de Fortaleza, que a China estará engajada no projeto de construção do
maior canal navegável do mundo!
Esse projeto destina-se a
construção de um canal transversal que unirá o Oceano Pacífico ao Oceano
Atlântico, partindo de Brito no Pacífico até o Punta de Gorda no mar do Caribe.
Essa obra capitaneada pela HKND
Groups, liderado pelo magnata Wang Jung, terá um investimento estimado em US$
40 bilhões (quatro vezes o PIB da Nicarágua) e deverá estar em operação em
2019. Os legisladores nicaraguenses, num esforço conjunto,
aprovaram um acordo que permitirá que a empresa chinesa, com exclusividade,
construa e explore por 50 anos o canal.
Além das questões relacionadas a
atender a uma crescente demanda por transporte marítimo, há razões geopolíticas
importantes. Diferentemente do canal de Panamá que é protegido pelos Estados
Unidos, o canal que a China pretende construir na Nicarágua ficará subordinado
ao próprio país.
Com essa vantagem estratégica a China garantirá o suprimento de grãos e outros produtos, além de driblar a influência dos Estados Unidos na região! Nesse sentido, vale registrar as palavras do embaixador Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China: “.. o que é impressionante no caso da China é a visão estratégica e a capacidade de realização.”
Com essa vantagem estratégica a China garantirá o suprimento de grãos e outros produtos, além de driblar a influência dos Estados Unidos na região! Nesse sentido, vale registrar as palavras do embaixador Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China: “.. o que é impressionante no caso da China é a visão estratégica e a capacidade de realização.”
O canal terá uma extensão de 286
quilômetros no corredor de navegação, incluindo 80 quilômetros através do Lago
Nicarágua e permitirá, pelo seu porte, a passagem de grandes embarcações de até
250.000 toneladas. A área a ser alagada, após a sua construção, foi estimada em
400 quilômetros quadrados, além da construção de duas eclusas de 30 metros.
Inúmeros obstáculos deverão ser
vencidos na sua construção, especialmente porque o projeto prevê a passagem pelo
Lago Nicarágua, muito rico em biodiversidade, que poderá ser afetado pelo fluxo
de embarcações de grande porte que por ele irão navegar. Além disso, o projeto prevê
o trajeto por áreas densamente arborizadas nas florestas e por reservas
indígenas, o que poderá afetar o equilíbrio do ecossistema da região.
Um dos efeitos mais preocupantes está relacionado ao efeito que o fluxo de grandes navios poderá provocar no Lago Nicarágua, o maior lago da América Central, pois além da sua biodiversidade, ele é uma das principais fontes de água doce.
Um dos efeitos mais preocupantes está relacionado ao efeito que o fluxo de grandes navios poderá provocar no Lago Nicarágua, o maior lago da América Central, pois além da sua biodiversidade, ele é uma das principais fontes de água doce.
Esse canal tem também por objetivo
atender a demanda insatisfeita para o transporte entre os continentes que foram
estimadas, numa projeção para o ano de 2025 entre 500 a 800 milhões de
toneladas.
Outra questão se impõe, qual seja a
possibilidade de haver uma concorrência entre o Canal de Nicarágua e o Canal do
Panamá. Estudos preliminares apontam que, a abertura do novo canal deverá tirar
a metade do tráfego do Canal do Panamá.
Para termos uma ideia do impacto, segundo a revista The Economist, o
canal do Panamá tem uma receita de US $ 2 bilhões, dos quais cerca de US $ 700
milhões são destinados ao Tesouro do Panamá.
Os estudos já se encontram na
fase avançada pois há previsão de inicio da obra ainda neste ano, porém muitas questões e desafios surgirão ao longo da execução desse
projeto que poderá ser considerado a maior obra de engenharia dos últimos
tempos!
Fonte:
The Economist
in Nicaragua proposed canal disponível em http://www.economist.com/news/americas/21587218-yet-again-nicaraguans-are-letting-their-longing-trans-oceanic-canal-get-better - acesso - 30/07/2014
Nicaragua plans rival canal route - BBC_News in http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/5405884.stm
- acesso
30/07/2014
Gran Canal
Interoceanico por nicaragua – disponivel em http://enriquebolanos.org/desarrollo_soc_economico/grancanal/Canal%20x%20Nicaragua%20-%20Perfil%20Agosto%202006.pdf
– acesso 30/07/2014.
Fariello, D –
in China busca alternativas ao canal de
Panamá – O Globo 27/07/2014 pag. 39.
______________________________________________________________
Paulo Sérgio
Gonçalves é engenheiro, M.Sc. em engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ,
professor do IBMEC/RJ e autor das
seguintes obras didáticas:
Logística e Cadeia de Suprimentos – O Essencial – Editora Manole.
Administração de Materiais – 4ª. Edição – Editora Campus/Elsevier
Administração de Estoques – Teoria e Prática, em coautoria de E. Schwember – Editora Interciência
Nenhum comentário:
Postar um comentário