COMO O BIG DATA ESTÁ MELHORANDO A LOGÍSTICA
Parte II
“Dados, mais dados!”
Parodiando Goethe.
Recente pesquisa realizada pela
Accenture mostrou que um volume razoável de empresas tem grandes expectativas
no uso das análises de dados em suas cadeias de suprimentos, porém o grande
problema encontrado está relacionada as dificuldades em adaptar-se a essa nova
tecnologia.
A pesquisa mostrou que apenas 17% dos executivos entrevistados informaram que implementaram a análise de dados, em pelo menos, em uma das operações da cadeia de suprimentos.
A pesquisa mostrou que apenas 17% dos executivos entrevistados informaram que implementaram a análise de dados, em pelo menos, em uma das operações da cadeia de suprimentos.
Na figura 2 apresentamos o
resultado da pesquisa realizada pela Accenture quanto à experiência do uso da
análise de dados pelas empresas.
Figura 2 – Experiência das empresas com o Big Data.
Fonte: Big Data Analytics in Supply Chain:Hype or Here to Stay?
Accenture Global Operations Megatrends Study (2014).
Uma coisa está clara, o uso do Big Data tem um grande potencial para promover
vantagens competitivas e também produzir resultados significativos na
performance financeira e operacional das empresas.
Uma questão básica que surge nas empresas que começam a utilizar as
técnicas de análise de dados está voltada para uma pergunta chave: “Como o Big Data pode contribuir desde a base
ao topo da pirâmide empresarial ?”
Ora, o valor do Big Data pode ser visualizado através de três pontos
básicos:
- Eficiência operacional;
- Experiência com clientes;
- Novo modelo de negócio,
como mostramos na figura 3.
Figura 3 –
Valores dimensionais do Big Data.
Fonte: Big
Data in Logistics - DHL White Paper.
No quesito
de Eficiência Operacional o uso do Big Data permite propiciar melhor nível de
transparência, aperfeiçoar recursos, melhorar os processos de qualidade e
desempenho da empresa, como por exemplo, otimização da “ultima milhas”,
predição da capacidade e planejamento das redes entre outras atividades
operacionais, etc.
Quanto à
Experiência com os Clientes, podemos considerar o aumento da lealdade e
retenção de clientes, melhor desempenho na interação com os serviços oferecidos
e uma melhoria substancial na segmentação dos mercados e direcionamento dos
objetivos, antecipação de eventuais atritos como os clientes, melhoria
continuada nos serviços e identificação de requisitos de inovação em um novo produto, etc. .
E no que se
refere Novos Modelos de Negócios,
podemos destacar a expansão das receitas para os produtos existentes e a
criação de novas receitas originárias de novos produtos, tais como: previsão de
demanda e suprimentos para diferentes industrias e regiões, análise da
performance financeira com base numa plataforma de dados, etc.
É claro que
o sucesso na implementação do Big Data vai depender substancialmente de uma
convergência da tecnologia da informação e processos de negócios das empresas.
Isso porque a informação não é apenas uma janela de oportunidade dos negócios,
muito especialmente porque a economia, cada vez mais globalizada, reformulou o
fluxo dos processos que hoje passam a ser descritos quase que totalmente por
meios eletrônicos.
Uma
concepção bastante ampla da aplicação do Big Data nos processos logísticos é
apresentada na figura 4 que mostra fontes externas, fornecedores, marketing e
vendas, gestão da produção, operação, novos negócios e base de novos consumidores,
bem como os fluxos físicos (movimentação de produtos) e o fluxo informacional
(fluxo de dados).
Figura 4 –
Big Data na Logística
Fonte: DHL
A gama de
análises produzidas pelo massivo volume
de dados gerados e que fluem nas redes seguramente elevam a patamares
superiores as possibilidades de melhorias significativas nas operações,
otimização no fluxo de bens e serviços e, prospectivamente, visualizar janelas
de novas oportunidades, tanto na captura de novos clientes quanto da geração de
novos negócios.
Explorando
o potencial do Big Data, as empresas poderão reduzir significativamente os seus
custos, gerando assim uma maior receita líquida e aumentando a agilidade de
seus processos. Por exemplo, um dos grandes desafios da logística hoje se
refere ao famoso problema de entrega, a denominada “última milha”.
Utilizando-se de softwares avançados de roteirização será possível o
planejamento das rotas, com base na análise dos padrões históricos de tráfego
na região considerada e assim, abri o leque de possibilidades para reduzir
custos no uso de combustíveis, maximizar a eficiência operacional da frota de
veículos e permitir de forma dinâmica visualizar e calibrar as rotas a serem
percorridas.
Outro
aspecto interessante envolve, por exemplo, a modelagem das redes de
distribuição, com base na localização geográfica e dados de entregas
realizadas, permitindo assim visualizar a densidade das ordens de entrega
por localização e identificar superposições das redes e também gerar cenários
prospectivos com base no fluxo históricos das entregas, padrões de demanda e
com isso melhorar consideravelmente a eficiência, a agilidade dos serviços e
promovendo redução de custos! Além disso, será possível, analisando a massa de
dados gerados pelas operações, usar ferramentas avançadas para projetar uma
nova rede de distribuição que melhor atenda aos requisitos de demandas e
exigências dos clientes.
Examinando-se
novamente o contexto da figura 4, produzindo-se um link “ponta-a-ponta” da
cadeia de suprimentos, ou seja, tornando-a visível desde o fornecedor das
matérias primas até o cliente final, abre-se um enorme leque de oportunidades
tanto de análise de dados quanto no processo de subsidiar informações online e
real time para clientes e parceiros.
Por exemplo, os
problemas originários na produção motivados por eventuais atrasos de alguns
fornecedores poderão ser transmitidos adequadamente para permitir que os
clientes tenham essa informação disponível no que se refere ao reflexo do
evento nos prazos de entrega e assim criando um maior nível de confiabilidade
nos serviços.
E fim, o Big Data
veio para ficar e operar de forma ampla para permitir que empresas nos mais
diversos países possam abrir a “caixa de pandora da logística” e assim
desvendar formas criativas para melhorar os sistemas de previsão, logística de
transporte, distribuição física e operações a nível doméstico e internacional.
Fonte:
Marr, B. in How big data e analyses are
transforming supply chain management – disponível em qwww.forbes.com – acesso –
08/11/2016.
Marr, B. in The big data analytic war:
IBM Watson x Kaggle – disponível em -
Lindekin.com/pluse – acesso: 08/11/2016
http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/estudo-da-emc-preve-que-volume-de-dados-virtuais-armazenados-sera-seis-vezes-maior-em-2020-12147682
- acesso: 02/11/2016.
Josh James, Founder, CEO & Chairman
of the Board - DOMOSPHERE in Data Never
Sleep - https://www.domo.com/blog/data-never-sleeps-3-0/
Kubác, L – in Internet of things and his
application in logistic – disponível em http://www.vslg.cz/wcd/docs/vslg/acta_logistika/5.-rocnik-2015/cislo-1-2015/4-kubac.pdf - acesso: 08/11/2016.
DHL in Internet of Things in Logistic - A
collaborative report by DHL and Cisco on implications and use cases for the
logistics industry – 2015 – disponível em http://www.dhl.com/content/dam/Local_Images/g0/New_aboutus/innovation/DHLTrendReport_Internet_of_things.pdf - acesso: 10/11/2016.
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Paulo Sérgio Gonçalves é engenheiro pela Universidade Federal do E.E.Santo, M.Sc. em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e MBA em Estratégia Empresarial pelo PDG/IBMEC , consultor na área de operações (manufatura e serviços), professor do IBMEC/RJ e autor das seguintes obras didáticas:
Logística e Cadeia de Suprimentos - O Essencial - Editora Manole.
Administração de Estoques - Teoria e Prática - em coautoria de E. Schwember - Editora Interciência.
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